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Coleta de Dados – Vertente de caráter exploratório

CARTEIRA DE PROJETOS Metas e Critérios

23) Fontes Renováveis de Energia – visa dotar tanto defensores isolados quanto Siste mas de Armas de maior dimensão de capacidade de operar em qualquer cenário com razoável

4.2 COLETA DE DADOS – PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS

4.2.1 Coleta de Dados – Vertente de caráter exploratório

A vertente exploratória se valeu dos seguintes instrumentos: documentos, artigos e perió- dicos; entrevistas exploratórias; entrevista estruturada; e observações, a saber:

4.2.1.1 Pesquisa Documental e bibliográfica

As pesquisas documental e bibliográfica foram realizadas em documentos, artigos, perió- dicos e livros. Foram consultados documentos (relatórios, ordens de serviço), teses e disserta- ções de posse das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica), das universidades e indústrias e, também, artigos e periódicos, que permitiram identificar aspectos do setor de Defesa, tais como: sua cultura organizacional e de inovação; o processo de transformação em curso; as teorias de suporte como: dos Sistemas Nacionais de Inovação e Sistemas Setoriais de Inovação; a estrutura aparente do SisCTID e do SIDOMC; os agentes que atuam nesta es- trutura; os fatores de suporte à inovação; as interações existentes entre os agentes do sistema; e outros que permitiram construir a estrutura (ou modelo) subjacente e sugerir medidas aos

Policy Makers no sentido de incrementar as inovações em Defesa.

4.2.1.2 Entrevista Aberta de caráter Exploratório

Durante a construção do referencial teórico deste trabalho, foi realizada uma pesquisa de campo, de caráter exploratório, na qual foram conduzidas 10 entrevistas (seis representantes de duas universidades (IME e UFF), dois representantes das Indústrias de Defesa (ABIMDE e

COMDEFESA/FIESP) e dois representantes do Governo (General Mattioli, da Secretaria de Produtos de Defesa do MD e o Professor Aluízio Mercadante, então Ministro de Estado do MCTI). Organizou-se, também, um workshop com representantes do MD, da ABIMDE, do COMDEFESA/FIESP, da ECEME, do IME e do IMM (Instituto Meira Mattos) da ECEME, com o objetivo de colher observações a respeito do campo. Esta fase exploratória favoreceu a acumulação de conhecimentos sobre a área e permitiu a elaboração das suposições e proposi- ções da pesquisa.

A entrevista foi constituída de uma caracterização do perfil do entrevistado; seguido de uma pergunta aberta, com intuito de dar oportunidade de o entrevistado discorrer sobre o tema e, com isso, dar início ao levantamento das principais categorias a priori (Apêndice C).

Com o objetivo de atender aos pressupostos da triangulação, as entrevistas foram realiza- das junto a três grupos: Planejadores e desenvolvedores das Forças Armadas do futuro (Plane-

jadores), gestores do Sistema de Inovação na Defesa (Gestores) e Inovadores do Sistema

(Inovadores) do Sistema de Inovação da Defesa (Figura 22).

Figura 22: Visualização da origem dos entrevistados Fonte: Elaborada pelo autor

Vale lembrar que a entrevista é definida por Haguette (1997, p.86) como um processo de interação social entre duas pessoas na qual uma delas, o entrevistador, tem por objetivo a ob- tenção de informações por parte do outro, o entrevistado.

Os entrevistados foram selecionados com base nos critérios sugeridos por Lincoln e Guba (1985). Inicialmente houve a identificação dos primeiros sujeitos a serem entrevistados, com

base no critério de relevância para a pesquisa, de acordo com a indicação de informantes, que por suas características e / ou funções amplo conhecimento sobre o tema. Novos sujeitos fo- ram sendo incluídos à medida que os entrevistados revelavam aspetos a serem complementa- dos ou testados por novos entrevistados.

4.2.1.3 Entrevista Estruturada de caráter Exploratório

Da mesma forma que as entrevistas abertas de caráter exploratório, o questionário foi desenvolvido com a intenção de averiguar a relevância da investigação e dar início ao levan- tamento das principais categorias a priori.

As pesquisas qualitativas trabalham com significados, motivações, valores e crenças que nem sempre podem ser capturados por meio de questões quantitativas. Entretanto, acredi- ta-se que “os dados quantitativos e os qualitativos acabam se complementando dentro de uma pesquisa” (MINAYO, 2000).

Além disso, a decisão de se empregar a entrevista estruturada na forma de questionário se deu pela necessidade de obter respostas iniciais rápidas e precisas para dar início à elabora- ção do referencial teórico. Este tipo de instrumento garante, também, um grau maior liberdade nas respostas em função do anonimato, evitando vieses do entrevistador, servindo, ainda, co- mo uma das ferramentas para a triangulação já citada.

Em relação à formulação das questões, apresentadas no Apêndice E, pode-se dizer que elas foram desenvolvidas após a leitura da bibliografia que aborda sobre cultura de inovação e sobre parcerias (alianças). A base do questionário foram os trabalhos desenvolvidos por Dob- ni (2008), Ladeira e Lund (2010), Munier (1999) e Cunha (2005), já que a percepção inicial era de que as interações no sistema de inovação, setor de Defesa, eram de alguma forma in- fluenciadas pelas categorias trabalhadas por estes autores (Figura 63, Apêndice M).

A coleta de dados iniciou em novembro de 2011, quando foi realizado o pré-teste do questionário em 30 (trinta) oficiais superiores do Exército, o qual possibilitou a verificação de termos pouco trabalhados por militares e que necessitavam de um sinônimo para melhor com- preensão das questões. Assim, para as palavras cliente e mercado, utilizamos entre parênteses a palavra sociedade, que é o principal cliente das Forças Armadas e que melhor daria sentido às questões, exemplo: a instituição modifica os processos como reação ao mercado (socieda- de).

Em abril de 2012, após autorização da ECEME e do IME, iniciou-se a coleta dos da- dos no Exército. Ela foi aplicada via eletrônica a 252 (duzentos e cinquenta e dois) militares (Tenentes-Coronéis e Majores) já com mais de 20 anos de serviço e larga experiência, conhe- cedores da cultura organizacional da Força Terrestre. Deste total, 34 eram engenheiros milita- res, que lidam, fundamentalmente, com as inovações tecnológicas, e 218 (duzentos e dezoito) pertenciam ao quadro de Estado-Maior, que lidam, principalmente, com as inovações não- tecnológicas.

O próximo passo seria a aplicação da mesma pesquisa na Marinha e na Força Aérea. Entretanto, as entrevistas abertas de caráter exploratório, aplicadas nas referidas Forças, indi- caram não haver necessidade, uma vez que as categorias surgidas em tais entrevistas estavam coincidindo com aquelas surgidas durante a aplicação do questionário respondido pelo pessoal do Exército. Isto deu a necessária segurança para o prosseguimento da pesquisa sem a aplica- ção da entrevista estruturada nas demais Forças.

É importante destacar que, os dados mais relevantes coletados na aplicação do questi- onário, aplicado à Força Terrestre, foram utilizados somente para a fase exploratória e os principais resultados de interesse para esta pesquisa foram relatados ao longo do relatório de pesquisa e podem ser encontrados no Apêndice M, juntamente com a descrição sumária dos procedimentos que seriam adotados caso a pesquisa fosse levada adiante.