• Nenhum resultado encontrado

As Tecnologias da Informação e Comunicação na educação: aspectos gerais

A comunicação é necessária à convivência humana e está presente desde os tempos mais remotos no intuito de possibilitar a troca informações, a livre expressão de ideias, de desejos, de sentimentos e emoções, bem como o registro de fatos corriqueiros e/ou marcantes do dia a dia. E para tornar-se prática diária, necessitou aperfeiçoar- se, recriar-se e renovar-se, desenvolvendo novas tecnologias e mecanismos, ou ao menos, simplificando-os para um melhor fim. Essas Tecnologias, são denominadas como Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e integradas entre si, interferem e facilitam a veiculação de informações e a comunicação numa realidade marcada por uma dinâmica de inovações em que o homem está inserido, enquanto ser social repleto de aspirações e necessidades.

Diante dessas carências, há a necessidade da criação de Políticas Públicas de promoção do ser humano como um todo, repleto de diferenças e particularidades que o torna singular e a escola, o ponto de partida para essa construção, insultada para tornar- se promotora de transformações significativas, não somente de estrutura física, como também de organização de ideias e ações que possibilitem a promoção de uma educação pautada na diversidade humana.

Em consonância à construção de uma “Escola de Todos e Para Todos” numa perspectiva inclusiva, Maria Teresa Eglér Mantoan, uma das escritoras defensoras da educação numa perspectiva inclusiva no Brasil, afirma que “Na escola inclusiva professores e alunos aprendem uma lição que a vida dificilmente ensina: respeitar as diferenças, esse é o primeiro passo para construir uma sociedade mais justa’’ (MANTOAN, 2005, p. 24-25).

Eis o desafio do sistema educacional, a inclusão legítima de alunos, com ou sem deficiência, um aspecto relevante na construção de uma sociedade igualitária que leva em conta às necessidades de comunicação e interação, bem como o avanço acelerado das inovações tecnológicas, surgindo a escola, como pioneira incumbida de fusionar todos esses aspectos a favor de uma educação de qualidade e recriá-los. Sendo que para isso utilizará das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), que podem possibilitar uma maior diversidade de experiências de comunicação e de aprendizagem, docente e discente.

O aluno com deficiência, inserido em um contexto escolar inclusivo, deve ser visto a partir de suas habilidades e necessidades, sendo respeitado em sua condição de deficiência e envolto a situações de construção de conhecimentos e saberes que possibilitem o desenrolar de vivências e aprendizagens que venham a superar aquilo que

150

o torna especial, sem nenhum tipo de minorização ou descrença ao seu potencial. Sob esse aspecto é necessário destacar que:

No âmbito da educação, a opção política pela construção de um sistema educacional inclusivo vem coroar um movimento para assegurar a todos os cidadãos, inclusive aos com deficiência, a possibilidade de aprender a administrar a convivência digna e respeitosa numa sociedade complexa e diversificada (ARANHA, 2002, p. 376-377).

Para tal promoção contará com o apoio incessante de todos que compõe a escola, em especial o coordenador pedagógico que, enquanto articulador da formação continuada, possibilitará a inserção delas no currículo da escola e sua efetivação numa prática docente que facilitará, no processo de ensino e aprendizagem, o entendimento das necessidades específicas dos alunos e professores, oportunizando o acesso às informações necessárias à apropriação do conhecimento. Em aliança estará o professor que, rompendo com a educação tradicional, que vê e enfatiza o aluno como um ser passivo diante desse processo, construirá uma nova postura que busque transformar o aluno com deficiência em um agente ativo e interativo, construtor de seus próprios saberes e conhecimentos a partir de suas reais necessidades. Sobre a percepção da necessidade dessa mudança e o caminho para efetivá-la, o autor afirma que:

[...] A implantação de novas idéias depende, fundamentalmente, das ações do professor e dos alunos. Porém essas ações, para serem efetivas, devem ser acompanhadas de uma maior autonomia para tomar decisões, alterar o currículo, desenvolver propostas de trabalho em equipe e usar novas tecnologias da informação [...] (VALENTE, 1999, p.41).

O uso dessas novas tecnologias não deve ganhar o teor de novo componente curricular ou mesmo técnica diversificada de ensino, mas surgir como uma ferramenta vinda para possibilitar aprendizagens e aperfeiçoar conhecimentos, assim como facilitar a prática docente, tornando as aulas mais instigantes e dinâmicas, participativas e motivadoras do diálogo, do conhecimento participativo e coletivo. Ambientes educacionais que fogem ao tradicionalismo da prática docente baseada em repetições monótonas, descontextualizadas e sem caráter usual e significativo, que propiciem situações pautadas na participação, na manipulação de materiais concretos e lúdicos, na expressão corporal e intelectual, no uso das mídias presentes no dia a dia, além de recursos tecnológicos simples e/ou sofisticados que, quando planejados, ampliam o universo de construção cognitiva, motora e potencializam habilidades do alunado, motivando ações espontâneas, num clima de respeito, solidariedade e cooperação.

Um exemplo disso é o uso do computador e da internet em sala de aula, que faz com que o aluno assuma o controle de suas ações, participando ativamente na busca por conhecimentos a partir daquilo em que realmente está interessado e despertando a curiosidade, a autonomia, a autoestima diante das diversidades do processo ensino e aprendizagem. Papert (1994, p.3) declara que o computador:

[...] é uma ferramenta de trabalho com o qual o professor pode utilizar diversos cenários de ensino e aprendizagem, entre eles, tutores, simuladores,

151

demonstrações, jogos educativos, ferramentas de textos, desenhos e imagens, dependendo de seus reais objetivos educacionais.

Cabe ao professor viabilizar a efetivação e a manutenção desse ambiente harmonioso de aprendizagem, valorizando o potencial de cada aluno, desenvolvendo habilidades já existentes e utilizando-se da criatividade, do dinamismo e da sensibilidade presentes nas relações de interação entre discentes e docentes. Essas tecnologias que sozinhas e únicas não mudam a realidade da escola, mas utilizadas de forma consciente e dinâmica trazem inúmeras possibilidades de apoio ao professor, tanto no desenvolvimento da prática pedagógica, quanto nas interações com os alunos e entre os próprios professores. (MORAN, 2004, p.14)

Outline

Documentos relacionados