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FATORES ERGONÔMICOS NO AMBIENTE DE TRABALHO DOS PROFESSORES DA “ESCOLA MUNICIPAL 04 DE OUTUBRO”

Natalia Lorena Costa1; João Clécio de Sousa Holanda2; Manoel Gomes de Abreu3;

1 Departamento de Educação a distância, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do

Norte, BR 405, KM 154, Bairro Chico Cajá – Pau dos Ferros/RN, nath.costa.ufrn@hotmail.com

2 Departamento de Educação a distância, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do

Norte, BR 405, KM 154, Bairro Chico Cajá – Pau dos Ferros/RN, joaoclecio11@hotmail.com

3 Departamento de Educação a distância, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do

Norte, BR 405, KM 154, Bairro Chico Cajá – Pau dos Ferros/RN, manoelgomesjp@hotmail.com E-mail do autor correspondente: nath.costa.ufrn@hotmail.com

RESUMO: O estudo sobre ergonomia no ambiente de trabalho torna-se cada vez mais

importante e necessário nas organizações. No contexto escolar, é relevante a avaliação dos fatores ergonômicos referentes à atuação do professor, visando melhorias no ambiente de trabalho, a qualidade de vida, eficiência e produtividade. O objetivo deste trabalho é analisar quais fatores ergonômicos que influenciam no desempenho do trabalho dos professores da “Escola Municipal 04 de Outubro”. A metodologia utilizada foi quantitativa de caráter descritivo-exploratório, e para o seu desenvolvimento, realizou-se uma pesquisa bibliográfica e de campo. O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário aplicado ao grupo de docentes nos turnos matutino e vespertino. A partir dos resultados obtidos, foi possível observar a necessidade de melhorias no ambiente de trabalho, no que se refere a temperatura, iluminação e equipamentos e foram constatadas reclamações quanto à postura, dores nas pernas e coluna, estresse e atividades repetitivas. Foram apresentadas recomendações de melhorias quanto aos

fatores ergonômicos analisados, tais como realização de palestras sobre o tema abordado, troca e aquisição de equipamentos e melhoria na infraestrutura da escola. A partir dessa análise, conclui-se que a ergonomia, de fato, contribui para o bem-estar e saúde dos trabalhadores em seu âmbito laboral.

Palavras–chave: Ergonomia; Professores; Segurança do trabalho.

INTRODUÇÃO

O estudo sobre os fatores ergonômicos no ambiente de trabalho, seja qual for a instituição ou empresa, pública ou privada, torna-se cada vez mais de fundamental importância para se avaliar a saúde dos profissionais que atuam diariamente por sucessivas horas em seus respectivos postos de trabalho, buscando desta forma a melhor maneira de adaptar a relação entre o homem e a máquina, para uma melhor qualidade de vida dos mesmos, assim como a melhoria da saúde e mais eficiência e produtividade no trabalho.

A necessidade de analisar os fatores ergonômicos no ambiente de trabalho dos professores, surge a partir da busca pela melhoria da saúde destes, assim como a qualidade do ensino, destinado aos alunos de todo o município, procurando avaliar o melhor mobiliário escolar, conforto e bem-estar no ambiente de trabalho, o ambiente físico (iluminação, umidade, ruídos etc.) e procurar adaptar todos estes fatores as necessidades de cada professor, visando a resolução de determinados problemas e ao mesmo tempo elevar a um melhor patamar, trazendo melhorias e engrandecendo a educação na instituição escolar.

Para Wisner (1994 apud BICALHO, 2006, p. 10):

A ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários a concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficiência. Sendo uma ciência multidisciplinar, ela tem como base em seus estudos várias outras ciências, como a psicologia, a sociologia, a anatomia, a fisiologia, a antropologia, a antropometria e a biomecânica, tendo sua aplicação com várias áreas, no que diz respeito ao relacionamento entre o homem e o seu trabalho.

No ambiente de trabalho pode-se distinguir fatores atuantes na sua constituição. Estes fatores podem ser denominados como fatores principais e secundários. Verdussen (1978 apud SILVA & LUCAS, 2009, p. 384) relaciona como fatores principais: “temperatura, ruídos, vibrações, odores e

cores. Como secundários encontram-se: arquitetura, relações humanas, remuneração, estabilidade e apoio social”.

Para que um professor possa realizar um bom trabalho e dar o melhor de si em sala de aula, este deve estar em plena satisfação com o seu ambiente de trabalho, sentindo-se confortável e seguro; tendo em vista assuntos que serão debatidos ao decorrer desse trabalho, que se faz de grande importância para a melhoria dos fatores ergonômicos dos mesmos.

Com o intuito de mostrar com base em dados a análise dos fatores ergonômicos, ambiente físico, assim como o comportamento e a relação entre os professores, em busca de saber quais fatores ergonômicos que influenciam no desempenho do trabalho dos professores da escola. A pesquisa foi realizada na Escola Municipal 4 de Outubro, localizada na cidade de José da Penha/RN que atende atualmente alunos de ensino fundamental I, II e a modalidade EJA. Têm seu funcionamento em três turnos - matutino, vespertino e noturno. Nos turnos matutino e vespertino atendem a estudantes do 1º ao 9º ano, no noturno atende pelo EJA.

O objetivo do trabalho é analisar quais fatores ergonômicos influenciam no desempenho dos professores da Escola Municipal 04 de Outubro.

MATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho realizou-se através de uma abordagem de caráter quantitativo. Neste sentido, é um tipo de pesquisa em que “as informações são de natureza numérica. O pesquisador busca classificar, ordenar ou medir as variáveis para apresentar estatísticas, comparar grupos ou estabelecer associações” (VIEIRA, 2009, p. 5).

Trata-se de uma pesquisa aplicada, que segundo Marconi e Lakatos (2002), caracteriza- se por uma pesquisa que possui interesse prático em que os resultados obtidos a partir dela possam, tão logo, serem aplicados na solução de algum problema ou fenômeno da realidade.

Quanto ao tipo, constitui-se de uma pesquisa descritiva-exploratória, no qual sob a perspectiva de Gil (2009), sendo descritivo por caracterizar determinada população/fenômeno ou estabelecer uma relação entre variáveis e exploratória por permitir uma maior familiaridade com o problema em estudo, como também, torná-lo explícito ou construir hipóteses.

A construção da pesquisa teve como fundamentação as informações obtidas através de uma pesquisa bibliográfica, por meio de materiais já elaborados, como livros, artigos científicos, pesquisas na internet, trabalhos de conclusão de curso e por pesquisa de campo. A pesquisa bibliográfica “busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existentes sobre determinado assunto, tema ou problema” (CERVO & BARVIAN, 2002, p. 65).

Quanto a pesquisa de campo, é aquela utilizada com o objetivo de obter informações ou conhecimento sobre determinado problema em que se procura respostas, ou, a comprovação de uma hipótese, descoberta de novos fenômenos ou a relação entre eles (MARCONI & LAKATOS, 2002).

O instrumento de pesquisa utilizado para a coleta de dados foi um questionário aplicado ao grupo de docentes da Escola Municipal “4 de Outubro”, no município de José da Penha/RN, cuja população é composta por 20 (vinte) professores, lecionando em turmas do 1º ao 5º ano do nível fundamental I e do 6º ao 9º ano, turno da manhã e tarde e o EJA - Educação de jovens e adultos, no turno noturno. O questionário “é um instrumento de pesquisa constituído por uma série de questões sobre determinado tema. [...] as respostas são transformadas em estatísticas” (VIEIRA, 2009, p. 15).

Estruturado com questões fechadas, do tipo binária e escalonadas, dividiu-se em categorias como caracterização demográfica da população, ao nível de conhecimento quanto ao tema ergonomia e as condições ambientais, de equipamentos e mobiliários, como também o que sente em relação a saúde e satisfação no trabalho. Segundo Vieira (2009), questões fechadas são quando oferece aos participantes algumas alternativas de resposta. A pergunta binária permite apenas dois tipos de resposta e a escalonada está organizada de tal maneira que o respondente indique um posicionamento perante ao que foi perguntado.

A análise e crítica dos dados obtidos por meio desta pesquisa, foram analisados e tabulados com a utilização da ferramenta Microsoft Office Excel e pela estatística descritiva, sendo este último, um método que consiste em recolher, apresentar e interpretar dados numéricos que constituirão como norte para a construção de instrumentos adequados, tais como gráficos, quadros e indicadores numéricos (REIS, 2008).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo são apresentados, analisados e discutidos os dados colhidos através de questionário aplicado com os professores da escola, abrangendo cerca de 95% da população alvo da pesquisa. Foram abordados fatores relacionados sobre o perfil demográfico da população, conhecimento sobre ergonomia, condições ambientais, equipamentos e mobiliário, condições de postura e dor, comportamento e satisfação no trabalho.

De acordo com a pesquisa, foi obtido que 79% dos participantes são do sexo feminino e 21% do sexo masculino. Com um intervalo entre 20 a acima de 50 anos de idade, metade da população se encontra acima dos 40 anos de idade. Em relação ao nível de formação, há um equilíbrio entre os que possuem a graduação como formação e aqueles que são especialistas, onde representam 47% cada.

Quanto a atividade profissional, constatou-se que em sua maioria possuem vínculo efetivo, cerca de 84% da população e atuam principalmente no turno da manhã, com jornada de trabalho entre 30h e 40h. Em relação ao tempo de atuação na docência, há profissionais ainda recentes, com menos de 6 meses de atuação, cerca de 26%, como também aqueles que possuem mais de 21 anos de experiência. Dentre esse período de atuação, aqueles que possuem entre 11 a acima de 21 anos compreende 74% do público da pesquisa.

Conhecimento sobre ergonomia

De acordo com a figura 1 é possível perceber que 58% dos professores possuem um conhecimento razoável sobre ergonomia. Em seguida 26% afirmaram ter um conhecimento ruim e logo após, 16% detém de um bom conhecimento quanto ao tema. Nota-se que nenhum participante tem o conhecimento integral sobre o tema em questão.

Para Cruz (2010, apud PIRES et al, 2012, p. 93) “é de grande importância a obtenção do conhecimento da ergonomia, pois a mesma possui o objetivo de modificar os sistemas de trabalho. [ ] visando a um desempenho eficiente, confortável e seguro.”

Figura 1 – Nível de conhecimento sobre ergonomia

Fonte: Os autores (2018).

Esses dados mostram que se faz necessário para todos os funcionários compreendam e valorizem o conhecimento sobre a ergonomia por esta promover o bem-estar das pessoas e

0% 16% 58% 26% 0% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

consequentemente mante uma relação de produtividade e satisfação do trabalhado no seu ambiente de trabalho.

Condições ambientais

Ter o conforto no ambiente de trabalho é fundamental para qualquer profissional possa ter o bom desempenho de suas funções, tendo em vista que a falta deste interfere na saúde e na produtividade do trabalhador. Para Coutinho (2005, apud BATISTA; et al, 2010) o conforto ambiental está ligado a variáveis do bem-estar dos indivíduos e da satisfação destes com o ambiente saudável em que deseja, no qual é comprovadamente fator de interferência no comportamento do ser humano. Na escola em estudo, foram analisados como os professores avaliam o seu ambiente de trabalho no que se referem à iluminação, ruído, temperatura e higienização.

Quanto a ruídos no ambiente de trabalho, podem ser entendidas como interferências no ambiente de trabalho que vão, por exemplo, desde pequeno incômodo à perda auditiva do profissional. Desse modo, a figura 2 mostra que dentre os participantes, 58% avaliam esta variável como algo negativo no ambiente de trabalho, corroborando o conhecimento que estes têm quanto dos prejuízos a saúde que podem ser ocasionados e o entendimento da importância de minimizá-los no ambiente.

Figura 2 – Condições do ambiente de trabalho

Fonte: Os autores (2018).

A temperatura é avaliada como bom por 47% dos professores e 26% diz ser ótima. Por meio de visita técnica realizada no campo em estudo, foi possível verificar a existência de

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% Ilum inaçã o Ruído Tempe ratur a Higie nizaç ão Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo

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