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PERFIL DOS FEIRANTES COMERCIALIZANTES DE TOMATES DAS CIDADES DE PAU DOS FERROS E LUIS GOMES-RN

Yanka Venância Bezerra Alves1; Halison João Nobre de Souza1; Amanda Batista Vieira1;

Natiéli Piovesan2

1Discente do Curso Técnico em Alimentos, Instituto Federal do Rio Grande do Norte, Campus- Pau dos Ferros,

Br 405, Km 105, Bairro Chico Cajá, 59900-000, Pau dos Ferros, RN, Brasil.

2Docente do Curso Técnico em Alimentos, Instituto Federal do Rio Grande do Norte, Campus- Pau dos Ferros, Br

405, Km 105, Bairro Chico Cajá, 59900-000, Pau dos Ferros, RN, Brasil. E-mail do autor correspondente: yankabezerra98@gmail.com

RESUMO: O consumo de tomate no Brasil e no mundo é muito acentuado, seja ele in natura

ou processado. Mas diariamente todos nós enfrentamos, em nossas casas, com a perca desse alimento, devido a sua altíssima quantidade de água na sua composição química. Além disso, o tomate é revestido com uma fina película que resulta na sua fragilidade no manuseio. O objetivo do trabalho foi traçar o perfil dos feirantes que comercializam tomates nas feiras livres das cidades de Luís Gomes/RN e Pau dos Ferros/RN e, além disso, ter informações acerca do destino dos frutos que não são vendidos. O trabalho envolveu uma pesquisa de campo realizada junto a feirantes, os dados de campo foram coletados utilizando-se questionário com perguntas abertas e fechadas pertinentes ao perfil do feirante e comercialização dos produtos. Foi constatado que 73,9% dos entrevistados são do gênero masculino, 91% possuem de 41 a 60 anos de idade, 34,7% ainda não concluíram o ensino fundamental e 86% vivem exclusivamente da feira. Os feirantes entrevistados residem em sua maioria no próprio município e a maioria dos tomates comercializados são oriundos de Feira de Santana/BA.

Palavras–chave: Comercialização agrícola; Feirantes; Tomates.

INTRODUÇÃO

A grande busca por alimentos frescos, cultivados sem o uso, ou com o uso menos intensivo de defensivos agrícolas e preços mais acessíveis são os atrativos que levam muitas pessoas a preferirem as feiras livres. As feiras livres representam uma das formas mais antigas de comercialização de produtos agrícolas.

As feiras, normalmente acontecem em locais abertos, onde os feirantes, que geralmente são pequenos agricultores, comercializam hortaliças e frutas. Ainda que com o passar do tempo as feiras livres tiveram seu espaço reduzido pelo crescimento de outros canais de comercialização, como os supermercados, observa-se que, ainda hoje, este canal ainda desempenha um papel fundamental na consolidação econômica e social da agricultura familiar, sob a perspectiva do feirante, e socioeconômico cultural, sob a perspectiva do consumidor (GODOY e ANJOS, 2007b). Nas cidades de Luís Gomes e Pau dos Ferros, RN, recepciona feirantes que se distinguem por suas dimensões.

Um fator importante que ocorre para a popularização das feiras livres é o aumento da conscientização dos efeitos benefícios de uma alimentação rica em hortaliças e frutas na saúde humana. Sabe-se que o consumo insuficiente de frutas e hortaliças aumenta o risco de doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares e alguns tipos de câncer, e está entre os dez fatores de risco que mais causam mortes e doenças em todo o mundo (JAIME, 2007). E a preocupação com a estética tem sido uma das razões para o aumento do consumo de hortaliças e frutas.

O tomate é um alimento muito vendido por feirantes, o mais importante de todas as hortaliças, tanto pelo seu valor econômico quanto pelo o seu valor social, no exagerado número de empregos. O tomate é aclamado como fornecedor de benefícios à saúde, pois é fonte de muitas vitaminas, como a vitamina A, B1, B2, B3, B6 e C, possui baixa caloria e gordura, sendo muito nutritivo, pois é rico em sais minerais como potássio e magnésio, possuindo também cálcio, fósforo, ácido fólico e proteínas. Dentro de suas propriedades também consta elevados teores de licopeno, caroteno, tiamina e niacina (SILVA, 2006).

Este trabalho teve como objetivo traçar perfil de feirantes que comercializam tomates nas feiras livres das cidades de Luís Gomes e Pau dos Ferros, RN, e, além disso, obter informações sobre o destino dos tomates que não são vendidos.

MATERIAL E MÉTODOS

Inicialmente foi elaborado um questionário com perguntas abertas e fechadas pertinentes ao perfil dos feirantes sobre aspectos inerentes ao processo de comercialização. Após realizou-se uma entrevista com os feirantes dos municípios de Luís Gomes/RN e Pau dos Ferros/RN mediante a aplicação do questionário. Foram entrevistados 23 feirantes, sendo 14 de Pau dos Ferros e 9 de Luís Gomes. Os 23 feirantes, que contribuíram, foram bastante atenciosos ao ajudarem na pesquisa e responderam com sinceridade todos os itens do questionário.

O questionário utilizado neste trabalho foi elaborado para atender a demanda de projeto de pesquisa, que foi realizado entre os dias 22 e 23 de setembro de 2018, no período da manhã, com o intuito de conseguir matéria-prima para a fabricação da geleia de tomates, que serão doados pelos entrevistados com a intenção de reduzir o desperdício. Os dados obtidos foram tabulados em planilha eletrônica cujos resultados serão apresentados em ilustrações, objeto de análise.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com base na análise dos resultados do questionário referente ao perfil dos feirantes e sobre os aspectos do processo de comercialização observou-se que 73,9% dos entrevistados são do gênero masculino e 26,1% do gênero feminino (Figura 1), assim sendo, é possível concluir que a feira livre é uma atividade que abrange em sua maioria indivíduos do sexo masculino. Esse fato que pode estar relacionado a questões culturais, postos de trabalhos braçais historicamente, são predominantemente masculinos. O mesmo acontece com os cargos de poder, como afirma a economista e pesquisadora de gênero Tânia Fontenele, coordenadora do Instituto de Pesquisa Aplicada da Mulher.

Figura 1. Porcentagem do sexo dos feirantes entrevistados.

Com relação à idade dos feirantes entrevistados, constatou-se que 56% desses entrevistados possuem de 41 a 60 anos de idade, 34% de 21 a 40 anos, 4,34% de 41 a 60 anos e 4,34% 61 a 80 anos (Figura 2). Os resultados obtidos assemelham-se aos de Dias et al. (2017), o qual teve como objetivo traçar o perfil dos comerciantes da feira livre do município de Januária, MG.

Sobre a escolaridade dos feirantes entrevistados, foi constatado que 34,70% possuem o ensino fundamental incompleto, 17% apresentam ensino médio incompleto, 8,69% iniciaram um ensino superior, mas não finalizaram (Figura 3). O nível de escolaridade é um fator significante na inserção ao mercado de trabalho, segundo Cristiane Soares, pesquisadora da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, com um baixo grau de formação os trabalhadores de ambos os sexos costumam executar trabalhos mais braçais, sem a necessidade de muitas instruções, como é o caso dos feirantes, das domésticas e dos serventes de obra, existindo uma afinidade de ocupações.

O sustento de 86% desses feirantes é assegurado exclusivamente pela venda de frutas e hortaliças. Apenas 13% dos feirantes conseguem conciliar a feira com outras atividades (Figura 4), porém não tem sucesso em algumas delas, devido requerer uma dedicação e uma maior carga horária no caso da feira. O motivo seria a baixa produção financeira. Segundo os entrevistados trabalhar na feira não é uma tarefa fácil, mas a partir dela a maioria deles consegue adquirir o sustento da família.

Figura 4.Porcentagem sobre a forma do sustento dos feirantes entrevistados.

De acordo com os dados levantados com a população estudada analisou-se também o que os feirantes fazem com os tomates que sobram ou que não são vendidos durante a feira. Visualizou-se que 34,78% dos tomates são jogados fora, 26,08% são doados para algumas intistuições ou famílias, 21,73% são vendidos por um preço menor, somente 13,04% da matéria prima que é comercializada é reaproveitada e 4,34% é revendido (Figura 5). Percebe-se que há um grande desperdício de matéria prima que poderia ser reutilizada de maneira sustentável na produção de outros derivados como, extrato, sucos, geleias e etc. Conforme destaca Iracilma (2017), as feiras livres de São Paulo contribuem com mais de mil toneladas

de alimentos disperdiçados diariamante, que poderiam servir de alimento para cntenas de pessoas que vivem em condições de pobreza.

Figura 5. Porcentagem do destino dos tomates não comercializados nas feiras livres.

CONCLUSÃO

O perfil dos feirantes das cidades de Pau dos Ferros e Luís Gomes do Rio Grande do Norte apresenta grandes variáveis no que se refere a escolaridade e idade, embora grande parte

86,90% 13,10%

Vive, exclusivamente, dos lucros da feira Não, vive de outras atividades

34,78% 26,08% 21,73% 13,04% 4,34% Jogados fora Doados

não tenha nem o ensino fundamental completo, há indivíduos com ensino superior completo que atuam na área. No parâmetro faixa etária, a expressividade maior é de 41 a 60 anos. Em sua grande maioria os homens estão à frente nas feiras livres.

Na venda de tomates, matéria prima muito comum, o número de tomates jogados fora é consideravelmente grande se comparado ao número dos reaproveitados.

REFERÊNCIAS

DIAS, C. B. G.; PIMENTA, L. A.; MONT’ALVÃO, W. V.; QUEIROZ, T. G.; QUEIROZ, T. G. Perfil dos comerciantes da feira livre do município de Januária, MG. Anais do XXI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVII Encontro Latino Americano de Pós- Graduação, XI INIC Júnior e VII Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 2017.

GODOY, W. I.; ANJOS, F. S. O perfil dos feirantes ecológicos de Pelotas-RS. Revista Brasileira de Agroecologia, v.2, n.1, fev. 2007.

IRACILMA, S. S., ENIA M. F., JOSIMARA C. C. O. A ciência na cozinha: reaproveitamento de alimentos - Nada se perde tudo se transforma. Revista Experiência em ensino de ciências. Universidade Estadual de Roraima. V. 12, n. 4. Agosto de 2017.

JAIME, P. C.; MACHADO, F. M. S.; WESTPHAL, M. F.; MONTEIRO, C. A. Educação nutricional e consumo de frutas e hortaliças: ensaio comunitário controlado. Revista Saúde Pública, V. 41, n. 1. Fev. 2007

SILVA, João Bosco Carvalho da et al. Cultivo de Tomate para Industrialização. Brasília: Embrapa Hortaliças. 2006.

VELASCO, C. Diferença de salário médio de homens e mulheres pode chegar a quase R$ 1 mil no país, aponta IBGE. G1, 2017.

QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DO LEITE CRU COMERCIALIZADO NO

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