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Elisângela Campos Damasceno Sarmento1

Fernanda Viana de Castro2

1Professora do IFPI – Campus Paulistana (Brasil) 2Professora do IFPI – Campus Paulistana (Brasil) E-mails: elisceno@ifpi.edu.br, prof.nanda@ifpi.edu.br

RESUMO

A evasão escolar configura-se, no cenário educativo contemporâneo, como um dos principais problemas das ins- tituições de Educação Básica e Profissional, notadamente, os Institutos Federais. A presente investigação apresenta como objetivo analisar os fatores individuais, internos e externos que interferem na permanência dos alunos dos Cursos Téc- nicos Integrados ao Médio do IFPI – Campus Paulistana, es- pecificamente os 1ºs. anos de Administração, Agropecuária e Mineração. A metodologia pauta-se num processo de moni- toramento dos referidos discentes nas supracitadas turmas, observando o número de evasão, o rendimento escolar e o acompanhamento individual. Ressalta-se que esta pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso, de caráter quanti- -qualitativo e sinaliza como resultados iniciais, verificados durante o primeiro bimestre do ano letivo de 2018, excetuan- do os estudos e avaliações de recuperação paralela, que os fatores externos tiveram limitada relevância, considerando o universo de 7 evasões (3, no curso de Administração; 3, no de Agropecuária e 1, no de Mineração), uma vez que somente 1 O escritor uruguaio Eduardo Galeano aponta a uto-

pia como algo a ser buscado, ainda que impossível de se al- cançar. Caminhamos rumo ao horizonte, enquanto ele se move se distanciando de nós. Apesar disso, não deixamos de caminhar. O Programa Permanência e Êxito desafia a todos os envolvidos e comprometidos com a educação a seguir na busca de respostas e ao encontro de soluções que, além de reduzir os altos índices, oportunizem experiências de cons- trução efetiva de conhecimento.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Educação. Aprova o projeto do Progra- ma Permanência e Êxito dos estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha. Resolução Consup nº 178 de 28 de Novembro de 2014

DORE, Rosemary; SALES, Paula Elizabeth Nogueira; CASTRO, Tatiana Lage de. Evasão nos cursos técnicos de nível médio

da rede federal de educação profissional de Minas Gerais.

In: DORE, Rosemary; ARAÚJO, Adilson César de; MENDES, Josué de Souza. Evasão na educação: estudos, políticas e pro- postas de enfrentamento, organizadores. _ Brasília : IFB/CE- PROTEC/RIMEPES, 2014.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Plano de Desenvolvimento Insti- tucional IFFar 2014-2018.

PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regula-

ção das aprendizagens – entre duas lógicas. Tradução de Pa-

trícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. VEEN, W. e VRAKKING, Ben. Homo Zappiens: educando na era

Nesse sentido, a instituição como um todo (gestão, equipe multidisciplinar, professores e alunos) deve elaborar um planejamento estratégico eficaz, capaz de evitar ou ate- nuar os índices de evasão, para que, assim, adolescentes e jovens não sejam vilipendiados quanto ao direito constitu- cional de uma educação de qualidade.

Desse modo, esta pesquisa representa um contributo à elucidação dessa problemática no IFPI – Campus Paulistana, com vistas a um diagnóstico que se aproxime do real contexto em que se inserem as turmas dos 1ºs. anos dos Cursos Técni- cos Integrados ao Médio (Administração, Agropecuária e Mi- neração) quanto à compreensão dos fatores individuais, inter- nos e externos que interferem na permanência desses alunos. Sendo assim, esta pesquisa apresenta como objetivo analisar os fatores individuais, internos e externos que interfe- rem na permanência dos alunos dos Cursos Técnicos Integra- dos ao Médio do IFPI – Campus Paulistana, especificamente os 1ºs. anos de Administração, Agropecuária e Mineração.

Diante do exposto, vale realçar que a presente pesqui- sa justifica-se em face da relevância socioeducativa e científica do tema em apreço, haja vista a busca de respostas para a aná- lise dos fatores (individuais, internos e externos) que influen- ciam a evasão escolar nas turmas dos 1ºs. anos dos Cursos Técnicos Integrados ao Médio do IFPI – Campus Paulistana.

Portanto, o leitor atento poderá acompanhar um tra- balho criterioso sobre a evasão escolar, conhecendo a fun- damentação teórica que o sustenta, além de dialogar com os resultados da pesquisa como forma de aguçamento crítico- -reflexivo frente ao tema.

aluno se enquadra nessa variável. Aponta-se, ainda, que os demais casos de evasão escolar (05 alunos) ocorreram em ra- zão de fatores individuais e internos que, no IFPI – Campus Paulistana, entrelaçaram-se, visto que, em conversa com os alunos evadidos, estes revelaram baixa autoestima e, conse- quentemente, reduzida motivação para enfrentar os desafios da aprendizagem, enfatizando, também, que, para eles, o en- sino da instituição é muito complexo, com uma quantidade excessiva de disciplinas, pesada carga horária e inúmeros conteúdos a serem assimilados, o que dificulta a aprendiza- gem discente, em virtude da falta de nivelamento intelectual e hábito com esse novo sistema de ensino que se contrasta com o modelo do Ensino Fundamental anteriormente viven- ciado por esses estudantes. Portanto, medidas interventivas imediatas devem ser tomadas, para que a evasão seja miti- gada. Isso posto, destaca-se que diagnósticos tardios difi- cultam o processo deliberativo, interventivo e produtivo no combate à evasão escolar.

Palavras-chave: Evasão escolar, Educação Básica e Profissio-

nal, Fatores individuais, internos e externos.

INTRODUÇÃO

Considerando que a visão institucional do IFPI – Campus Paulistana perpassa a intenção de se configurar, no cenário nacional, como uma instituição de excelência em to- dos os níveis e modalidades de ensino, comprometida com a transformação social, fundamentada na ética e na cidadania, o tema da evasão escolar torna-se bastante pertinente, visto que um processo de exclusão se instaura, quando discentes dos Cursos Técnicos Integrados ao Médio (Administração, Agropecuária e Mineração) abandonam a instituição.

Desse modo, a conscientização é o primeiro passo na realização das intervenções na escola, a fim de possibi- litar a obtenção de resultados positivos, tendo em vista a permanência e o êxito dos alunos. Conforme Freire (2008), o homem não pode participar ativamente na história, na so- ciedade e na transformação, se não é auxiliado a tomar cons- ciência da realidade de sua própria capacidade para transfor- má-la. Nesse contexto, é preciso fazer dessa conscientização o primeiro objetivo da intervenção escolar, provocando uma atitude crítica e de reflexão, que comprometa a ação.

Na tomada de consciência, objetiva-se que os envol- vidos no processo escolar disponham do entendimento de que tomar consciência é bem diferente de conscientização. Para Freire (2000), a conscientização consiste no desenvol- vimento crítico da tomada de consciência. A conscientiza- ção implica, pois, que se ultrapasse a esfera espontânea de apreensão da realidade, para se chegar a uma esfera crítica na qual a realidade se dá como objeto cognoscível e na qual o homem assume uma posição epistemológica. Além disso, o autor faz importantes colocações que auxiliam na tomada de consciência, com vistas a intervenções que possibilitem o senso crítico do aluno, a fim de que, apropriando-se da ideia de “ser mais” (FREIRE, 2001), adquira a consciência de que o ser humano é inacabado e, portanto, em constante processo de desenvolvimento intelectual e social.

Na visão de Freire (2001), pode-se trabalhar o as- pecto motivacional na escola, mas, para que o aluno sinta- -se motivado, dependerá somente do reconhecimento deste acerca da importância do conhecimento. Salienta-se que, nesta pesquisa, o aspecto motivação é considerado um fator individual que pode fomentar ou não a permanência do dis- cente na escola.

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