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155quanto ao tempo de trabalho na clínica psiquiátrica a média foi de 23,

anos e 12, 2 anos, para enfermeiros e técnicos, respectivamente. Observa-se que a maior parte da equipe de enfermagem trabalha na clínica a mais de onze anos, correspondendo a 70% (N=14) do total de profissional (N=20), significando uma vasta experiência laboral.

Neste contexto, há uma pequena relação com a subescala DP, haja vista que alguns estudos apontam, quanto maior o tempo de atuação no setor, o domínio sobre seu labor, organização de trabalho e as relações nele efetiva-

das, menor é o sentimento de distanciamento.9

Esse período de exercício profissional amadurece as expectativas idea- lizadas no início da profissão durante a prática cotidiana.7 Não obstante, fo-

ram coletados os turnos e setores dos trabalhadores, e evidenciou-se que a maior parcela de enfermeiros era do turno da manhã (60%), e atuante na emergência psiquiátrica (60%).

Nesse cenário, afirma-se que a equipe de enfermagem, na sua jor- nada de trabalho, é exposta a carga física e mental e a situações de emer-

gência que sobrecarregam o indivíduo7. Soma-se a isso a extensa jornada

de trabalho, que é exaustiva e sujeita a vários estressores que podem culminar com o desencadeamento da SB. Já entre os técnicos de enfer- magem, a maior parcela é do turno da manhã, atuante do SIB, com 46.44% e 60%, respectivamente.

Traçar o perfil sociodemográfico e laboral do grupo que foi estudado é de suma importância, haja vista que, os achados nos permitem inferir se determinadas variáveis interferem, agravam ou não influenciam para o desen- cadeamento da síndrome. Pois, trata-se de uma classe profissional que tem uma demanda elevada de trabalho, por se tratar de profissionais que atuam 24 horas na prestação da assistência, e na psiquiatria, podendo elevar mais ainda essa demanda.

Nos achados para burnout, cabe frisar que não há evidência de diagnós- tico apenas com o MBI, o instrumento aponta o nível de SB por suas dimen- sões, de forma que EE e DP com altas pontuações, acompanhadas de RP com baixa pontuação, caracteriza indicativo para a síndrome.

No quadro 1, estão descritos os resultados estatísticos obtidos a partir das pontuações de cada dimensão de acordo com o MBI. Os resul- tados encontrados mostram que, apesar de os técnicos de enfermagem terem a maior pontuação em RP (36,53), estes possuem também o maior índice em EE (19,6).

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quanto ao tempo de trabalho na clínica psiquiátrica a média foi de 23,6

anos e 12, 2 anos, para enfermeiros e técnicos, respectivamente. Observa-se que a maior parte da equipe de enfermagem trabalha na clínica a mais de onze anos, correspondendo a 70% (N=14) do total de profissional (N=20), significando uma vasta experiência laboral.

Neste contexto, há uma pequena relação com a subescala DP, haja vista que alguns estudos apontam, quanto maior o tempo de atuação no setor, o domínio sobre seu labor, organização de trabalho e as relações nele efetiva-

das, menor é o sentimento de distanciamento.9

Esse período de exercício profissional amadurece as expectativas idea- lizadas no início da profissão durante a prática cotidiana.7 Não obstante, fo-

ram coletados os turnos e setores dos trabalhadores, e evidenciou-se que a maior parcela de enfermeiros era do turno da manhã (60%), e atuante na emergência psiquiátrica (60%).

Nesse cenário, afirma-se que a equipe de enfermagem, na sua jor- nada de trabalho, é exposta a carga física e mental e a situações de emer-

gência que sobrecarregam o indivíduo7. Soma-se a isso a extensa jornada

de trabalho, que é exaustiva e sujeita a vários estressores que podem culminar com o desencadeamento da SB. Já entre os técnicos de enfer- magem, a maior parcela é do turno da manhã, atuante do SIB, com 46.44% e 60%, respectivamente.

Traçar o perfil sociodemográfico e laboral do grupo que foi estudado é de suma importância, haja vista que, os achados nos permitem inferir se determinadas variáveis interferem, agravam ou não influenciam para o desen- cadeamento da síndrome. Pois, trata-se de uma classe profissional que tem uma demanda elevada de trabalho, por se tratar de profissionais que atuam 24 horas na prestação da assistência, e na psiquiatria, podendo elevar mais ainda essa demanda.

Nos achados para burnout, cabe frisar que não há evidência de diagnós- tico apenas com o MBI, o instrumento aponta o nível de SB por suas dimen- sões, de forma que EE e DP com altas pontuações, acompanhadas de RP com baixa pontuação, caracteriza indicativo para a síndrome.

No quadro 1, estão descritos os resultados estatísticos obtidos a partir das pontuações de cada dimensão de acordo com o MBI. Os resul- tados encontrados mostram que, apesar de os técnicos de enfermagem terem a maior pontuação em RP (36,53), estes possuem também o maior índice em EE (19,6).

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Quadro 1. Niveis de Burnout de acordo com a pontuação segundo as di-

mensões da sindrome. Enfermeiro (N=S) Téc. Enf. (N=15) DIMENSÕES EE DP RP EE DP RP Média 18,80 5,2 35 19,60 4,80 36,53 Desvio padrão 9,70 5,58 7,71 11,12 4,83 7,39 Máximo 35 12 43 42 14 48 Minimo 9 0 23 5 0 20

EE= Exaustão emocional; DP = Despersonalização; RP = Realização profissional

Fonte: Dados da Pesquisa, 2019

Esses resultados divergem de alguns estudos como o de Galindo et al. (2012), que apontam uma taxa de EE maior entre enfermeiros do que em técnicos de enfermagem. Em um hospital geral da cidade do Recife, os auto- res investigaram um grupo de 64 enfermeiros e constataram que 50% dos profissionais apresentavam altos níveis de exaustão emocional.

Entretanto, alguns estudos apontam que a taxa de EE é maior nos téc- nicos de enfermagem, como o de França (2010), para quem os técnicos de enfermagem, durante a jornada de trabalho, estão mais expostos a riscos devido à caracterização de suas atividades; como a promoção da higiene e conforto do paciente, organização do ambiente de trabalho, controle de materiais.

Em comparação, não há uma discrepância entre os enfermeiros e os técnicos de enfermagem para a dimensão EE, porém, a classe dos técnicos de enfermagem tem maior propensão à exaustão emocional, haja vista que é uma classe que lida diretamente com o paciente psiquiátrico, e às vezes a demanda de paciente para cada profissional é maior, quando se trata da emergência psiquiátrica.

Em outros estudos, há uma alta prevalência da síndrome de burnout na equipe de enfermagem.8,10

Entretanto, se tratando das três dimensões (EE, DP e RP), a equipe de enfermagem, nesta pesquisa, revelou que apenas 10% (N=2) apresentam a SB, contudo, 35% (N= 7) tem uma propensão ao burnout, conforme gráfico 1.

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Quadro 1. Niveis de Burnout de acordo com a pontuação segundo as di-

mensões da sindrome. Enfermeiro (N=S) Téc. Enf. (N=15) DIMENSÕES EE DP RP EE DP RP Média 18,80 5,2 35 19,60 4,80 36,53 Desvio padrão 9,70 5,58 7,71 11,12 4,83 7,39 Máximo 35 12 43 42 14 48 Minimo 9 0 23 5 0 20

EE= Exaustão emocional; DP = Despersonalização; RP = Realização profissional

Fonte: Dados da Pesquisa, 2019

Esses resultados divergem de alguns estudos como o de Galindo et al. (2012), que apontam uma taxa de EE maior entre enfermeiros do que em técnicos de enfermagem. Em um hospital geral da cidade do Recife, os auto- res investigaram um grupo de 64 enfermeiros e constataram que 50% dos profissionais apresentavam altos níveis de exaustão emocional.

Entretanto, alguns estudos apontam que a taxa de EE é maior nos téc- nicos de enfermagem, como o de França (2010), para quem os técnicos de enfermagem, durante a jornada de trabalho, estão mais expostos a riscos devido à caracterização de suas atividades; como a promoção da higiene e conforto do paciente, organização do ambiente de trabalho, controle de materiais.

Em comparação, não há uma discrepância entre os enfermeiros e os técnicos de enfermagem para a dimensão EE, porém, a classe dos técnicos de enfermagem tem maior propensão à exaustão emocional, haja vista que é uma classe que lida diretamente com o paciente psiquiátrico, e às vezes a demanda de paciente para cada profissional é maior, quando se trata da emergência psiquiátrica.

Em outros estudos, há uma alta prevalência da síndrome de burnout na equipe de enfermagem.8,10

Entretanto, se tratando das três dimensões (EE, DP e RP), a equipe de enfermagem, nesta pesquisa, revelou que apenas 10% (N=2) apresentam a SB, contudo, 35% (N= 7) tem uma propensão ao burnout, conforme gráfico 1.

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Gráfico 1: Classificação do indicativo de Burnout na equipe de enfermagem,

Belém, Pará, 2019. (N=20)

Fonte: Autoria Própria, 2019

É possível observar que a maior parcela, 55% (N=11), não apresenta a síndrome de burnout, o que seria explicado pelo fato de a instituição, FHC- GV, trabalhar com a rotatividade entre os setores da clínica a cada 3 meses. Portanto, os profissionais que durante a entrevista estavam no SIB, hodier- namente, podem estar atuantes na emergência psiquiátrica, proporcionando um dinamismo na organização do trabalho, para que não haja sobrecarga física e emocional nesses profissionais. Ao avaliar os indicativos burnout, se- gundo o MBI, por categoria de enfermagem, considerando o total de 5 enfer- meiros e 15 técnicos de enfermagem, obtiveram-se os seguintes resultados: os enfermeiros apresentaram 0% de indicativo para a síndrome de burnout, os técnicos 13.33% (N=2); estão propensos a serem acometidos com a SB 40% (N=2) dos enfermeiros e 33.33% (N=5) dos técnicos de enfermagem; e 60% (N= 3) dos enfermeiros e 53.33%(N= 8) dos técnicos pesquisados não possuem indicativo para a síndrome, conforme representado no gráfico 2.

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Gráfico 2: Classificação do indicativo de Burnout por categoria de enferma-

gem, Belém, Pará, 2019.

Fonte: Autoria Própria, 2019

Em comparação com o estudo de Zanatta e Lucca (2015), verificou-se que 16 técnicos (N=45) apresentaram indicativo sugestivo de SB (16,8%), corroborando com os achados desta pesquisa. Esse percentual é conside- rado elevado, já que significa que estes profissionais estão submetidos a es- tresse crônico e, se nenhuma intervenção for feita, podem desenvolver a SB8.

Portanto, os resultados indicam que existe risco para a síndrome de burnout na população estudada. Observa-se que a categoria que tem maior propensão à desencadear a síndrome é a dos técnicos de enfermagem, não obstante, o percentual de 13.33%, nos mostra o indicativo para a SB nesta categoria. O trabalho da equipe de enfermagem em hospitais, independente- mente do grau de formação, promove, quase que invariavelmente contínuas situações de sobre carga mental11.

Desta maneira o excesso de sobrecarga mental reduz a satisfação pro- fissional da equipe de enfermagem e aumenta seu sentimento de incompe- tência profissional, fator este, que pode ser contribuinte ao SB13.

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Gráfico 2: Classificação do indicativo de Burnout por categoria de enferma-

gem, Belém, Pará, 2019.

Fonte: Autoria Própria, 2019

Em comparação com o estudo de Zanatta e Lucca (2015), verificou-se que 16 técnicos (N=45) apresentaram indicativo sugestivo de SB (16,8%), corroborando com os achados desta pesquisa. Esse percentual é conside- rado elevado, já que significa que estes profissionais estão submetidos a es- tresse crônico e, se nenhuma intervenção for feita, podem desenvolver a SB8.

Portanto, os resultados indicam que existe risco para a síndrome de burnout na população estudada. Observa-se que a categoria que tem maior propensão à desencadear a síndrome é a dos técnicos de enfermagem, não obstante, o percentual de 13.33%, nos mostra o indicativo para a SB nesta categoria. O trabalho da equipe de enfermagem em hospitais, independente- mente do grau de formação, promove, quase que invariavelmente contínuas situações de sobre carga mental11.

Desta maneira o excesso de sobrecarga mental reduz a satisfação pro- fissional da equipe de enfermagem e aumenta seu sentimento de incompe- tência profissional, fator este, que pode ser contribuinte ao SB13.

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CONCLUSÃO

Com os resultados obtidos, pode-se concluir que mais da metade (55%) dos profissionais de enfermagem não estão com indicativos de bur- nout, entretanto, 35% está propenso a desenvolver a síndrome de burnout.

Durante a coleta de dados, os profissionais afirmaram que gostam da sua atuação laboral, o que explica a média de onze anos, correspondendo a 70% (N=14), de trabalho na clínica psiquiátrica. Entretanto, o que deixava o profissional frustrado, com relação ao seu trabalho, é a estrutura da clínica, que apesar de ser ampla, continha infiltração e problemas na infraestrutura, além da superlotação na emergência psiquiátrica, onde os pacientes ficam aguardando leito para o SIB.

Outro dado revelado fez menção à desvalorização da categoria de en- fermagem, tanto profissional quanto salarial, e pelo desconhecimento por parte da comunidade acerca da assistência prestada por esses profissionais na área da psiquiatria. O sofrimento psíquico, que é inerente ao profissional de enfermagem que lida com o paciente constantemente, não se mostrou relevante neste contexto, porém, problemas estruturais estão mais relacio- nados com a predisposição da síndrome que a organização do trabalho em si.

Não obstante, havia pouco conhecimento sobre a síndrome de bur- nout entre os profissionais de enfermagem, os mesmos compreendiam a rotatividade dos setores como uma estratégia para evitar sobrecargas de trabalho e entre outras questões que pudessem influenciar negativamente a vida profissional, além de não deixar situações estressoras interferir na assistência prestada.

Neste contexto, sugere que a Instituição tem a preocupação com a saúde emocional e física dos seus trabalhadores que atuam na clínica psiquiá- trica. Esse é o primeiro estudo realizado com a equipe de enfermagem que atua na clínica psiquiátrica, cujo objetivo é verificar a prevalência da síndrome de burnout.

Por certo que os dados obtidos revelam caráter de superficialidade em virtude do objetivo do trabalho, contudo remetem a importância de estu- dos mais aprofundados sobre o tema, relacionando-o com a maior categoria atuante nesse setor, além de ser necessário o olhar panorâmico sobre as causas da síndrome. Insta mencionar a necessidade primordial da inclusão da fala desses profissionais que lidam, hodiernamente, com o cuidado direto ao ser humano, diga-se pacientes psiquiátricos, nos trabalhos e produções relacionados ao tema, eis que os mesmos são os detentores das informações mais fidedignas acerca do problema.

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REFERÊNCIAS

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