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Países Despesas de guerra a preços de

1913 (bilhões de dólares) Total das forças mobilizadas (em milhões)

(K EN N ED Y, 1 98 9. A da pt ad o. ) Império Britânico 23,0 9,5 França 9,3 8,2 Rússia 5,4 13,0 Itália 3,2 5,6 EUA 17,1 3,8 Outros* –0,3 2,6 Total entente 57,7 42,7 Alemanha 19,9 13,3 Áustria-Hungria 4,7 9,0 Bulgária e Turquia 0,1 2,9 Total aliados 24,7 25,1

* Bélgica, Romênia, Portugal, Grécia e Sérvia

Conclusão

O imperialismo foi marcado pelo capital monopolista e concentrador de riquezas. As grandes nações, tanto europeias como os Estados Unidos e o Japão, buscaram dominar de maneira desigual os mercados periféricos, ou pela dominação político-militar ou simplesmente pelo controle dos interesses econômicos. O fato é que nenhuma parte do mundo se viu livre do crescimento do capitalismo indus-trial desigual.

A Primeira Guerra Mundial foi antecipada por disputas das potências por colônias e territórios europeus também. Suas consequências foram o crescimento rápido da produção, a escassez de mão de obra, o aumento no preço dos produtos primários e a falta de produtos industriais nas economias periféricas.

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No Brasil, por exemplo, a falta desses produtos diminuiu as importações, melhorando a balança comercial. Há um início de industrialização de bens de consumo não duráveis em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Os EUA passam a ser os maiores credores internacionais, financiando mais de 4 bilhões de dólares, e o Japão passa a obter praticamente todas as colônias da Alemanha no Pacífico. Além disso, a Alemanha, maior devedora mundial, perde territórios como a Alsácia-Lorena para a França e a Prússia Ocidental para a Polônia. O Império Áustria-Hungria é dividido, originando nações independentes: Áustria, Hungria, Iugoslávia e Tchecoslováquia.

Texto complementar

O Imperialismo

(NETSABER, 2008)

O chileno Hector Bruit define o Imperialismo como o período caracterizado entre 1870 e 1914, quando Europa Ocidental e Estados Unidos arquitetaram a conquista política, econômica e cultural da África, Ásia, Oceania e América Latina. Houve uma transformação acelerada na estrutura eco-nômica e nos hábitos sociais dessas regiões. Mas esse imperialismo era disfarçado e tinha razões escondidas, fatores de ordem econômica e de natureza político-estratégica, diplomática e naciona-lista na expansão imperianaciona-lista. Como diz o autor (BRUIT, 1999):

Assim, foi notória a visão de que a colonização era uma missão civilizadora de uma raça superior, a branca. Essa convicção baseava-se na superioridade que o europeu e o americano viam em suas instituições políticas, na organização da sociedade, no desenvolvimento industrial. Ao mesmo tempo, essa imagem era estimulada por doutrinas marcadamente racistas, como a elaborada pelo filosofo inglês H. Spencer, conhecida por ‘darwinismo social.

O autor considera que a África foi o continente que mais sofreu com a ação do Imperialismo e foi o único que foi dividido sem o respeito à unidade linguística e cultural de seus habitantes. Seu caráter estratégico atraiu os europeus. O caráter social facilitou a instalação dos europeus para exercer o seu comércio.

Hector Bruit ressalta que além dos interesses econômicos, o imperialismo da França foi dina-mizado por uma política preventiva, resistente às ameaças. A frase de Napoleão: “Do alto destas pi-râmides cinco mil anos os contemplam”, demonstra o interesse cultural dos franceses pelo país do Egito que na época era considerado como um integrante do sistema econômico europeu. Com a decadência econômica desse país, foi criado a Comissão Internacional de Liquidação da Dívida, comandada por britânicos, franceses, alemães, austríacos e italianos, com intenções verdadeiramente políticas. A ocupação militar do Egito pelos britânicos foi por medo do governo inglês de que a França ocupasse o país pressionada pelos investidores. Sem dúvida, a conquista do Egito foi a base para a orientação do imperialismo britânico na África Oriental, que era a porta de entrada para o Nilo.

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Já na região do Cabo, o interesse era pela forma estratégica com que se permitiam as comuni-cações oceânicas com a Índia, afirma o autor. O Imperialismo estimulou os ingleses em Transvaal a exigir direitos políticos e a guerra deixa claro o interesse do Imperialismo, que era a interação dos fatores econômicos, políticos e estratégicos.

Porém, a grande conquista da África Ocidental e Equatorial se deu realmente em 1880, quando o projeto francês era controlar o vasto triângulo entre Saint Louis e Serra Leoa. Quando a Conferência de Berlim, em 1885, sancionou a partilha da África, reconheceu a colônia belga como propriedade do rei e nessa divisão e luta pelas colônias na África, só a Libéria e a Etiópia permaneceram livres.

O autor fala do Imperialismo na Ásia, como uma luta de interesses comerciais. A Índia foi chamada de “a terra do desejo” por Hegel.

Como os ingleses na Índia, os franceses foram conquistando a península como solução para os problemas que surgiram na própria Indochina. Estabelecidos primeiro no extremo sul, Saigon e Cochinchina, avançaram até o Camboja, quando este reino pediu ajuda contra o reino de Sião. Para evitar uma possível conquista por parte de Sião, os franceses estabeleceram o protetorado sobre o Camboja em 1867. [BRUIT, 1999, p. 38]

Não sendo conveniente para os russos a divisão da China, o ideal russo era evitar outras influên-cias na Ásia Ocidental. A grande estratégia russa como a construção do transiberiano, que permitia a drenagem rápida dos produtos e a mobilização das tropas, foi uma jogada para o imperialismo se firmar.

A entrada da América Latina em cena foi de ordem comercial e financeira, pois no século XX, a América Latina possuía 20% dos investimentos do mundo. As guerras do Paraguai, de Cuba e do Pacífico trouxeram interesses econômicos e políticos das potências imperialistas. A conquista de uma parte do México foi fatal para despertar ainda mais esse interesse e desse modo aumentar o controle sobre a América Latina.

A penetração americana em Cuba foi com domínio militar, político e econômico. Até o ano de 1914, os investimentos americanos estavam no México e no Caribe, depois alcançaram toda a América Latina.

Portanto, o autor conclui que o Imperialismo foi como um vendaval que destruiu as sociedades e construiu um mundo à parte sobre os povos. Por exemplo, a conquista da Índia custou mais de cem anos de guerras violentas, e assim tantas outras. A China, além de ter milhões de mortos, ainda teve que pagar uma indenização humilhante de milhões de libras.

O mundo colonial começava a se esfacelar e os povos submetidos não só aprendem o idioma da potência imperialista, como os métodos de violência e terror com os quais o Imperialismo havia dominado o mundo. Os terroristas de então levantam a voz para condenar a violência revolucionaria e reclamar os direitos que conquistaram a ferro e fogo. [BRUIT, 1999, p. 44]

Assim, Héctor Bruit diz que o direito revolucionário foi oriundo do terror, da pobreza e dos desprezos colonialistas. Como disse Fidel Castro: “A história me absolverá”.

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Atividades

1. Explique o conceito de capital monopolista e sua relação com o Imperialismo.

2. Comente como ocorreu o novo colonialismo nas Américas, em especial no Brasil.

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Gabarito

1. Deve-se associar a palavra “monopólio” não necessariamente a um único vendedor ou única

empresa ofertante do produto, mas sim a um grupo de vendedores ou empresários controlando grande parte ou totalmente a produção, isto é, um verdadeiro “oligopólio”. Nesse sentido, pode-se argumentar que o desenvolvimento inicial do capitalismo ocorreu através de um grande domínio e subordinações das economias periféricas ou subdesenvolvidas em relação às grandes nações industriais. O capital monopolista era o imperialismo segundo Baran & Sweezy e Lênin.

2. O imperialismo na América seguiu a Doutrina Monroe (1823) que reafirmava a posição dos Estados

Unidos contra o colonialismo formal europeu nesse continente. Estabeleciam uma ideia de que “a América era para os americanos” e de certa forma garantindo uma parte expressiva desse mercado aos Estados Unidos. Nesse sentido, o imperialismo observado na América manteve a independência política e uma forte subordinação econômica.

A economia cafeeira era reflexa, primário-exportadora, com as mesmas características da economia colonial das precedentes. Tratava-se, como no caso do açúcar, de uma atividade com alta densidade de mão de obra, estabelecida em uma região cuja população ainda era relativamente pequena.

3. Entre os anos de 1884 e1885 as grandes potências mundiais reuniram-se em Berlim para definir

novos acordos sobre o comércio, navegação e, sobretudo, os limites na África Ocidental e no Congo. A Conferência de Berlim não tinha o Japão como participante e os EUA preocupavam-se preponderantemente com as novas rotas comerciais e de navegação. Assim, podemos refletir que a partilha da África realmente ocorreu nas nações europeias e, em particular, entre França e Inglaterra, que já detinham grande parte do mercado africano, e a Alemanha, que em virtude de seus processos de industrialização e unificação nacional tardios não apresentava uma influência considerável na África. A Alemanha que não possuía nenhuma colônia na África obteve três faixas importantes do continente.

4. A economia de guerra mobilizou todos os fatores de produção nacionais expandindo ao máximo

a sua produtividade. Era fundamental expandir a produção industrial nesse período e, com isso, demandar mais mão de obra e matérias-primas.

A Grande Depressão