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Renda Mensal da Aposentadoria da Pessoa com Deficiência e Aplicação

7. APOSENTADORIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: REQUISITOS

7.6 Renda Mensal da Aposentadoria da Pessoa com Deficiência e Aplicação

Em nada difere o cálculo da aposentadoria da pessoa com deficiência das demais espécies de benefício. Assim, os períodos básicos de cálculo, salário de benefício e alíquota previdenciária fazem parte da regra que trará como resultado a renda mensal dessa espécie de aposentadoria.

O PBC – Período Base de Cálculo – considerado para a apuração da média aritmética dos salários de contribuição é delimitado, conforme art. 3º da Lei nº 9.876/99, da seguinte forma:

Art. 3º. Para o segurado filiado à Previdência Social até o dia anterior à data de publicação desta Lei, que vier a cumprir as condições exigidas para a concessão dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, no cálculo do salário de benefício será considerada a média aritmética simples dos maiores salários de contribuição, correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo o período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da Lei n. 8.213, de 1991, com redação dada por esta Lei.

Nesse sentido, o segurado que contribuiu após 07/1994 terá todo o seu período de contribuição para apuração do cálculo e, antes dessa data, serão consideradas em seu PBC, somente as datas posteriores a esse período.

Quanto à Renda Mensal Inicial – RMI, esta consiste, conforme art. 29 da Lei nº 8.213/91, no resultado oriundo da média aritmética simples dos 80% dos maiores salários de contribuição referente à 07/1994 até a data de um mês antes do requerimento do benefício, não podendo também o salário de benefício ser superior ao teto do RGPS e inferior ao salário-mínimo nacional.

No que concerne ao coeficiente, este condiz com o percentual que incide sobre o valor apurado no salário de benefício, sendo que a Lei nº 8.213/91 estabeleceu, para cada espécie de benefício previdenciário, um percentual diferente de alíquota.

Após a apuração do salário de benefício, com a formação do PBC, a alíquota será aplicada e haverá um valor correspondente à Renda Mensal Inicial do benefício.

Em relação ao período base de cálculo, este pode ser conceituado como o lapso de tempo a fim de resultar em salário de contribuição utilizado para o cálculo do salário de benefício da aposentadoria, conforme art. 29 da Lei nº 9.876/99.

Art. 29 . O salário de benefício consiste:

I – para os benefícios de que tratam as alíneas b e c do inciso I do art. 18, na média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário; (Incluído pela Lei n. 9.876, de 26.11.1999)

II – para os benefícios de que tratam as alíneas a, d, e h do inciso I do art. 18, na média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo período contributivo. (Incluído pela Lei n. 9.876, de 26.1.1999).

A regra traz, no art. 3º da Lei nº 9.876/99, o seguinte:

Art. 3º Para o segurado filiado à Previdência Social até o dia anterior à data de publicação desta Lei que vier a cumprir as condições exigidas para a concessão dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, no cálculo do salário de benefício será considerada a média aritmética simples dos maiores salários de contribuição, correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo o período contributivo decorrido desde a competência julho e 1994, observado o disposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da Lei n. 8.213, de 199, com a redação dada por esta Lei.

A Lei nº 9.876/99 cria ainda a chamada “média longa”, quando se avalia todo o histórico contributivo do segurado, em substituição à “média curta”, quando se avaliava, tão somente, os últimos 36 salários de contribuição para apuração do valor do benefício.

Salienta-se que, caso o segurado tenha iniciado suas contribuições antes de 07/1994, mas não conte com o mínimo de 60% do período base de cálculo, seu salário de benefício será calculado por meio da soma dos valores existentes no PBC dividido pelo número equivalente a 60% do período, conforme disciplina o art. 3º da Lei nº 9.876/99:

Art. 3º [...]

§ 2º No caso das aposentadorias de que tratam as alíneas b, c e d do inciso I do art. 18, o divisor considerado no cálculo da média a que se refere o caput e o § 1º não poderá ser inferior a sessenta por cento do período decorrido da

competência julho de 1994 até a data de início do benefício, limitado a cem por cento de todo o período contributivo.

O mínimo divisor do PBC é resultado da multiplicação de 60%. Quando o segurado não alcança a quantidade mínima, o cálculo do salário do benefício acaba por ser realizado de forma desvantajosa para o segurado, não havendo a exclusão, desse modo, dos 20% dos menores salários. “Notem que há, assim, um prejuízo para o segurado que não alcança o mínimo divisor do PBC. É uma espécie de penalidade pela imprevidência do segurado ao longo de sua vida”268.

Frisa-se que a referida regra somente se aplica para quem iniciou suas contribuições antes da vigência da Lei nº 9.876/99, pois para os segurados que contribuíram após 29.11.1999, aplica-se a regra presente no art. 29, I, da Lei nº 8.213/91, quando se considera todo o período de contribuição para que seja apurada a média aritmética simples, não se utilizando a regra de transição do mínimo divisor. Em relação ao fator previdenciário, quando o cálculo é baseado na idade e tempo de contribuição do trabalhador e expectativa de vida do brasileiro – e que quase sempre diminui consideravelmente a renda do benefício –, não pode este ser aplicado para o cálculo da aposentadoria da pessoa com deficiência, caso não seja vantajoso, ou seja, se a alíquota do fator previdenciário não for maior que 1, segundo trata o art. 9º, I, da Lei Complementar nº 142:

Art. 9º Aplicam-se à pessoa com deficiência de que trata esta Lei Complementar:

[...]

V – a percepção de qualquer outra espécie de aposentadoria estabelecida na Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991, que lhe seja mais vantajosa do que as opções apresentadas nesta Lei Complementar.

Assim, a vantagem dessa espécie de benefício é que, além da redução do tempo de contribuição, o segurado não possui qualquer desabono e prejuízo na renda de seu benefício de aposentadoria por idade ou por tempo de contribuição.

268 MAUSS, Adriano; COSTA, José Ricardo Caetano. Aposentadoria Especial dos Deficientes:

8. APOSENTADORIA DA PESSOA COM DEFICIËNCIA E DIREITOS