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LIBERTO DOS MAUS PENSAMENTOS

No documento EETAD - Soteriologia (páginas 143-148)

Em sua segunda carta à igreja de Corinto (2 Co 10.3-5), Paulo observou que os pensamentos deles tinham sido escravizados por idéias falsas. Empregando a metáfora de um exército antigo libertando uma terra cativa, Paulo escreve acerca do seu plano para voltar a Corinto a fim de destruir as filosofias malignas (as fortalezas) e fazer com que aqueles crentes tivessem seus pensamentos dominados por Cristo.

“Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas: anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conheci­

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A Destruição das Fortalezas

Ao escrever acerca de fortalezas, Paulo se referiu às filosofias mundanas que podem alojar na mente do crente, a ponto de dominarem seu modo de pensar. Um destes tipos de “forta­ leza” é a “intelectual”. Isto tem a ver com as filosofias humanas com base na suposição de que a sabedoria humana é superior à sabedoria bíblica. Os defensores de tais idéias acham que a Bíblia deve concordar com o saber científico e intelectual. Exemplos disso são: a teoria da evolução, a alta crítica quanto à atualidade da Bíblia e as filosofias seculares, tais como o humanismo. Paulo adverte: “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo. ” (Cl 2.8).

Outro tipo perigoso de “fortaleza” é a da “moral”, que representa as atitudes da sociedade ímpia para com o sexo, a honestidade, a justiça, direitos pessoais, vestes etc. Quando o crente enfrenta pressões de uma sociedade que vive de acordo com falsas idéias e maus padrões de comporta­ mento, é fácil para ele contaminar-se com estas atitudes, de maneira bem semelhante a quem pega um resfriado no meio de uma multidão. A popularidade, no entanto, não é base para julgamento quanto ao que é certo ou errado do ponto de

vista bíblico. Um grupo de pessoas pode pecar em conjunto, mas cada pessoa responderá diante de Deus por seus atos individualmente. Daí, Paulo advertir solenemente: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente ... ” (Rm 12.2).

Um terceiro tipo de “fortaleza” é a “espiritual”. Trata-se das falsas filosofias religiosas que podem invadir a mente do crente, e, se forem aceitas, podem tornar-se em poderosas fortale­ zas contra pensamentos ou conceitos bíblicos. Estas falsas filosofias aparentam ser espirituais, e até mesmo fazem referências a Cristo e a Deus. Tais filosofias pseudo-religiosas podem ser detectadas pelo fato de torcerem e darem sentido diferente às Escrituras e pela ausência do Espí­ rito Santo como fonte de poder, “tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes. ” (2 Tm 3.5).

O Esforço do Crente para o Controle da Mente

Nenhuma guerra pode ser travada, e muito menos ganha, a não ser que os soldados este­ jam dispostos a lutar. A batalha pelo controle da mente do crente não pode ser ganha se o crente

não considera importante a luta. Consideremos aqui três razões porque a batalha para o crente libertar-se de pensamentos impróprios é tão importante para o seu bem-estar espiritual.

Em primeiro lugar, se o crente acalenta pensamentos ímpios, isto resultará em atitudes e ações pecaminosas. Pensamentos ímpios resultam em dúvida, preocupação, medo, amargura, orgulho, competição, ciúmes, egoísmo, espírito de crítica, depressão e. autojustiça.

Às vezes tendemos a deixar pensamentos indignos dominar nossas mentes, só porque não são pecados abertos, mas, sim, meramente pecados “mentais”. Realmente não parecem pe­

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cado. Mas a Bíblia nos ensina que o homem é aquilo que ele pensa! “Porque, como imagina em sua alma, assim ele é ...” (Pv 23.7). Destarte, os maus pensamentos são pecaminosos porque resultarão em ações ímpias. Por esta razão, Deus tanto menciona a predominância dos pensa­ mentos retos em nosso espírito, alimentar pensamentos malignos é pecado.

“Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus ... ” (Rm 8.7). “Os desígnios do insensato são pecado ...” (Pv 24.9)

“Abomináveis são para o Senhor os pensamentos do mau ... ” (Pv 15.26 - ARC)

Em segundo lugar, o crente precisa reconhecer o fato de que, ao dar guarida a pensamen­ tos pecaminosos, torna-se vulnerável às tentações. Por exemplo, se um crente ficar alimentando pensamentos ímpios acerca do sexo oposto, ele (ou ela) estando na presença do tal sexo, será tentado a pecar.

“Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas. ”

(Tt 1.15).

“Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. ” (Tg 1.14).

Em terceiro lugar, é importante para o crente entender que pensamentos malignos são como sementes, plantados no jardim da mente. Se não forem completamente removidos, cresce­ rão e se multiplicarão, e produzirão um jardim de ervas daninhas malignas, ao invés do “fruto do Espírito”.

“Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. ” (Mt 15.19).

Tendo em vista o sério perigo de permitir que pensamentos ímpios dominem ou até mes­ mo habitem a nossa mente, a pergunta importante para o crente é: “... Até quando hospedarás contigo os teus maus pensamentos?” (Jr 4.14).

Pensamentos Dominados - Pensamentos Obedientes

O ataque a ser feito contra maus pensamentos deve ser tríplice: 1. mortificar tais pensamentos, eliminando sua fonte supridora;

138 T.TCÃO «: A S A N T T F I C A C Ã O 2. vencer os pensamentos indignos com pensamentos da parte de Deus;

3. repelir pensamentos malignos, admitindo em seu lugar pensamentos segundo a mente de Cristo.

Um pensamento aumentará em proporção direta ao estímulo que receber. Da mesma forma, ele enfraquecerá e acabará, se sua fonte de alimentação for eliminada. O pensamento pecaminoso pode ser dominado, controlando-se o meio de alimentação que o traz à mente, através da vista e do ouvido. Evitando maus amigos e lugares ou situações inconvenientes, o crente pode controlar cuidadosamente aquilo que vê, que lê e que ouve.

Tal guerra “defensiva” não basta. O cristão precisa adotar uma posição firme ofensiva contra os maus pensamentos, pensando santamente. Ao tomar sobre si os pensamentos de Deus, que são as Escrituras, e ao meditar nelas, o crente voltará a ter pensamentos bons, em lugar de maus.

“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firm e em ti; porque ele confia em ti. ” (Is 26.3 - ARC).

“Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti. ” (SI 119.11). “Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para

que tenhas cuidado de fazer segundo a tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido. ” (Js 1.8).

Finalmente, não somente temos necessidade de controlar nossos pensamentos, como tam­ bém precisamos servir a Cristo ativamente através da nossa vida mental. “... levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo. ” (2 Co 10.5). Como, porém, o crente pode servir a Cristo através dos seus pensamentos?

Em primeiro lugar, o crente precisa fortalecer seus pensamentos puros mais e mais, por meio da comunhão cristã, dos cultos na igreja, da literatura apropriada, dos estudos bíblicos etc. Em segundo lugar, o crente deve lembrar-se que a chave para progredir numa comunhão maior com Deus é meditando na Sua Palavra e perseverando em oração. A mente sempre voltada para Deus, com certeza está protegida dos pensamentos malignos. E, naturalmente, uma mente inun­ dada de pensamentos santos, resultará não somente em pensamentos de louvor e glória a Deus, como também em ações que glorifiquem a Deus!

“E a p a z de Deus, que excede todo o entendimento,

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“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama,

se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. ” (Fp 4.8).

“Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra. ” (Cl 3.2).

ASSINALE COM UM “X” A ALTERNATIVA CORRETA 8.11 - Ao referir-se às fortalezas, em 2 Co 10.4, Paulo teve em mente

___a. as filosofias mundanas.

___b. a “moral” - atitudes da sociedade ímpia. ___ c. a “espiritual” - falsas filosofias religiosas.

¥ d. Todas as alternativas estão corretas.

8.12- O crente deve cuidar do seu pensamento, para o seu bem-estar espiritual. A Bíblia ensi­ na que o homem é aquilo que ele pensa, conforme

___ a. Salmo 27.31. X b. Provérbios 23.7. ___c. Cantares 23.7.

d. Jó 8.1.

8.13 - Como atacar os maus pensamentos:

PE R G U N TA S E E X E R C ÍC IO S

a. mortificá-los, eliminando a fonte supridora. b. vencê-los, com pensamentos da parte de Deus.

c. repeli-los, admitindo em seu lugar pensamentos segundo a mente de Cristo. d. Todas as alternativas estão corretas.

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