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PRÁTICA DOCENTE

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CAPÍTULO III ANÁLISES DAS ENTREVISTAS

3.4 ANÁLISE CONJUNTA DOS PROFESSORES

3.4.2 PRÁTICA DOCENTE

Pensando nas atitudes práticas docentes em sala de aula que pressupõem a formação humana, os professores Seis, Oito e Nove, trabalham no sentido de crescimento pessoal do aluno.

A professora Seis procura trabalhar textos atualizados que se relacionem às necessidades do mercado de trabalho, e também procura inculcar-lhes o CHA. Ela afirma:

Eu falo muito do CHA hoje para eles, e o CHA é conhecimento habilidade e atitude. Atitude é a parte comportamental, então nós temos trabalhado isso, por que não adianta você ter alta formação técnica, mas você não ter essa parte humana, de enxergar as pessoas como um todo, de ter essa percepção de líder, que precisa ter, de gestor de pessoas.

O professor Oito utiliza a sua própria formação no desenvolvimento do seu trabalho em sala de aula. Segundo ele, esta atitude se reflete em bons resultados com os alunos. Ele diz:

E o que eu disse anteriormente, passo a ter muitos resultados, por que as pessoas acabam, à medida que eu desenvolvo todo um conteúdo, elas conseguem já imediatamente fazer essa aplicação. E falam: olha, professor me conduzi dessa e dessa maneira com aquela criança. Antes eu fazia assim e a passei a compreender melhor.

Para a professora Nove existem professores que em sua prática docente promovem o crescimento do aluno, mas segundo ela, esta prática se limita a poucos docentes. Ela relata:

Mas existem exceções, nas quais o professor coloca como principal objetivo o crescimento do aluno. Dentro desse crescimento, independente de um foco voltado para a questão humana, ele acaba obtendo esse resultado também. Eu acho que é possível, sim, existe, que acontece, mas em número bastante reduzido de professores.

Os professores Um, Quatro e Cinco, embora com práticas diferentes, procuram desenvolver em seus alunos o potencial crítico e o espírito investigativo.

A professora Um, procura instigar seus alunos com questionamentos, como ela diz:

Eu sempre trabalho centrado em aula dialógica, sempre estimulo muito a pergunta, sempre procuro fazer questionamento. Sempre gosto de deixar uma pulguinha atrás da orelha. Eu nunca termino uma aula esgotando um assunto. Sempre termino uma aula deixando um questionamento. Deixando o aluno envolvido com alguma dúvida.

O Professor Quatro acredita que é possível formar o aluno que possa ter um olhar diferente sobre a escola, uma outra forma de compreender a educação, sem se tornar um aluno “chato”. Ele afirma: “Ser crítico é outra coisa, é uma outra postura frente à realidade. E é essa a minha busca”.

Para o professor Cinco a formação humana acontece quando, em sua prática, ele faz um recorte com a preocupação do ser humano, com a visão de homem, pois isso interfere na visão de educação para o aluno. Ele relata:

De discutir a teoria da filosofia e aplica-la à educação, mas com recorte com essa preocupação humana. Eu acho que o recorte é com a preocupação com o ser humano, com a visão de homem. Independente das linhas dos pensadores, mas eu faço um recorte sobre a compreensão de homem em Platão, Aristóteles... Isso implicaria até na postura de professor, independente da linha na compreensão de homem que se tem, isso interfere na visão de educação que vão ter.

As professoras Três e Sete trabalham a formação humana quando tentam entender os alunos e suas dificuldades, embora para a professora Sete trazer elementos do cotidiano da escola também é muito importante para que o professor universitário não saia da realidade.

A professora Três relata:

Será que de repente na universidade que nós temos, com o nível dos alunos que nós estamos recebendo que é fruto de um sistema educacional já muito complicado, que são fruto da progressão continuada. Alunos que não sabem ler, escrever e

que vão se tornar pedagogos, que vão alfabetizar ensinar outros a ler e escrever. Até que ponto eu posso me aprofundar em algumas questões filosóficas com eles? Que eu posso trazer um autor que vai ver a realidade de uma forma mais nua e crua para que ele perceba em que sistema ele está. E será que eu também vou dar conta disso.

A professora Sete afirma ao ser indagada sobre a sua prática:

Com alunos que têm uma realidade extremamente dura, trabalham o dia inteiro e vêm para a faculdade à noite. Isso é fundamental ter clareza, de quem são esses alunos aqui na Faculdade Sete. São alunos que têm uma parca formação escolar, escrevem com uma enorme dificuldade.

Ela continua:

Eu acho fundamental para um professor da minha área estar em contato constante com o cotidiano escolar, educacional. Então eu dou aula também para ter isso. O tempo inteiro eu estou trazendo esses elementos do cotidiano, que de fato acontecem comigo também para dentro da disciplina.

A Professora Dois trabalha numa linha mais da prática. Ela diz:

Eu acho que a prática se reflete exatamente na questão da teoria e da prática. Tem que mostrar o que é fazer na experiência, mostrando como deveria ser para ver se eles enxergam.

Para a professora Dez, a formação humana se reflete em sua prática quando ela se preocupa com o relacionamento do outro em seu trabalho, conforme ela afirma:

Para mim, independente da disciplina, a preocupação com a formação humana envolve a preocupação com como este profissional se relacionará no trabalho com outros seres humanos, com outro sujeito. Em metodologia de matemática, por exemplo, falamos das habilidades dos outros, de como conduz o processo de ensino aprendizagem, como eu mediarei o processo que envolve o outro, não é um processo que parte de mim, para eu mesma, é um processo que considera o outro.

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