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O ENEM COMO POLÍTICA PÚBLICA EDUCACIONAL E SEUS IMPACTOS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR

Kelli Regina Gonsalves dos Santos Assunção (Unoesc) kellipersonal@bol.com.br Maria de Lourdes Pinto de Almeida (Unoesc) malu04@gmail.com

RESUMO

Este artigo pretende fazer uma reflexão sobre o tema ENEM enquanto avaliação em larga escala como acesso de alunos procedentes do Ensino Médio por meio desta avaliação. Apoia-se em uma fundamentação teórica descritiva com o obje- tivo de analisar as Políticas de Avaliação do Ensino Médio e o Enem. Este estudo se torna fundamental, uma vez que cap- tadas essas influencia se torna necessário o aprimoramento dos estudos a fim de redimensionar a classe acadêmica uma analise da sistemática de ensino fundamentada na questão do ensino médio. Com esse estudo pretendemos incentivar ainda mais as produções sobre esta temática, contribuindo para as pesquisas educacionais sobre o tema em questão.

Palavras chave: ENEM. Políticas de ensino médio. Ensino superior.

INTRODUÇÃO

Este artigo faz parte de uma pesquisa que está sendo realizada no Mestrado em Educação da UNOESC- Joaçaba no estado de Santa Catarina e tem como base perfazer os caminhos traçados pelo ENEM até os dias atu- ais. Pretende avaliar sua sistemática enquanto política para o Ensino Médio, bem como a inserção dos alunos no Ensino Superior através deste sistema. Nessa investigação, a análise será conduzida por dois caminhos: compreen- der as Políticas de Educação sistematizadas nos documentos oficiais para o Ensino Médio e compreender o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) a partir dos documentos que lhe dão legitimidade no aspecto que tange a sua entrada e permanência no Ensino Superior.

Com base nessa perspectiva, esta pesquisa oferece como proposta de estudo o questionamento: Como se configura o enem frente as política de Ensino Médio? O sucesso da efetivação do ENEM e do Sistema de Seleção Unificada (SISU) depende, em alguns aspectos, do redimensionamento de suas provas no quesito de avaliar os con- teúdos relevantes e pertinentes à reestruturação dos currículos abrangentes nessa fase de ensino, democratizando o acesso às universidades públicas e particulares. Efetivar essas potencialidades educacionais requer abranger camadas distintas da população, principalmente as de difícil acesso, readequando a sua alocação junto a universidades distin- tas do lugar onde moram. Alguns aspectos podemos entender como positivos nesta transição, pois seria uma questão de mobilidade em diversas regiões do país, avançando no aspecto cultural da avaliação, pois os alunos de regiões distintas podem optar por outras regiões de sua necessidade. Sabemos que sua atuação frente aos bancos escolares fortalece o sistema educacional de ensino uma vez que, avaliando a sua atuação, podemos entender em que fase de aprendizado o aluno se encontra e favorecer o aprendizado de seus pares através do desempenho obtido.

Justificamos essa pesquisa por meio de análises observando os indicativos de sua condição frente ao aspecto educacional no Brasil e no mundo, uma vez que universidades estrangeiras adotaram o ENEM em sua condição de acesso a seus cursos, fundamentado na nota obtida nesta avaliação. O Objetivo dessa pesquisa é anali- sar as políticas de Ensino Médio e a transição enquanto avaliação perpassadas pelo enem. Os objetivos específicos trabalham na seguinte direção: Analisar o ENEM no contexto da avaliação educacional; conhecer os fundamentos teóricos que alicerçam o ENEM; investigar como se desenvolveu a proposta de criação do ENEM.

METODOLOGIA

dimento de análise documental, é analítico baseado em material bibliográfico específico. Entretanto, considera-se válida a utilização da metodologia histórico-crítica para o entendimento da nossa realidade social, percebendo-se assim o diálogo entre autores e acontecimentos históricos debatidos, fazendo o movimento dialético, aprofundan- do os conhecimentos e suas relações, contrariedades e discussões.

Nas décadas 1920 a 1930 foram criadas as escolas politécnicas a fim de produzir capital humano para as grandes empresas fortalecendo a era industrial, renovando os pensamentos da era atual sobre Escola e Trabalho. Sentia-se a necessidade de acoplar a teoria marxista aos discursos da escola social, uma vez que o capitalismo es- tava a pleno vapor na era industrial.

O caráter histórico da “centralidade” da educação na política brasileira. Pelo menos até os anos de 1970 as políticas públicas para a educação sempre foram revestidas de uma forte motivação centralizadora, associada a discursos de “construção nacional” e a proposta de fortalecimento do Estado (SHIROMA, 2002, p.13)

“Todavia, a despeito da ambigüidades, é forçoso reconhecer que a década de 1980 foi marcada por vi- goroso movimento organizativo-sindical envolvendo os professores dos três níveis de ensino” (SAVIANI, 2011, p.404). Na década de 1990 foi de grande significação para a educação brasileira o quesito de políticas implantadas a fim de melhorar e fortalecer os aspectos educacionais. A escola conquistou condições de autonomia para gerir alguns de seus recursos, de regrar o sistema e oportunizar ao educando melhores condições escolares através de alguns programas.

No Plano dos financiamentos educacionais desde então, o MEC implantou vários programas com o intuito de reverter situações extremas de carência de recursos e a gestão dos mesmos, tais como: “Dinheiro Direto na Escola” que se constitui na distribuição de recursos diretamente aos estabelecimentos de escolares; Programa Renda Mínima; Fundo de Fortalecimento da Escola (FUNDESCOLA); Fundo para o Desenvolvimento e Valoriza- ção do Magistério (FUNDEF); e o Programa de Expansão da Educação Profissional (PROEP). Parte significativa de alguns desses recursos foi para a implantação de tecnologia e informação nas escolas, como TV Escola, Programa Nacional de Informática na Educação etc., melhorando a condição de acesso tecnológico e provedores de ciência e tecnologia no âmbito escolar. O governo também priorizou intervenções de natureza avaliativa e de acesso ao Ensino Superior tais como: Implantação do Censo Escolar; Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB); Exa- me Nacional do Ensino Médio (ENEM); Sistema de Seleção Unificada (SISU); Financiamento Estudantil (FIES); Provão- Exame Nacional de Cursos, além de outros de caráter importantíssimo para o fortalecimento do aspecto educacional brasileiro, dando concentração à avaliação, acesso e permanência no Ensino Superior.

Do ponto de vista do MEC, outro problema decorre da política de correção de fluxo no ensino funda- mental, isto é, a pressão sobre o Ensino Médio. Além disso, o governo tinha outra política pensada para este nível de ensino. Em 17 de abril de 1997, por meio do Decreto n. 2.208, estabeleceu a separação formal entre Ensino Médio e técnico. Ao apartá-los, produziu para cada currículo uma organização específica. Reeditando a velha dualidade, encaminha jovens de classes sociais distintas para trajetórias diferenciadas não só educacionais, como também sociais e econômicas. Segundo as Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio,

Os atuais marcos legais para a oferta do ensino médio, constitucionalizados na lei de diretrizes e bases da Educação Nacional (nº 9394/96), representam um divisor na construção da identidade da terceira etapa da educação brasileira. Dois aspectos merecem destaque: O primeiro diz respei- to às finalidades atribuídas ao ensino médio: o aprimoramento do educando como ser humano, sua formação ética, desenvolvimento de sua autonomia intelectual e de seu pensamento critica, sua preparação para o mundo do trabalho e o desenvolvimento de competências para continuar seu aprendizado. (Art.35) e o segundo [...] desafio seria determinado por tais diretrizes consiste na possibilidade de pensar a escola a partir de sua realidade, privilegiando o trabalho coletivo (BRASIL, 2006, p.07).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente alguns programas têm se alinhado no sentido de ampliar a carga horária da jornada escolar e acabar com o Ensino Médio noturno e regular, portanto, várias concepções têm que ser levadas em considera- ção. A primeira delas seria oportunizar a escolha dos educandos de acordo com sua condição de vida, levando em consideração o aspecto cognitivo do aluno em sua jornada escolar empregado de acordo com a necessidade cultural, social, econômica. Além disso, diminuir a evasão do Ensino Médio com políticas de fortalecimento dessa faixa etária de ensino, onde muitas delas, segundo os índices, acontecem por gravidez na adolescência, violência e entrada precoce no mercado de trabalho informal, ou seja, melhorar as condições de vida na esfera atual do jo- vem brasileiro. Outro aspecto que merece atenção seria o impacto dessa ampliação de carga horária no cotidiano escolar fomentada por políticas de inclusão através de projetos e implantação de recursos para a melhoria das estruturas escolares bem como o fortalecimento do Dinheiro Direto na Escola. A finalidade é implementar carac- terísticas de autonomia, onde a escola emprega o dinheiro em sua formação local de acordo com as necessidades de sua comunidade. Sabemos também que o Ensino Médio profissionalizante tem balançado em suas estruturas por conta dos recursos destinados aos cursos ora “enxugados” pela crise atual do Brasil. Acreditamos que, de todas as modalidades de Ensino Médio citadas acima, o profissionalizante é o que na história pedagógica do Brasil mais sofreu com a insegurança de um país referenciado por uma economia instável em seu aspecto econômico, pois foi criado com a função de fornecer mão-de-obra ao sistema capitalista, tendo seu fortalecimento na era industrial.

Avaliar a educação em seu aporte teórico, em sua fundamentação no quesito oportunidade veio a expan- dir a entrada do aluno de baixa renda nas universidades brasileiras. O Prouni, em consequência do ENEM, perma- nece intacto no sentido de amparar o aluno recorrente desse processo de avaliação e diagnosticar a sua carência de recursos, oportunizando o acesso aos bancos universitários. O FIES, financiamento estudantil com a dinâmica do sistema interligado ao ENEM, fortalece também o acesso ao Ensino Superior dada a crise financeira de um país citado em diversos meios de comunicação como fonte inesgotável de recursos, porém carente de potencialidades econômicas locais de geração de renda para suas comunidades, principalmente no setor educacional público. O diagnóstico dessa avaliação e os impactos no cenário atual são implementados de forma a expandir o acesso dessas condições aos bancos universitários em forma de políticas de inserção e acesso desses jovens.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Volume 3 - Ciências Humanas e suas Tecnologias.

Secretaria de Educação Básica. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006, 133p. SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único a consciência universal. 6. Ed. Rio de Janeiro:

Record, 2001.

SAVIANI, Dermeval. História das Idéias Pedagógicas o Brasil. 3ª Ed. Campinas, SP: Editora Autores Asso-

ciados Ltda.2011.

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