• Nenhum resultado encontrado

POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: TENDÊNCIAS CURRICULARES NA FORMAÇÃO DO UNIVERSITÁRIO/A VISÃO DOS DOCENTES E DOS

EGRESSOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNOESC CAMPUS DE SÃO MIGUEL D´OESTE

Pricila Tobias (Unoesc/ CNPq- PIBIC) pricilanaibotobias@gmail.com João Tomaz Dos Santos Neto (Unoesc/ CNPq- PIBIC) joaotomaz_dsn@yahoo.com.br

RESUMO

Este artigo versa sobre uma pesquisa PIBIC - CNPq, vinculada à Rede Iberoamericana de Estudos e Pesquisas em Políticas e Processos de Educação Superior, em parceria com o GIEPES da UNICAMP, nossa proposta de investigação transita em analisar as visões curriculares do corpo docente e dos egressos do curso de pedagogia da UNOESC campus de São Miguel D´Oeste. Nosso interesse em pesquisar a opinião dos docentes está na importância que eles exercem na dinamização do que é intencionado através do currículo. Os dados serão coletados com a ferramenta encuestafacil.com e a metodologia utilizada será qualitativa/ quantitativa, baseada na análise de conteúdo.

Palavras-chave: Políticas de Educação Superior. Tendências curriculares na formação do universitário. Pedagogia. Uni-

versidade e Formação de Professores.

INTRODUÇÃO

As políticas e práticas pertinentes à formação do professor para educação básica vêm sofrendo inúmeras mudanças no que diz respeito às novas exigências das leis e diretrizes curriculares, com propostas que vão desde a reestruturação de cursos até a possibilidade de o trabalho docente ser por competências. Atualmente a universidade se pergunta qual é o seu papel: formar o profissional para os diferentes campos da atividade humana segundo os in- teresses do mercado de trabalho ou preparar os estudantes para desempenhar atividades profissionais no mundo do trabalho, preparando-os para exercer papel social de cidadãos-profissionais que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade mais humana e ética. Todas essas tensões e contradições mostram a importância da discussão das questões curriculares e revelam que essa tem sido uma tarefa de grandes proporções, uma vez que a universidade é uma instituição social complexa e a defesa de um ou outro aspecto direciona tanto a estruturação da Instituição de Educação Superior, como a sua organização curricular. Ao falarmos sobre formação de professores, estamos trazen- do para debate aspectos relacionados às licenciaturas, à concepção de educação, de ensino superior, aos saberes que constituem o magistério. Especificamente nessa proposta de investigação pretendemos deter a discussão sobre as Po- líticas de Educação Catarinense, mais especificamente as Curriculares associadas e inseridas na questão da formação. A partir desses fatores, propusemo-nos, neste trabalho, pesquisar como estas questões estão sendo vistas por aqueles que têm a tarefa de dinamizar as atividades curriculares. Assim, nossa proposta de investigação transita em analisar as visões curriculares do corpo docente e dos egressos do curso de pedagogia da UNOESC campus de São Miguel D´Oeste. Nosso interesse em pesquisar a opinião dos docentes está na importância que eles exercem na dinamização do que é intencionado através do currículo, justamente por serem os docentes os agentes da ação curricular, o co- nhecimento sobre as concepções que têm a respeito da finalidade da formação do estudante, do papel da instituição superior, da adequação do currículo, das formas de desenvolver o conteúdo e, acima de tudo, sobre a abrangência do currículo, torna-se de grande importância. O projeto que faz parte do GEPES UNICAMP e do GEPPES SUL está vinculado diretamente à Rede Ibero-americana de Pesquisas em Políticas e Processos em Educação Superior.

SOBRE A UNOESC E O CURSO DE PEDAGOGIA

A Unoesc surgiu no final da década de 60, em 1995 foi reconhecida como universidade pelo Conselho Estadual de Educação e, consequentemente, credenciada pelo Ministério da Educação. O Curso de Pedagogia da

Unoesc tem suas raízes na década de 1970. Com o passar dos anos, o curso marcou significativamente a trajetó- ria da instituição, além de estar presente em todos os campi da Unoesc. O Curso de Pedagogia de São Miguel foi implantado pelo Parecer Nº 307/88 CEE de 24/05/1988. Na oportunidade, foram abertas 50 vagas para o segundo semestre/1988 e mais 50 vagas para o segundo semestre/1989. Os acadêmicos, ao concluírem o curso, eram li- cenciados em: Pedagogia: Habilitação nas disciplinas Pedagógicas do Ensino Médio/Magistério (UNOESC, 2016).

A primeira turma do curso foi formada no ano de 1991. Nesse mesmo ano, ingressa a 1ª turma com Licen- ciatura em Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Foram também viabilizadas as Licenciaturas em Administração escolar, Orientação Educacional e Educação Infantil, no ano de 1995, foi aprovado o Projeto de Participação da Unoesc no Programa MASGISTER do Governo de Estado de Santa Catarina, o desenvolvimento do curso foi no município de Itapiranga, em regime especial, teve seu início em 1996 e conclusão em 2000. Pela Resolução Nº 62/97, de 11/12/97, do Conselho Universitário, foi aprovada a Licenciatura em Séries Iniciais, em Regime Especial (UNOESC, 2016).

Visando a atender à demanda latente na região para o Curso de Pedagogia, a Unoesc São Miguel do Oeste passou a oferecer o curso no município de Maravilha, com a oferta de vagas para turmas de Pedagogia com Habilitação em Séries iniciais, posteriormente em Educação Infantil e em seguida, Habilitação em Pedagogia Empresarial. No ano de 2002, visando a atender às mudanças instituídas nas Diretrizes Curriculares Nacionais, aprovou a reestruturação do Projeto Pedagógico do Curso de pedagogia. No ano de 2003, foi criado o Curso de Pedagogia: Licenciatura em Educação de Jovens e Adultos, bem como a aprovação das alterações propostas na Matriz Curricular e no Projeto Pedagógico para o Curso de Pedagogia. É importante ressaltar que as alterações emergiram de um trabalho coletivo dos educadores integrantes dos campi (Joaçaba, São Miguel do Oeste, Xanxerê e Videira), que almejavam “construir uma estrutura unificada para as habilitações de séries iniciais do ensino fun- damental, educação infantil, educação especial, educação de jovens e adultos e empresariais” (UNOESC, 2006, ). No decorrer de 2004 e 2005, houve revisões e atualizações nos Projetos Pedagógicos e Matriz Curricular do Curso de Pedagogia que foram aprovados e implantados a partir do segundo semestre de 2005, com a aprova- ção das novas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Pedagogia, pela Resolução Nº 01 de 15/05/2006, o Curso de Pedagogia destina-se de acordo com Artigo 4º, a formar professores para o atendimento nas funções de Magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos Cursos de Ensino Médio, de Educação profissional, para que o profissional também possa dar conta de atribuições na área de servi- ços e apoio escolar, bem como em outras áreas que exijam conhecimentos pedagógicos (UNOESC 2016).

Considerando as mudanças do novo Projeto Político-Pedagógico, o curso de Pedagogia da Unoesc São Miguel do Oeste, almeja formar um pedagogo com habilidades específicas e conhecimentos como: apresentar a docência e a gestão escolar como elementos centrais a sua identidade profissional, indicando a construção de um perfil sustentado pela investigação, produção e disseminação do conhecimento sobre a organização escolar em sua complexidade, reconhecendo-se como profissional envolvido com uma educação crítica, transformadora e comprometida com a democratização do acesso aos conhecimentos produzidos historicamente pela humanidade. Cabendo ao Pedagogo da Unoesc exercer a docência na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamen- tal, bem como a gestão escolar e dos processos de ensino aprendizagem na escola envolvendo-se política e pedago- gicamente com o planejamento, a execução e a avaliação das atividades educativas (UNOES, 2016).

SOBRE A PESQUISA

As questões submetidas foram as seguintes: a) Quais são as perspectivas de formação adotadas pelos docentes do curso de Pedagogia do campus São Miguel do Oeste da UNOESC? b) Quais valores os docentes ex- plicitam quanto ao que é, e ao que deve ser o currículo do curso? c) Há diferença entre aquilo que os docentes

valorizam como formação e aquilo que percebem estar sendo desenvolvido pelo currículo? d) É possível a formu- lação de novas estruturações para a questão curricular do curso de Pedagogia do campus de São Miguel do Oeste?

A metodologia utilizada foi a qualitativa/quantitativa.

A coleta de dados da pesquisa será através do programa Encuestafacil.com, uma ferramenta de pesquisas online de bastante influência na Europa e na América Latina.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa levanta, assim como as outras já comentadas, que as políticas e práticas pertinentes à for- mação do professor para educação básica necessitam urgente de uma reforma, considerando-se as profundas mudanças da sociedade.

Pereira (1999) apresenta alguns modelos de formação docente, e discute as característica de cada uma, como o modelo da racionalidade técnica, que o professor é visto como um técnico que aplica as regras que derivam do conhecimento científico e do conhecimento pedagógico. Conforme o autor, este modelo “mostra-se inadequa- do à realidade da prática profissional docente” (PEREIRA, 1999, p.112), sendo este modelo o mais identificado em cursos de Licenciaturas em instituições particulares e faculdades isoladas.

Outro modelo é o de racionalidade prática, onde o professore é considerado um profissional autônomo, que decide e cria suas próprias ações pedagógicas. Este modelo considera que a prática não é o locus da aplicação de um conhecimento científico e pedagógico, mas um espaço para reflexão e criação.

Pode-se neste sentido propor um terceiro modelo, onde a prática é entendida como eixo para preparação do professor. Mas expõe que este modelo também possui várias fragilidades, como o cuidado no planejamento e na intencionalidade das atividades e cargas horárias destas práticas, ou, o descuido com o embasamento teórico na formação.

Pereira (1999) apresenta uma alternativa discutida em eventos na Universidade Federal de Minas Gerais, onde a pesquisa deve ser a protagonista da formação docente, juntamente com a formação inicial e a formação continuada. Defende que estas ações irão desenvolver uma outra cultura institucional dos cursos de formação de professores, de maneira mais qualitativa, a fim de debaterem sobre os desafios propostos pela nova conjuntura política e sociocultural brasileira, em um processo de construção do conhecimento.

A Universidade tem por papel ético poder construir conhecimentos que possibilitem uma discussão en- tre as estruturas, setores, e que contribua com conhecimentos independentes e não influenciados, sem tendências de mercado ou interesses. Assim, “as investigações das políticas educacionais não podem ser dissociadas do estudo sobre o Estado”. (ALMEIDA, 2015, p. 39).

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Maria de Lourdes Pinto de. Políticas de Educação e Estado Avaliador na América Latina: uma análise para além das avaliações externas. Madrid: REICE - Revista Ibero Americana sobre Calidad, Eficacia

y Cambio em Educación, v.11, n.4, p. 77-91, out. 2013. disponível em: <http://www.rinace.net/reice/numeros/ arts/vol11num4/art5.pdf> Acesso em: 20 de abril. 2017.

UNOESC. Disponível em: http://www.unoesc.edu.br/unoesc/conheca-unoesc-single/saeo-miguel-do-oeste Acesso em: 15 de abril de 2017

UNOESC. Disponível em: http://www.unoesc.edu.br/unoesc/conheca-unoesc-single Acesso em: 15 de abril de 2017

POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NA CONTEMPORANEIDADE: UM ESTUDO DAS METAS E

Outline

Documentos relacionados