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CAPÍTULO II A EDUCAÇÃO INTEGRAL COMO POLÍTICA PÚBLICA

2.3 O direito à educação integral no PNE (2014-2024): uma análise de

3.1.1 Os municípios da RMC

De acordo com os dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE)14, no ano de 2018, a população do estado de São Paulo foi

estimada em 43.993.159 habitantes, enquanto que na RMC foram contabilizadas 3.123.180 pessoas, cerca de 7% daquele total. Neste mesmo ano, a área ocupada pelo estado foi de 248.219,63 km², enquanto que a RMC abrangeu 3.791,79 km² de área.

Considerando o número de habitantes e a área ocupada pelos mesmos, a região caracterizou-se por elevada taxa de densidade demográfica, ou seja, 823,66 habitantes por km², se comparada à do estado de São Paulo que foi de 177,23 habitantes/km². Da mesma forma, o grau de urbanização da região, 97,57%, superou ao aferido no estado, 96,42%, sendo que menos de 3% da população encontrava-se em áreas rurais da RMC.

Os indicadores de população, área ocupada, densidade demográfica e o de grau de urbanização de cada um dos municípios que integram a RMC são apresentados no Quadro 4.

Quadro 4 - População, área, densidade demográfica e grau de urbanização dos municípios da RMC

(2018)

Localidades População Área

(em km²) Densidade demográfica (habitantes/km²) Grau de urbanização (em %) Americana 229.283 133,91 1.712,22 99,53 Artur Nogueira 51.092 178,03 286,99 90,54 Campinas 1.158.944 794,57 1.458,58 98,28 Cosmópolis 68.838 154,67 445,06 92,87 Engenheiro Coelho 19.628 109,94 178,53 75,58 Holambra 13.901 65,58 211,97 82,79 Hortolândia 222.649 62,42 3.566,95 100 Indaiatuba 235.964 311,55 757,39 98,99 Itatiba 114.835 322,28 356,32 86,63 Jaguariúna 53.018 141,39 374,98 98,1 Monte Mor 57.423 240,57 238,70 95,25 Morungaba 12.958 146,75 88,30 89,32 Nova Odessa 56.767 73,79 769,30 98,37 Paulínia 100.915 138,78 727,16 99,91 Pedreira 45.618 108,82 419,21 99,16

Santa Bárbara d'Oeste 187.109 271,03 690,36 99,21

Santo Antônio de

Posse 22.424 154,13 145,49 95,01

Sumaré 275.147 153,47 1.792,84 98,82

Valinhos 121.809 148,54 820,04 95,54

Vinhedo 74.858 81,60 917,38 96,86

Fonte: Fundação SEADE, 2018.

Conforme os dados do Quadro 4, a distribuição populacional foi variada: cinco municípios com até 50.000 habitantes; seis localidades situando-se na faixa de 50.001 a 100.000; quatro no intervalo entre 100.001 e 200.000; e cinco municípios com mais de 200.000 habitantes. O município menos populoso foi Morungaba, com 12.958 habitantes e, no outro extremo, Campinas, com 1.158.944. Os cinco municípios mais populosos, todos com mais de 200.000 habitantes, em ordem

decrescente foram: Campinas, Sumaré, Indaiatuba, Americana e Hortolândia. Em ordem crescente, os municípios menos populosos, não atingindo 50.000 habitantes, foram: Morungaba, Holambra, Engenheiro Coelho, Santo Antônio de Posse e Pedreira. Essa dinâmica populacional pode ser explicada, dentre outros fatores, pelos processos de industrialização, responsáveis pela imigração interna no estado de São Paulo (GANZELI et al., 2015).

As áreas de cada um dos municípios podem ser explicadas por razões históricas e pelos desdobramentos ocorridos ao longo do tempo (GANZELI et al., 2015). Assim, os cinco municípios com maiores áreas territoriais, em ordem decrescente foram: Campinas, Itatiba, Indaiatuba, Santa Bárbara D’Oeste, e Monte Mor. No outro extremo, com as menores áreas, foram relacionados, em ordem crescente, cinco municípios: Hortolândia, Holambra, Nova Odessa, Vinhedo e Pedreira.

A densidade demográfica é considerada como o resultado da razão entre o número de habitantes de uma unidade geográfica num dado momento e a área dessa mesma unidade, obtendo-se, assim, habitantes/km² (SEADE, 2018). Na RMC, os cinco municípios mais densamente povoados, em ordem decrescente, conforme dados do Quadro 4, foram: Vinhedo (917,38), Campinas (1.458,58), Americana (1.712,22), Sumaré (1.792,84) e Hortolândia (3.566,95). Na outra extremidade, encontram-se os cinco municípios menos densamente povoados, relacionados em ordem crescente: Morungaba (88,30), Santo Antônio de Posse (145,49), Engenheiro Coelho (178,53), Holambra (211,97) e Monte Mor (238,70). A densidade demográfica do estado de São Paulo foi de 177,23 habitantes por km², sendo que apenas dois municípios da região em tela ficaram aquém deste índice, consequentemente, pode-se afirmar que a RMC apresentou um alto índice em relação a esse quesito.

O grau de urbanização refere-se ao “percentual da população urbana em relação à população total” (SEADE, 2018). Os dados do Quadro 4 revelaram que, no ano de 2018, a RMC apresentou um elevado grau de urbanização sendo que mais de 90% da população de dezesseis municípios encontrava-se na área urbana. O município de Hortolândia, altamente industrializado, não registrou habitantes na área rural, apresentando o maior grau de urbanização entre os municípios da região, ou seja, 100% urbanizado.

Na sequência, são apresentados os indicadores relativos à condição de vida da população, quais sejam, o índice paulista de responsabilidade social (IPRS), o índice de desenvolvimento humano (IDHM) e a renda per capita.

Quadro 5 - Condições de vida da população em municípios da RMC (2010)

Localidades Índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM) Índice paulista de responsabilidade social (IPRS) Renda per capita (em reais correntes) Americana 0,811 Grupo 1 996,71

Artur Nogueira 0,749 Grupo 3 661,52

Campinas 0,805 Grupo 2 1.135,29

Cosmópolis 0,769 Grupo 3 703,59

Engenheiro Coelho 0,732 Grupo 2 616,17

Holambra 0,793 Grupo 1 1.014,47

Hortolândia 0,756 Grupo 1 552,57

Indaiatuba 0,788 Grupo 1 931,09

Itatiba 0,778 Grupo 1 884,00

Jaguariúna 0,784 Grupo 1 854,67

Monte Mor 0,733 Grupo 2 548,32

Morungaba 0,715 Grupo 3 667,29

Nova Odessa 0,791 Grupo 1 733,41

Paulínia 0,795 Grupo 1 974,57

Pedreira 0,769 Grupo 3 687,97

Santa Bárbara d'Oeste 0,781 Grupo 1 730,23

Santo Antônio de Posse 0,702 Grupo 1 588,32

Sumaré 0,762 Grupo 1 668,49

Valinhos 0,819 Grupo 1 1.247,87

Vinhedo 0,817 Grupo 1 1.308,22

Fonte: Fundação SEADE, 2018.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) é o “indicador que sintetiza três aspectos do desenvolvimento humano: vida longa e saudável, acesso a conhecimento e padrão de vida, traduzidos nas dimensões de longevidade,

educação e renda” (SEADE, 2018). De acordo com a fonte indicada, quanto mais próximo de 1 (um), maior o desenvolvimento humano no município, sendo os indicadores classificados em cinco categorias: muito alto (de 0,800 a 1,000), alto (de 0,700 a 0,799), médio (de 0,600 a 0,699), baixo (de 0,500 a 0,599) e muito baixo (de 0,000 a 0,499).

No ano de 2010, o IDHM apurado no estado de São Paulo foi de 0,789, indicando um alto índice de desenvolvimento humano. No que diz respeito aos municípios da RMC, observa-se no Quadro 5 que quatro deles possuíam um IDHM muito alto, Valinhos (0,819), Vinhedo (0,817), Americana (0,811) e Campinas (0,805). Os dezesseis outros encontravam-se na faixa de IDHM denominada alta, ou seja, o índice apurado localizava-se entre 0,700 e 0,799.

O índice paulista de responsabilidade social (IPRS) sintetiza a situação municipal no que diz respeito à riqueza, escolaridade e longevidade. A partir da combinação desses três indicadores, os municípios são classificados em cinco grupos, numerados de 1 a 5, em que o primeiro apresenta melhor nível e o quinto, o pior.

Os municípios da RMC, no ano de 2010, situavam-se nos três primeiros grupos, assim, encontravam-se no grupo 1 os municípios que apresentaram elevado nível de riqueza e bons níveis de indicadores sociais; no grupo 2 aqueles que, embora com níveis de riqueza elevados, não apresentaram bons indicadores sociais; por fim, no grupo 3, encontravam-se os municípios com nível de riqueza baixo, mas com bons indicadores sociais (SEADE, 2018). O grupo 1 compreendeu treze dos vinte municípios da região, ou seja, 65% do total. O grupo 2 abrangeu três municípios, Campinas, Engenheiro Coelho e Monte Mor, e, no grupo 3, ficaram Artur Nogueira, Cosmópolis, Morungaba e Pedreira.

Na última coluna do Quadro 5 estão os dados relativos à renda per capita de cada um dos municípios, no ano de 2010. Nove dos vinte municípios apresentaram renda superior à apurada no estado de São Paulo, que foi de R$ 853,75, sendo que, nos demais, ou seja, em onze localidades, a renda estadual superou a municipal. Os cinco municípios com menores rendas, em ordem decrescente, foram: Artur Nogueira, Engenheiro Coelho, Santo Antônio de Posse, Hortolândia e Monte Mor. Vinhedo apresentou a maior renda, no valor de R$ 1.308,22 e a menor foi apurada em Monte Mor, no valor de R$ 548,32.

As informações dos municípios da RMC relativas à população, à área, ao grau de urbanização e àquelas relacionadas à condição de vida da população apresentadas neste item do capítulo podem favorecer a compreensão dos dados educacionais que serão tratados no próximo item.