A justificação não é uma experiência; é uma declaração legal de justiça, que é possível somente mediante um relacionamento com Cristo. Essa declaração traduz inúmeros resultados benéficos a serem desfrutados na vida do crente. Estudemos quatro destes benefícios.
Um Novo Relacionamento Quanto à Lei
A justificação concede ao crente uma nova posição em relação à lei de Deus. A lei de Deus exigia perfeita obediência para se obter a vida eterna (Mt 19.17). Evidentemente, ninguém pode cumprir perfeitamente esta exigência.
LICÃO 5: A JUSTIFICAÇÃO 79
por nós, pois Ele pôde obedecer à Lei de modo perfeito.
“Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. ” (Mt 5.17).
“Porque o fim (o complemento) da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê. ” (Rm 10.4).
“Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo ... ” (Rm 3.21,22).
Por causa da justificação mediante a salvação, o homem tem livre acesso a Deus, tendo cumprido as exigências da lei mediante a sua “identificação pela fé”, com a justiça de Cristo.
“e por meio dele, todo o que crê é justificado de todas as coisas das quais vós não pudestes ser justificados pela Lei de Moisés. ” (At 13.39).
Um Novo Relacionamento Quanto a Deus
Isaías ensinou que o pecado separa o homem de Deus: “Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is 59.2). Além disso, o pecado vem, inevitavelmente, acompanhado da exigência do castigo divino.
Mediante a justificação, no entanto, esta separação entre o homem e Deus foi transforma da em “paz com Deus”, e a ira de Deus contra nosso pecado foi removida, legal e completamente.
“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus. p o r meio de nosso Senhor Jesus Cristo. ” (Rm 5.1). “Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue,
seremos por ele salvos da ira. ” (Rm 5.9).
Paulo fez uma ilustração bem descritiva do cancelamento da dívida do pecado, em Colossenses 2.13,14. Ali, ele compara nossos pecados com o registro de uma cobrança, escrito num pergaminho. Nos dias de Paulo, era costume pregar o pergaminho de uma dívida na porta da casa do devedor. Quando a dívida era saldada, o pergaminho (isto é, a conta) era mergulhado numa solução química que apagava todo o escrito, deixando-o assim, totalmente limpo e pronto para ser usado de novo.
80 LIÇÃO 5: A JUSTIFICA CÃO
Da mesma maneira, Paulo diz que nossa dívida não foi pregada à porta da nossa vida, mas, sim, na cruz de Cristo, onde Ele pagou-a por nós. Tomou o nosso lugar como devedor. Tendo pago a dívida, devolveu-nos o “pergaminho” (“o escrito da dívida”) das nossas vidas, completamente purificado pelo Seu sangue. Uma vez que a dívida está paga, a Lei não tem nenhum direito sobre a vida do crente, não havendo mais qualquer empecilho à comunhão com Deus.
“... perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado (apagado) o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz■ ” (Cl 2.13,14).
Um Novo Relacionamento Quanto à Culpa Pessoal
O antigo sábio romano Sêneca, declarou que não se sentia demasiadamente perturbado quando um criminoso era solto pelo tribunal sem ser condenado, porque, “todo homem culpado, é seu próprio carrasco”. O “carrasco”, naturalmente, é a consciência de culpa que o homem tem.
Mediante a justificação, todo crente recebeu a provisão-divina para£€a^Jivreda_cul^a_^ ^essoalJ>^1^9T4^4pfelizmente, muitos crentes ainda sofrem de “falsa” culpa ou acusação por que não se apropriam desta provisão. Como o crente pode aplicar esta benção da justificação à sua vida?
Para responder a esta pergunta, consideremos a causa do sentimento de culpa pessoal. O homem sente-se culpado quando continua pensando que: a) cometeu o mal, que é faltoso; b) deve ser castigado, deve pagar pelo delito. E bom para o homem achar-se assim se sua consciên cia estiver sendo movida pelo Espírito Santo como meio de levá-lo a confessar seus pecados a Cristo. Uma vez feita a sincera confissão, não têm lugar novos sentimentos de culpa sobre os pecados confessados a Deus. O crente que, por falta de fé, base bíblica e convicção espiritual, permitir sentimentos de culpa quanto a pecados já confessados a Deus e abandonados, será víti ma de frustração e desespero, resultante da falsa culpa ou acusação na consciência.
Às vezes, estes sentimentos de derrota são aplicados por fontes externas tais como ami gos críticos, entes queridos que não perdoam etc., que querem lembrar-nos dos nossos fracassos e manter-nos na prisão da culpa. O crente em Jesus não precisa sofrer tal coisa, porque a provisão da justificação que Cristo realizou por nós, libertou-nos de toda a culpa.
Quando alguém se arrepende do seu pecado e se volta para Deus, com fé, toda e qualquer culpa do pecado é apagada. A solução para eliminar qualquer sentimento pessoal de culpa, é reconhecer e confessar o pecado ou fracasso, e crer, sem questionar, nem duvidar na sua mente, que Cristo pagou a dívida daquele pecado e que Deus o contempla somente na justiça de Cristo, isto é, limpo e livre de dívidas! Tendo o próprio Deus justificado o crente, ninguém mais tem o direito de condená-lo, nem sequer seu próprio coração, pois, ele está em Cristo!
LICÃO 5: A JUSTIFICAÇÃO 81
“Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? E Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ... ” (Rm 8.33,34).
Um Novo Relacionamento Quanto ao Futuro
A justificação não somente nos liberta da culpa do passado, mas também nos livra de todas do futuro. Porque, uma vez justificado por Deus, o crente pode saber nesse exato momento, que é salvo. Não precisa esperar até a consumação dos séculos, para ver se ele foi “suficientemen te bom” para merecer então a salvação.
O crente pode com confiança encarar o futuro, sabendo que, a qualquer momento, poderá entrar na presença de Deus, purificado dos seus pecados e vestido com as vestes brancas da justiça de Cristo.
‘a fim de que, justificados por graça, nos tomemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. ” (Tt 3.7).
"... porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com manto da ju stiça” (Is 61.10).
PER G U N TA S E E X ER C ÍC IO S
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5.1 6 - A justificação é uma declaração legal de justiça, median te um relacionamento com
f \ 5.17 - Por causa da justificação mediante a salvação, o homem tem livre
í - _5.18 - Mediante a justificação, a separação entre o homem e
Deus foi transformada em
O 5.19 - Quando alguém se arrepende do seu pecado e, com fé se volta para Deus, toda culpa é
5.20 - A justificação dá ao homem o direito de, a qualquer mo mento, entrar na Coluna “B” A. acesso a Deus. B. presença de Deus. C. apagada. D. Cristo.
82 T.TÇÃO 5: A JUSTIFICAÇÃO TEXTO 5