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LIVRO II – PARTE ESPECIAL – DECADÊNCIA TRIBUTÁRIA E SUA

3 CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO E DECADÊNCIA

3.2 Modalidades de lançamento tributário

3.2.1 Lançamento de ofício

Tem previsão legal no artigo 149 do Código Tributário Nacional:

Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:

I - quando a lei assim o determine;

II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária;

III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;

IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;

V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;

VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;

VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;

VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior;

IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.

Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.

Lançamento de ofício é aquele realizado integralmente pelo Fisco, dispensado o auxílio do contribuinte, uma vez que já dispõe de dados suficientes.

Podemos citar, como exemplo, o lançamento do Imposto Predial e Territorial Urbano. No caso do IPTU, o contribuinte, que não prestou nenhuma informação específica ao fisco, recebe em sua casa anualmente o carnê, com o respectivo lançamento, para que efetue o pagamento do imposto.

Como regra, a escolha da forma de lançamento não é aleatória, devendo levar em conta a natureza do tributo. Por isso, no caso do lançamento de ofício, o que se verifica na prática é que ele é mais adequado aos tributos que têm como fato gerador uma situação permanente (como a propriedade imobiliária, por exemplo), cujos dados constam de bancos de dados fiscais, de modo que basta à autoridade administrativa a consulta àqueles registros para que tenha à mão os dados fáticos necessários à realização do lançamento.

Os incisos do artigo 149 preveem, ainda, outras hipóteses em que deve ocorrer o lançamento de ofício. Vejamos:

Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:

I - quando a lei assim o determine;

II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária;

III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;

IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;

V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;

VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;

VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;

VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior;

IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.

Observa-se, entretanto, que tais casos não podem ser necessariamente considerados como hipóteses de lançamento originariamente de ofício, mas se referem sempre à correção de erros, fraudes, omissões e outros problemas em lançamentos que foram ou deveriam ter sido feitos anteriormente, inclusive em uma outra modalidade legal.

Assim, a depender das circunstâncias, todos os tributos podem eventualmente vir a ser lançados de ofício. Seja porque a lei determina que o lançamento seja feito originariamente de ofício, seja porque foi necessário o suprimento de uma omissão ou a correção de algum vício em lançamento anteriormente realizado.

Sobre as dificuldades do lançamento de ofício nos casos de aplicação da lei tributária em massa, Rafhael Frattari fez constatações históricas bastante interessantes e que merecem ser expostas. Para o autor, a partir da segunda metade do século XX, houve uma notável alteração na forma de exigência de tributos nos países desenvolvidos, que também se fez notar no Brasil, especialmente a partir dos anos setenta. O modus operandi do lançamento de ofício – tradicionalmente o mais utilizado – acabou restando dificultado, senão inviabilizado, pela massificação dos contribuintes, pelo desenvolvimento das atividades econômicas e pelo aumento da complexidade nas relações empresariais e sociais, que acabaram refletindo, por óbvio, no Direito Tributário.

Assim, nas palavras do próprio Autor:

[…] pôs-se a Administração Pública a exigir a maior parte dos tributos de acordo com procedimento já previsto entre nós pelo Código Tributário Nacional: o ‘lançamento por homologação’, pelo qual se imputa aos sujeitos passivos tarefa anteriormente pertencente ao aparelho de fiscalização […] Em suma, o agir estatal deixou de ser previamente necessário ao cumprimento do dever tributário, que passou a ser identificado e cumprido pelos próprios administrados, por sua conta e risco.126

Ainda de suas lições depreende-se que, embora a forma impositiva já fosse prevista pela legislação pátria desde a década de 60, somente a partir dos anos 70 do século passado que ela tornou-se preponderante, de modo que o lançamento de ofício, que era regra, passou a ser exceção.