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O Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército (SCTEx)

CARTEIRA DE PROJETOS Metas e Critérios

23) Fontes Renováveis de Energia – visa dotar tanto defensores isolados quanto Siste mas de Armas de maior dimensão de capacidade de operar em qualquer cenário com razoável

3.5.4.1.2 O Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército (SCTEx)

De acordo com Portaria ministerial no 27, de junho de 1994 (IG 20-11) 22, ainda vigente, o Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército (SCTEx) destina-se a planejar, orientar, coordenar, controlar e executar as atividades científicas e tecnológicas, relacionadas com MEM e suas influências nas áreas de Doutrina Militar Terrestre, da logística e do pessoal. O documento não trata, diretamente, sobre inovações, abordando apenas sobre ciência e tecnologia, mas um dos seus objetivos é possibilitar o desenvolvimento, pela BID, do MEM que utilize tecnologia autóctone ou com a máxima nacionalização que for conveniente, com a tecnologia mais avançada que a disponível no País e que seja adequada aos cenários de guerra e não-guerra possíveis (BRASIL, 1994)

O Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército é o órgão central do sistema e funciona, atualmente, como um órgão de Direção Setorial subordinado ao Estado-Maior do Exército (EME), que é o Órgão de Direção Geral, ambos localizados na cidade de Brasília- DF. Sua finalidade é, dentre outras, planejar, organizar, dirigir e controlar, no nível setorial, as atividades científicas e tecnológicas no âmbito do Exército. Além disto, cabe ao DCT, atuando como NIT (Núcleo de Inovação Tecnológica), promover o fomento à indústria nacional, visando ao desenvolvimento e à produção de sistemas e materiais de emprego militar. A gestão do sistema se faz por meio de um plano de ação, plurianual, denominado Plano Básico de Ciência e Tecnologia (PBCT), que é parte componente do Sistema de Planejamento do Exército (SIPLEx).

Como pode ser visto na Figura 13, fazem parte do DCT e, por conseguinte, do Sistema de Inovações Tecnológicas do Exército os seguintes agentes internos, também chamados de ICTs (Instituições Científicas e Tecnológicas): o Instituto Militar de Engenharia (IME); o Centro Tecnológico do Exército (CTEx); a Diretoria de Fabricação (DF); o Centro de Avaliações do Exército (CAEx); a Diretoria de Serviço Geográfico (DSG); o Centro de Desenvolvimento de Sistemas (CDS); o Centro Integrado de Telemática do Exército (CITEx); e o Centro Integrado de Guerra Eletrônica (CIGE). Além disto, o DCT conta com a Indústria de Material Bélico do Brasil – IMBEL, que é uma empresa vinculada ao Comando do Exército e com a Incubadora

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de Empresas de Base Tecnológica do Exército (IETEx), que está sendo extinta, contrariando a tendência nacional e mundial, conforme será verificado adiante. Cada uma destas ICTs possui uma Seção de Inovação Tecnológica (SIT).

Figura 13: Agentes internos do Sistema de Inovações tecnológicas do Exército (SCTEx) Fonte: Plano Básico de Ciência e Tecnologia do (BRASIL, 2010)

O Instituto Militar de Engenharia (IME) é o estabelecimento de ensino do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) responsável, no âmbito do Exército Brasileiro, pelo ensino superior de Engenharia e pela pesquisa básica. O instituto ministra cursos de graduação, pós- graduação e extensão universitária para militares e civis. Insere-se no Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército, cooperando com os demais órgãos, por meio da prestação de serviços e pela execução de atividades de natureza técnico-científicas. Pode-se dizer que o Instituto, também, coopera, por intermédio do ensino e da pesquisa, com o desenvolvimento científico- tecnológico do País. Subordinado, também, ao DCT está o Centro Tecnológico do Exército (CTEx). Sua missão principal pode ser sintetizada na pesquisa e desenvolvimento de materiais de emprego militar de interesse da Força Terrestre.

Já o CAEx, outro agente daquele departamento, tem como missão planejar, orientar, coordenar, controlar e executar as avaliações técnico-operacionais de Materiais de Emprego Militar (MEM) levantando as influências de seu desempenho operacional na doutrina, no pessoal e na logística. Seu funcionamento depende da emissão de ROB (Requisitos Operacionais Básicos) que são os itens que se desejam de determinados materiais para emprego militar. Tais ROB são elaborados pelo EME que os envia ao CTEx, que os transforma em RTB (Requisitos Técnicos Básicos) onde se integram itens importantes para procederem à Avaliação Técnica Operacional (AVALOP) do item a ser analisado.

Em seguida, se tudo conforme, este é enviado ao CAEx para que ele proceda a avaliação operacional do referido item, que pode ser desde uma máscara contra gases até um carro de combate. Esta AVALOP é realizada com operadores, tripulações, guarnições ou unidades, sob condições semelhantes à realidade de combate, com a finalidade de verificar o desempenho operacional de um material de emprego militar, com vistas à sua utilização em campanha.

Para esta fase de execução dos testes, o CAEx se vale de diferentes Organizações Militares de corpo de tropa do Exército Brasileiro (clientes do sistema) levando em conta a função e a natureza do material de emprego militar a ser avaliado. Todo este procedimento está muito bem descrito pelas IG 20-11 (já citada) e IG 20-12, publicada pela Portaria Ministerial no 271, de junho de 1994, cujo nome é Modelo Administrativo do Ciclo de Vida dos Materiais de Emprego Militar.

Além destas organizações militares, o DCT conta ainda com o Centro Integrado de Telemática do Exército (CITEx), que tem por finalidade estabelecer, manter e operar os sistemas de Informática e Comunicações de Interesse do Sistema de Comando e Controle do Exército (SC²Ex), no seu nível mais elevado; o Centro de Desenvolvimento de Sistemas (CDS), criado em maio de 1997 com a finalidade de realizar a prospecção e o desenvolvimento de sistemas pertinentes às áreas de comunicações estratégica e tática, guerra eletrônica, informática e de informações organizacionais de interesse do Exército; a Diretoria de Fabricação é o Órgão de Apoio na área de produção industrial do DCT, incumbido de superintender as atividades relativas à fabricação, revitalização, adaptação, transformação, modernização e nacionalização do material de emprego militar. Subordinados a ela estão os Arsenais de Guerra: do Rio de Janeiro-RJ (AGR); o de Campo Grande-MT (AGCO); o AGSP, de São Paulo-SP; e o Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEx), que atuar em proveito da Força Terrestre, aumentando-lhe a operacionalidade, pelo desempenho de atividades nas vertentes Operacional, de Ensino e de Logística, bem como gerenciando a inteligência do sinal e cooperando na área de ciência e tecnologia.

O funcionamento do Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército (SCTEx) tem o gerenciamento formalizado pelos manuais ou instruções gerais: IG 20-11e IG 20-12. Esta última esquematiza as diferentes fases de obtenção de MEM, desde o levantamento da sua necessidade até a sua alienação. O modelo faz menção aos seguintes atores do Sistema: Órgão de Direção Geral, caracterizado pelo Estado-Maior do Exército, responsáveis pelas diretrizes gerais, normas orientadoras, supervisão, controle e funcionamento do sistema; Órgão de C&T, que é o DCT e seus órgãos subordinados, já descritos anteriormente; Órgãos de Produção, que

são as empresas da BID, responsáveis pela produção industrial; Órgãos de Provisão, responsáveis pelo suprimento e manutenção dos MEM; e Órgãos Usuários, caracterizados pelas Organizações Militares, clientes ou usuárias do MEM, que opinam sobre a qualidade do MEM, sua eficiência, conformidade com a finalidade para eles estabelecida e adequação ao pessoal que o empregará.

Sinteticamente, o Modelo do Ciclo de Vida da Força Terrestre pode ser dividido em 6 (seis) fases. A primeira fase consiste no Levantamento das Necessidades, na qual se procura identificar, da forma mais ampla possível, as demandas do Exército, quantitativa e qualitativamente (conceitos) e se procura definir o emprego doutrinário do material por meio das CONDOP (Condicionantes Doutrinárias Operacionais). Nesta fase, além das CONDOP, são elaborados os ROB, os RTB e o estudo de viabilidade técnico-econômica (EVTE). A segunda fase, Planejamento e Programação, diz respeito à inclusão do MEM a ser pesquisado, desenvolvido, modernizado, aperfeiçoado, nacionalizado ou adquirido. Nesta fase, o Sistema de Planejamento do Exército (SIPLEx), com base na estratégias empregadas pelo exército, determina quais são as prioridades das necessidades a serem atendidas.

A fase 3, Pesquisa e Desenvolvimento, visa à obtenção de um protótipo e depois de um lote piloto, com as características técnicas e operacionais desejadas e inseridas nos ROB e RTB. Esta fase é subdividida em quatro subfases: P&D do protótipo; avaliação do protótipo; produção do lote-piloto; e avaliação do lote-piloto. A quarta fase é denominada de Produção e

Aquisição. Nela, procura-se obter o MEM ou PRODE nas quantidade e qualidade planejadas.

Esta fase coincide com o início desta fase a execução das providências paralelas nos campos da manutenção, suprimento, instrução, quadros de organização, manual de campanha e manuais técnicos, concretizando a meta de que o MEM, ao ser entregue à tropa, o seja em condições de perfeita utilização e manutenção. A quinta fase trata da Utilização, na qual o material passa a ser empregado e os usuários fornecem indicações de possíveis deficiências, que podem indicar revitalização, modernização ou melhoria do produto ou sistema. Por fim, dá-se a última fase, a da Alienação do MEM, que o ato de desativação ou retirada do MEM do inventário, seu recolhimento e alienação, culminando com o fim do ciclo de vida do material.