• Nenhum resultado encontrado

Aposentadoria por Tempo de Contribuição: Índices de Conversão

7. APOSENTADORIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: REQUISITOS

7.5 Aposentadoria por Tempo de Contribuição: Conceito e Requisitos

7.5.3 Aposentadoria por Tempo de Contribuição: Índices de Conversão

Os períodos em que o segurado não apresentou qualquer deficiência serão convertidos a fim de que se complete o tempo de contribuição necessário, aplicando- se, para tanto, índices de conversão, conforme art. 70-E, § 2º: Tabela 4253:

Tabela 4: Índices de conversão

HOMEM

TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES

Para 25 Para 29 Para 33 Para 35

De 25 anos 1,00 1,16 1,32 1,40

De 29 anos 0,86 1,00 1,14 1,21

De 33 anos 0,76 0,88 1,00 1,06

De 35 anos 0,71 0,83 0,94 1

MULHER

TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES

Para 20 Para 24 Para 28 Para 30

De 20 anos 1,00 1,20 1,40 1,50

De 24 anos 0,83 1,00 1,17 1,25

De 28 anos 0,71 0,86 1,00 1,07

De 30 anos 0,67 0,80 0,93 1,00

Fonte: Decreto n. 8.145

Em tal situação, quem sofrer, por exemplo, um acidente que ocasione a deficiência quando já possuía alguns anos de contribuição junto ao INSS, parte do tempo será considerado como segurado comum, inserindo-se em tal período o índice de conversão, e outra parte, como deficiente, acrescido todo o tempo a fim de que se implemente os requisitos para concessão da aposentadoria da pessoa com deficiência. Logo, os demais períodos de tempo de contribuição, como não deficiente, se existentes, serão convertidos proporcionalmente.

Salienta-se que a redução da contribuição somente ocorre em sua integralidade se o segurado comprovar a deficiência durante todo o tempo de contribuição exigido.

Realmente, não se poderia conceder a mesma redução de tempo para uma pessoa que laborou apenas alguns anos como deficiente em relação à outra que o fez durante todo o tempo de contribuição exigido. Por isto, para usufruir da redução total do requisito contributivo é preciso a comprovação da deficiência durante todo o tempo de contribuição exigido. Nestes casos, não há dificuldade na análise desde que comprovado o tempo de contribuição exigido e a deficiência no mesmo período.254

Por isso, nos casos elencados acima, é importante se realizar uma conversão no tempo de contribuição, sendo possível que a perícia identifique oscilações no grau de deficiência do requerente durante o curso contributivo, e, ainda, fusões de tempo de contribuição com deficiência e sem deficiência, sendo que nesses casos também deve-se realizar uma conversão de tempo, conforme art. 70-E do Decreto nº 3.048/99.

Caso haja, no histórico contributivo da pessoa com deficiência, período de atividade especial, é importante converter os referidos períodos conforme a seguinte Tabela 5255:

Tabela 5: Conversão de tempo com histórico contributivo de pessoa com deficiência

254 SOARES, João Marcelino. Aposentadoria da pessoa com deficiência. Curitiba: Juruá, 2014, p.

157.

255 Decreto n. 3.048, de 6 de maio de 1999.

HOMEM

TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES

Para 15 Para 20 Para 25 Para 29 Para 33

De 15 anos 1 1,33 1,67 1,93 2,2 De 20 anos 0,75 1 1,25 1,45 1,65 De 25 anos 0,6 0,8 1 1,16 1,32 De 29 anos 0,52 0,69 0,86 1 1,14 De 33 anos 0,45 0,61 0,76 0,88 1 MULHER

TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES

Para 15 Para 20 Para 24 Para 25 Para 28

Fonte: Decreto n. 3.048.

Na conversão de tempo, um TBC – Tempo Base de Cálculo – é alterado proporcionalmente para outro TBC, sendo este o número completo de anos exigidos para a aposentadoria em dado referencial. Para tanto, enquanto na aposentadoria comum do homem o TBC é 35, na aposentadoria à pessoa com deficiência leve, para o homem, o TBC é 33.

Quando há oscilações no grau de deficiência a ser observado pela avaliação médico-pericial, os referidos tempos também devem ser convertidos a fim de que haja uma adequação, considerando-se, ainda, grau de deficiência preponderante, ou seja, a que o segurado cumpriu com maior tempo de contribuição, de acordo com o art. 70-E, § 1º do Decreto nº 3.048/99 e art. 7º da Lei Complementar nº 142, conforme segue:

Art. 7º Se o segurado, após a filiação ao RGPS, tornar-se pessoa com deficiência ou tiver o seu grau de deficiência alterado, os parâmetros mencionados no art. 3º serão proporcionalmente ajustados, considerando-se o número de anos em que o segurado exerceu atividade laboral sem deficiência e com deficiência, observado o grau de deficiência correspondente, nos termos do regulamento a que se refere o parágrafo único do art. 3º desta Lei Complementar.

§1º O grau de deficiência preponderante será aquele em que o segurado cumpriu maior tempo de contribuição, antes da conversão, e servirá como parâmetro para definir o tempo mínimo necessário para a aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência e para a conversão. § 2º Quando o segurado contribui alternadamente na condição de pessoa sem deficiência e com deficiência, os respectivos períodos poderão ser somados, após aplicação da conversão de que trata o caput.

O período em que a pessoa com deficiência tenha contribuído não pode ser ignorado para a contagem que visa à aposentadoria. Assim, em que pese o segurado ter contribuído como pessoa com deficiência e não esteja mais nessa condição, é possível a conversão do tempo qualificado em tempo comum.

De 20 anos 0,75 1 1,2 1,25 1,4

De 24 anos 0,63 0,83 1 1,04 1,17

De 25 anos 0,6 0,8 0,96 1 1,12

Por isso, ao se utilizar da interpretação do Decreto nº 3.048/99, faz-se importante, primeiramente, avaliar o grau de deficiência preponderante e, então, estabelecer-se o TBC (tempo base de cálculo), que seria o tempo mínimo de contribuição que o segurado deve alcançar.

Na aposentadoria por tempo de contribuição comum, o TBC utilizado é o de 30 para a mulher e 35 para o homem, devendo o período de trabalho na condição de deficiente ser devidamente convertido. Todavia, caso haja períodos em que a gravidade for diferente, é necessário a aplicação de fatores de conversão.

Em tal cálculo, transmuda-se um tempo de contribuição de um TBC para outro TBC de deficiência preponderante, devendo a conversão ser realizada em dias, utilizando-se 360 como referência.

A título de exemplo, na conversão de uma deficiência moderada para leve, supõe-se que o segurado apresente 10 anos de contribuição. Em tal situação, 10 deverá ser multiplicado por 360, que será igual a 3.600, que multiplicado pelo índice de conversão – que é de 1.17, conforme art. 79-E, § 1º do Decreto nº 3.048/99 –, resultaria em 4.212 dias, que dividido por 360, é 11,7. Assim, 4.212 – 3.600 é igual a 612, que dividido por 30, que é o número de dias, resulta em 20,4. Multiplica-se, então, o número inteiro 20 por 30, o qual garante o número 600 e, então, subtrai-se 612 por 600, que resulta em 12. Portanto, o tempo de contribuição seria de 12 anos, 8 meses e 12 dias.

No caso em questão, primeiramente encontrou-se 11 anos na conversão, todavia, com o resultado de 20 meses, um ano foi acrescido e o restante do tempo computado como meses.

Observa-se, em todos os casos de contribuição tratados, que há índices de conversão a serem aplicados tanto no caso de períodos desempenhados na condição da pessoa com deficiência, como não, ou ainda, em alteração de grau de deficiência ou quando há também situações de exercício de atividades insalubres ou periculosas.