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Ex-piloto de Fórmula 1.

No documento Jornalismo e Estudos Mediáticos (páginas 193-197)

Felipe Harmata Marinho

3 Ex-piloto de Fórmula 1.

na TV é algo que não é agradável para a gente, na faixa dos vinte e poucos anos. No YouTube você encontra o programa que é ideal para você. Eu tenho TV aberta em casa mas mal assisto”.

O grupo focado também foi questionado se o jornalista pode ser um tipo de influenciador digital. Não houve um consenso nas respostas. “O jornalismo em si é influenciador. Não só digital. Vejo o jornalismo como uma ferramenta de transformação social”. Com relação ao jornalista mostrar o lado pessoal dele na internet também não há um consenso. “Não tenho uma opinião formada. É a mesma coisa do jornalista fazer propaganda. Tem pessoas que sabem diferenciar que momento é a vida dele e que momento é o trabalho. Tem pessoas que não sabem”. Mas no geral eles não se incomodam com posts de cunho pessoal de jornalistas. Eles citam uma geração de profissionais que, segundo eles, sabe lidar com essas questões. Aparecem nomes como Fernanda Gentil, Tiago Leifert e Mari Palma. Eles consideram que a exposição da vida pessoal deles nas redes não afeta a credibilidade deles. Nessa ques- tão da credibilidade há um consenso no grupo focal. “As pessoas têm uma visão muito fechada de que o jornalista tem que ser um cara sério, que não tem vida pessoal, que não namora e só fala de coisas sérias. Não é assim”.

Eles citam como exemplo um caso que aconteceu com o ex-apresentador do Jornal Hoje, da Rede Globo, o Evaristo Costa, que é um jornalista que ficou conhecido pelas postagens mais soltas nas redes sociais e falando da vida pessoal também. “Vou falar uma frase que eu vi no Instagram do Evaristo. Uma mulher falou: como você posta foto sem camisa se você é jornalista? Aí ele escreveu: se você quer jornalismo, ligue o Jornal Nacional”. A frase é bem simbólica no sentido de determinar o lugar de cada fala e do grupo focal encarar a internet um espaço em que essa mistura não é um problema. Por fim, os entrevistados consideram que o jornalismo precisa se inspirar em todas as transformações de lingua- gem, de conteúdo e de técnica para poder ser reinventar. “O jornalismo precisa seguir e se inspirar na lógica dos influencers como forma de renovação. Ou você conversa com o público ou não conversa”.

Conclusão

Para responder a pergunta problema desse trabalho, a de que tipo conteúdo o jovem consome de in- fluenciadores digitais no YouTube, percebeu-se que a linguagem é um fator determinante para a visua- lização de um vídeo. A Informalidade e o tom de conversa são as principais características identificadas pelo grupo focal. A variedade de conteúdo, possibilidades de assistir aos vídeos em qualquer horário também são elementos importantes. Com relação as hipóteses de pesquisa, a primeira delas foi confir- mada. A de que o jovem encara o influenciador digital como um novo tipo de gatekeeper. Isso aparece nas respostas dos entrevistados quando eles percebem que, no geral, os influenciadores no YouTube não são especialistas formais no conteúdo que falam mas, mesmo assim, possuem autoridade para falar. Há uma diferença com relação ao gatekeeper clássico. A autoridade não está na formação acadêmica mas sim na fala, que o grupo focal considera que está próxima a de um amigo conversando sobre um tema do que alguém que é especialista. A linguagem fácil e acessível do youtuber também corrobora com isso e faz com que os entrevistados prefiram um influenciador a um especialista. Ainda com relação a essa hipótese os entrevistados entendem que, mesmo sem uma formação sobre o assunto, os influenciadores entendem do tema porque estudam informalmente.

A segunda hipótese foi confirmada parcialmente. Ela dizia que o relato de questões pessoais dos in- fluenciadores é tão importante para os jovens quanto as profissionais. Nesse aspecto não houve con-

senso. A principal ideia que apareceu é a de que a vida pessoal do influenciador só deve ser destaque quando a persona do youtuber é o próprio tema do canal. O grupo focal pontua que prefere também ter a identificação com a linha de pensamento que o influenciador apresenta. O mesmo vale para a questão da autoridade. Se o gatekeeper tradicional se destaca por ser um especialista em um assunto, o grupo focal entende que o influenciador digital não tem a formação acadêmica sobre o tema mas tem autoridade para falar porque apresenta as informações de forma fácil, como se fosse um amigo.

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Síntese curricular do autor

Felipe Harmata Marinho

Doutorando em Ciências da Informação na Universidade Fernando Pessoa, em Portugal. Jornalista da BandNews FM. É coordenador dos cursos de pós-graduação em «Mídias Digitais» e «Assessoria, Gestão de Comunica- ção e Marketing” da Universidade Positivo. Também na UP é professor dos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Design. É formado em Jornalismo pela UP, com Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica pela PUCPR e Mestrado em Ciências Sociais Aplicadas pela UEPG.

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No documento Jornalismo e Estudos Mediáticos (páginas 193-197)

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