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A Segunda Guerra Mundial e suas consequências

Conclusão

O conflito mundial foi devastador. Após a Segunda Guerra a Europa estava destruída. Do lado oriental, a URSS avançou e implementou o socialismo nos principais países da região, criando blocos econômicos e políticos. Do lado ocidental, a manutenção e a expansão do capitalismo foi comandada pelos Estados Unidos. Em 1947, inicia-se na política internacional a Guerra Fria até a extinção da URSS em 1991.

A capital da Alemanha, Berlim, foi dividida em quatro regiões militarizadas. Três pertencendo ao EUA, França e Inglaterra e a parte oriental sobre o comando da URSS. Essa divisão demonstrava nitida-mente as diferenças políticas e econômicas entre os dois sistemas, bem como a nova ordem mundial.

Texto complementar

Revisitando o Plano Marshall

(HOFFMAN1, 2007)

A 5 de junho de 1947, falando perante um grupo de finalistas da Universidade de Harvard, o então Secretário de Estado George C. Marshall lançava as bases do que viria a ser um programa de assistência americana aos países europeus, terminada a Segunda Guerra Mundial. Numa altura em que grandes cidades se encontravam em ruínas e as economias nacionais estavam devastadas, Mar-shall desafiou a América a “fazer o possível para ajudar a devolver a normalidade à saúde econômica do mundo, sem a qual não pode haver nem estabilidade política, nem paz garantida.”

Marshall instruiu o pessoal do Planejamento de Políticas do Departamento de Estado e de ou-tras agências no sentido de reportarem quais as necessidades da Europa com vista à assistência econômica. Simultaneamente, pediu aos europeus que tomassem a iniciativa e assumissem a res-ponsabilidade de esboçar um programa de recuperação econômica. A vontade de os ajudar existia, mas Marshall queria que o programa se baseasse em princípios como a autoajuda, a partilha de recursos e a reintegração alemã.

Na primavera de 1948, o Congresso norte-americano aprovou a proposta visionária de Marshall, denominando-a “Acto de Recuperação Econômica.” Quando o programa terminou, em 1952, os Estados Unidos tinham canalizado para 16 países europeus cerca de $13 mil milhões de dólares em ajuda técnica e econômica, o equivalente a cerca de 2% do nosso Produto Interno Bruto (PIB) ao

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longo desses quatro anos. Durante esse período, os países participantes – incluindo Portugal, bem como a Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Grã-Bretanha, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Islândia, Luxemburgo, Noruega, Suécia, Suíça e Turquia – viram o seu PIB agregado crescer mais de 30% e a sua produção industrial aumentar 40% acima dos níveis registados antes da guerra.

Constituindo simultaneamente um dos mais abrangentes programas de assistência econômica da história da América, e a mais bem-sucedida política externa em tempo de paz lançada pelos EUA no século XX, o Plano Marshall foi elogiado por muitos. Uma das vozes mais eloquentes foi Sir Winston Churchill, para quem o plano representou “o ato menos sórdido da História.” Por seu turno, o então Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros britânico, Ernest Bevin, considerou-o um acto de “generosidade incrível.”

Entre os vários segredos do sucesso do Plano Marshall, destaca-se o espírito de cooperação evidenciado na sua execução. O programa foi verdadeiramente uma parceria americano-europeia, na qual os recursos americanos eram complementados pelos recursos locais, e onde os participantes cooperavam para fins comuns de liberdade e prosperidade. O programa também recrutou os “melhores cérebros” do setor privado, nas áreas do emprego, negócios, agricultura, e várias profissões.

O Plano Marshall preconizava igualmente a criação de uma autoridade regional que repre-sentasse a Europa, tendo gerado a Organização para a Cooperação Econômica Europeia (OCEE), predecessora da actual Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A ênfase na Europa enquanto região ajudou, por seu turno, a colocar a primeira pedra da integração das economias da Europa Ocidental e da criação de instituições que acabariam por desaguar na hoje denominada União Europeia.

Graças ao Plano Marshall, não só os países europeus sedimentaram a relação entre si, como a própria Europa e os EUA ficaram inextricavelmente ligados. Hoje, essa parceria transatlântica perma-nece viva e enfrenta novos desafios globais, os quais exigem, mais do que nunca, que trabalhemos em conjunto. A menos de um mês de Portugal assumir novamente a Presidência rotativa da União Europeia, recordemos a visão de George C. Marshall e que ela nos sirva a todos de inspiração.

Atividades

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2. Comente o desempenho do Produto Nacional das grandes potências antes da Segunda Guerra,

bem como seus gastos militares.

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Gabarito

1. A Itália, devido à Primeira Guerra Mundial, sofreu um forte industrialização entre 1915 a 1918,

modernizando seu parque industrial e o setor bélico. Expandiu sua produção de automóveis e desenvolveu aviões de ponta a nível mundial. Na década de 1930, realizou um crescimento nos gastos militares, destinando um terço das receitas governamentais na produção bélica. No ano em que a Itália entrou na guerra possuía 113 submarinos, número inferior apenas aos da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

Em 1938, um ano antes de iniciar a Segunda Guerra, a Alemanha possuía 2,75 milhões de homens sem equipamentos e estrutura para suportar uma guerra prolongada e em um amplo espaço geográfico. Em 1939, a Alemanha produziu 8 295 aviões, enquanto a França e a Inglaterra em conjunto produziram 11 103 aviões. O desenvolvimento das técnicas de guerra do bem treinado exército alemão e sua forte disciplina tornaram a Alemanha uma grande potência bélica, no final da década de 1930.

A França apresentou um forte crescimento econômico durante a segunda metade da década de 1920. Sua atividade produtiva industrial, entre 1927 a 1930, cresceu 21%. Contudo, a economia sentiu profundamente os efeitos da Grande Depressão, sendo que entre 1930 a 1932 a indústria caiu em mais de 26%. Suas exportações despencaram nesse período inicial da recessão, em aproximadamente 70%. Em 1938, a indústria francesa estava estagnada e o exército fragmentado. Sua produção ficava atrás da Grã-Bretanha, Alemanha e URSS.

2. A tabela 1 descreve o Produto Nacional Bruto (PNB) das potências mundiais, em 1937, em bilhões

de dólares e seus gastos em defesa militar em valores percentuais do PNB. É importante destacar que, nesse ano, os países que mais gastavam em termos percentuais sua riqueza no setor bélico eram o Japão (28,2%), seguido pela URSS (26,4%), Alemanha (23,4%) e Itália (14,5%), mostrando que, por exemplo, a Inglaterra e a França demoraram para expandir e se reestruturar militarmente. A União Soviética, industrializada e fortemente armada, buscava no final da década de 1930 expandir o comunismo pela Europa e a Alemanha recuperar seus territórios perdidos na Primeira Guerra Mundial. O Japão tinha a intenção de dominar o Pacífico e se firmar como uma grande potência mundial no Oriente.

3. Em termos financeiros, a tabela 3 destaca um amplo avanço dos Aliados frente ao Eixo, a partir

de 1941. Em bilhões de dólares constantes (preço de 1944), é possível argumentar que a guerra também se vence com um grande auxílio financeiro. A história econômica esclarece muito esse ponto. Em 1940, com um gasto anual no setor bélico de US$6,8 bilhões, a Alemanha dominava a guerra na Europa, conquistando importantes países industrializados, como a França, Bélgica e Holanda. A partir de 1941, por movimentos estratégicos ambiciosos da Alemanha e o aumento considerável nos gastos militares dos Aliados, mudou o rumo da Segunda Guerra Mundial. Em 1943, já com a rendição dos italianos, os gastos financeiros dos Aliados somaram US$62,5 bilhões e do Eixo US$18,3 bilhões, uma superioridade de mais de 240%.

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4. A União Soviética, nação vencedora dos principais combates contra o exército nazista na Europa

Oriental, expande seu domínio sobre aquela região. A expansão do comunismo foi expressiva e rápida entre os anos de 1945 a 1950, criando a Cortina de Ferro, isto é, dividindo a Europa em dois sistemas políticos e econômicos.

A Guerra Fria