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EM QUÍMICA DO IFMA: A

PERMANÊNCIA EM FOCO

Suane Kelle Pinheiro Bastos Matheus Henrique da S. Ribeiro Alberico Francisco do Nascimento Kiany Sirley Brandão Cavalcante

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão Filiação (Brasil) E-mails: suane.kpb@gmail.com; matheushenrique1396@hotmail.com; alberico@ifma.edu.br; kiany@ifma.edu.br

RESUMO

A evasão na educação superior tem sido um proble- ma desafiador às gestões acadêmicas, que traz prejuízo as Instituições de Ensino Superior (IES) e toda sociedade. Por esse motivo, as IES tem tido a preocupação de desenvolver projetos educativos e pedagógicos que lhes permitam com- bater a evasão e ao mesmo tempo conquistar melhores re- sultados. Diante desse cenário, este trabalho se sustenta na problemática: Quais as influências e vantagens da prática da monitoria para permanência do futuro professor de Quími- ca? Há diversas razões que corroboram com a evasão, assim como com a permanência dos alunos no curso, como é o caso da monitoria. Este trabalho analisou as contribuições da monitoria para a permanência do acadêmico de licencia- tura em Química do IFMA, Campus São Luís - Monte Castelo. O trabalho foi realizado por meio de consultas bibliográficas e aplicação de questionários com alunos que atuaram como monitores de disciplinas experimentais do curso em 2016 e 2017. Os resultados demonstram que a monitoria, como ati- vidade formativa, contribui para o aperfeiçoamento da qua-

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Para Cislaghi (2008), o estudo do fenômeno da eva- são discente em IES brasileiras ainda é uma área de pesqui- sa com pouca visibilidade na produção científica, mas que vem crescendo nos últimos anos. Em relação à permanência dos acadêmicos, segundo o mesmo, cabe a situação na qual o estudante mantém interesse, a motivação e encontra na instituição de ensino condições favoráveis para permanecer frequentando o curso no qual ingressou.

Segundo estudiosos como Ristoff (1999) a evasão não é exclusão, mas mobilidade, não é fuga, não é desperdí- cio mas investimento e tão pouco fracasso do professor, do curso ou da instituição mas tentativa de buscar o sucesso ou a felicidade. Para Veloso (2001) a evasão se dar pela condição financeira do estudante.

Sabe-se que existem diversas razões que podem levar a evasão acadêmica, assim como, também a permanência de estudantes. Diante desse cenário, muitas instituições de ensi- no, assim como o IFMA investem na monitoria, por ser consi- derada uma ação incentivadora a formação de professores ao proporcionar aos estudantes a vivência à docência além de ser um mecanismo de aperfeiçoamento da qualificação dos estudantes numa consoante aprendizagem ativa, construtiva e significativa, estimulando o interesse e inserção de novos saberes que venham possibilitar a conclusão do curso.

Segundo Souza e Gomes (2015), a monitoria contri- bui para o combate a evasão acadêmica ao diminuir a lacuna existente entre o nível de conhecimento que é exigido pelo curso de graduação e a capacidade que o estudante tem de gerar conhecimento por si próprio.

No IFMA, Campus São Luís Monte Castelo, o pro- grama de monitoria foi implantado em 2008. Acadêmicos do curso de Licenciatura em Química, assim como outros cursos lificação dos alunos proporcionando uma aprendizagem ati-

va, construtiva e significativa, estimulando a aprendizagem e, no caso das licenciaturas, a vivência à docência. Possibi- litou aos alunos o enriquecimento do conhecimento quími- co, estimulou a sua formação crítica dos saberes da docência superior e consequentemente a sua permanência no curso.

Palavras-chave: Monitoria, Permanência, Evasão Acadêmica.

INTRODUÇÃO

Historicamente, a evasão escolar integrasse aos desa- fios da educação brasileira não apenas ao ensino médio, como também no ensino superior. Este abandono traz prejuízo às instituições de ensino e a sociedade como um todo gerando indicadores negativos para a educação. As instituições de en- sino superior preocupadas com o descaso e o abandono na educação têm desenvolvido projetos educativos e pedagógi- cos que lhes permitam conquistar a confiança e credibilidade dos estudantes, têm investido em estratégias motivadoras e estimuladoras de aprendizagem, como a monitoria.

A monitoria acadêmica vista como fonte de saberes à docência superior no ponto de vista de Dantas (2014), tem se caracterizado como inovadora à formação de professores mediante as suas atividades desenvolvidas e a relação teoria e prática, configurando-se em trabalhos curriculares, contri- buindo na formação crítica na graduação, e despertar o inte- resse pela docência na educação superior.

Como espaço de formação, ela contribui para a construção da identidade profissional do acadêmico e para o exercício da docência na educação superior. Este incentivo à docência agrega valores ao processo de ensino e aprendi- zado, desenvolvimento do saber, motivação e redução dos índices de evasão. (SANTOS; LINS, 2007)

lares para a formação de Professores da Educação Básica, entende-se que é imprescindível a instituição de tempo e espaços curriculares diversificados, como por exemplo: con- gressos, seminários, oficinas, grupos de pesquisa, atividades de extensão, aprendizado de novas tecnologias de comuni- cação e ensino, visitas técnicas, entre outros, assim como a monitoria possibilitando o exercício das diferentes compe- tências a serem desenvolvidas.

A monitoria vista como contribuinte dessa formação e estimuladora de múltiplos saberes vem despertar o inte- resse pela docência. Neste contexto, o Projeto Pedagógico Institucional-PPI do IFMA (2016) no que cabe a Política de Atendimento ao Discente, ao dispor o Programa de Monito- ria como estratégia institucional para melhoria do processo ensino e aprendizagem, que por meio de experiências peda- gógicas e de cooperação mútua entre discentes e docentes fortalece a articulação entre teoria e prática, favorecendo em vários aspectos a integração curricular. Nesse sentido, o refe- rido PPI do IFMA (2016) ressalta que: “A assistência ao edu- cando objetiva a implementação de ações de combate à eva- são e a retenção escolar, em que os profissionais diretamente ligados ao atendimento discente devem promover ações de diagnóstico e intervenção, compreendendo que estes fenô- menos são resultado de múltiplos determinantes, que den- tre eles estão às condições socioeconômicas e psicossociais.” Diante desse cenário, a monitoria como programa de assis- tência estudantil torna-se fundamental para oportunizar ao discente a permanência na escola.

Já o Plano de Desenvolvimento Institucional (2014- 2018) torna pertinente em sua política, a função de ensi- no, além da preocupação com o oferecimento de cursos e o desenvolvimento de propostas para formação acadêmica superiores do IFMA, Campus São Luís Monte Castelo, mani-

festam interesse na oferta de vagas, para monitoria com bol- sa e monitoria voluntária, ofertadas pela Diretoria de Ensino Superior do Campus com base no que dispõe a Resolução nº 42/2008 do Conselho Diretor do CEFET-MA, alterada pela Re- solução nº 05/2009 da Reitoria do IFMA em que fica disposto:

Art.2º-A. Serão admitidas duas categorias de monitores que farão parte concomitante de um mesmo programa de monitoria: I-A dos bolsis- tas, com retribuição financeira a título de incen- tivo; e II-A dos voluntários, destinada àqueles alunos que tiveram interesse pelo exercício da monitoria sem nenhuma compensação finan- ceira. Art.6º-A Seleção será mediante provas de conhecimentos específicos através de dis- sertação de um tema, sorteado entre 5 (cinco) temáticas no momento da realização da prova. Parágrafo primeiro – Monitores Voluntários e Monitores Bolsistas serão submetidos, rigorosa- mente, a um mesmo processo seletivo, cabendo às vagas primeiras aos bolsistas e as vagas rema- nescentes aos voluntários, conforme seja o total de vagas ofertadas (CEFET-MA, 2009, p. 2,3).

De acordo com o Projeto Pedagógico do Curso de li- cenciatura (2005), no que diz respeito às concepções e prin- cípios pedagógicos fala que:

O espaço da formação possibilitará aos futu- ros professores experiências de aprendizagem que integrem a teoria e a prática profissional, sugere as fragmentações curriculares pela via da interdisciplinaridade onde, professores em formação e professores formadores poderão vivenciar um trabalho coletivo, solidário e inte- rativo (CEFET, 2005, p. 19).

Em relação às Atividades Acadêmicas independentes de estudo e trabalho, comungada com as Diretrizes Curricu-

ca, que consistia no auxílio em aulas práticas realizadas nos laboratórios de Química do Campus em 2016 e 2017.

A coleta de dados foi realizada respeitando os cri- térios éticos e preservando os dados dos participantes. Um questionário com 7 (sete) questões abertas foi aplicado para investigar, sobretudo aspectos relacionados as influências das atividades do programa na permanecia ou abandono do curso, conforme sequência abaixo:

1. Você ingressou no curso de licenciatura em química em qual período?

2. or que você escolheu esse curso? Ele atende as suas expectativas? Justifique. 3. Desde o seu ingresso no curso, você pensou em desistir? Por quê? 4. Você ingressou no

programa de monitoria em qual período? Qual a sua modalidade (bolsista/voluntário)? 5. Qual(is) foi(ram) a(s) principal(is) motivação(ões) que levou(aram) você a ingressar no programa de monitoria? 6. Essa(s) motivação(ões) alterou (am) com o tempo? Justifique. e profissional, o desenvolvimento de programa de acompa-

nhamento por equipe multiprofissional, vinculada aos coor- denadores de curso o combate à evasão, a retenção e incentivo à conclusão/diplomação, de modo a democratizar as condi- ções de permanência, minimizar os efeitos das desigualda- des sociais, reduzir as taxas de evasão e promover a inclusão social. Outras atividades estruturadas visam à prevenção da evasão nos cursos do IFMA. O diagnóstico dos principais fa- tores que levam a evasão, bem como a proposição de ações para o seu combate, fazem parte do Plano Institucional de Prevenção e Combate da Evasão e Retenção Escolar, cuja im- plantação tornou-se iminente diante do Acórdão nº 506, de 2013, do Tribunal de Contas da União (TCU).

Diante desse cenário esse trabalho tem como foco discorrer sobre as influências e vantagens da prática da mo- nitoria no processo de evasão e permanência de estudantes no Curso de Licenciatura em Química, no IFMA, Campus São Luís Monte Castelo, bem como analisar suas contribui- ções para a permanência do aluno ao processo de formação inicial destes futuros professores.

METODOLOGIA

O presente trabalho caracteriza-se como uma pes- quisa qualitativa define-se como estudo de caso, visando uma pesquisa interpretativa da realidade dos acadêmicos do Curso de Licenciatura em Química no âmbito do Programa Monitoria no IFMA, Campus São Luís Monte Castelo.

O universo de investigação foi o IFMA Campus Mon- te Castelo e os sujeitos participantes desta pesquisa foram 8 (oito) monitores nas modalidades bolsista e voluntário, e a coordenação do curso, durante a atuação em disciplinas ex- perimentais de Química do curso de Licenciatura em Quími-

No curso de Licenciatura em Química, as vagas são ofertadas para as disciplinas experimentais, como Química Geral Experimental I e II; Química Analítica Experimental I e II; Química Inorgânica Experimental; Físico-Química Expe- rimental I e II e Química Orgânica Experimental, com base nas disciplinas previstas na matriz curricular para o semestre corrente. Os dados da Tabela 2 demostra um aumento no nú- mero de monitores, a partir de 2015 quando iniciou a oferta de vagas semestralmente, oportunizando a vivência a docên- cia onde eles irão aprender a tomar determinadas decisões perante as suas frustações e alegrias diante das experiências vividas na monitoria. Desta forma, observa-se que parte do aluno o interesse em participar da monitoria, pois segundo Silva e Belo (2012) a monitoria acadêmica é muitas vezes su- butilizada ou menosprezada por parte de alguns alunos, que rejeitam ou não dão o devido valor a este suporte acadêmi- co que é oferecido como manobra para melhorar o desem- penho acadêmico. Para Schön (2000), um estudante pode refletir sobre suas ações com o objetivo de descobrir aquilo que ajuda ou prejudica sua aprendizagem. Cruz (2014 p. 2) o conhecimento na ação é o componente que está diretamen- te relacionado com o saber-fazer [...] a reflexão sobre a ação consiste em pensarmos retrospectivamente sobre o que fize- mos, almejando descobrir como nosso ato de conhecer-na- -ação pode ter contribuído para um resultado inesperado. 7. Participar da monitoria

influenciou na sua permanência ou abandono do curso?

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