Perdoe a você e aos outros! Mantenha seu Elefante focado nas metas

“A vingança é o veneno que você toma esperando que o outro morra.” Anônimo

Fábio foi um dos participantes do S.P.A. que relatou algo pessoal muito emocionante. Ele tinha um irmão que havia tido muito êxito na vida empresarial de construtor. Era um dos maiores incorporadores de sua cidade, e sua arrogância e falta de empatia resultaram em uma dra- mática briga entre os irmãos.

Certo dia, Fábio convidou o irmão para um churrasco de aniversário de seu filho. Durante o churrasco, Fábio foi servir o irmão, que ques- tionou se havia mais filé. Fábio explicou que as crianças tinham comido tudo e que tinha outros tipos de carne. Seu irmão, de forma arrogante, puxou a carteira e lhe ofereceu dinheiro para comprar mais filé. Fábio ficou desconcertado, e esse fato foi a gota d’agua para ele de um golpe tomar o irmão pelo pescoço e jogá-lo pra fora de sua casa.

Passaram-se muitos anos, e os irmãos nunca mais se falaram. Eis que o irmão de Fábio se envolve num relacionamento extraconjugal, vai à falência e contrai Aids. Acaba ficando sob os cuidados de sua mãe, de 80 anos. Passado algum tempo, a mãe pede ajuda para Fábio, para que ele cooperasse e se responsabilizasse por dar banho e trocar o ir-

mão nos fins de semana. Fábio, mesmo contrariado, assume o pedido da mãe e o faz por mais de um ano, sem falar uma só palavra com o irmão. O irmão aprofunda sua doença e perde os movimentos e a visão, e Fábio continua a visitá-lo semanalmente, dando banho e trocando-o sem dizer uma só palavra.

Numa das sessões do S.P.A., ele conheceu o poder das ferramentas para ensinar nosso Elefante a lidar com a pressão e o estresse, e uma delas tratava do valor do perdão.

Ele relutou mais três semanas até encher-se de coragem, preparar seu perdão e encarar o irmão de frente. Ao dizer objetivamente ao ir- mão, cego, o que ele sentia e expressar seu perdão de tudo o que havia acontecido ao longo da vida de ambos, sentiu um alívio imediato em sua pressão, e seu coração transbordou de compaixão e serenidade. Seis dias após esse perdão, seu irmão faleceu. Fábio nunca precisará se arre- pender do perdão que deu a ele. Aliás, há evidências de que seu irmão tenha relutado em morrer porque ansiava por aquele perdão. Quando veio, pôde seguir em paz.

Quando perdoamos as pessoas, há uma sintonia entre nosso Condutor e nosso Elefante. Ambos se sentem em harmonia e focam nossa visão, canalizando a energia de forma positiva e proativa.

Quando você foca na vingança, é como se, num jogo de tênis, ficas- se olhando para a torcida, e não para o jogo. O resultado você já sabe, perderá a partida. Não alcançará suas metas. Afinal, duvido que alguém conceba uma meta pessoal ou profissional do tipo “Vou me vingar de fulano de tal”... Ou seja, lidere seu Elefante e olhe para o jogo, sempre!

Roger é um empreendedor muito tranquilo e equilibrado e tinha como sócio uma pessoa muito arrogante, cujo Elefante mágico interior e Elefante advogado interior eram fortíssimos. Quando discordavam desse sócio, ele elevava o tom de voz e, no grito, acabava conquistando espaço e antipatia de Roger e de todos ao redor.

Ao final de nove anos de sociedade, e já desgastado por tantos ataques, Roger decidiu romper a sociedade e criar um novo negócio no mesmo ramo de atividade. Seu ex-sócio, de forma agressiva e arrogan- te, começou a difamá-lo para fornecedores e clientes, bem como para todos na região onde atuavam.

Durante os primeiros cinco anos após a separação da sociedade, Roger focou em seu novo negócio, seguindo um plano estratégico mui- to bem estruturado. Seu ex-sócio, ao contrário, continuou atacando-o

durante todo esse tempo, prejudicando os negócios de Roger e os seus próprios, o que acabou o levando à bancarrota. Ou seja, o sócio de Roger focou-se na torcida, e não no jogo. Roger focou-se no jogo, e seu negócio já tem mais de 20 anos, a cada dia se consolidando mais, enquanto o ex-sócio ainda vive no passado.

Situações de vingança são comuns nos dias de hoje. Por desconhe- cerem o poder do perdão, as pessoas matam umas às outras por qual- quer situação, às vezes criadas pelo Elefante Elefante mágico interior.

Marlene é uma grande líder empresarial que descobriu o poder do autoperdão. Durante o S.P.A., quando debatemos sobre a importância do perdão, ela sentiu-se extremamente desconfortável consigo mesma, pois reconheceu que nunca havia se perdoado por ter abortado alguns anos antes. Essa culpa a impedia de ser feliz e inclusive de ter filhos até então. Ao descobrir que podia proativamente se livrar dessas amarras e erros do passado, aceitou o inevitável, que já estava no passado, e perdoou-se para liderar seu destino e ter um filho, o que em menos de um ano aconteceu.

Se observarmos atentamente a oração que o Senhor nos ensinou, há uma passagem que diz “Perdoai as nossas ofensas assim como per- doamos a quem nos tem ofendido”. Ou seja, o perdão é algo tão im- portante para conduzir nossa vida que está expresso em um dos mais importantes instrumentos do cristianismo.

Quando compreendemos o poder do perdão, começamos a reco- nhecer que nosso Elefante advogado interior pode ficar tranquilo, pois, se estivermos errados, assumiremos nossos erros. Nosso Elefante tão somente precisará reconhecer sua culpa, e nosso Condutor fará isso com naturalidade e perdão, já que haverá empatia e compreensão dos fatos.

Inácio era um representante comercial muito obstinado. Casado há 33 anos, havia criado seus dois filhos com muita disciplina e afeto. Inácio tinha um escritório de representações e viajava às vezes mais de mil quilômetros para visitar seus clientes. Quando participou do S.P.A., ele desenvolveu-se muito na habilidade de liderar seu Elefante para lidar com a pressão e o estresse e descobriu como é importante assumir ra- pidamente seus erros.

Passados três meses de sua formatura, ele foi visitar um filho que mantinha em segredo fora do casamento havia 13 anos, e esse filho sur- preendeu-o questionando quando seria apresentado a sua outra família.

Sem respostas e lembrando dessa ferramenta, Inácio decidiu encarar de frente o erro e levou ao conhecimento da família seu segredo.

Esse fato aconteceu exatamente no período em que sua esposa completava sua participação no S.P.A., e ela, utilizando o poder e o valor do perdão, decidiu perdoá-lo e receber a visita do garoto. “Já que ele não tem culpa de nada e é seu, ele passa a ser nosso”, respondeu ela. Passados alguns dias, ele foi recebido pelo casal, pelos filhos e netos, e foi tratado como membro da família. Inácio não sabia onde pôr a ca- beça, tamanha a vergonha, mas ao mesmo tempo, aliviado que estava, tinha muito orgulho do perdão que sua mulher lhe havia concedido. Passados 30 dias da visita do filho, Inácio teve um infarto. Quem estava ao lado dele no hospital? Sua esposa, que o havia perdoado. Hoje a fa- mília reconhece que ganhou mais um filho, e todos vivem felizes.

O perdão libera a energia de nosso Elefante para conduzir nossa vida com foco em nossa visão, deixando para trás a vingança e todos os pensamentos negativos que ela atrai.