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SUMARIO DOS TREZE CONSELHOS (9:1-18)

Depois de esgotarmos, conforme o nosso plano, os Conselhos da Sabedoria, constantes dos capítulos 1:8-9:12 de Provérbios, sentimo-nos como que compensados ante os ensinos oferecidos. Bastaria este capítulo para convencer o mundo de que não há vantagem em desprezar a Deus; não há compensação para a desobediência. Infelizmente, poucos, bem poucos, se dão ao trabalho de estudar os conselhos da Sabedoria e de deixarem-se guiar por eles.

Agora vamos apreciar algumas conclusões. A Sabedoria sumariou os seus ensinos em forma de um mapa, abordando todos, ou quase todos, os quadros da vida humana, para terminar então no capítulo 9, com um banquete, para o qual convidam-se os sábios e os tolos a se banquetearem e tomarem conhecimento das obrigações e deveres do viver neste planeta. O que a Sabedoria deseja e pretende é convencer os homens de que tentar levar a vida sem as devidas considerações para com Deus é rematada tolice, é tentar viver no escuro, pois é justamente Isso que acontece com sábios e tolos, cada qual pretendendo governar-se à margem das obrigações da criatura para com o seu Criador. Parece certo que a experiência já demonstrou a futilidade de se tentar resolver os problemas fundamentais da vida sem a co- participação do Criador; tudo resulta em frustração. Não há qualquer vantagem em viver sem Deus. Assim, com esta breve introdução, vamos apreciar as normas do banquete e mirar-nos nos seus esplêndidos conselhos.

.14. SUMARIO DOS TREZE CONSELHOS (9:1-18) 3.14.1 As sete colunas da Sabedoria (9:1-12)

O que significam estas sete colunas da Sabedoria ninguém tem sido capaz de informar. O número sete é considerado sagrado entre os judeus, mas não parece que essa referência ao número sete seja o que aqui se ensina. A Sabedoria construiu a sua casa e lavrou as suas SETE COLUNAS. O que se tem especulado a respeito do sentido dessa informação não cabe nesta página. Será uma referência ao saber da criação em sete dias? Será uma alusão às sete leis liberais, em que se baseavam os antigos? Será uma recapitulação dos primeiros sete capítulos de Provérbios, tomados assim como sete pilares do saber? Seria o número comum de colunas da construção de uma casa? Só recentemente foi encontrado um edifício com sete colunas, a casa dos festivais de Ano Novo de Senaqueribe, rei dos assírios.1

Finalmente, as SETE COLUNAS devem corresponder a algo em referência à sabedoria. O que é SABEDORIA? Sabedoria sensata, sadia, discrição, prudência no encaminhamento da vida, Conselho, Instrução, e que mais? Tudo isto já ficou sobejamente descrito nos oito capítulos precedentes. Se essa for a interpretação, temos então aqui uma repetição de tudo quanto a divina Sabedoria já ensinou em treze Conselhos da sabedoria edificada sobre estas sete colunas. É uma casa eterna, indestrutível; e a pessoa que reside sob as suas telhas viverá sábia e seguramente. Talvez seja essa a indicação que o divino inspirador quis dar-nos. O mundo está cheio de tolos, e os que se julgam sábios também são tolos, porque vivem à margem da Sabedoria divina. Quando lemos uma obra sobre biologia e verificamos a louca tentativa de fazer surgir a vida num tubo de ensaio, por onde se faz passar uma corrente de 60.000 ou mais volts, para depois confessar que o resultado não foi o que se esperava, porque quando surgiu a vida no planeta as condições ambientas eram diferentes, temos de confessar a nossa admiração por tal tentativa, mas reconhecer a sua futilidade. São homens que trabalham no escuro, porque não conhecem ou não desejam conhecer a Deus, o Criador da vida. A Sabedoria resolve os problemas do viver, sejam os enunciados acima, sejam estes e outros. As Sete Colunas devem corresponder a sete grandes verdades, não registradas. É uma pena sermos privados do conhecimento, do significado destas sete colunas. Somos ignorantes de muitas outras informações, que nos parecem também necessárias, embora Deus nos desse o quantum setis para uma vida normal, podendo nos dispensar o secundário.

No interior desta casa de sete colunas, a Sabedoria preparou um banquete: Carneou os animais, misturou o seu vinho, e arrumou a sua casa (9:1). Casa arrumada, com móveis novos, tudo devidamente espanado e limpo, cadeiras confortáveis, com encosto de fofos de seda, criados prontos, vestidos de libra, mandando os seus pregoeiros por toda a cidade, desde os lugares mais altos, convidando para a festa (vv. 2 e 3). Neste banquete há lugar para o simples e ignorante, assim como para o douto. Parece-nos esta festa com a que Jesus descreveu em Mat. 22:1-14, e talvez haja mesmo uma descrição desta festa novotestamentária, no festim da Sabedoria de Provérbios. Quem sabe? Veja-se que em Mateus e Luc. 14:13 e segs., o criado foi mandado a buscar os que estavam pelos caminhos da vida, pelos becos, desgarrados e sem destino. Aqui são justamente os simples ou os de pouca inteligência que estão sendo convidados, enquanto lá são os pobres, os aleijados, os coxos, todos os que estão fora dos quadros de uma vida normal. Aos faltos de senso diz: vinde, comei o meu pão e bebei o meu vinho que misturei (v. 5). Esta qualidade de gente convidada para o banquete bem se parece com os convidados de Mateus e Lucas. Na mesa do banquete há um lugar para os simples e para os falhos de Instrução, o que não quer dizer ignorantes, mas os que não têm o senso do viver correto. Não há, pois, exceção de pessoas; todos são convidadas. A Sabedoria não deixa ninguém de fora, pois todos podem receber instrução e todos dela precisam. Há também um convite para os insensatos, para que vivam o andem no caminho do entendimento (v. 6). O convite é para que deixem a insensatez e vivam corretamente. São os tolos, tantas vezes mencionados nos capítulos anteriores. Abandonar a Insensatez e viver é o grande convite da Sabedoria. Podemos imaginar o que seria esta vida se todos fôssemos guiados pela sabedoria divina, se todos os nossos esforços nos conduzissem no' sentido de viver em harmonia com

Deus! Que mundo diferente seria esse nosso universo! Um banquete para todos os convivas inteligentes e bem informados, todos conscientes de suas obrigações, todos iluminados pela graça que emana da Sabedoria, seria um banquete divino mesmo.

Os versos 7 a 9 são um discurso proferido pela Sabedoria aos convivas enquanto comiam das viandas adrede preparadas. Diz a Sabedoria: O que repreende o escarnecador traz sobro 91 afronta (v. 7). A Sabedoria está se referindo aos que, não tendo aceitado o convite, estariam zombando dos que o aceitaram, e então pede que, a tal qualidade de gente, não se responda, não se repreenda, porque não tem discernimento para compreender o bom conselho e se voltaria contra o conselheiro. Havia, como no banquete do filho do Rei em Mateus e Lucas, muitos que tinham zombado do convite ou o tinham desprezado. A estes não convinha repreender, porque não tinham capacidade para discernir o bom e o mau. A Sabedoria aqui mostra-se muito complacente, muito suave para com esta gente. Isso é uma qualidade do nosso Mestre: quando rejeitado, não respondia como o caso exigia. Ao escarnecedor não se repreende; deixa-se. Aconselha-se o sábio, e agradecerá a palavra certa. Esta é uma observação muito comum em nossa vida. Tentar convencer um tolo é perder tempo; tentar convencer um sábio é ganhá-lo. Este elemento encontra-se também no ensino de nosso Mestre em Mat. 7:6, quando recomenda não se dar aos cães as pérolas, para que não se atirem contra nós. Como se vê, o discurso da Sabedoria aos convivas é sábio e oportuno. Todos à mesa, comendo, podiam ouvir o que a Sabedoria tinha a dizer a estes, que agora de modo muito direto e objetivo, estavam ao alcance da sua voz. Nos capítulos precedentes, o ensino era indireto; aqui é direto e pessoal. Parece que o discurso arremata com o ensino do verso 10. Diria a Sabedoria: "Eu vos tenho ensinado muitas coisas e vos tenho chamado à minha mesa, ao meu banquete. Possivelmente nem todos vós tereis entendido tudo quanto eu tenho dito ou desejava dizer-vos. Mas uma frase simples completa o que tenho em mente comunicar-vos: O TEMOR DO SENHOR É O PRINCIPIO DA SABEDORIA, E O CONHECIMENTO DO SANTO É PRUDÊNCIA" (v. 10). Está correto, quem teme ao Senhor, mesmo que não seja portador de diplomas, não tenha cursos universitários, é um sábio, pois sabe como viver. Certa vez, quando éramos pastor em Recife, Pernambuco, deparamos numa rua dois homens discutindo. De longe verificamos que era um membro de nossa igreja. Aproximamo-nos o verificamos que o outro contendor era o nosso advogado, numa causa infeliz, no tribunal, levada por um ex-membro da igreja; por sinal, um grande advogado. Quando este nos viu, disse apenas' isto: "Pastor Mesquita, que é que você faz com este homem analfabeto, pois me está enrolando, e eu não sei como sair desta." A nossa resposta foi simplesmente que o homem, um ex-escravo, realmente analfabeto, sabia de cor muitas escrituras e podia ensinar a um grande advogado muita coisa que ele ignorava. É isto que a Sabedoria está dizendo: O temor do Senhor é o princípio da sabedoria (v. 10). Quem quiser ser sábio comece por temer a Deus e observar os seus mandamentos, porque essa é realmente a verdadeira sabedoria; pois se um homem conhecer todas as ciências e não souber usá-las e viver por meio delas, será um tolo; enquanto um ignorante da ciência, mas conhecedor de Deus, vivendo no seu temor, sabe bastante. De modo algum estamos advogando a ignorância; estamos apenas fazendo

comparações. O escarnecedor nunca aprende. Seu espírito está azinhavrado, envenenado, não é dócil nem humilde, é um zombador, e nada mais. A tal gente não adianta tentar ensinar. Ensine-se a um sábio, e ele agradecerá. Verdadeira sabedoria esta, e muito real em nossa vida.

Mas a Sabedoria vai mais longe na sua prédica. Afirma: Porque por mim se multiplicam os teus dias, o os anos de vida se te acrescentarão (v. 11). Numa estatística publicada pela revista Time, saíram alguns dados comparativos entre os crentes e os descrentes. Verificou-se que os crentes tinham em média dez anos de vida a mais do que os descrentes. Naturalmente tem de ser assim. Se um crente não bebe álcool, não fuma, não se entrega a extravagâncias, deve viver mais. Pela prática da Sabedoria vive-se mais. É ela mesma quem o diz: POROUE POR MIM SE MULTIPLICAM OS TEUS DIAS. O Cristo pré-encarnado afirmou, séculos antes de se encarnar, que, os que vivem por seus ensinos, vivem mais e melhor. A Sabedoria termina com uma sentença muito apropriada: Se és sábio, para ti mesmo o és; se és escarnecedor, tu só o suportarás (v. 12). Os nossos pendores são bons para os outros, porém o maior benefício será para nós mesmos. Isso já não é um provérbio é uma lição de verdade, que não devemos desprezar. Ou fruímos as vantagens da sabedoria, ou levamos as conseqüências da tolice e zombaria.

Como vemos, o banquete da Sabedoria nos trouxe muitas lições objetivas e adicionais às muitas que nos ministrou nos capítulos anteriores. Os seus convivas deviam estar agora perfeitamente conscientes de que não adianta viver como tolos; era tempo de cada um se virar para o seu Deus e viver. Isso feito, ela passa a outra parte do seu discurso aos convivas, mostrando que a falta de senso leva à ruína, e o desprezo pelo bom discernimento conduz à morte. Isso vamos ver na segunda parte do discurso.

1 – Veja A Baungartner, em The Old Testament and Modern Study, p. 215, obra editada por H. H. Rowley, uma das mais proveitosas que conhecemos e que infelizmente está fora de uso pelos leitores em português.

A loucura é aqui representada como uma meretriz, sem vergonha, sem brio e sem vislumbre de caráter. É uma vadia impudica, que já perdeu todo o verniz moral, e se apresenta aos simples, diríamos, aos bobos, e os tenta a irem ao seu banquete. O texto diz: A loucura é mulher apaixonada, é Ignorante, o não sabe coisa alguma (v. 13). Aí está. Comparemos essa breve descrição com que a Sabedoria faz no capítulo 8, e então temos a diferença, o contraste. De um lado, a Sabedoria, que leva à vida; do outro, a loucura, que conduz à morte. Uma constrói e dá vida; a outra destrói e leva à morte e ao inferno (v. 18).

Assenta-se à porte de sua casa, nas alturas da cidade, toma uma cadeira para dizer aos que passam... (vv. 14 e 15). Essa forma de descrição é sintomática, em comparação com a elevação e nobreza da Sabedoria. Enquanto esta é ativa, trabalhadora, arquiteta do universo, aquela é uma vadia, sem ocupação, posta à porta de sua casa, convidando os tolos para irem visitá-la. A Sabedoria preparou um banquete por suas criadas, e ela mesma saiu a convidar os que desejavam ser inteligentes .(v. 4). Uma festa sui generis. A loucura postou-se à porta da sua casa, a convidar os que não tinham juízo (v. 15). A linguagem da loucura é realidade que não pode passar sem um comentário acre. Ela diz aos seus convidados: Águas roubadas são doces, e o pão comido às ocultas é agradável (v. 17), linguagem obscena e sedutora, ensinando a cometer loucuras. É isso mesmo que acontece aos que andam distantes da Sabedoria. O mais grave, porém, não diz, isto é, que a sua casa é o lugar dos mortos, e seus convidados estão nas profundezas do inferno (v. 18). Enquanto os convidados ao banquete da Sabedoria estão alegres e felizes, os que vão à casa da Loucura estão mortos e sepultados no inferno. Tudo quanto se poderia dizer, num comentário simples, está explícito neste último verso (v. 18). Nada se pode adicionar.

O retrato do pecador aqui está com todos os retoques da arte do Diabo; e quantos se podem mirar nesse espelho? Quem quer que tenha sido o autor dessa seção de Provérbios, nós não temos senão de admirar a sua capacidade de síntese, quando compara a vida com a Sabedoria e a vida com o pecado. O que se disse num simples capítulo de 36 versículos é tudo que se pode dizer dos dramas de consciência e da vida em geral. Quantas famílias destruídas, quantos filhos sem pai, quantas dores e quantos ais, por causa da visita à casa da loucura! Como já ficou dito, esta palavra é sinônimo de mulher perdida, tendo como profissão perder a vida de outras pessoas. Não desejamos acrescentar mais palavras; estas bastam.

4 - O PRIMEIRO LIVRO DOS PROVÉRBIOS DE SALOMÃO (10:1-22:16)

Nós não temos meios de avaliar a origem desta seção de Provérbios, aliás, a mais extensa e de maior significação, pelo simples fato de trazer, como cabeçalho, o nome do grande sábio de Israel. São ao todo 374 provérbios. Se levarmos em conta o que nos diz I Reis 4:32, que Salomão compôs 3.000 provérbios e os seus cânticos foram 1.005, então podemos incluir os 374 nessa lista. Quem os colecionou não se diz, mas podemos admitir que a coleção tivesse sido preparada durante a sua vida. Ele teria os seus amanuenses e arquivistas, pessoas designadas para colecionar os provérbios, muitos dos quais teriam sido proferidos à mesa em seus banquetes, quando junto a outros sábios orientais, dos que vinham às suas festas, e quando um provérbio era proferido, seria imediatamente redigido e colocado na coleção oficial. Nem tudo que Salomão disse e ensinou foi preservado, o que sentimos muito; possivelmente, porém, o mais importante teria sido salvo. Os livros que ele escreveu sobre botânica, zoologia e outras ciências, que nem existiam como tais em seus dias, não foram preservados. Calcula-se que 10% da sabedoria de Salomão foi conservada para a posteridade, o que é de se lamentar. A forma em que se encontram esses provérbios não foi mera coincidência; a maioria consiste de duas linhas, uma oposta à outra, ou uma contrastando com a outra, como o primeiro verso desta seção: O filho sábio alegra o seu pai, MAS o filho Insensato é a tristeza de sua mãe. Nem sempre uma série de provérbios segue a mesma orientação, como, por exemplo, os capítulos 10-16, em que a segunda linha contrasta com a primeira. Entretanto, nos capítulos 17 o 18, a ordem é algo diferente, onde a segunda linha confirma a primeira. Nem sempre esta ordem é rigorosa, mas de modo geral é a seguida. Não padece dúvida que os colecionadores desses provérbios tiveram em mente uma catalogação de ditos ou sentenças de uma mesma natureza, enquanto outras seguiriam um processo diferente. Deve ter sido um trabalho difícil esta catalogação, separando um provérbio de outro, de modo a agrupá-los segundo a sua forma e ensino.

De modo geral, sejam quais forem os critérios encontrados, o conjunto é, sem qualquer sombra de dúvida, mina de sabedoria, como se a natureza tivesse chegado a Salomão e despejasse em sua mente o saber de todos os tempos e estações. Em virtude das diferenças de catalogação, nem sempre nos será possível dividir os assuntos conforme a sua natureza, e isso também não nos parece fundamental, pois estas divisões que propomos visam mais uma facilitação de estudo que mesmo uma divisão doutrinária. Não seria admissível examinarmos verso por verso sem uma divisão doutrinária, mesmo imperfeita. Seguiremos esta norma, para a qual pedimos desde já desculpas. Ela é um fato resultante da situação em que se encontrariam as coleções dos provérbios. Distantes como estamos por milênios, não temos meios de saber como os colecionadores se teriam havido com a seleção dos mesmos, pois, como já foi notado, estas frases ou adágios resultariam do convívio comum, dos banquetes em palácio e de outras circunstâncias, que nos é Impossível examinar.

A seção que vamos estudar, como sendo Provérbios de Salomão, compreende os capítulos 10- 22:16, seguindo uma divisão corrente entre os comentadores dos mesmos. Não há multa segurança de que os provérbios constantes de 22:17-24:22 não sejam igualmente de Salomão, embora os comentadores os cataloguem como pertencentes a um grupo de sábios que não Salomão, mesmo estando entre o grupo. O nosso ponto de vista é que toda essa literatura de Sabedoria pertence à era salomônica, e, se não foi diretamente produto da sua inteligência privilegiada, também não foi alheia a ela. Nos quarenta anos de governo de Salomão, descontando-se os últimos 10 a 15 anos, quando começou a falhar a sua agudeza mental, tudo giraria ao redor dele. Portanto, sejam alguns provérbios atribuídos a um grupo de sábios, sejam mesmo os de Agur, filho de Jaque, ou dos conselhos ao rei Lemuel, que muitos admitem ser um pseudônimo de Salomão. todos refletem a mesma época e a mesma fonte. Com estas considerações, já bastante elaboradas, passaremos ao nosso estudo, como vimos fazendo.

4. 1. AS DIFERENÇAS ENTRE UMA VIDA MA E UMA VIDA BOA (1 0:1 -32)

Estes provérbios constituem uma série de preceitos sobre a vida em todos os seus aspectos, cujo sentido total é a felicidade.

Não é apenas o lado religioso da vida que deve merecer a nossa atenção, e, sim, todos os seus aspectos e composições, visto como esse é o interesse do sábio.

4.1.1 O consolo da família (vv. 1-3)

Os filhos bons alegram a vida do casal, mas os filhos maus são a sua vergonha. Noutros lugares estudamos os deveres dos filhos para com os pais, como sendo um dos mandamentos da lei de Deus (Êx. 20:12; Ef. 6:1-4). O apelo aos filhos corre através dos capítulos 1:8; 2:1; 3:1; 4:1; 5:1; 6:1, 20; 7:1 e refs. É uma constante admoestação aos filhos, pois são eles os perpetuantes da raça, e, segundo a norma oriental, era sobre eles que recaía a responsabilidade da família. Se os nossos filhos se mirassem nessas admoestações, teríamos, por certo, uma outra situação social, bem diferente da que temos. O que se vá são os filhos querendo emancipar-se da tutela dos pais e viverem a sua própria vida, como se não tivessem responsabilidade para com os outros. O grupo dos Provérbios atribuídos a Salomão começa igualmente com o apelo aos filhos. O filho sábio alegra o seu pai, mas o filho Insensato é a vergonha de sua mão (10:1). O Novo Testamento não esquece este fato como ficou dito antes. Há, na conceituação moderna social, um número grande chamado dias disto e daquilo e até um dia dos namorados; não há porém um dias dos filhos, que nos parece estar faltando.

Quando há filhos bons, não há tesouros de Impiedade, que nada aproveitam, pois é a justiça que livra da morte (10:2). Parece não haver lógica entre este verso e o precedente, mas há, sucedendo o mesmo no seguinte, quando lemos que o Senhor não deixa ter fome o justo, mas recheça a avidez dos perversos (v. 3). Há uma seqüência lógica entre as diversas doutrinas. Um filho obediente aos pais é aquele que pratica a justiça e cumpre todos os outros deveres familiares e sociais.

4.1.2 Olha o trabalho (10:4, 5)

O que falseia o trabalho, isto é, que trabalha com mãos w missas empobrece. Este é um problema operário-social. O operário que julga estar trabalhando para enriquecer o patrão e

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