• Nenhum resultado encontrado

A PRESCIÊNCIA DE DEUS

No documento EETAD - Soteriologia (páginas 44-48)

Em Isaías 46, o profeta apela para uma “demonstração de força” entre os falsos deuses e Jeová. Nesta “competição” Jeová é declarado o supremo vencedor, com base na Sua capacidade de conhecer o futuro.

“que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antigüidade, as coisas que ainda não sucederam ... ” (Is 46.10).

Os crente de hoje precisam relembrar do grande atributo da onisciência de Deus. Nos poucos textos que se seguem, estudaremos a presciência de Deus, no que diz respeito à nossa salvação.

A Definição da Presciência

Prejciência é o aspectoda oni^ciêiidaT-.rela.cionadacogko fato de Deus-cojihecex todosos eventos e possibilidadesfuturos. A palavra no Novo Testamento traduzida por presciência (ou: conhecer de antemão) é prognosis, da qual deriva a palavra prognóstico, em português. Significa saber antes (pro = antes; gnosis = saber ou conhecer).

Esta característica confere credibilidade às muitas profecias e promessas da Bíblia. Por exemplo, mediante Sua presciência, Deus relatou a Daniel quais seriam as principais potências políticas desde os dias dele até ao tempo presente (ver Dn 2,7). Pelo fato de Deus conhecer pessoas e eventos específicos do futuro, podia revelar aos profetas do Antigo Testamento fatos acerca do futuro rei Ciro, mais de um século antes do mesmo nascer (Is 44.26-28; 45.1-7). E, naturalmente, a demonstração mais notável da presciência de Deus é o vasto número de porme­ nores acerca do nascimento, da vida e da morte de Cristo citados no Antigo Testamento.

É importante reconhecer também que Deus não somente conhece eventos e pessoas futu­ ros, como também sabe das possibilidades futuras. Declarou a Davi que este seria traído se ficasse com os homens de Queila (1 Sm 23.11,12). Note que esta foi uma possibilidade, não um fato. Cristo sabia que Sodoma e Gomorra teriam se arrependido, se tivessem presenciado a mes­ ma quantidade de milagres que Corazim e Betsaida viram (Mt 11.21).

A Presciência e a Escolha do Homem

A pm&ciência de Deus_não afeta as decisões do homern^piLS.eyJÍv^arbítrÍ£. As ações de um homem não são permitidas ou impedidas simplesmente porque são previstas ou conheci­ das de antemão, por Deus.

36 LICÃO 3: O LADO DIVINO DA CONVERSÃO DO PECADOR

Muitos estudiosos da Bíblia confundem presciência com predestinação; presciência não é ação, é simplesmente parte da natureza de Deus. Em virtude deste atributo, Ele não pode deixar de conhecer todos os eventos e possibilidades do futuro. Conforme indicaremos no Texto se­ guinte, predestinação é realmente, a maneira segundo a qual Deus planeja Seus atos conforme este conhecimento assombroso.

A presciência de Deus não deve causar confusão mas, sim, confiança. Nosso Deus nunca é apanhado de surpresa, nem pode ser enganado. Presciência é uma garantia da certeza de que os planos e propósitos de Deus para a Igreja nunca serão frustados.

O Uso da Palavra Presciência, no Novo Testamento

A palavra presciência ou um conceito paralelo, aparece no Novo Testamento nos seguin­ tes trechos: Rm 3.25; At 26.5; Rm 8.29; e 11.2; 1 Pe 1.20; 2 Pe 3.17; At 2.23 e 1 Pe 1.2.

-^ r N e ssa s passagens, ficamos conhecendo três fatos importante acerca da presciência, pri­ meiramente, significa de fato “jsaber alguma coisa de antemão”. Alguns estudiosos negam que esta palavra envol ve conheci mento, e então alegam que significa “amor de antemão”, porque conhecer pode ser uma expressão simbólica para amar. Entretanto, quando a mesma palavra grega é usada em casos não-teológicos, não tem qualquer possibilidade de ser interpretada “amor de antemão”. Em Atos 26.5, a palavra refere-se a homens que conheciam a reputação de Paulo muito tempo antes da sua chegada, e em 2 Pe 3.17 a palavra é usada para descrever um conheci­ mento prévio acerca de falsos mestres.

O segundo fataxpje_ficamos sabendo acerca de presciência, é que~eki envolve o conheci- me ntoda parte deJDeus de que a raça huniana cairia no pecado e que preci.^p.a de^ujii Salvador. Logo, Deiis pkrnejou a recienção em Cristo muito tempo antes do mundo ter sido mesmo criado.

“sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o p o r mãos de iníquos. ” (At 2.23).

“conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, p o r amor de vós. ” (1 Pe 1.20).

O terceiro fato que notamos é que a presciência realmente afeta a eleição divina de um crente e sua predestinação (1 Pe 1.2; Rm 8.29 e Rm 11.2). Nos próximos Textos estudaremos como esta doutrina importante serve de base para se entender como Deus pôde ter um plano para um homem, sem violar o livre-arbítrio desse homem.

LICÃO 3: O LADO DIVINO DA CONVERSÃO DO PECADOR 37

PE R G U N TA S E E X E R C ÍC IO S

ASSOCIE A COLUNA “A” DE ACORDO COM A COLUNA “B” Coluna “A”

' j j 3.01 - Aspecto da onisciência, relacionado com o fato de Deus conhecer todos os eventos futuros:

A 3.02 - Sendo onisciente, Deus disse a Davi que ele seria traído, se ficasse com os homens de

3.03 - Presciência, é garantia da certeza de que os planos de Deus para a Igreja, nunca

^03.04 - Deus, em Sua presciência, sabia que a raça humana cairia em pecado e que precisaria de

f 3.05 - Outro fato que envolve a presciência de Deus: a e- leição divina de um crente e sua

Coluna “B” A. Queila. B. um Salvador. C. predestinação. D. Presciência. E. serão frustrados. TEXTO 2

A ELEIÇÃO

Eleição é uma das palavras mais comuns na Bíblia, mas tem sido freqüentemente mal interpretada de modo que os crentes tendem a evitá-la. A eleição nãojignifíca,qjje^Qgus escolhe

qlgumy)3râj5êism-sal^s_£^)utj»sj^ sgQijgusdguCTjja^^

ne^sau&^colha,.Examinemos o significado verdadeiro da eleição.

Definição de Eleição

A palavra eleição significa escolha. Esta palavra foi usada no Antigo Testamento para descrever a escolha que Deus fez de alguns indivíduos, de algumas famílias e da nação de Israel para privilégios especiais ou propósitos divinos.

É empregada primeiramente para descrever a escolha que Deus fez de Cristo para a tarefa de consumar a salvação, mas também Sua escolha dos que estão “em Cristo” para salvação.

38 TJCÃO 3: O TAPO DIVINO PA CONVERSÃO DO PECADOR

privilégios, baseada na escolha que, inicialmente, eles- fizeram de Deus. Note que a passagem abaixo limita a eleição para os que estão em Cristo.

“assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor. ” (Ef 1.4).

Este versículo mostra claramente que nosso “mérito” por sermos escolhidos não é base­ ado em nós mesmos, mas, sim, por estarmos “em” Cristo. Assim como estamos “em” Cristo, somos dignos de sermos escolhidos por Deus.

A maior dificuldade em entender a eleição está no fator tempo. Se a pessoa é considerada “eleita” antes de lançados os fundamentos da terra, como, pois, a eleição pode ser baseada na fé em Cristo?

A resposta a esta pergunta é achada em 1 Pedro 1.2, “eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo ...”. Este versículo explica que a eleição do crente é baseada na presciência de Deus. Ou seja: a escolha feita pelo homem foi prevista por Deus. Baseado no Seu conhecimento da decisão que o crente tomaria, Deus o elegeu, até mesmo antes de terem sido lançados os alicerces da terra.

A Eleição e a Escolha do Homem

O Cristianismo não está ligado ao fatalismo. É baseado no Deus soberano que deu a todos os homens o livre-arbítrio. O fato de que Deus sabe de antemão o conteúdo de todas as decisões

dos homens, não significa que Ele imponha a tomada delas. Deus não força ninguém a fazer uma decisão pró ou contra o reino dos céus (Ap 3.20).

Além disto, a Bíblia ensina que a eleição tem origem na fidelidade do homem em perma­ necer em Cristo. É, portanto, um privilégio que pode ser perdido. Pedro admoestou, os “irmãos” a tornarem sua eleição mais segura a fim de não caírem.

“Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis

em tempo algum. ” (2 Pe 1.10).

Este versículo certamente ensina que a eleição é tanto responsabilidade do homem, como ação divina.

Certamente, Deus sabe quem permanecerá fiel até ao fim da sua vida, mas estes versículos nos lembram que a eleição é, em primeiro lugar, “nossa escolha de Deus” e somente de modo

LICÃO 3: O LADO DIVINO DA CONVERSÃO DO PECADOR 3 9

secundário é “a escolha de nós por Deus”. 1

Eleitos em Cristo

A Bíblia diz que Cristo foi “eleito” por Deus (1 Pe 2.4). O crente, por sua vez, é tornado aceitável a Deus por Jesus Cristo (1 Pe 2.5). A eleição de Cristo garantiu, assim, a nossa própria eleição quando nos tornamos membros do Seu “corpo”.

A eleição, portanto, é ao mesmo tempo, coletiva e individual. A Igreja é eleita e cada pessoa, como parte daquele corpo, também é individualmente eleita.

Certa pessoa comparou este fato com uma viagem de avião. O avião foi escolhido ou predestinado para voar para uma determinada cidade, e, obviamente, cada pessoa naquele avião também foi “escolhida” para ir para aquela cidade. Um passageiro pode fazer a escolha de lan- çar-se do avião e morrer, mas enquanto permanecer a bordo do avião, chegará ao destino deter­ minado.

Semelhantemente, Cristo é o instrumento escolhido por Deus para levar os homens ao céu. A Igreja, como os membros do corpo de Cristo, são os passageiros “em Cristo”. Todos quantos permanecerem “nEle” terão o privilégio de entrar no céu, o destino glorioso final.

“aos santos e fieis irmãos em Cristo que se encontram em Colossos ... pois, como eleitos de Deus, santos e amados ... ” (Cl 1.2 e 3.12).

"... efiéis em Cristo ... assim como nos escolheu, nele ...” (Ef 1.1 e 4).

1 João 15.16 tem sido interpretado querendo dizer que a eleição depende totalmente da decisão de Deus e não do homem. “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça. . . ” Todavia a

escolha da qual Cristo fala aqui é mais para o apostolado do que para a salvação. Dentre o grande grupo de crentes, Cristo escolheu alguns para serem Seus apóstolos (Lc 6.13).

PE R G U N TA S E E X E R C ÍC IO S

No documento EETAD - Soteriologia (páginas 44-48)