Os crentes evangélicos formam dois grupos quanto à questão do recebimento da salva ção. As teorias destes dois grupos podem ser chamadas de “determinismo” e “livre arbítrio”.
O Determinismo
O evangélico que aceita o “determinismo” (ou predestinação); crê que Deus predetermina quem será salvo e quem será condenado, sem qualquer escolha da parte do homem quanto àquela decisão. A salvação, portanto, é uma conseqüência inteiramente da graça de Deus. A fé expressa, não como uma decisão da parte do crente, mas, sim, como uma resposta irresistível do homem à atuação de Deus sobre o seu espírito para a salvação.
Para aqueles que aceitam o “determinismo”, a “presciência” é simplesmente “amor de antemão” e a eleição é baseada inteiramente na própria vontade soberana de Deus, independente dos atos do homem que foi “eleito” ou “condenado”. Os deterministas também acreditam que a predestinação é mais do que o planejamento de antemão por Deus, dos seus próprios atos. Acre ditam também que Deus decreta de antemão todo evento e decisão que ocorre na terra na vida dos homens. À luz desta teoria, a chamada de Deus torna-se, não um esforço sincero para permi tir que todos os homens façam sua própria decisão, mas, sim, um simples meio que Deus empre ga para salvar aqueles que Ele predeterminara salvar. Visto que o crente não é quem faz a escolha quanto a receber ou rejeitar a Cristo, conforme afirma esta filosofia, ele não corre portanto, qualquer perigo de perder a sua salvação.
Quanto aos predestinados à perdição, segundo esta doutrina, embora queiram ser salvos, lhes é negado este direito. Vieram ao mundo, porém, já tendo decretada a sua perdição.
Aqueles que aceitam o “determinismo” são geralmente chamados calvinistas, conforme o nome do proponente mais famoso desta teoria - João Calvino.
O aluno deve tomar cuidado para fazer distinção entre erros de doutrina que afetam a base da salvação e os erros que apenas afetam a prática do Cristianismo. Os que sustentam o ponto de vista determinista não são hereges, mas não são, tampouco, corretos na sua interpreta ção da Bíblia. Ainda que milhões de deterministas sejam crentes verdadeiros, vivendo vidas exemplares para Cristo, sua teoria retarda o progresso do evangelismo e diminui a responsabili dade do homem diante de Deus.
O Livre-Arbítrio
A teoria do “livre-arbítrio” já foi apresentada nesta Lição. Resumidamente, esta teoria afirma que todos os tratos de Deus com o homem, inclusive a eleição e a predestinação, estão
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baseados nas decisões que os homens fazem conforme seu próprio livre-arbítrio. Deus é sobera no, mas criou o homem com o livre-arbítrio. O homem, por causa do pecado, não pode responder de modo positivo a Deus, mas Ele graciosamente lhe restaurou esta capacidade.
Aqueles que aceitam o “livre-arbítrio” crêem que a todo homem é concedida a oportuni dade de buscar a Deus. Alguns homens têm mais oportunidade e privilégio de ouvir o Evangelho do que outros, mas nenhum homem é deixado sem uma oportunidade de atender a Deus.
A eleição é a escolha que Deus faz do homem baseada na escolha que o homem faz de Deus, ao passo que a predestinação é limitada ao plano predeterminado dos atos de Deus, não predeterminando as escolhas do homem. O chamamento de Deus é idêntico para cada homem. Aqueles que fazem a escolha de atender ao seu chamamento, conforme seu próprio livre-arbítrio, podem, semelhantemente, conforme seu próprio livre-arbítrio, rejeitar esta salvação em qualquer tempo da sua vida.
0 DETERMINISMO 0 LIVRE-ARBÍTRIO
A PRESCIÊNCIA Sim plesm ente am or de antem ão.
0 conhecimento de Deus, de antem ão.
A PREDESTINAÇÃO Decreto de antem ão de todos os eventos e deci sões.
Decreto de antem ão som en te dos atos de Deus.
A ELEIÇÃO Baseado inteiramente na vontade de Deus.
Baseado na presciência da decisão do homem.
0 CHAMAMENTO Dirigido só às pessoas pré-escolhidas.
Dirigido a todos os homens.
A Cooperação
Os “deterministas” erram por salientarem demasiadamente a verdade da majestade, da graça e do poder de Deus, e da insuficiência dos homens para fazerem qualquer coisa sem a ajuda de Deus. Eles ignoram a necessidade do envolvimento do homem na decisão quanto ao destino da sua alma na eternidade.
Aceitamos nós o “livre-arbítrio” como sendo a doutrina bíblica sobre o assunto, devemos evitar o risco de dar-lhe uma interpretação antibíblica. No seu zelo para manter o “livre-arbítrio”, o homem pode tender a reduzir sua fé a um ritual sem vida, praticando a obediência cega (ao pé da letra), esquecendo do poder de Deus operando na sua vida.
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uma obra cooperativa: isto é, o poder para crer vem de Deus, mas a escolha para crer e a decisão vêm do homem.
“Assim pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presen ça, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação
com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. ” (Fp 2.12,13).
P E R G U N TA S E E X ER C ÍC IO S
ASSOCIE A COLUNA “A” DE ACORDO COM A COLUNA “B” Coluna “A’
U)_3.21 - Quem crê que Deus predetermina quem será salvo ou condenado, aceita o
^_3.22 - Aquele que aceita o determinismo, aceita que presci ência simplesmente, é
_3-23 - Os que crêem na predestinação, falam daqueles que, ainda que queiram ser salvos, lhes é
_3.24 - Os que aceitam o determinismo, são geralmente cha mados Coluna “B” A. calvinistas. B. “amor de antemão”. C. “livre-arbítrio”. D. “determinismo”. E. negado este direi
to.
_3.25 - O poder para crer vem de Deus, mas a escolha e a de cisão vem do homem. E a doutrina bíblica conhecida por
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-R E V I S Ã O GE R AL
-MARQUE “C” PARA CERTO E “E” PARA ERRADO
3.26 - A presciência de Deus não afeta as decisões do homem, nem seu livre-arbítrio. 3.27 - A eleição de Cristo nos garantiu a nossa própria eleição quando nos tornamos mem
bros do Seu “corpo”.
3.28 - Mediante o planejamento predeterminado por Deus, a salvação é privilégio dos esco lhidos por Ele.
3.29 - Embora o chamamento de Deus seja dirigido a todos os homens, estes não são obri gados a aceitá-10.
.3.30 - Os que aceitam o livre-arbítrio, crêem que a todo homem é concedida a oportunidade de salvação, que tanto podem aceitá-la como rejeitá-la.
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