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A AVALIAÇÃO NO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (2014-2024): EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS

Marzane Garvão (UFFS – Campus Chapecó) marzane_garvao@hotmail.com Andréia Cadorin Schiavini (UFFS – Campus Chapecó)

andréia.schiavini@gmail.com Luciana Rita Bellincanta Salvi (UFFS – Campus Chapecó)

luciana.salvi@gmail.com

RESUMO

Este estudo buscou fazer uma análise preliminar de como é concebida a avaliação no Plano Nacional de Educação (PNE) de 2014-2024, especialmente na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Foi realizado um estudo de caráter bibliográfico e documental a partir do PNE e autores da área que subsidiaram a análise deste estudo. Bus- cou-se trazer elementos das diretrizes, metas e estratégias propostos pelo PNE. O documento propõe para a Educação Infantil avaliação a ser realizada a cada dois anos e nos Anos Iniciais a alfabetização até o terceiro ano, sugerindo as instituições escolares a elaboração de propostas pedagógicas que auxilie no processo de alfabetização para cumprir o que prevê a legislação.

Palavras-chave: Avaliação. Educação Infantil. Anos Iniciais. PNE.

INTRODUÇÃO

O presente estudo buscou fazer uma análise preliminar da avaliação presente no PNE especificamente sobre a Educação Infantil e Anos Iniciais, documento aprovado pela Lei n. 10.172 de janeiro de 2001, que prevê a elaboração de um plano educacional que atenda as demandas nacionais a cada dez anos, que congrega um conjun- to de diretrizes e metas que orientam todo o sistema educacional brasileiro. No entanto, este estudo está ampa- rado na seguinte questão: Como a avaliação sobre a Educação Infantil e os Anos Iniciais do Ensino Fundamental é concebida pelo PNE?

Para responder essa questão explicitada acima, buscou-se fazer uma retomada histórica onde eclodiu-se as primeiras ideias para a elaboração de plano educacional. Explicitando a dinâmica da organização desse docu- mento que é tomado como referencial para elaboração de outras políticas educacionais.

Para a realização deste estudo de caráter documental e bibliográfico, realizou-se a análise do PNE. Vale destacar que, esse resumo expandido está estruturado a partir dos seguintes eixos: inicialmente sinalizamos, ain- da que breve, a trajetória do PNE. Na sequência, realizamos uma análise preliminar sobre as metas e estratégias relacionadas a avalição na Educação Infantil e nos Anos iniciais. Por fim, tecemos algumas considerações mesmo que iniciais sobre o tema que discorremos.

ANÁLISE PRELIMINAR DA AVALIAÇÃO NO PNE: EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS

As primeiras ideias da elaboração de um plano educacional eclodiram em 1932 com o Manifesto dos Pio- neiros, frente as necessidades de redimensionar o sistema educacional até então vigente. Aparecendo como meta na Constituição Federal de 1934, ressurgindo como proposta de implementação na Lei de Diretrizes de Base (LDB) de 1961, porém este não foi efetivado devido ao golpe civil e militar em 1964. Após quatro décadas o PNE teve seu espaço assegurado via aprovação no Congresso Nacional em 2001, garantindo assim a efetivação do primeiro PNE de 2001-2010, o que culminou para elaboração do segundo PNE de 2014-2024, cujo plano vigente é objeto desse estudo (FERRREIRA, 2016; PERTUZATTI; DICKMANN, 2016).

Com objetivo de que as diretrizes, metas e estratégias sejam cumpridas o documento prevê ainda no art. 5 da Lei n. 13.005/2014, o monitoramento e avalições periódicas durante a vigência decenal do PNE. Assegurando a responsabilidade das instâncias em analisar, avaliar e divulgar os resultados do processo, assegurando ainda a

efetivação das metas e estratégias por meios de políticas públicas, a fim de, cumprir as proposições estabelecidas pelo PNE (BRASIL, 2014).

Neste sentido o PNE, é implementado a partir da Lei n. 13.005 de 25 de junho de 2014, congrega um planejamento federal decenal via regime de colaboração entre a União, Estado, Distrito Federal e Municípios (2014-2024). Dentre as várias diretrizes e metas que compõem o PNE, está à promoção e a melhoria da qualidade da educação em todos os níveis da educação básica, superior e na pós-graduação. O documento ainda, enfatiza o sistema de avalição em todos os níveis de ensino, garantindo (13=65%) das metas em articulação com a estra- tégias proposta pelo PNE, que abordam questões relativas a avaliação que permeiam o documento. 3 Ao tomar como objeto de estudo as orientações acerca da avaliação contidas no PNE, especificamente na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, identificamos a importância explicitadas via legislação por meio de ações do governo, evidenciando assim a necessidade de estudos sobre diferentes perspectivas sobre a temática. A Lei n.13.005/2014 contempla em um único artigo, uma abordagem sobre o sistema avaliativo, conforme o art. 11,

O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, coordenado pela União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, constituirá fonte de informação para a ava- liação da qualidade da educação básica e para a orientação das políticas públicas desse nível de ensino (BRASIL, 2014).

Ainda a Lei explicita no parágrafo primeiro do inciso § 1º, os indicadores de avaliações nacionais do desempenho dos estudantes, onde os dados serão obtidos via censo nas instituições escolares. Os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), consistem em verificar a aprendizagem dos estudantes a nível nacional, a fim de, estabelecer metas e estratégias para promover a melhoria e qualidade do ensino.

O PNE tomado como um documento norteador para elaboração de políticas educacionais especialmen- te aqui sobre a avaliação traz na meta:1 a avaliação na primeira etapa da Educação Básica, na Educação Infantil. Conforme explicitada no quadro 01.

Quadro 01: metas e estratégias sobre a avalição na Educação Infantil.

Meta 1: universalizar, até 2016, a educação infantil na

pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE.

Estratégia: 1.6) implantar, até o segundo ano de vigência

deste PNE, avaliação da educação infantil, a ser realizada a cada 2 (dois) anos, com base em parâmetros nacionais de qualidade, a fim de aferir a infraestrutura física, o quadro de pessoal, as condições de gestão, os recursos pedagógicos, a si- tuação de acessibilidade, entre outros indicadores relevantes; Fonte: elaborado pelas autoras, 2017.

Propõem a avaliação a ser realizada a cada dois anos, tendo com princípio norteador os parâmetros nacionais. Nesta direção Ferreira (2016), destaque que a avalição foi instituída em 2011 via portaria nº. 369/2016 pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SINAEB). No entanto, a Avaliação Nacional de Educação Infantil (ANEI), não se encontra em vigor devido a portaria ter sido revogada. A autora ainda acrescenta que,

[...] o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) foi substituído pelo Sinaeb por meio da Portaria nº 369, de 5 de maio de 2016 (BRASIL, 2016b), incorporando além da Avaliação Na- cional da Educação Básica (Aneb), da Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc) e da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), já presentes no Saeb, a Anei e a Provinha Brasil (já existente, mas que não compunha o Saeb) (p. 416).

O SINAEB, deixava transparecer a intencionalidade de agrupamento ao Sistema Nacional de Avalição da Educação Superior (SINAES) com a finalidade de produzir índices de “[...] rendimento escolar, censo escolar, avaliação institucional e que no prazo de 2 a 3 anos fossem criados novos instrumentos para avaliação de diferen- tes modalidades da educação [...]” (FERREIRA, 2016, p. 417). No entanto, o SINAEB é revogado em agosto pela portaria nº 981/2016 devido ao processo de elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ficando a

Seguindo a avalição no PNE, a meta 5 conforme quadro 02, especificamente nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, pretendia alfabetizar todas as crianças até o terceiro ano do Ensino Fundamental. Esta meta se en- contra estabelecida no PNE, e poderá não ser cumprida em decorrência da terceira versão da BNCC, que propõem a alfabetização até o segundo ano do Ensino Fundamental, cuja nova redação foi encaminhada pelo MEC no dia 6 de abril de 2017, ao CNE encontrando-se em processo de tramitação, de análises e posterior aprovação.

Avaliamos tal proposição como um retrocesso aos avanços arduamente conquistados, haja vista que foi instituído o Ciclo de Alfabetização enquanto medida necessária visando respeitar os tempos de aprendizagem de cada criança. É pertinente ressaltar o denso investimento realizado pelo governo federal na formação de professo- res e de professoras que atuavam com o 1º, 2º e 3º ano do Ensino Fundamental por intermédio do Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC).

Quadro 02: metas e estratégias sobre a avalição nos Anos Iniciais.

Meta 5: alfabetizar todas as

crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental.

Estratégia: 5.2) instituir instrumentos de avaliação nacional periódicos e específicos para

aferir a alfabetização das crianças, aplicados a cada ano, bem como estimular os sistemas de ensino e as escolas a criarem os respectivos instrumentos de avaliação e monitoramento, implementando medidas pedagógicas para alfabetizar todos os alunos e alunas até o final do terceiro ano do ensino fundamental;

Fonte: elaborado pelas autoras, 2017.

A estratégia 5.2 propõem instrumentos avaliativos para cada ano, a fim de, aferir os conhecimentos adquiridos pelas crianças dos códigos de leitura escrita no âmbito nacional. Estimulando ainda, as instituições escolares a implementarem propostas pedagógicas com intuito de monitorar e alcançar o objetivo de alfabetizar as crianças até o terceiro ano, podendo este agora ser alterado com a aprovação da BNCC.

Com o objetivo de promover a melhoria e a qualidade do ensino, neste caso, dos Anos Iniciais, o PNE, projeta na meta 7, a progressão do IDEB até 2021 conforme explicita o quadro 03.

Quadro 03: Projeção do IDEB para os Anos Iniciais.

IDEB 2015 2017 2019 2021

Anos Iniciais do Ensino Fundamental 5,2 5,5 5,7 6,0

Fonte: PNE, 2014.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo aqui apresentado de caráter bibliográfico e documental buscou fazer uma análise preliminar sobre a avaliação presente no PNE especificamente sobre a Educação Infantil e os Anos Iniciais do Ensino Funda- mental.

O PNE, propõe na Educação Infantil, que a avaliação passe a ser realizada a cada dois anos, tendo com princípio norteador os parâmetros nacionais. Para os Anos Iniciais o documento prevê a alfabetização até o ter- ceiro ano, podendo está agora ser reduzida a dois anos caso haja a provação da BNCC. Ainda, o PNE sugere às instituições escolares a elaboração de diferentes propostas pedagógicas que auxiliem no processo de alfabetização, bem como a verificação se está ocorrendo conforme o que se encontra disposto na legislação.

Entretanto, os ventos não sopram a favor da educação, uma vez que, com a aprovação da Emenda Constitucional (EC) n. 55/2016, que promulgou a limitação do teto dos gastos públicos por 20 anos, ficando o PNE 2014 – 2024 a deriva, com muitas metas e estratégias para cumprir, com falta de financiamento, ausência

REFERÊNCIAS

BRASIL. Plano Nacional de Educação (PNE) Brasília, DF: Senado Federal: 2014. Disponível em: https://www.

planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm. Acessado em 03 de abr. de 2017.

BRASIL. Ministério da Educação. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm>. Acessado em 09 de abr. de 2017. FERREIRA, L. A. A Avaliação no Plano Nacional de Educação (2014-2024). Meta: Avaliação | Rio de Janeiro, v. 8, n. 24, p. 410-439, set./dez. 2016

PERTUZATTI, I; DICKMANN, I. Uma visão panorâmica da LDB à BNCC: as políticas públicas de alfa-

betização, letramento e suas relações com a cultura corporal na Educação Física. Motrivivência v. 28, n. 48, p. 113-129, setembro/2016.

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