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Instrumento | Questionário sobre a perceção dos alunos acerca da atividade de ensino do professor.

Alteração da autoeficácia específica na primeira fase.

5 Fase Intensiva

5.4 Conceito | Qualidade de Ensino

5.4.2 Instrumento | Questionário sobre a perceção dos alunos acerca da atividade de ensino do professor.

Para a avaliação da perceção dos alunos acerca da atividade de ensino do professor, utilizámos o questionário com a mesma designação concebido e validado por Onofre (2000). O questionário é composto por 63 itens.

Com esta escala pretende-se obter a informação acerca da forma como o aluno perceciona o comportamento do professor à luz dos princípios e procedimentos de intervenção pedagógica, indicadores da eficácia no ensino. Para este efeito, são apreciadas situações idênticas às utilizadas para o estudo da autoeficácia específica no ensino, uma vez que estas já se constituíam como uma análise microssistémica do ensino eficaz, o que possibilita a realização de uma análise comparativa das perceções de professores e alunos acerca da eficácia do ensino.

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5.4.2.1Apresentação e validação do questionário.

O instrumento permite analisar a perceção dos alunos relativamente à intensidade com que as situações enunciadas habitualmente ocorrem nas aulas. Utilizámos uma escala de frequência de Likert composta por 4 pontos: Nunca ou quase nunca (1); Poucas vezes (2); Bastantes vezes (3); Sempre ou quase sempre (4). Em consonância com o que havíamos efetuado na escala de autoeficácia específica, também neste questionário optámos pela eliminação da opção ‘não sei’. Salvaguardando a possibilidade de os alunos se mostrarem incapazes de responder à escala de frequência apresentada, na aplicação do questionário, foram dadas instruções verbais por parte do investigador, no sentido de informar explicitamente acerca da possibilidade de não resposta a qualquer dos itens do questionário.

Considerando que Onofre (2000) havia efetuado a validação do questionário com uma amostra de 202 alunos para um total de 63 itens e que destacou a necessidade de esclarecer a validade do modelo fatorial obtido, optámos por repetir a validação estatística do constructo com uma amostra de 338 alunos, segundo os princípios estabelecidos por Hill e Hill (2009). Procedemos à análise da correlação entre as variáveis, obtendo um KMO = 0.871 e um teste de Bartlett = 6221.311; p < .001 (anexo S).

Garantida a qualidade das correlações entre as variáveis, aplicámos a técnica de Análise de Componentes Principais. Numa primeira fase, procedemos à extração dos fatores sem indicação de rotação, de modo a analisar as características dos fatores encontrados. A solução obtida apresentava uma estrutura de 18 fatores, sendo que o primeiro explicava 21.903% da variância total e o segundo era responsável apenas por 4.744%. A variância nos restantes fatores apresentou-se sucessivamente inferior, oscilando entre 3.839% (3.º fator) e 1.611% (18.º fator). Uma vez que a indicação de extração dos fatores com valor aproximado de 1 corresponde a um mero valor assumido empiricamente (Maroco, 2010), optámos pela interpretação do scree plot que permitiu verificar, de forma clara, a existência de apenas um fator. Mantendo o critério de saturação dos itens, num valor de 0.4, verificámos que 46 saturavam de forma significativa no primeiro fator, sendo que 2 deles também apresentavam uma saturação acima de 0.4 noutro fator. Paralelamente, 17 itens não apresentaram uma saturação significativa neste fator, apesar de 13 deles terem um valor de saturação superior a 0.3 - valor que alguns autores consideram suficiente para associar o item ao fator (Bryman & Cramer,1992). Os 4 itens restantes apresentavam valores entre 0.227 a 0.286. Para esclarecimento da saturação dos itens nas componentes, procedemos à utilização da rotação ortogonal Varimax, tendo esta falhado ao fim de 25 interações. Perante tais resultados, optámos por analisar a possibilidade de eliminação dos itens que não saturavam na primeira componente, recorrendo ao estudo da consistência interna

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da escala. A consistência interna da escala, analisada através da medida de Alpha de Cronbach, apresentou um valor α de 0.936, que está dentro dos parâmetros que Hill e Hill (2009) consideram como excelente. Depois de efetuado o teste, foi-nos possível constatar que a eliminação dos itens 11, 28, 29, 57 contribuiria para a elevação do valor de Alpha de Cronbach para 0.939. Uma vez que se tratava apenas de 4 em 63 itens e que a sua eliminação não conduziria a uma alteração do valor de Alpha de Cronbach com interferência na avaliação global da consistência interna da escala, decidimo-nos pela sua manutenção.

Em síntese, e tendo por base o estudo da escala efetuado, optámos por utilizar o questionário com todos os itens, assumindo a sua adequação à medida da perceção dos alunos acerca da atividade de ensino do professor.

5.4.2.2Amostra.

Um dos nossos propósitos para a utilização desta escala centrava-se na análise da sua estrutura fatorial. Assim, no processo de validação, optámos por utilizar uma amostra suficiente e diversificada para a realização da análise fatorial exploratória da escala com 63 itens (n ≥ 315).

Neste sentido, para além das 6 turmas dos professores estagiários envolvidos no estudo, procedemos à inquirição de mais 9 turmas de professores estagiários, perfazendo, desta forma, um total de 15 turmas e 338 alunos de escolas distintas.

Para a concretização do estudo, recorremos a uma amostra de alunos, avaliados em dois momentos. Assim, no primeiro momento tivemos um n amostral de 136 e no segundo de 132.

5.4.2.3Recolha de dados.

O processo de recolha de dados do presente questionário foi idêntico à do Questionário acerca da perceção dos alunos sobre a disciplina de Educação Física, a sua participação e a participação da sua turma nas aulas de Educação Física. Considerando que este instrumento foi aplicado em dois momentos, salientou-se, junto dos alunos, que estes deveriam responder às questões colocadas, considerando a sua perceção no momento de preenchimento do questionário.

5.4.2.4Análise dos dados.

Os dados dos questionários foram tratados quantitativamente. Para a caracterização da perceção dos alunos acerca da atividade de ensino do professor em cada um dos momentos, procedemos a uma análise descritiva dos dados a partir das frequências relativas referentes a cada um dos níveis da escala nominal de resposta.

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