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O CRENTE PODE PERDER A SALVAÇÃO?

No documento EETAD - Soteriologia (páginas 159-161)

No século V d.C., Agostinho foi o primeiro erudito a ensinar que o crente nunca poderia perder a sua salvação. Uma vez salvo, permanecia salvo pelo restante da sua vida, independente­ mente das suas ações ou atitudes. Esta declaração deu início a um debate teológico que continua até o dia de hoje.

Nesta Lição, apresentaremos o conceito claro e bíblico, demonstrando que o crente pode perder a sua salvação. Ao estudar as evidências bíblicas que apoiam este fato, o aluno compreen­ derá por que quatro séculos se passaram, depois da morte de Cristo, para então surgir um ponto de vista oposto sobre o assunto em pauta.

As Frases Condicionais

Um dos maiores argumentos mostrando que se pode perder a salvação é a freqüente menção do condicional “se”, com respeito a salvação. Estas declarações revelam o fato de que a salvação, na experiência humana, depende da situação do crente, manifesta em expressões bíblicas, como “permanecer em Cristo”, “continuar na fé”, “andar na luz”, “não retroceder” etc. Segue-se aqui uma lista de algumas destas frases.

“Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora ... ” (Jo 15.6). se é que permaneceis na f é ... ” (Cl 1.23).

se retiverdes a palavra tal como vo-la pregu ei... ” (1 Co 15.2). se negligenciarmos tão grande salvação ... ” (Hb 2.3).

se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a confiança ... ” (Hb 3.14). Se retroceder...” (Hb 10.38).

“se, porém, andarmos na lu z ... ” (1 Jo 1.7).

As Advertências Diretas

A Bíblia contém muitas advertências acerca do perigo do crente “cair da graça”. Paulo advertiu os santos que achavam que, vivendo da maneira que quisessem estariam salvos sempre:

“Aquele, pois, que pensa estar em p é veja que não caia. ” (1 Co 10.12).

O escritocj£s Hebreus adverüu que é possívej^dejxar o coração encher-se_de descrença, a pontQnSg^perder a^sãTvãç5cr.T e n d e cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vos perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo. ” (Hb 3.12).

152 LICÃO 9: ADVERTÊNCIAS E PROMESSAS

A Epístola de Judas leva-nos a meditar nos santos do Antigo Testamento, dos dias de Moisés, quando diz: “Quero, pois, lem brar-vos... que o Senhor, tendo libertado um povo, tiran­ do-o da terra do Egito, destruiu, depois, os que não creram. ” (Jd v 5).

Há uma exortação severa de João, que não deixa dúvida alguma quanto à possibilidade de alguém perder a sua salvação. "... O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte. ” (Ap 2.11). “... Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa... ” (Ap 3.11).

Exemplos de Perda da Salvação

A Bíblia não somente ensina que é possível perder a salvação, como também registra ca­ sos de váriajLpessoas que viraram as costas para Deus, perdendo sua total comunhão com Ele.

No Antigo Testamento, lemos acerca de Saul que “... Deus lhe mudou o coração ... ” e que “o Espírito de Deus se apossou de S a u l... ” (1 Sm 10.9,10). Mais tarde, porém, tornou-se possuído de um espírito maligno, e terminou sua vida suicidando-se.

Está dito de Salomão, que na sua juventude, ele “... amava ao SENHOR, andando nos preceitos de Davi, seu p a i ... ” (1 Rs 3.3). Mais tarde, porém, ele rejeitou a Deus e começou a

adorar os falsos deuses (1 Rs 11.1-8).

No Novo Testamento, o exemplo mais destacado de um apóstata é o de Judas Iscariotes. Judas, no princípio era um verdadeiro crente em Deus, pois jamais Cristo confiaria a um pecador a missão de evangelizar, curar enfermos, expulsar demônios (Mt 10.7,8). Porém, já na ocasião da “última ceia”, Judas tinha abandonado a sua fé. Cristo sabia que Judas já não fazia parte do grupo dos crentes. O próprio Judas confirmou isto, quando traiu a Cristo e suicidou-se.

Himeneu e Alexandre, dois dos cooperadores de Paulo, deles está dito: “mantendo fé e boa consciência ... ”. Mais tarde, no entanto, vieram a naufragar na fé, e Paulo os entregou a Satanás (1 Tm 1.19,20).

Demas, outro dos associados de Paulo, é declarado um ajudante^fiel; estava presente quando Paulo estava escrevendo Colossenses e Filemom (Cl 4.14; Fm 24). Paulo até mesmo o chamou de “cooperador”. E difícil imaginar que ele não era um crente verdadeiro, no entanto, mais tarde abandonou a fé, isto é, a salvação, por causa de ter “amado o presente sécu lo...” (2

Tm 4.10). ~

O Aspecto Durativo da Rejeição de Cristo

Alguns teólogos crêem que a apostasia é apenas um distanciamento temporário de Cristo, e não uma perda permanente da salvação. Isto, no entanto, contradiz as advertências bíblicas no sentido de que um crente pode perder, não somente sua comunhão com Cristo agora, mas tam­ bém a vida eterna. Por exemplo:

LICÃO 9: ADVERTÊNCIAS E PROMESSAS 153

o SENHOR esquadrinha todos os corações e penetra todos os desígnios do pensamento. Se o buscares, ele deixará achar-se p o r ti; se o deixares,

ele te rejeitará para sempre. ” (1 Cr 28.9).

Pedro apresenta um exemplo comum de apostasia. Descreve certos falsos mestres que antes andaram no caminho certo, mas que o abandonaram (2 Pe 2.15). Tinham escapado às poluições do mundo mediante o conhecimento de Jesus Cristo, mas, mais tarde se deixaram enredar de novo pelos seus antigos pecados (2 Pe 2.20).

Evidentemente a condição desses mestres não é a mesma do crente que está fora da co­ munhão com Deus. Note que Pedro diz, melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça, do que, após conhecê-lo, virem a rejeitá-lo. Obviamente, Pedro está aludindo ao jul­ gamento que estes mestres terão, que será da maior severidade por causa do seu conhecimento inicial de Cristo e do seu relacionamento com Ele.

“Pois melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que, após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que

lhes fora dado. (2 Pe 2.21).

Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu pró­ prio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal. ” (2 Pe 2.22).

PE R G U N TA S E E X E R C ÍC IO S

No documento EETAD - Soteriologia (páginas 159-161)