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Partindo da teoria da equivalência dos antecedentes, o critério subjetivo considera todas as causações do resultado iguais. No entanto, diferencia autoria e participação por intermédio do elemento subjetivo. Nilo Batista esclarece que, para esse critério, o autor “atua com vontade de autor (Täterwille ou animus auctoris), e deseja a ação como própria (als eigene)”69, enquanto o partícipe “atua com vontade de partícipe (animus socii), seja de

instigador ou cúmplice (Anstifterwille ou Gehilfenwille), e deseja a ação como alheia (als

fremde).”70 Paul Bockelman, um dos principais patronos da teoria subjetiva, reforça sua utilidade no que tange à conclusão de que seria possível a participação somente em atos dolosos:

Resulta así, que la complicidad no es imaginable sino en relación con un hecho principal doloso, pues el cómplice puede subordinar su propia decisión en la forma descripta, únicamente al dolo del hecho de otro. La tesis sentada más atrás, según la cual sólo puede tener animus socii quien presupone animus autoris en otro, queda así confirmada. La naturaleza real de la complicidad está elaborada de tal modo que sólo puede ser prestada a un hecho doloso.71

Embora a teoria tenha prevalecido na jurisprudência alemã por longo período, sofreu severas críticas pelos paradoxos que causou. Por meio de interpretações extremas, reputou como partícipes pessoas que executarem pessoalmente o delito, nomeadamente nos famosos “casos da banheira” e do agente “Staschinsky”.

68 ROXIN, Claus. Autoría e dominio del hecho en derecho penal. 7ª edición. Traducción por Joaquín Cuello Contreras y José Luis Serrano González de Murillo. Madrid: Marcial Pons, 2000, p. 61.

69 BATISTA, Nilo. Concurso de agentes. 4ª edição. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008, p. 67. 70 BATISTA, Nilo. Concurso de agentes. 4ª edição. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008, p. 67.

71 BOCKELMANN, Paul. Relaciones entre autoria y participacion. Tradução de Carlos Fontán Balestra. Buenos Aires: Editorial Abeledo-Perrot, 1960, p. 72.

A jurisprudência alemã, ao contrário, transitava e ainda transita aleatoriamente entre vários critérios, fixando-se, em regra, na chamada teoria subjetiva da autoria e

participação, cuja ideia fundamental é distinguir entre autor e partícipe

(cumplicidade e instigação) segundo a existência de uma vontade de autor (animus

auctoris) ou de uma vontade de partícipe (animus socii). Segundo uma versão extrema, hoje não mais defendida, seria possível até aquele que realiza de mão

própria todos os elementos do tipo – quem efetua o disparo que vem a matar a vítima – fosse punido como mero partícipe, no caso, como cúmplice, e não como autor do delito, se lhe faltasse a vontade de autor de que fala a teoria (o agente comete o delito a pedidos insistentes e no exclusivo interesse de outra pessoa). Com base nessas premissas considerou-se que poderiam ser partícipes a mulher que afogou o bebê da irmã, porque sua atuação estava motivada por fazer um favor a esta (chamado caso da banheira, RGSt 74, 84 [1940]), e o agente do serviço secreto soviético que, a mando de um superior, assassinou uma pessoa em território alemão (caso Staschinsky, BGHSt 18, 87 [1962]).72

Para Claus Roxin “la determinación de ‘la voluntad de autor’, que representa el elemento decisivo de delimitación para la teoría subjetiva, dedicaron sus esfuerzos al principio sobre todo la teoría del dolo (o del dolus) y la del interés”.73 Decerto, informa o mestre germânico, existem duas correntes teóricas acerca do critério subjetivo. Pela teoria do

dolo, o autor do delito possui uma vontade independe e o partícipe uma vontade dependente e,

noutra linha, a teoria do interesse parte da ideia de que a vontade do autor do crime se caracterizaria por um interesse próprio no fato e a vontade do partícipe pela falta desse interesse:

Según la teoría del dolo (o del dolus), el autor posee una voluntad independiente y el partícipe una voluntad dependiente. En este sentido, el juez asesor del Reichsgericht v. Buri, que ejerció una notable influencia en la jurispr. del RG en sus comienzos, enseñaba: “La diferencia entre el autor [Urheber] y el cómplice sólo puede encontrarse en la independencia de la voluntad de autor y la dependencia de la de cómplice. El cómplice quiere el resultado sólo para el caso de que el autor lo quiera y, para el caso de que el autor no lo quiera, él tampoco lo quiere. Por tanto, debe dejar a criterio del autor la decisión de si el resultado debe producirse o no”.74

De un modo diferente, la teoría del interés parte da la base de que la voluntad de autor se caracterizaría por el interés proprio en el hecho y la de partícipe por la tal de tal interés. Así, en al llamativo “caso de la bañera” (RTSt 74, 85; con más detalle nm. 39), el RG explicaba: “El que alguien quiera el hecho como proprio depende

72 GRECO, Luís; LEITE, Alaor. O que é e o que não é a teoria do domínio do fato. In: GRECO, Luís; LEITE, Alaor; TEIXEIRA, Adriano; ASSIS, Augusto. Autoria como domínio do fato: estudos introdutórios sobre o concurso de pessoas no direito penal brasileiro. São Paulo: Marcial Pons, 2014, p. 23.

73 ROXIN, CLaus. Derecho penal parte general tomo II: especiales formas de aparición del delito. 1ª edición. Traducción y notas Diego-Manuel Luzón Peña (Director), Miguel Díaz y Garcia Conlledo, José Manuel Paredes Castañón, Javier de Vicente Remesal. Navarra: Thomson Reuters-Civitas, 2014. Em tradução libre: “A determinação da vontade de autor, que representa o elemento decisivo para a teoria subjetiva, dedicaram seus esforços a teoria do dolo (o do dolus) e a teoria do interesse”.

74 ROXIN, Claus. Derecho penal parte general tomo II: especiales formas de aparición del delito. 1ª edición. Traducción y notas Diego-Manuel Luzón Peña (Director), Miguel Díaz y Garcia Conlledo, José Manuel Paredes Castañón, Javier de Vicente Remesal. Navarra: Thomson Reuters-Civitas, 2014, p. 71.

prioritaria, aunque no exclusivamente, del grado de su interés en el resultado”. Dado que los procesos internos que determinan el “dejar al criterio de” y el “grado de interés” son difícilmente comprobables a posteriori, la cuestión de si alguien quiso el hecho “como proprio” o “como ajeno” se juzga menudo en la jurispr. también por la medida de punibilidad o merecimiento de pena o de peligrosidad que se aprecia y se reviste sólo formularia o estereopadamente con las expresiones la teoría subjetiva.75

A sutileza na distinção entre as duas correntes subjetivas, não é suficiente para resgatá- las do limbo jurídico das inconsistências assinaladas acima: possibilidade converter o executor direto do delito em mero partícipe e transformar a decisão sobre “autoria” e “participação” em uma questão de “merecimento de pena” ou “de periculosidade do agente”. Por isso, a doutrina rechaça a teoria subjetiva, em qualquer de suas modalidades.

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