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noémia Maria Simões

4. Conclusão e considerações finais

Neste circuito incompleto e atribulado de etno-navegações, entre o local e o global, sentimos e pensamos que é fundamental não esconder as desarmonias nem ignorar os contrastes, atender ao mesmo tempo à(s) estórias, aos gritos e murmúrios que nos chegam dos mares por navegar como os que provêm da monotonia dos quotidianos submersos, nas grandes cidades e nos ‘guetos’ onde o papel da mediação cultural, é a nosso ver, crucial. Julgamos assim que a mediação e comunicação intercultural não devem ser entendidas apenas como uma questão global e um aspecto acessório de uma diplomacia económica entre distantes pontos cardeais. Na realidade, é também já, aqui e agora, nas nossas vizinhanças que a questão das identidades e a urgência do diálogo e o desafio da comunicação intercultural, mesmo que feita em silêncio, se tornam urgentes.

Muito fica por dizer e por investigar, dos ‘nós na arte’ aos outros que nos olham e que nos entendem de outra forma. Sabendo que todas as narrativas são parciais e incompletas, e que os paradoxos são muitos, confiamos que através da atenção à pluralidade de vozes , através de uma hermenêutica dialógica, será possível ultrapassar as tensões identitárias e entrever através e além das dissonâncias e dos conflitos o lugar do passado na reinvenção do futuro:

“Onde moras?”, “O que és?”, “De que religião?”, “De que raça?”, “De que nacionalidade?”, são hoje consideradas perguntas lógicas. No século vinte e um, a humanidade terá percebido que estas perguntas

são absurdas e anti-evolucionárias, ou então os homens terão deixado de viver na Terra” Buckminster Fuller, Manual de Instruções para a Nave Espacial Terra, 1969.

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Etno-navegações: narrativas (pós)coloniais, entre o local e o global || Noémia Maria Simões

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