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COMPORTAMENTO ALIMENTAR DE ESCOLARES DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE ENSINO DE TERESINA, PIAUÍ, A

No documento Anais do CONBRAN 2012 - Alimentação Coletiva (páginas 142-146)

PARTIR DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL

Autores:

Vanessa Passos Oliveira1 Marize Melo dos Santos2

Adriana de Azevedo Paiva3

Daisy Jacqueline Sousa Silva4

1 Bolsista de Iniciação Científica doCurso de Nutrição da Universidade Federal do Piauí,

Teresina-PI. van_passos_oliveira@hotmail.com.

2 Professora Doutora do Curso de Nutrição da Universidade Federal do Piauí, Teresina-PI. 3 Professora Doutora do Curso de Nutrição da Universidade Federal do Piauí, Teresina-PI. 4 Aluna do Curso de Nutrição da Universidade Federal do Piauí, Teresina-PI.

Instituição: Universidade Federal do Piauí

Resumo: O objetivo desse estudo foi avaliar o comportamento alimentar de escolares de 10 a 14 anos, de ambos os sexos, a partir de uma intervenção educativa, matriculados em escolas da rede pública da região Norte de Teresina-PI. Métodos. Foi escolhido, aleatoriamente 10% das escolas da referida região. As sessões educativas foram realizadas uma vez por semana, sendo 03 sessões a cada tema trabalhado (conhecendo, cuidando e preparando os alimentos), totalizando nove sessões. O comportamento alimentar dos escolares foi avaliado segundo questionário específico. O projeto foi aprovado pelo CEP/UFPI em 16/05/2011. Resultados. Participaram 75 escolares. Os percentuais de alunos que consumiam embutidos e doces 5 vezes por semana reduziram significantemente, de 17,3% para 5,3% e de 38,7% para 21,3%, respectivamente. O consumo diário adequado de fruta (4 porções) passou de 22,7% dos escolares para 29,3%. O numero de escolares com ingestão adequada de legumes e verduras (4 porções/dia) aumentou de 16,0% para 21,3%. O consumo de frituras (4 porções/semana) diminuiu entre os escolares (28,0% para 16,0%). O consumo de arroz com feijão foi considerado adequado (5 refeições/semana) passando de 61,3% para 65,3%. Conclusão. Apesar de serem dados preliminares, houve melhora no comportamento alimentar dos escolares. Palavras-chaves: escolar; comportamento alimentar; intervenção; educação nutricional. Introdução

A educação nutricional se constitui em estratégia importante para a mudança dos hábitos alimentares e promoção de estilos de vida saudáveis, sendo ferramenta eficaz na aquisição de conhecimentos sobre nutrição e mudanças comportamentais em relação à alimentação (CARVALHO et al, 2010).

O presente trabalho foi realizado considerando-se que após um programa de educação nutricional em escolas públicas, seus resultados podem proporcionar: estímulo à adoção de hábitos alimentares saudáveis na fase escolar; contribuição acerca do comportamento alimentar dos alunos; importante passo na formação acadêmica e na prática científica dos bolsistas, favorecendo a sua articulação entre graduação e pós-graduação, atendendo a um dos propósitos do Programa de iniciação científica.

O desenho da amostra e seu cálculo foram realizados em etapas, considerando 302 escolas cadastradas na Secretaria Municipal de Educação de Teresina, em 2011. Por sorteio definiu-se a região Norte, onde se escolheu aleatoriamente 5% das escolas, que tenham alunos na faixa etária da população do estudo.

O modelo é composto por 03 temas (conhecimento, higiene e preparo dos alimentos), sendo realizadas 03 sessões a cada tema, resultando em 09 ações, uma vez por semana. Foram adotados 02 tipos de avaliação: uma diagnóstica (linha de base) e outra somativa, ao final, para verificar a eficácia da intervenção.O comportamento alimentar foi analisado considerando as respostas dos escolares sobre os seus hábitos alimentar diário e semanal. Em seguida os dados foram inseridos no software SPSS versão 16.0, para interpretação. Para efeito de significância estatística, considerou-se p< 0,05. Na análise de associação, antes e depois, foi utilizado o teste de contingência (x2).

O projeto foi aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa da Universidade Federal do Piauí (0076/2011), em 16/05/2011 e os pais/responsáveis foram informados sobre os objetivos da pesquisa, importância e benefícios. Em seguida assinaram o “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido”, de acordo com a Resolução MS/CNS nº 196, de 10/10/1996.

O projeto contou com a anuência do Secretário Municipal da Educação e recursos financeiros garantidos pelo International Life Sciences Institute-Brasil (ILSI-Brasil). Resultados e discussão

O estudo mostrou resultados animadores relativos ao programa de educação nutricional, com participação de 75 escolares. Verificou-se que o consumo de frutas (4 porções/dia) melhorou após intervenção de 22,7% para 29,3%, a ingestão de suco natural e legumes e verduras (4 porções/dia) também aumentou entre os escolares, de 26,7% para 33,3% e 16,0% para 21,3%, respectivamente (Tabela 1). No consumo de frutas e verduras, observa- se que o conhecimento adquirido sobre os benefícios de sua ingestão, associado à boa disponibilidade e variedade na região possibilitaram a melhora observada.

Resultados semelhantes foram encontrados por Gabriel (2008), onde se encontrou um consumo diário de suco natural em 4,3% passando para 9,5% após intervenção.

Na Tabela 2 observa-se que para o consumo de arroz com feijão nas refeições, houve aumento de 61,3% para 65,3%, constituindo um comportamento alimentar adequado e já incorporado à dieta familiar. Foram observadas mudanças significativas no consumo de doces pelos escolares (5 porções/semana), passando de 38,7% para 21,3%. O consumo excessivo de frituras (5 porções/semana) diminuiu de 28,0% para 16,0%, o consumo de 5 porções semanais de embutidos diminuiu, de 17,3% para 5,3%. Observa-se melhora nos hábitos alimentares dos alunos, apesar do grande acesso destes aos lanches e guloseimas. Em estudo realizado por Fiates (2008) para avaliar o hábito alimentar de estudantes, a média semanal de consumo de guloseimas encontrada foi relativamente baixa (3 vezes por semana). No entanto, as médias semanais de consumo de frutas ou suco natural (4 vezes) e de verduras (3,6 vezes) ficaram muito aquém do recomendado.

Conclusões

Os dados apresentados são resultados preliminares, porém o comportamento alimentar dos escolares melhorou após intervenção educativa. Isso mostra a necessidade de se incluir temas sobre alimentação saudável nos projetos pedagógicos do ensino básico, visando aumentar o nível de conhecimento e melhorar o hábito alimentar dos estudantes.

Tabela 1: Comportamento alimentar de escolares, antes e após intervenção educativa. Teresina – PI, 2011.

Variáveis N (%) Antes Depois N (%) N (%) Total

Quantas vezes ao dia você come frutas?

Péssimo (1p*) 05 (6,7) 03 (4,0) 08 (5,3) Ruim (2p) 12 (16,0) 08 (10,7) 20 (13,3) Bom (3p) 17 (22,7) 20 (26,7) 37 (24,7) Ótimo (4p) 17 (22,7) 22 (29,3) 39 (26,0) Excelente (5p) 24 (32,0) 22 (29,3) 46 (30,7) ² = 2,27 p=0,686 Quantas vezes por dia você bebe copos de suco da fruta?

Péssimo (1p) 06 (8,0) 04 (5,3) 10 (6,7) Ruim (2p) 23 (30,7) 17 (22,7) 40 (26,7) Bom (3p) 20 (26,7) 25 (33,3) 45 (30,0) Ótimo (4p) 16 (21,3) 19 (25,3) 35 (23,3) Excelente (5p) 10 (13,3) 10 (13,3) 20 (13,3) ² = 2,11 p=0,751 Quantas vezes ao dia você come legumes e verduras?

Péssimo (1p) 21 (28,0) 13 (17,3) 24 (22,7) Ruim (2p) 15 (20,0) 12 (16,0) 27 (18,0) Bom (3p) 18 (24,0) 24 (32,0) 42 (28,0) Ótimo (4p) 12 (16,0) 16 (21,3) 28 (18,7) Excelente (5p) 09 (12,0) 10 (13,3) 19 (12,7) ² = 3,70 p=0,449

Tabela 2: Comportamento alimentar de escolares, antes e após intervenção educativa. Teresina – PI, 2011.

Variáveis N (%) Antes Depois N (%) N (%) Total

Quantas vezes por semana você come arroz com feijão?

Péssimo (1p*) 02 (2,7) 01(1,3) 03 (2,0) Ruim (2p) 05 (6,7) 06 (8,0) 11 (7,3) Bom (3p) 06 (8,0) 07 (9,3) 13 (8,7) Ótimo (4p) 16 (21,3) 12 (16,0) 28 (18,7) Excelente (5p) 46 (61,3) 49 (65,3) 95 (63,3) ² = 1,17 p=0,883 Quantas vezes por semana você come embutidos?

Excelente (1p) 04 (5,3) 10 (13,3) 14 (9,3) Bom (2p) 25 (33,3) 26 (34,7) 51 (34,0) Regular (3p) 22 (29,3) 17 (22,7) 39 (26,0) Ruim (4p) 11 (14,7) 18 (24,0) 29 (19,3) Péssimo (5p) 13 (17,3) 04 (5,3) 17 (11,3) ² = 9,89 p=0,046 Quantas vezes por semana você come doces (bolos, bombons)?

Excelente (1p) 06 (8,0) 04 (5,3) 10 (6,7) Bom (2p) 15 (20,0) 28 (37,3) 43 (28,7) Regular (3p) 19 (25,3) 16 (21,3) 35 (23,3) Ruim (4p) 06 (8,0) 11 (14,7) 17 (11,3) Péssimo (5p) 29 (38,7) 16 (21,3) 45 (30,0) ² = 9,81 p=0,044 Quantas vezes por semana você come frituras?

Excelente (1p) 06 (8,0) 07 (9,3) 13 (8,7) Bom (2p) 20 (26,7) 22 (29,3) 42 (28,0) Regular (3p) 15 (20,0) 27 (36,0) 42 (28,0) Ruim (4p) 21 (28,0) 12 (16,0) 22 (22,0) Péssimo (5p) 13 (17,1) 07 (9,3) 20 (13,3) ² = 7,85 p=0,097 *p = porção do alimento

Agradecimentos

Ao International Life Sciences Institute-Brasil (ILSI-Brasil), por viabilizar a realização do estudo, a partir do financiamento;

À SEMEC, as escolas, aos pais e escolares pela oportunidade de desenvolver este estudo, abrindo seus portões para receber a equipe do projeto.

À Universidade Federal do Piauí, pela oportunidade de participar do Programa de Iniciação Científica Volutária.-ICV.

Referências Bibliográficas

Carvalho, A.P; Oliveira V.B.; Santos L.C. Hábitos alimentares e práticas de educação nutricional: atenção a crianças de uma escola municipal de Belo Horizonte, Minas Gerais. Pediatria 2010; (32): 20-27.

Fiates, G.M.R.; Amboni, R.D.M.C.; Teixeira, E. Comportamento consumidor, hábitos alimentares e consumo de televisão por escolares de Florianópolis. Rev. Nut. jan./fev., 2008; 21(1):105-114.

Gabriel CGG, Santos MV, Vasconcelos FAG. Avaliação de um programa para promoção de hábitos alimentares saudáveis em escolares de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., , jul. / set., 2008; 8 (3): 299-308 .

AVALIAÇÃO QUALITATIVA DOS ASPECTOS NUTRICIONAIS E

No documento Anais do CONBRAN 2012 - Alimentação Coletiva (páginas 142-146)

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