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2 COERÊNCIA TEXTUAL: “PEIXE VIVO, MAS QUE SÓ VIVE NO CORRER DA ÁGUA”

2.2 COERÊNCIA E INTERAÇÃO PELA LINGUAGEM

A percepção de um texto como (in)coerente não depende apenas do modo como se combinam os elementos linguísticos (itens da língua, seus valores e usos) que o constituem. Apoiando-se nessa constatação, Koch e Travaglia (2012, p. 10) deixam evidente que a construção de sentidos por meio de um texto e a consequente percepção de sua coerência envolvem um conjunto variado de fatores, que dizem respeito aos diversos conhecimentos acionados pelos interlocutores para produzir/compreender uma configuração mediadora de sentidos.

Para ilustrar essa constatação, os referidos autores argumentam que uma sequência linguística que não apresente ligação sintática entre seus constituintes, ou não explicite qualquer tipo de relação entre eles, pode ser caracterizada como coerente, desde que produtor e receptor percebam nela uma unidade de sentido. Isso porque, além dos elementos linguísticos, os conhecimentos compartilhados entre o autor e seus leitores contribuem para o cálculo de sentido de um texto, tornando-o coerente em determinada situação de comunicação.

Nesses termos, salientam que, embora a coesão – que diz respeito ao modo como os itens da língua se relacionam na superfície textual – seja relevante para a produção do texto e sua compreensão, ela não é necessária nem suficiente para o estabelecimento da coerência textual; pois há exemplos de textos que não apresentam elementos coesivos em sua superfície, mas que são coerentes, porque produtor e receptor identificam neles unidade de sentido capaz de possibilitar o estabelecimento de relações entre suas partes constituintes, tornando-o coerente para quem o lê ou o ouve.

Em contrapartida, há sequências linguísticas que, mesmo apresentando elementos coesivos em suas superfícies, não favorecem a construção de uma unidade de sentido que as tornem compreensíveis, inteligíveis para quem as lê ou as ouve. Isso costuma ocorrer quando o uso inadequado dos elementos de coesão se dá de forma demasiada, gerando incoerências locais que comprometem o sentido global do texto. Por essa razão, Koch e Travaglia (2012, p.

14) enfatizam que “o cálculo do sentido de um texto, estabelecendo a sua coerência, pode ser auxiliado pela coesão, mas esta não é uma condição necessária”.

Salientamos que, quando comentam sobre a questão da coesão textual, os autores supracitados referem-se à coesão superficial, ou seja, aos itens da língua que mantêm relações semânticas (de referência, de conexão, de substituição etc.) na estrutura sintática do texto. No entanto, nem sempre as relações coesivas são tecidas na cotextualidade, pois uma pista linguística pode se relacionar com outros segmentos textuais por meio de inferenciações construídas mediante o acionamento do conhecimento de mundo dos interlocutores e/ou de aspectos situacionais; ou seja, o fenômeno da coesão textual extrapola os limites da superfície do texto, conforme comprova Mondada (1994) com a teoria da referenciação (os referentes textuais são objetos de discurso intersubjetivamente e contextualmente construídos).

Koch e Travaglia (2012, p. 21) não propõem o entendimento do que seja coerência por meio da formulação de um conceito para o termo, mas pela apresentação “de vários aspectos e/ou traços que, em seu conjunto, permitem perceber o que esse termo significa”. Nessa apresentação, destacam duas características fundamentais da coerência textual: ela é global, pois se refere ao cálculo de sentido do texto como um todo; e é um princípio de interpretabilidade, pois diz respeito à possibilidade de o texto favorecer a compreensão entre produtor e receptor durante a interação verbal. Noutros termos:

[...] a coerência está diretamente ligada à possibilidade de se estabelecer um sentido para o texto, ou seja, ela é o que faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo, portanto, ser entendida como um princípio de interpretabilidade, ligada à inteligibilidade do texto numa situação de comunicação e à capacidade que o receptor tem para calcular o sentido desse texto. Este sentido, evidentemente, deve ser do todo, pois a coerência é global. (KOCH & TRAVAGLIA, 2012, p. 21)

Partindo do pressuposto de que a coerência textual tem a ver com o sentido (ou sentidos) que o texto assume na interlocução, ou seja, na interação entre dois usuários numa dada situação comunicativa, os pesquisadores em tela defendem que a coerência não pode ser compreendida como uma característica do texto, ou de seus usuários, mas sim do processo de interação verbal “que coloca o texto e usuários em relação numa situação comunicativa” (KOCH & TRAVAGLIA, 2012, p. 61). Nessa linha de raciocínio, argumentam que a construção da coerência textual envolve os seguintes fatores:

a) Elementos linguísticos: as palavras que compõem um texto, constituindo a estruturação sintática do mesmo, não são os únicos elementos responsáveis pela apreensão dos sentidos, uma vez que outros fatores também são relevantes para a construção da coerência textual. Mas não se pode ignorar que as palavras fornecem, na superfície textual, uma série de pistas linguísticas que contribuem para a constituição da coerência. Por isso, a

forma como as palavras se inter-relacionam para produzir sentidos representa fator relevante para a compreensão do texto.

b) Conhecimento de mundo: os conhecimentos adquiridos ao longo da vida, por meio do contato com experiências e fatos diversos, exercem papel fundamental para construção da coerência textual. Isso porque, ao entrar em contato com o texto, o leitor tende a acionar conhecimentos armazenados na memória, a fim de lhe atribuir sentidos. É necessário dizer que esses conhecimentos não são arquivados aleatoriamente na memória, mas sim por meio de blocos (modelos cognitivos), que podem ser de tipos diversos:

a) os frames – conjuntos de conhecimentos armazenados na memória sob um certo “rótulo”, sem que haja qualquer ordenação entre eles; ex: Carnaval (confete, serpentina, desfile, escola de samba, fantasia, baile, mulatas, etc.), Natal, viagem de

turismo;

b) os esquemas – conjuntos de conhecimentos armazenados em sequência temporal ou causal; ex: como pôr um aparelho em funcionamento, um dia na vida de um cidadão comum;

c) os planos – conjunto de conhecimentos sobre como agir para atingir determinado objetivo; por exemplo, como vencer uma partida de xadrez;

d) os scripts – conjunto de conhecimentos sobre modos de agir estereotipados em dada cultura, inclusive em termos de linguagem; por exemplo, os rituais religiosos (batismo, casamento, missa), as fórmulas de cortesia, as praxes jurídicas;

e) as superestruturas ou esquemas textuais – conjunto de conhecimentos sobre os diversos tipos de textos, que vão sendo adquiridos à proporção que temos contato com esses tipos e fazemos comparações entre eles. (KOCH E TRAVAGLIA, 2012, p. 72 e 73)

Esses modelos cognitivos são assimilados na convivência em sociedade, através das experiências cotidianas dos sujeitos, e se diferem do conhecimento científico, que é geralmente apreendido por intermédio dos livros e das escolas. O conhecimento de mundo possibilita ao leitor construir modelos sobre o mundo representado no texto (universo textual), que, em alguns casos, pode se diferir do mundo real ou do conhecimento científico, haja vista que o mundo criado no texto segue a ótica e o ponto de vista do produtor do texto, que escreve ou fala conforme suas convicções e propósitos, para atingir determinados objetivos comunicativos.

A construção da coerência depende da correspondência entre os conhecimentos de mundo do leitor, os conhecimentos científicos assimilados por ele e os conhecimentos ativados no texto (universo textual). Nessa lógica, se o leitor entrar em contato com um texto que acione conhecimentos totalmente diversos daqueles ele tem armazenados na memória, esse texto pode lhe parecer sem sentido (sem coerência), devido ao grande contingente de informações novas com as quais o leitor terá que lidar. Isso sugere que a construção da coerência se relaciona ao equilíbrio entre informações dadas (já conhecidas pelo leitor) e

informações novas (trazidas pelo texto), aspecto relacionado ao próximo fator de coerência descrito por Koch e Travaglia (2012), o conhecimento compartilhado.

c) Conhecimento compartilhado: os conhecimentos armazenados na memória vão se acumulando a partir das experiências pessoais de cada ser humano, por isso “é impossível que duas pessoas partilhem o mesmo conhecimento de mundo.” (KOCH & TRAVAGLIA, 2012, p. 77). Mas isso não impede que pessoas diferentes compartilhem conhecimentos comuns. E é justamente esse conhecimento compartilhado que facilita a interação entre os sujeitos, favorecendo a construção da coerência textual. Esse tipo de conhecimento tem a ver também com o nível de explicitude do texto, pois, quanto mais conhecimentos produtores e leitores tiverem em comum, menor será a necessidade de explicitar informações, fatos etc., já que algumas lacunas textuais podem ser preenchidas por inferências, uma operação que costuma ser realizada durante os atos de interação verbal.

d) Inferências: representam um fator do processamento textual por meio da qual o leitor ou o ouvinte, apoiando-se em seu conhecimento de mundo, estabelece relações não explícitas entre diferentes segmentos do texto. É considerada um tipo de operação necessária para a construção da coerência textual, pois os textos sempre apresentam sentidos implícitos, que precisam ser desvendados pelo leitor, para que a compreensão seja consumada.

e) Fatores de contextualização: os textos costumam apresentar um conjunto de informações referentes à situação de comunicação em que se ancoram, como data, local, assinatura, elementos gráficos, timbre etc.; e ao conteúdo que abordam, como título, autor e início (primeira sentença do texto). Essas informações são consideradas fatores de contextualização, porque indicam a situação de comunicação da qual o texto faz parte e sugerem expectativas sobre o conteúdo do texto. Para Marcuschi (2012, p. 39), embora não sejam necessários para a constituição da textualidade (aquilo que faz com que um conjunto de palavras assuma o aspecto de texto), os fatores de contextualização “contribuem para equacionar alternativas de compreensão”, sendo, pois, úteis à construção da coerência textual. f) Situacionalidade: A noção de situacionalidade parte do princípio de que a coerência é “uma construção ‘situada’ dos interlocutores” (KOCH, 2009b, p. 47), ou seja, afirma-se na ideia de que a construção de sentidos no texto também se relaciona à posição social dos interactantes (autor e seus leitores), à situação de comunicação em que o texto se insere como processo mediador da compreensão, aos contextos de interação (o mediato e o sociopolítico- cultural), ao mundo representado no texto, aos interesses envolvidos nas atividades textuais de produção, leitura e compreensão, bem como aos propósitos e convicções de quem produz e de quem lê os textos.

Com base nisso, Koch e Travaglia (2012, p. 84 e 85) propõem que a situacionalidade seja compreendida em duas direções: da situação para o texto e do texto para a situação. A primeira envolve a necessidade de compreender em que medida o contexto imediato (a situação comunicativa propriamente dita) e o contexto sociopolítico-cultural interferem na maneira como o texto é construído, uma vez que esses aspectos situacionais são relevantes para a adequação do texto a uma situação de comunicação específica, condicionando as escolhas do produtor textual acerca do nível de linguagem adotado, das opções linguístico- discursivas e da abordagem temática. A segunda direção corresponde aos reflexos que o texto exerce sobre a situação de comunicação. A respeito disso, é preciso lembrar que, ao construir um texto, o produtor não reproduz o mundo real, mas o recria, de acordo com suas intenções, convicções e propósitos. Assim sendo, o universo textual sempre aciona referentes que não são idênticos aos do mundo real, mas recriações feitas conforme a ótica de seu produtor, estabelecendo a necessidade de mediação entre mundos distintos (o real e o textual), para a compreensão dos sentidos textualmente indiciados. Por tudo isso, a situacionalidade é extremamente relevante para a construção da coerência textual.

g) Informatividade: Todo texto aciona certo número de informações, que podem ser percebidas como dadas (previsíveis) ou novas (não previsíveis) por seus leitores. Isso diz respeito ao nível de informatividade do texto. Um texto altamente previsível, que apenas acione informações já conhecidas, terá um baixo nível de informatividade e, provavelmente, será facilmente compreendido pelo leitor; no entanto, pode não lhe despertar a atenção. Por outro lado, um texto no qual toda informação por ele acionada seja imprevisível, por fazer referência a conhecimentos totalmente desconhecidos pelo leitor, terá um grau máximo de informatividade, “podendo, à primeira vista, parecer incoerente por exigir do receptor um grande esforço de decodificação” (KOCH e TRAVAGLIA, 2012, p. 86).

Para a construção da coerência, talvez o mais recomendado seja que o texto faça convergir, de forma equilibrada, informações dadas e novas, a fim de que se crie uma expectativa para entendimento do mesmo, apresentando um nível de informatividade que não o torne muito óbvio, nem excessivamente informativo. Com esse equilíbrio, o leitor pode relacionar as informações acionadas pelo texto para compreender o propósito comunicativo com o qual foi escrito e lhe atribuir sentidos. Vale ressaltar que o nível de informatividade textual depende do propósito comunicativo do locutor, da situação de comunicação da qual o texto faz parte e do gênero no qual esse texto se apresenta.

h) Focalização: quando se produz ou se lê um texto, os interlocutores podem se concentrar em apenas uma parte do conhecimento acionado no universo textual, adotando

uma perspectiva a partir da qual veem esse conhecimento. Isso é o que se convencionou a chamar de focalização, um fator que contribui para a construção da coerência, haja vista que, ao focalizar o conhecimento acionado no texto sob certa perspectiva de compreensão, o produtor fornece pistas sobre o que se está focalizando, levando o leitor a “recorrer a crenças e conhecimentos compartilhados, para entender o texto (e as palavras que o compõem) de modo adequado.” (KOCH & TRAVAGLIA, 2012, p. 88).

Uma vez que produtor e receptor costumam agir cooperativamente, construindo a coerência textual – por isso que ela é abordada como um princípio de interpretabilidade, ou seja, como algo que se constrói na interação -, ambos tendem a focalizar, de forma semelhante, o conhecimento acionado no mundo textual. Quando isso não ocorre, problemas de compreensão podem surgir, dificultando a construção da coerência textual. Além disso, cumpre destacar que focalizações diferentes podem suscitar diferentes sentidos para um mesmo texto. É o que pode acontecer quando pessoas distintas, possuidoras de conhecimentos de mundo diversos, leem o mesmo texto, atribuindo-lhe sentidos divergentes.

i) Intertextualidade: os conhecimentos prévios adquiridos por meio leitura de textos diversos também são relevantes para a construção da coerência, pois, geralmente, “para o processamento cognitivo (produção/recepção) de um texto recorre-se ao conhecimento prévio de outros textos.” (KOCH & TRAVAGLIA, 2012, p. 92). Essa recorrência pode se dar em ternos de forma e de conteúdo, configurando o que a Linguística Textual chama de intertextualidade, isto é, semelhanças, diálogos entre textos. Marcuschi (2008, p. 129) afirma que se tornou consenso admitir “que todos os textos comungam com outros textos, ou seja, não existem textos que não mantenham algum aspecto intertextual [...]”, por isso, também considera que a intertextualidade seja importante para a construção da coerência.

Os linguistas do texto costumam distinguir dois tipos de intertextualidade: a de forma e a de conteúdo. A primeira pode ser percebida quando um texto se apropria de aspectos presentes na superfície de outro texto, recorrendo a expressões, enunciados, estrutura etc.; ou também quando se inspira no estilo de um determinado autor. A segunda resulta da aproximação entre os conhecimentos acionados em textos distintos, como matérias jornalísticas que noticiam o mesmo fato, letras de música sobre o mesmo assunto ou argumentações distintas de um mesmo tema. Neste segundo tipo, a aproximação de conteúdo não significa que os textos precisem apresentar o mesmo ponto de vista ou ideias sintonizadas, pois, em alguns casos, ocorre o que Romano de Sant’Anna (apud KOCH & TRAVAGLIA, 2012, p. 95) denomina “intertextualidade das diferenças”, que, diferentemente da “intertextualidade das semelhanças”, não manifesta adesão ao posicionamento assumido no

texto original, mas propõe uma abordagem diferente ou contrária, focalizando uma nova perspectiva para o conteúdo acionado, o que, inevitavelmente, suscita uma nova leitura.

j) Intencionalidade e aceitabilidade: quando alguém produz um texto, o faz com alguma intenção, visando a atingir algum objetivo; por isso tenta produzir um texto coerente, fornecendo pistas que permitam ao receptor construir o sentido desejado. Segundo Koch e Travaglia (2012, p. 97), “o modo como os emissores usam textos para perseguir e realizar suas intenções, produzindo, para tanto, textos adequados à obtenção dos efeitos desejados” refere-se ao que a Linguística Textual convencionou a chamar de intencionalidade. Se quem produz um texto busca ser compreendido, faz-se então necessário mobilizar estratégias para se fazer compreender. Assim, a intencionalidade pode ser entendida como a mobilização de conhecimentos diversos, relacionados aos objetivos pretendidos pelo autor, à situação de comunicação e ao gênero de texto.

A aceitabilidade, por seu turno, representa a “contrapartida da intencionalidade” (KOCH e TRAVAGLIA, 2012, p. 98); ou seja, diz respeito às ações realizadas pelo leitor para entender o texto, pois leitor/ouvinte também tende a mobilizar estratégias para, cooperativamente, atribuir sentidos ao texto. Isso ocorre porque a comunicação humana é regida por um princípio de cooperação que pressupõe atuação conjunta dos interlocutores para o desenvolvimento da compreensão textual, para o “cálculo” dos sentidos sugeridos pelo texto.

Koch e Travaglia (2012, p. 98) destacam ainda que a intencionalidade mantém estreita relação “com o que se tem chamado de argumentatividade”. Esta é entendida como princípio por meio do qual o produtor imprime ao texto suas crenças, convicções e pontos de vista, fornecendo, na superfície textual, marcas ou pistas para orientar os sentidos dos enunciados, sugerindo determinadas orientações argumentativas e algumas conclusões, conforme a perspectiva adotada durante a atividade de produção textual. Os tempos verbais, os operadores e conectores argumentativos, bem como os modalizadores, são exemplos de marcas desse tipo, que direcionam a leitura dos enunciados para a conclusão desejada pelo produtor do texto.

k) Consistência e relevância: R. Giora (apud Koch e Travaglia, 2012, p.99) afirma que há dois requisitos básicos, que são imprescindíveis à construção da coerência textual: a consistência e a relevância. A consistência exige que os enunciados que compõem o texto sejam verdadeiros no mundo representado. Assim, um texto científico, por exemplo, não pode afirmar que galinhas são mamíferos, porque, no mundo representado pelo discurso científico, essa afirmação é falsa. Mas, se essa mesma afirmação for posta num texto de ficção, ela

assume consistência (proposição verdadeira), porque o texto de ficção reinventa o mundo. A relevância, por seu turno, é um critério segundo o qual os enunciados de um texto devem ser relevantes para o tópico discursivo subjacente ao texto, ou seja, os enunciados devem se referir ao mesmo tema.

Os diversos fatores supra comentados, que Koch e Travaglia (2012) relacionam à atividade de construção da coerência textual, evidenciam como conhecimentos e sujeitos distintos influenciam o processamento textual. Por essa razão, a coerência é entendia por esses atores como uma construção que se dá em interação, e não como uma qualidade imanente do texto. Assim sendo, o texto pode tornar-se coerente mediante a atuação dos sujeitos que o acionam para interagir socialmente e devido à influência de fatores variados que contribuem para o processamento textual, uma atividade dinâmica, sociocognitiva e interacional.