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Ser proativo para liderar seu destino e ser feliz

No documento Completo (páginas 37-41)

A proatividade já nasceu com voc

2.4 Ser proativo para liderar seu destino e ser feliz

Em viagem a São Paulo, li uma entrevista de um grande líder empre- sarial brasileiro, Abílio Diniz. A jornalista fez-lhe uma pergunta sobre o que ele esperava do ano de 2014, e no alto de seu poder e humildade, ele disse: “Ser mais feliz!”.

Ele respondeu que queria isso evitando disputas e discussões sem importância, dando mais atenção a seus filhos e familiares, tendo mais tempo para si mesmo.

Todos queremos ser mais felizes, tanto aquele que tem uma doença terminal quanto o que tem recursos financeiros ilimitados.

A fórmula da felicidade, que é extremamente flexível e depende da proatividade de cada um, está centrada em três letras mágicas que estão ao alcance de todos nós.

FELICIDADE = G + C + P

G = Genética

Quando eu era pequeno, o vizinho que morava ao lado de minha casa se enforcou, e fiquei impressionado com aquela situação. Lembro vaga- mente que ele era uma pessoa muito estranha, introspectiva, triste, quieta.

Recentemente um familiar de um amigo muito próximo se enforcou. E seu pai já havia se enforcado anos antes. Aqui no Rio Grande do Sul, onde vivo, frequentemente as pessoas se enforcam.

Ao conversar sobre esse assunto, descobri que há até um pacto na imprensa para não divulgar os enforcamentos, a fim de não inspirar mais pessoas a fazer o mesmo. Experimente digitar no Google alguma notícia sobre enforcamento e você descobrirá que nada há de recente.

Numa conversa com um grande líder empresarial do estado, ele me contava que, na segunda maior cidade do Rio Grande do Sul, em média, 80 pessoas ainda se enforcam por ano. Incrível, isso dá a média de qua- se duas pessoas por semana, em pleno século XXI.

Com o avanço das neuroimagens e do mapeamento cerebral, os neurocientistas descobriram, há menos de dez anos, que uma boa parte de nossa felicidade está associada a nossa genética. E isso nós herda- mos de nossos pais ao nascer, portanto, faz parte de nosso hardware.

Pessoas cuja atividade cerebral é mais intensa no lado esquerdo do cérebro normalmente são pessoas mais positivas, mais otimistas, por- tanto, com mais possibilidade de serem mais felizes. Pessoas cuja ativi- dade cerebral se concentra no lado direito do cérebro são pessoas mais negativas, pessimistas, portanto, com menos chances de serem felizes.

A boa notícia é que, com o avanço da ciência, se você se sente uma pessoa pessimista, ou tem histórico em sua família de pessoas negati- vas, pode consultar um neurologista, que irá fazer um teste de resso- nância magnética para identificar se suas atividades cerebrais ocorrem com mais intensidade no lado direito do cérebro. Confirmando isso, existem vários medicamentos que aumentam a atividade cerebral do lado esquerdo do cérebro, e você começará a ver a vida mais colorida.

A maioria dessas pessoas que tomam a decisão de desistir da vida recebeu genes de infelicidade já no nascimento. Ocorre que, reativa- mente, elas desconhecem essas novas descobertas, porque não vão em busca, ficando no piloto automático da reatividade, justificando que o pai ou a mãe eram assim, o avô era assim, como eu justificava que iria morrer aos 60 anos de enfarte porque meus pais tinham morrido dessa forma e nessa idade.

No histórico de muitas dessas pessoas há outros familiares, exata- mente porque podem ter a influência genética. Se você conhece alguém próximo de você que tem tais comportamentos, mostre-lhe este livro e inspire-o a buscar ajuda proativamente.

escolha.

A genética é responsável por em torno de 30% de nossa felicidade, e se você é pessimista, o que está esperando para ser mais feliz?

C = Circunstâncias

Rafael é um representante comercial que nasceu no Rio Grande do Sul e há mais de dez anos atua com vendas em Buenos Aires, tendo inclu- sive um filho nascido lá. Ocorre que ele detesta argentinos, e em cada vez que nos encontrávamos, ele discorria sua verve sobre os hábitos negati- vos e todo tipo de crítica que seu Elefante juiz interior podia expressar sobre os argentinos. Ele sempre tinha uma piada pronta a respeito.

Num determinado dia, perguntei a ele se era feliz trabalhando em Buenos Aires, e ele respondeu-me que não. Então perguntei: e por que você não volta para o Brasil, para onde as pessoas são melhores? Então ele me respondeu que não tinha essa pretensão, afinal, seu filho havia nascido lá, havia os relacionamentos e também o ganho que ele tinha já consolidado com seus clientes. Ou seja, Rafael estava sob determinada circunstância que ele não queria mudar, embora o fizesse infeliz.

As circunstâncias são aquelas situações fora de nossa zona de influ- ência mas que também contam para sermos felizes. Eu não posso mudar o comportamento dos argentinos, mas posso mudar minha percepção sobre eles, focando em seus pontos fortes. Ou então, se não tenho essa habilidade, devo pensar profundamente na possibilidade de me mudar. Você conhece pessoas que detestam frio mas vivem em regiões em que faz frio? Ou pessoas que odeiam seu chefe ou emprego mas reati- vamente continuam trabalhando por anos e anos na mesma empresa? São pessoas que estão amarradas às circunstâncias e vivendo infelizes. As circunstâncias impactam em torno de 10% em nosso grau de felicidade.

P = Proatividade

A maior parte de nossa felicidade está ligada a ser proativo. A pes- soa que é proativa estará focada em liderar seu próprio destino e, por- tanto, mais fadada a ser feliz.

Se reconhecemos que somos negativos e tomamos a atitude de con- sultar um neurologista, estamos sendo proativos. Se não gostamos da cidade, do país onde vivemos ou do chefe ou empresa onde trabalhamos, nosso desafio é proativamente buscar o nosso caminho, o nosso destino. A proatividade significa que somos responsáveis por nossa pró- pria vida e que criamos nosso destino. O proativo é um Condutor de

Elefantes com responsabilidade, que sabe aonde quer chegar e assumi- rá as rédeas de sua vida. Ele não dará a desculpa da cidade, do país, do chefe, da empresa, das pessoas.

Ele proativamente irá liderar seu Elefante para sua felicidade. Ser pro- ativo representa em torno de 60% de nosso grau de felicidade. Ou seja, seja proativo e lidere seu destino, para viver uma vida que vale a pena.

Nos dias atuais, um ser humano integral que utiliza suas quatro inte- ligências jamais pode justificar que nasceu assim e vai ser sempre assim. Sempre há a possibilidade de mudar se ele se permitir.

E o primeiro passo para liderar-se a si mesmo é saber o que você quer, baseado em seus talentos, as necessidades que o mundo deman- da, a consciência dos valores que você tem e também de sua paixão, daquilo que você faz com tanto prazer que não vê o tempo passar.

O capítulo 5 o ajudará a confirmar se você está focado na criação do seu próprio destino e como encontrar sua voz interior, seu propósito de vida e agir proativamente em direção a sua felicidade.

Escolhi, antes disso, entregar a você, no próximo capítulo, 15 ferra- mentas para liderar com proatividade seu Elefante, em todas as situa- ções de mudança, pressão e estresse que estejam ocorrendo ou ocorre- rão ao longo de sua vida.

Perguntas e respostas

a. Como posso melhorar proativamente no trânsito?

Uma das atitudes reativas que realizamos frequentemente está re- lacionada ao modo de dirigir. Se alguém buzina atrás de nós, a primei- ra reação do nosso Elefante é sempre acelerar ou xingar o motorista apressado. Uma atitude proativa é você simplesmente respirar fundo e relevar a situação, dando espaço para o motorista ultrapassá-lo e se- guindo seu destino, na velocidade que você determinou, e não naquela em que outra pessoa gostaria que você andasse. Isso é conduzir seu Elefante proativamente para seu destino.

b. Como posso ser mais proativo para vender mais?

Um dos aspectos mais importantes para a proatividade em vendas é ter metas pessoais desafiadoras que movem nosso Elefante para alcan- çar os objetivos profissionais.

Muitas pessoas acreditam que o trabalho é o fim de sua vida. Na realidade, o trabalho é o meio, e tão somente o meio de realizar nossas metas pessoais. Portanto, as vendas e as comissões delas advindas de- vem estar correlacionadas com nossas metas pessoais; de outro modo, não haverá proatividade com foco em aumento de vendas.

Outro aspecto da proatividade relacionada às vendas está no sin- cero e profundo interesse do vendedor no cliente, nas suas necessida- des ou desejos. Portanto, o vendedor proativo, quando conversa com o cliente, utiliza suas duas orelhas e só uma boca, para ser um ouvinte de qualidade, fazendo perguntas que instiguem o interessado a expressar suas necessidades e seus desejos e contar com a comissão tão somente quando tiver atendido às expectativas do cliente.

Lembre que a venda é a consequência de um relacionamento e um diagnóstico bem feito.

Ao mesmo tempo, lembre-se de que manter um cliente custa 10% do que você precisará para conquistar um novo. Portanto, foque-se na retenção dele proativamente.

c. Como posso ser proativo quando as pessoas não colaboram?

A proatividade para obter colaboração está diretamente relaciona- do a sua habilidade de inspirar as outras pessoas a colaborar sem pres- são, com entusiasmo, o que abordamos no capítulo próprio em nosso segundo livro.

d. Como usar a proatividade se eu for atingido moralmente?

Você só será atingido moralmente se permitir. Se alguém ofendê-lo e isso não for verdade, utilize aquela máxima: “O que você pensa de mim não me diz respeito”.

Lembre-se de que o proativo recebe uma crítica com os dois ouvi- dos e de duas formas: talvez a crítica seja um elogio disfarçado, e você deve ter proatividade para avaliar por esse ângulo. De outra forma, pode ser uma crítica verdadeira, que você pode utilizar para aprimorar- se. Em ambos os casos, agradecer ao interlocutor vai desarmá-lo. Este é o grande foco da pessoa proativa: desarmar o interlocutor, transformar a atitude da outra pessoa.

Mas voltando à pergunta de como lidar com situações em que você seja ofendido, meu pai me dizia que, quando lhe baterem numa face, dê a outra. Ou seja, não reaja, seja proativo. Se você sabe que não é

aquela ofensa que tentam lhe imputar, por que então reagirá a ela? Seja proativo!

Lembrando Viktor Frankl, será que ele foi atingido moralmente? Justa ou injustamente quando sofreu os horrores do nazismo? E como ele agiu?

e. Como posso proativamente inspirar alguém que esteja doente ou viciado?

Imagine que você esteja num barco com seus entes mais queridos, e este barco afunde, e só você fique dentro dele. Os demais caíram no rio. Você vai se jogar do barco ou ficará no barco para ajudá-los?

Aqueles cujos Elefantes são reativos se jogarão imediatamente no rio, e a probabilidade de afogar-se junto com as pessoas de seu coração será muito grande. As pessoas que conduzem seu Elefante proativa- mente não se deixarão jogar na água. Imagine um Elefante solto na água em que outros Elefantes estão se afogando. É muito provável que não consiga ajudar ninguém.

Portanto, o melhor caminho é conduzir seu Elefante, ficando no barco. Talvez seu Condutor encontre um remo, uma corda ou qualquer outra ferramenta para ajudar a tirar as outras pessoas da água. Você poderá olhar no entorno e talvez possa pedir ajuda. Ou seja, quanto mais desafiadora é a situação, maior será a importância de conduzir seu Elefante.

Quando você viaja de avião, sempre ouve aquela orientação dos comissários: “Em caso de despressurização da cabine, máscaras cairão sobre sua poltrona. Coloque-as primeiro em você e só depois na criança que estiver ao seu lado”. Ou seja, proteja-se primeiro, para depois po- der proteger seus filhos ou outros entes queridos.

Transformando conhecimento em sabedoria

• Seja proativo e busque em seu cofre aqueles clientes em atraso cuja cobrança você vem procrastinando;

• Sente-se com seu liderado e apresente a ele este capítulo sobre proatividade e comece a inspirá-lo a fazer mais e melhor;

• Se sua empresa trabalha com estoques, comece hoje mesmo a organizar um controle de estoques eficaz, em que alguns produ- tos possam ser conferidos todos os dias, confrontando com o

sistema que você utiliza, para começar a liderar seu fluxo de cai- xa, suas compras e aumentar suas vendas com o estoque ideal; aproveite e defina pontos de pedido e compras máximas, prefe- rencialmente de acordo com suas vendas e projeções;

• Ligue para aquele familiar ou amigo que você não vê há muito tempo e agende um café ou almoço;

• Agende aquele check-up que está há tempo procrastinando; • Fale com seu gerente no banco e inicie uma previdência privada.

S

ão dez horas da manhã de um domingo ensolarado na luxuosa casa dos Mello quando eles chegam, trazendo no colo de Júlia o pequeno Luca. A estada no hospital fora de apenas dois dias, mas já havia muda- do a rotina da família. A casa era muito agradável e arejada, e o quarto de Luca foi planejado para proporcionar todo o conforto e carinho que ele merecia.

Na realidade, a rotina do casal já havia mudado desde a gravidez de Monique. Assim como na primeira vez, ela simplesmente se fechou para Pedro, assimilando que estar grávida era como um tipo de doen- ça, que o marido não poderia tocá-la, além de ter que fazer todos os desejos e aceitar todas as mudanças de comportamento que ela tinha, incluindo aí agressões verbais por qualquer detalhe que não estivesse de seu agrado.

Monique e Pedro foram educados pela primeira geração que co- meçou a aceitar a separação como outra via ao casamento. Até então, muitos casais, embora infelizes, permaneciam juntos até o final da vida, pois perante a sociedade ser separado, em especial para as mulheres, representava ser discriminada, tanto em sua vida pessoal quanto na pro- fissional. Havia um sentimento de ser desestruturada, desajustada, fora de regra, tanto quanto alguma mulher que porventura decidisse não se casar.

Nos primeiros anos de escola e até a idade adulta, Pedro ainda sentia o peso de sua mãe ter o sobrenome diferente do de seu pai, o que à época era um grande paradigma. Os pais deveriam ter os mesmos sobrenomes, mas os de Pedro nunca tinham se casado.

A falta de relacionamento entre o casal durante a gravidez de Monique havia criado um muro entre ambos, e agora, que precisavam ainda mais um do outro, eles não estavam próximos. Mais um motivo para irritação de ambos, pois, além da falta de diálogo durante a gra- videz de Luca, sexo praticamente não existiu, o que, do ponto de vista físico e emocional, para qualquer ser humano adulto, é uma questão de saúde.

Esses sentimentos todos, aliados ao distanciamento do casal, des- de o início foram percebidos por Luca, afinal, o casal discutia e brigava sobre qualquer assunto, mesmo que fosse a forma de trocar a fralda do nenê, e fazia isso ao lado do berço, junto da criança.

Tais palavras, gestos e sentimentos de raiva e discórdia naturalmen- te foram sendo absorvidos por Luca, que se sentia mais protegido e seguro junto de sua irmã, Júlia, e da babá.

Gilda, a babá contratada, estava pronta a assistir Monique, e todos estão ainda extasiados de alegria e ansiedade de voltar pra casa com um novo ser humano. É um estranho sentimento. Agora há mais alguém, mais um Elefante no qual é preciso por foco e atenção, e cuja depen- dência física, emocional e espiritual dependerá exclusivamente dessa família até que se sinta forte e pronto para assumir seu próprio destino.

Monique vinha demonstrando no hospital muita insegurança e an- siedade, desde primeiro dia, não conseguindo dar o peito a Luca, que, desde o nascimento, precisou ser amamentado com leite de fórmula láctea. Ela deixou seu Elefante completamente solto, e ele já sinalizava os estragos que iria fazer.

Isso se agravou na chegada em casa: Monique, mesmo sem expres- sar, demonstrava total incapacidade de alimentar e dar os cuidados de que Luca precisava. Embora ela fosse uma executiva forte e decidida, responsável por milhares de pares de calçados produzidos e exportados com o design dela, naquele momento, tão importante para Luca e para ela, se sentia impotente e desesperada.

Pedro, utilizando de sua paciência, que parecia não ter fim, condu- ziu Monique e Luca para o quarto. Gilda acompanhou e começou a as- sumir o papel que mais tarde será confundido com o de mãe da criança. Quando Monique queria amamentar Luca, por mais que ela racio- nalmente soubesse da importância desse alimento para a evolução do filho, não conseguia conduzir seu Elefante emocional para produzir e oferecer o leite materno. A tensão sabotou todo o esforço de formação inicial de Luca, que foi amamentado por fórmula láctea desde então.

A cada vez que o Condutor faminto de Luca entrava em desespe- ro de fome, criava um círculo vicioso entre a mãe, culpada com seu Elefante solto, e o filho, chorando sem parar. A situação somente era dominada quando entrava em cena a babá, Gilda, com o leite preparado que acalmava o Elefante de Luca, e por conseguinte o adestrava para, quando tivesse fome, chorar muito, desesperadamente, para chamar a atenção da babá ou, na ausência dela, de seu pai.

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