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Lúcia Loner Coutinho

3. A juventude com deficiência em Glee

O seriado Glee estreou nos EUA em 2009 (canal Fox), e se encontra em sua quarta temporada (2013). O enredo e ação da série envolve um coral (chamada New Directions) em uma escola de ensino médio no meio-oeste norte-americano, seus alunos e professores. A série se propõe a apresentar os underdogs3, os perdedores, os diferentes e, portanto, excluídos na sociedade escolar. Seus personagens

compõem diversas minorias sociais, como étnicas, LGBT e pessoas com deficiência. A série deu um novo ângulo à categoria teen drama4 mesclando gêneros como drama, comédia e musical, e trazendo

à tona não apenas temas típicos dos dramas adolescentes na cultura midiática (como a descoberta da sexualidade, amor, amadurecimento, etc.), mas temas emergentes na atual sociedade americana (e globalizada), tais como bullying, aceitação pessoal e social, cultura do fracasso versus sucesso. É importante observar que em Glee a música compõe a narrativa tanto quanto os diálogos e que o programa é bastante ancorado no nonsense e em situações fantásticas, que não seguem uma lógica verossímil. Neste cenário a maioria das situações relacionadas à deficiência envolve o personagem Artie Abrams, que é cadeirante desde a infância5.

Artie (interpretado por Kevin McHale), apesar de ser um personagem regular desde o início da série, pode ser considerado um personagem secundário, fazendo apenas figuração em algumas ocasiões, porém teve sua deficiência como tema central de alguns episódios. Ele é caracterizado como um nerd, e muitas vezes representa o papel de fiel da balança entre seus pares, corroborando com a ideia de que toda pessoa com deficiência é boa, a divinizando. Artie tem aspirações à cineasta, assume que gosta de julgar as pessoas e sempre se mostra muito interessado em garotas. Artie já namorou as personagens Sugar, Tina, Brittany e Kitty. Como todos os personagens que fazem parte do coral, Artie também sofre bullying dos colegas de aula, sendo muitas vezes tratado com violência.

Ao começo da história, Artie já é cadeirante por praticamente metade de sua vida6 e é bastante

adaptado e ágil com a cadeira de rodas, participando de números de dança. Ele também parece aceitar sua condição sem grandes problemas, no entanto no decorrer da trama momentos de negação e raiva são alternados com a aceitação do personagem à sua condição.

O primeiro tema abordado pelo programa sobre a deficiência é a acessibilidade, no nono episódio da série (Wheels/Rodas), quando a cadeira de Artie se torna um problema. Will, professor e coordenador do grupo, diz a eles que como a escola não cobrirá o aluguel de um ônibus especial para levá-los à competição, eles terão que levantar o dinheiro sozinhos. O grupo todo é contra e diz

3 Expressão inglesa que se refere ao azarão, mas também tem o sentido de excluído social.

4 Subgênero dentro do gênero seriado norte-americano de que centra seu enredo nos dramas e vivências de um grupo de jovens ou adolescentes.

5 Embora a série tenha mostrado outros personagens com alguma deficiência física e também intelectual, neste trabalho iremos nos ater às questões envolvendo o personagem Artie, por ser um personagem regular na série e ter sua condição de deficiente definida desde se começo.

6 Com o passar dos episódios descobrimos que ele foi vítima de um acidente de carro quando tinha oito anos em que sofreu uma lesão irreversível na medula espinhal.

preferir que Artie vá com seu pai até o local da competição como já está acostumado. Artie finge não se importar, mas fica magoado. Percebendo isso, o professor revela ao grupo sua decepção com a situação, e que “ou todos viajam juntos ou ninguém vai”. Após mais protestos em que todos presumem que “Artie não se importa”, ele revela que na verdade fica sim magoado com o que aconteceu e com a falta de compreensão dos amigos. Will impõe uma venda de bolos e, como exercício da semana, – para que o grupo entenda o quanto Artie precisa se esforçar só para estar ali – todos tem de andar três horas por dia em uma cadeira de rodas, e fazer um número musical na cadeira. Artie ensina os colegas a dançar e fazer manobras e ao final todos cantam e dançam nas cadeiras, em sua homenagem. Ao juntarem o dinheiro para o ônibus especial, Artie diz a todos que prefere que o dinheiro seja gasto com uma rampa de acesso no auditório da escola para que outras pessoas com deficiência pudessem usá-la também. Ao fim do episódio Tina (que apresentava gagueira) e Artie dão seu primeiro beijo e ela revela que não é gaga de verdade, mas que inventou isso, pois era muito tímida e queria afastar as pessoas. Artie fica bravo com ela, pois sua deficiência faz as pessoas se afastarem naturalmente dele.

Nesse episódio é destacada a questão da falta de acessibilidade nos mais diversos locais e o quanto isso prejudica uma pessoa com deficiência. Grande parte dos problemas ligados às deficiências não estão na deficiência da pessoa em si, mas na estrutura social que não dá condições que permitam a participação efetiva e construtiva da pessoa com deficiência na sociedade. As barreiras físicas acabam muitas vezes impedindo que pessoas com deficiência participem de atividades comuns aos seus pares e tenham uma vida social, criando assim barreiras atitudinais, como a dos colegas de Artie, que presumiam que ele não se importava. O episódio toma um tom pedagógico com imagens das dificuldades enfrentadas pelos alunos do grupo em cadeiras de rodas, procurando mostrar os problemas que um aluno com deficiência têm em seu dia a dia. Will também discute a falta de acessibilidade da escola com o diretor da escola que diz não ter recursos para colocar tantas rampas quanto seriam necessárias.7 Este é o único episódio em que a acessibilidade é discutida, entretanto é tema presente no cotidiano do personagem e aparece em outras ocasiões.

Outro tema importante discutido a partir da deficiência de Artie é a relação da pessoa com deficiência com o Outro. Historicamente, a pessoa com deficiência é vista pela sociedade como um ser digno de pena ou horror. Observada, apontada e excluída, a pessoa com deficiência por muito tempo foi vista como o outro a ser corrigido e extinguido. Com o tempo, o olhar sobre a pessoa com deficiência mudou, muitas vezes até mesmo glorificando a superação alcançada pelas mesmas. Porém, o olhar paternalista e corretivo em relação às deficiências permanece sendo dominante. No episódio Wheels, aparece primeiramente a incompreensão. Após todos “experimentarem” as dificuldades de Artie, passam a admirá-lo, sentimento externado por Tina. Este sentimento dos colegas é apresentado em diversos outros episódios, conforme eles se aproximam de Artie ou se deparam com situações em que as limitações físicas da deficiência são confrontadas. É o caso do episódio A Very Glee Christmas (2010), em que a, então, namorada de Artie, Brittany, revela que acredita em Papai Noel e que pediu a ele que Artie voltasse a andar. Não querendo estragar a ilusão dela, Artie convence a treinadora Beiste a vestir-se de Papai Noel e explicar a Brittany por que não pode realizar seu desejo. Brittany acredita nas palavras do falso Papai Noel, mas fica chateada e diz a Artie que não é justo que ele não possa andar, e que se sente muito mal com isso, mas Artie diz que isso não é um problema8.

Esta relação dos outros com a deficiência de Artie pode ser vista também no episódio The First

7 Sue, compelida pelo fato de que sua irmã também tem uma deficiência, termina o episódio pagando pela construção de três rampas de acesso no colégio, o que permite o coral utilizar o dinheiro arrecadado para alugar um ônibus adaptado.

8 Para que Brittany continue acreditando na mágica do Natal, Beiste deixa um ReWalk sob a árvore para Artie. O artefato permite a Artie caminhar com a ajuda de muletas e é utilizado apenas neste episódio (na 3ª temporada descobrimos que elas quebraram no dia seguinte).

I’m still standing: a representação da deficiência em Glee || Bruna Rocha Silveira & Lúcia Loner Coutinho

Time (2012) com a estreia do grupo no musical Amor, Sublime amor, sob a direção de Artie. Ele se sente apreensivo, no entanto é encorajado antes do espetáculo pelo agradecimento de todos por sua direção. Ele diz que quando se está em uma cadeira de rodas as pessoas tendem a mimar você, ou exigir menos, ficam com medo de dizer algo errado, então é difícil crescer. Mas com a confiança do grupo em seu trabalho, pela primeira vez, se sentiu adulto. Nesse episódio, especificamente, é mostrado quanto o incentivo do Outro é importante para o desenvolvimento e para a autoestima da pessoa com deficiência.

Nos episódios Auditions e Brittany/Britney (2010), Artie acredita que se entrar no time de futebol americano da escola pode reconquistar Tina, que o havia trocado por Mike9, e convence Finn a ajudá- lo, dizendo que pode ser usado como aríete humano no campo. A nova técnica do time de futebol se irrita com a ideia, e xinga Finn por colocá-la na situação de ter que dizer a Artie que um paraplégico não pode jogar futebol. No entanto, no episódio seguinte a treinadora muda de ideia e coloca Artie no time. Finn e Artie revelam a todos, que ficam surpresos com a novidade, que não há regras proibindo um jogador em uma cadeira de rodas. Presumivelmente nunca se havia pensado na possibilidade de um aluno cadeirante fazer tal pedido. Como as pessoas com deficiência são frequentemente deixadas de lado ou esquecidas, não são pensadas regras e normas referentes a elas.

A sexualidade foi outro tema importante tratado por Glee. A maioria das pessoas infantiliza a pessoa com deficiência, dessa forma, a vê como uma pessoa assexuada, uma visão completamente equivocada. As pessoas com deficiência possuem os mesmos desejos que uma pessoa sem deficiência e Artie frequentemente demonstra seu interesse por garotas e sexo. Em Wheels, por exemplo, ao falar sobre seu acidente e lesão com Tina, ele faz questão de dizer a ela que seu pênis funciona normalmente. Em The First Time, ao questionar a atuação dos atores principais na peça dizendo que eles precisam focar mais sua sexualidade, e ouvir de Rachel e Blaine que ambos ainda eram virgens e esperavam pelo momento certo, Artie diz que, embora, como amigo, apoiasse a “estranha aversão deles à diversão”, como diretor estava preocupado que não conseguissem passar o sentimento adequado. Percebe-se que embora o programa se esforce em apresentar Artie como um rapaz com desejos e pensamentos normais sobre o assunto, em diversas situações o interesse de Artie por sexo e meninas é a única contribuição do personagem à trama, corroborando seu espaço como personagem secundário.

Apesar dessa visão mais geral sobre o personagem e a sexualidade, a grande contribuição da série sobre tal assunto aparece em Duets (2ª temp.), quando Artie tem sua primeira vez com Brittany. A menina, que nunca havia mostrado nenhum interesse por ele, diz à Artie que quer ser sua namorada (para causar ciúmes na amiga/“ficante” Santana). Artie aceita, porém percebe que ainda gosta de Tina. Brittany diz que vai ajudá-lo a esquecer a ex e eles transam (na cena Brittany pega ele no colo e o carrega da cadeira para a cama). Com ciúmes, Santana conta à Artie que Brittany só o está usando para ganhar uma competição musical de duetos e que ela transa com todo mundo. Magoado, Artie confronta Brittany e fala que ela não pensou em como ele se sentiria, dizendo “Depois de meu acidente nós não sabíamos se eu poderia fazer sexo algum dia, quando descobri que poderia, pareceu um milagre, e você pisou em cima disso”. Mas a indignação de Artie não dura muito e no episódio seguinte ele volta a namorar Brittany. Da mesma forma que em sua briga com Tina por causa de sua falsa gagueira, sua mágoa com Brittany com relação a ter sido usado não volta a ser discutida, e as duas situações, que refletem sentimentos legítimos em relação a sua condição de cadeirante são esquecidas na trama.

O tema mais recorrente quando se trata de deficiência dentro da trama com o personagem Artie, é a constante oscilação entre a aceitação e a negação de sua condição e suas limitações. A raiva de Artie

9 Mike também é integrante do coral e jogador de futebol. A garota deixa claro que além de gostar do corpo “malhado” de Mike, terminou com Artie por ele ter sido um mau namorado a deixando de lado nas férias de verão.

quanto a sua situação aparece pela primeira vez ainda na temporada de estreia da série no episódio Dream On (2010), quando Artie revela a Tina que seu maior sonho é tornar-se um dançarino. Após tentar se levantar utilizando somente a força dos braços para apoiar-se em muletas e cair, Artie briga com Tina, culpando-a por forçá-lo àquilo. No dia seguinte, ele se desculpa com ela, dizendo que normalmente tem facilidade em lidar com a falta de perspectivas de melhora de sua condição, mas se assustou quando teve que enfrentar isso. Ela mostra a ele algumas pesquisas com células tronco, o animando. Em um devaneio durante um passeio no shopping Artie levanta-se da cadeira e dança. Voltando à realidade ele afirma à namorada que irá voltar a andar10. No entanto ao conversar com a conselheira pedagógica da escola, descobre que esses tratamentos ainda estão muito longe de serem concretizados. No final do episódio ele desiste de dançar com Tina no número que haviam preparado, dizendo que ele não pode nem nunca poderá dançar, assim como muitas outras coisas, mas está conformado com isso, e deve se concentrar nos sonhos que pode realizar. Ele encerra o episódio cantando Dream a little dream of me, assistindo a namorada dançar com Mike. Neste episódio fica clara a real necessidade de adaptações não são apenas físicas, mas psíquicas e emocionais na vida de pessoas com deficiência.

Em Glee, Actually (2013), Artie cai da cadeira, pois o zelador não colocou sal (que evita o acúmulo de neve) na rampa de acesso e se machuca. Finn o leva, relutantemente, para a enfermaria. Artie fica com raiva da situação e diz estar cansado de ser indefeso, de causar pena nos outros e de sua cadeira. Antes de adormecer deseja que nunca tivesse ficado nessa condição. Em sonho, Artie acorda e descobre que pode andar, Rory aparece como seu anjo da guarda e lhe diz que ele teve seu desejo realizado e nunca sofreu o acidente que o colocou na cadeira. Ele também descobre que, nesta realidade, é um popular jogador do time de futebol da escola e que faz bullying com colegas que antes eram seus amigos. Rory conta a ele que como ele nunca se interessou em entrar no coral, este nunca existiu, pois ele era a cola que mantinha o grupo unido. Ele observa que seus amigos vivem realidades diferentes e muito ruins, e tenta, sem sucesso, convencê-los a se unirem novamente, Artie vê uma cadeira de rodas e voluntariamente senta-se na cadeira, quando é acordado por Finn. Percebendo ter sido um sonho, Artie pede a ajuda de Finn para se locomover. Este lamenta e diz a Artie que entende como estar na cadeira deve ser ruim, Artie, então, responde que bom ou ruim, a cadeira faz parte dele, o moldou na pessoa que é hoje, fazendo as pazes com sua situação. Nesse episódio podemos também pensar na formação da identidade do jovem, de como ele se vê na sociedade a partir de sua deficiência. A cadeira de rodas para um cadeirante, muito mais que um acessório de locomoção é parte daquilo que ele é. É a extensão do seu próprio corpo. A deficiência não define quem a pessoa que a tem é, mas inegavelmente faz parte de sua formação.

4. Considerações finais

Analisando a trajetória do personagem Artie ao longo das quatro temporadas da série, identificamos questões bem específicas abordadas em relação à deficiência: a acessibilidade, a relação do outro com a deficiência, a sexualidade e a constante oscilação entre a aceitação e a negação da deficiência.

O personagem Artie é apresentado como uma minoria dentro de um grupo de excluídos, portanto, não sofre nem mais nem menos que seus colegas. Entretanto, as dificuldades decorrentes da deficiência são apresentadas como diferentes das demais. Essas dificuldades como a falta de acessibilidade, a negação, e a sexualidade são valorizadas de forma a mostrar que o jovem com deficiência luta com essas questões diariamente. Por esse ponto de vista, a representação do jovem com deficiência aparece

I’m still standing: a representação da deficiência em Glee || Bruna Rocha Silveira & Lúcia Loner Coutinho

de forma positiva em Artie. Também o fato dele estar presente na série em todos os episódios, mesmo que seja apenas como figuração, se mostra interessante e positivo na questão de representação da deficiência, uma vez que a deficiência não é supervalorizada, mas também não é esquecida. A série mostra com regularidade uma pessoa com deficiência na rotina escolar, o que, por si só é um fato novo, visto que faz pouco tempo que as pessoas com deficiência física são permitidas a frequentarem escolas regulares.

Alguns estereótipos da pessoa com deficiência estão presentes na representação de Artie, como a imagem da pessoa com deficiência ser boa e amiga sempre e o fato dele ser bastante inteligente e interessado nos estudos reforça a ideia de que cadeirantes só podem fazer trabalhos intelectuais. Porém, ao mostrar sua negação com a deficiência em alguns episódios e por apresentá-lo como um jovem comum que se interessa muito por garotas, seu lado humano e “normal” é apresentado também, fazendo com que ele faça parte dessa comunidade jovem escolar.

Diferente da maioria das representações midiáticas Glee traz um elemento não tão constante dentro da mesma: quando a trama começa o personagem já possui uma deficiência há muitos anos, e no decorrer da trama sua condição não melhora nem piora. A deficiência de Artie não é um castigo nem é passível de “cura” ou correção. É algo que faz parte do personagem e da sua identidade. Apesar de sonhar em algum dia superar tal deficiência, Artie aceita – e o texto narrativo mostra – que talvez isso nunca aconteça. Muito da representação dada pelo programa à história de Artie, ou a deficiência em si é mostrada em pequenos gestos, ou até cenas passageiras como um afago no ombro, por parte dos amigos quando sua deficiência o limita.

O programa, como comédia dramática, também não se furta a usar a condição de Artie como motivo cômico, o que não é de todo negativo, uma vez que as brincadeiras feitas com a deficiência partem muitas vezes do próprio personagem, demonstrando uma aceitação de sua condição a ponto de fazer piada dela.

Levando em conta que os significados são constantemente produzidos pela interação entre os sujeitos e pelo consumo de objetos culturais, a interação da sociedade com um personagem com uma deficiência física pode produzir diversos significados para a deficiência. As representações que analisamos não se mostram ainda como ideais, uma vez que ainda é repleta de estereótipos como o do “bom deficiente”, do uso da deficiência para conseguir benefícios e da deficiência como castigo. Entretanto, reconhecemos pontos positivos como a inserção social e escolar do personagem na trama, algo impensável há poucos anos. Temos ainda um longo caminho a trilhar na busca por uma representação digna da pessoa com deficiência, mas reconhecemos em Glee que alguns passos já foram dados.

Referências Bibliográficas

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Skliar, C. (2003). Pedagogia (improvável) da diferença; e se o outro não estivesse aí? Rio de Janeiro: DP&A.

Resumo: Neste artigo apresentamos um protocolo analítico

trabalhado a partir do circuito da cultura de Du Gay et al. (1997), visando a sua aplicabilidade aos estudos em televisão. Tendo como exemplos emblemáticos duas pesquisas por nós conduzidas, percebemos, de um lado, nas representações do gaúcho na televisão o uso de estereótipos de gênero e de sexualidade, orientando a um

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