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A importância dos valores para uma liderança integral nas empresas e a nova legislação brasileira anticorrupção

No documento Completo (páginas 116-121)

Voc é a mudança que voc quer no mundo (a força do seu caráter)

7.5 A importância dos valores para uma liderança integral nas empresas e a nova legislação brasileira anticorrupção

Motivada por escândalos financeiros corporativos (dentre eles o da Enron, que acabou por afetar drasticamente a empresa de auditoria Arthur Andersen), a lei Sarbanes-Oxley foi redigida e aprovada nos EUA com o ob- jetivo de evitar o esvaziamento dos investimentos financeiros e a fuga dos investidores causada pela aparente insegurança a respeito da governança adequada das empresas. Tal lei, apelidada de Sarbox, ou ainda de SOX, visa garantir a criação de mecanismos de auditoria e segurança confiáveis nas empresas, incluindo ainda regras para a criação de comitês encarrega- dos de supervisionar suas atividades e operações, de modo a mitigar riscos aos negócios, evitar a ocorrência de fraudes ou assegurar que haja meios de identificá-las quando ocorrem, garantindo a transparência na gestão das empresas.

Klaus Moosmayer, diretor global de Normas e Condutas da Siemens, relatou recentemente, em uma entrevista à revista Exame, a faxina em nível global que sua empresa teve de fazer para recuperar a imagem a partir do escândalo de pagamento de propinas desde 2007 em obras no Brasil e em outros países. Como ele mesmo diz, o único caminho possível foi reconhe- cer o erro e formatar regras de conduta para todos os colaboradores da empresa em todo o mundo.

No Brasil, com a edição da Lei 12.846, mais conhecida como "Lei Anticorrupção", as empresas passaram a ter responsabilidade civil e ad-

ministrativa pela prática de ilícitos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.

A nova lei pode ser aplicada contra empresas que corrompam agentes públicos, fraudem licitações ou contratos públicos, ou frustrem, mediante ajuste ou combinação, o caráter competitivo de um procedimento licitató- rio, entre outras irregularidades. Poderão ser punidas também as empresas que, de qualquer modo, dificultarem atividade de investigação ou fiscaliza- ção de órgãos públicos.

Um dos principais dispositivos trazidos pela nova lei é a introdução da responsabilidade objetiva da pessoa jurídica, nos âmbitos civil e adminis- trativo, pelos atos de corrupção cometidos em seu interesse ou benefício. Assim, a lei permite que a empresa seja responsabilizada independente- mente da responsabilização dos indivíduos envolvidos, não sendo também necessário comprovar que houve intenção dos dirigentes ou donos das empresas de lesar o erário.

A responsabilização da pessoa jurídica não excluirá a responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.

Na esfera administrativa, poderão ser aplicadas multas de até 20% do faturamento bruto da empresa no exercício anterior ao da instaura- ção do processo administrativo, ou de até R$ 60 milhões de reais quan- do não for possível esse cálculo. Outra penalidade administrativa pos- sível é a publicação extraordinária da sentença condenatória em meios de comunicação de grande circulação.

Na esfera judicial, poderão ser decretadas a perda de bens, direitos e valores, a suspensão ou interdição parcial de atividades, além da proibição do recebimento de incentivos, subsídios, subvenções, doações ou emprés- timos de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo de um a cinco anos. A lei também prevê mecanismos para impedir que novas empresas criadas por sócios de empresas inidôneas – em seus próprios nomes ou de maneira oculta – venham a contratar com a administração pública.

Serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos previstos na nova lei as sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as consorciadas, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado.

Outra novidade é a possibilidade de a administração pública celebrar acordos de leniência com as empresas que colaborarem efetivamente nas

investigações. Uma vez celebrado o acordo de leniência, as empresas po- derão ficar isentas de certas penas ou tê-las reduzidas. O objetivo desse dispositivo é estimular a denúncia espontânea pelas empresas.

É importante ressaltar que a nova lei anticorrupção incentiva a aplica- ção efetiva de códigos de ética/conduta, a adoção de mecanismos e proce- dimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irre- gularidades, ou seja, a adoção de "programas de compliance". A lei prevê que a existência desses mecanismos será levada em conta na aplicação das sanções administrativas. Espera-se, assim, que as empresas com programas de compliance tenham seus esforços reconhecidos e sanções reduzidas.

A força do caráter pode ser medida em cada instante de nossas vidas, e acredito que, embora todos cometamos erros que muitas vezes podem estar relacionados a valores, ter um propósito de liderança integral nos ajuda a manter nosso Condutor atento proativamente para conduzir nosso Elefante reativo que, em vários momentos, poderia nos levar a sair de nos- sos valores para subjugar-se às suas emoções e desejos.

Perguntas e respostas

a. Como me tornar um líder integral se não tenho cargo de liderança?

Você já parou para pensar que a primeira pessoa que você lidera é você mesmo? Dessa forma, revisar e vivenciar seus valores mais profundos com você mesmo é um ótimo começo para ser um líder integral. Você pode adestrar seu Elefante a fazer o que você diz, fazer o que você faz, de modo que isso se torne um hábito em você. Essa mudança de comportamento, se for requerida, exigirá um esforço adicional nas primeiras semanas, talvez até requerendo criar um mantra a respeito para alimentar seu Elefante com esses novos valores que você quer mudar. Leia mais sobre mantras em nosso capítulo 9.

b. Eu tenho uma empresa de representações e atuo diretamente com órgãos públicos, vendendo móveis para escolas. Regularmente tenho de pagar comissões a servidores públicos, prefeitos e secretários muni- cipais para que possa vencer as concorrências. Como ser um líder inte- gral se o mercado exige isso?

Como mencionei no capítulo 5, para que você esteja em sua voz inte- rior, deve atender a uma necessidade de mercado com seu talento e sua paixão, com base em sua consciência, seus valores essenciais. Creio que

pagar comissões a servidores contraria seus valores, portanto, recomendo que você comece a identificar novos mercados em que você possa atuar com representações sem ter de passar por cima de seus valores.

Romualdo é um amigo e acionista de uma grande construtora que há cerca de 20 anos já me contava como lhe fazia mal ter de trabalhar para o setor público, conviver com esses arranjos contrários a seus valores. Então, lembro que ele e seus sócios construíram um planejamento estra- tégico em cujo escopo estava mudar a participação do setor público de 70% do faturamento para 20%, eliminando a dependência desse setor e participando de licitações públicas que estivessem dentro de determi- nados parâmetros de integridade definidos pelos acionistas. Em menos de cinco anos, a mudança estava concluída, e como ele hoje mesmo diz, demos um salto de qualidade em nossas relações com o Estado, e em especial com o setor privado, pois é impossível você viver seus valores na iniciativa privada e corrompê-los no setor público. O ser humano é indivi- sível. Ele age da mesma forma em todas as áreas em que atua.

c. É possível revisarmos nossos valores e atitudes a partir de determi- nadas circunstâncias e mudá-los?

Nosso Elefante vive no piloto automático, e se você foi forjado com uma educação de mentir sobre tudo e sobre todos, por exemplo, terá de alterar seu pensamento cognitivo a respeito desse comportamento. Isso requer trabalhar com seu Condutor e seu Elefante construindo novos va- lores e praticando-os deliberadamente, nesse caso, a respeito de falar a verdade, ou ainda simplesmente não mentir.

Dizem que pau que nasce torto morre torto, e esse é um pensamento automático do ser humano para se proteger e se convencer de que a mu- dança é improvável, ou ainda impossível – por isso, pra que iniciá-la?

d. Tenho inspirado meus filhos a poupar, mas me dei conta de que eu mesmo não os inspiro, pois nunca poupei na vida. Ainda dá tempo?

Claro que sim, sempre há tempo para recomeçar e fazer um novo futuro. Basta ir a um banco e abrir uma conta de poupança para cada um da família e depositar alguma quantia, mesmo que seja R$ 10 para cada um. Essa é uma boa ação para ser feita numa data especial, como Páscoa, seu aniversário ou Natal. Eu recomendo ainda desafiá-los, pro- pondo que, para cada real que eles colocarem em suas poupanças, você coloca outro; assim, é muito provável que você os mova para pouparem.

Além disso, é importante, como falaremos no próximo capítulo, dar um destino a essa poupança, para que o Elefante deles continue focado dali pra frente. Se o objetivo é poupar para poupar, muito rapidamente eles encontrarão uma justificativa para gastar.

e. Questões de valores sempre me incomodam, pois sou representan- te comercial e não tenho Facebook, para não me incomodar com minha família. Sabe como é esta vida... Como lidar com isso?

Como já mencionei em várias partes deste livro, vivemos a era da transparência. Tem uma frase de um grande líder, Mahatma Gandhi, que resume bem esta minha resposta: “Um homem não pode fazer as coisas certas em um departamento de sua vida enquanto erra em qualquer outro. A vida é um todo indivisível”. Se você quer alcançar a prosperidade em seus relacionamentos, precisará viver com transparência essa situação. Até porque a questão de trair ou não sua esposa/namorada pode estar ligada ao piloto automático de seu pai, avô ou outra pessoa de suas relações que o educaram assim. Hoje, mais do que nunca, a resposta das mulheres a essas atitudes é devolver na mesma moeda. Portanto, o que você planta, você colhe. Se eu fosse você, repensaria essa crença, ou, se a questão é que falta emoção em seu casamento, trate de encarar de frente esse desa- fio de recuperá-lo ou buscar um novo relacionamento. Penso que a outra maneira como você pode agir para lidar com a situação é ser aberto com sua cônjuge e convencê-la de um relacionamento aberto ou outra forma transparente que fique confortável para ambos. Nos tempos em que vive- mos, tudo vale a pena se a mente não for pequena, e é possível transfor- mar uma incomodação em uma alegria de viver.

Transformando conhecimento em sabedoria

• Que valor tenho dentro de mim que posso exercitar com meus lide- rados e minha família imediatamente?

• Que valor preciso revisar em minhas atividades profissionais que vai me levar à liderança próspera?

• Que tal fazer uma lista de valores que queira implementar em minha empresa, departamento?

• O que talvez eu possa estar fazendo diferente do que estou pre- gando para minha família?

• Eu estou sendo um exemplo de saúde física para meus filhos?

F

oi num encontro com o acaso que Pedro conseguiu começar a virar o jogo. Ele havia encontrado um amigo de infância, Luis Carlos, num café, e após duas horas de conversa sobre toda a história e desafios que Pedro estava enfrentando, seu amigo decidiu lhe apoiar com uma par- ticipação financeira na construção de um imóvel comercial para locação num terreno que Pedro tinha em São Paulo. Com um aporte de capital que viabilizava a construção e também a manutenção mínima de Pedro e sua filha por dois anos, ele rumou para São Paulo para investir nesse novo negócio e, assim, se afastar um pouco dos processos judiciais, de Monique, e, infelizmente, também de Luca, que tanto amava.

Pedro chega a São Paulo e começa a desenvolver o plano de ação para a construção de um centro de conveniências numa região de muito fluxo de automóveis, a Av. Faria Lima. Ele começa a reconectar-se com alguns amigos e familiares que estão em São Paulo e imediatamente contrata o arquiteto e construtor Edison, com muita experiência nesse mercado, e juntos começam uma parceria duradoura e produtiva.

Edison descobre, pelo Plano Diretor da cidade, que aquele terreno comportava, além das lojas, prédios de escritórios, em um momento em que São Paulo estava efervescente para a construção civil. Assim como Pedro estava no epicentro das exportações de calçados em Novo Hamburgo no melhor momento daquela indústria, agora, mais uma vez, se encontrava na hora certa, no lugar certo, na maior cidade do país, com a possibilidade de refazer sua vida.

Júlia, agora com 19 anos, muda-se junto para São Paulo e começa a estudar design na Escola Superior de Propaganda e Marketing. Ela está deslumbrada com a cidade e com todas as possibilidades de vida que se abrem novamente. Começa a trabalhar como assistente de design de uma rede de lojas de moda e está radiante com sua capacidade de criação e liderança, o que a leva a receber um convite para fazer uma viagem internacional a fim de pesquisar moda.

Ela estava sendo um grande pilar da reconstrução de seu pai, pois apoiou a separação, o fechamento da empresa e a mudança para São Paulo. Além disso, como sua educação foi forjada no melhor momento de seus pais, ela tem um coração de ouro, com uma capacidade de de- cisão e foco incrível, ajudando Pedro a dar direção à delicada situação que ambos vivem em relação a Luca e à mãe deles, sem contar os desa- fios do encerramento da empresa no Sul.

Júlia agora estava com namorado e vivendo a maior parte do tem- po no apartamento dele. Pedro dava total apoio às atitudes dela, que vinha avançando na faculdade e galgando postos em seu trabalho como designer de moda. Ela continuava indo frequentemente a Porto Alegre visitar Luca e manter os laços afetivos com sua mãe, o que sempre lhe causava muita tristeza, porque, por mais que quisesse se aproximar da mãe, esta sempre a colocava contra seu pai e a agredia com palavrões e atitudes desequilibradas.

Numa de suas viagens ao Sul, ela convidou Luca para passar o ani- versário do pai em São Paulo, o que este aceitou relutante, pois não sa- bia como a mãe iria receber a ideia. Sua mãe resistiu duas semanas para permitir a viagem, e quando autorizou, Luca sentiu-se animado e feliz.

Era sexta-feira quando ele chegou a São Paulo. Pedro estava ra- diante enquanto se dirigia ao aeroporto para buscar os filhos. Como Luca não conhecia a cidade, ele havia planejado um final de semana de muita diversão. Ao chegar ao saguão do aeroporto, os três se abraça- ram calorosamente, parecendo pressentir que aquele momento seria de transição e de recomeço para eles. Dali mesmo partiram para conhecer o Parque Ibirapuera e toda a sua natureza exuberante.

No sábado à noite, escolheram um lugar para jantar onde tivesse música ao vivo e onde Júlia pudesse cantar com seu pai, um hobby que ambos curtiam desde a infância dela, quando eles estavam em família no Sul. Todos eram fascinados por música e costumavam andar com ela por onde estivessem. Pedro dizia que a vida é uma trilha sonora e que, em cada momento, cabe um tipo de música. Foi uma noite memorável em que até Luca, com seus nove anos, juntou-se a eles para cantar.

Tiveram um final de semana de muitas alegrias, inclusive, foram as- sistir juntos a uma corrida de Fórmula 1, cuja etapa estava acontecendo na cidade. Era aniversário de Pedro, e Luca e Júlia ficaram muito unidos todo o tempo.

Luca ia embarcar na segunda-feira pela manhã para Porto Alegre, onde sua mãe iria buscá-lo no aeroporto, e no domingo à noite ele e Júlia começaram a preparar sua mala para o retorno. Foi quando ele desabafou e colocou pra fora toda aquela ansiedade e silêncio que tinha demonstrado no último encontro com seu pai lá no Sul.

Ele contou tudo o que estava vivendo com sua mãe, sentindo-se refém emocional dela. Contou que ela falava o tempo todo que seu pai não prestava, que estava envolvido em drogas e que, se um dia É ela quem viaja para a cidade de Luca para visitá-lo e manter o con-

tato com sua mãe, que tem feito de tudo para perturbar judicialmente a cabeça de Pedro. Mesmo assim, ele cada vez mais está focado no traba- lho e em seu futuro, para poder superar tamanha pressão.

Em um evento empresarial em que esteve em São Paulo, descobriu, inspirado em um grande líder, Abílio Diniz, que, cuidando da saúde, é muito provável que possa chegar aos cem anos muito bem de vida. Como Pedro havia perdido seu pai com pouco mais de 60 anos, ainda mantinha em sua mente, reativamente, esse paradigma de que faltavam menos de 15 anos para morrer. Trabalhando sua mente, começou a visu- alizar sua nova vida, na qual ele ainda terá mais de 50 anos pela frente e, portanto, todo um novo futuro profissional, podendo recuperar seu filho Luca, ver seus filhos crescer e constituir família e, também, reestru- turar sua vida amorosa.

Isso motivou Pedro a praticar academia três vezes por semana, além de fazer um check-up médico. Ele ficou grato de ver que estava com tudo em ordem, mesmo tendo passado por todas as perdas em relação ao seu negócio e seu casamento, fatos que por si só são con- siderados pela psicologia como os maiores causadores de distúrbios físicos e emocionais.

Passaram-se dois anos da separação, e o negócio de Pedro no mer- cado imobiliário já está a caminho. Agora ele já tem um projeto apro- vado nos órgãos competentes para a construção de 60 escritórios e 12 salas comerciais.

Ele finaliza com o arquiteto Edison, que se juntou à sociedade, os últimos detalhes da estratégia comercial do empreendimento, alinhan- do a comercialização e a construção. Seu sócio no negócio, Luis Carlos, está impressionado com a modelagem estruturada, pois, mesmo acar- retando um aporte de capital 50% maior que o planejado inicialmente, a rentabilidade prevista irá mais que dobrar.

Pedro fez algumas viagens ao Sul para participar de audiências na tentativa de acordo para solucionar sua separação e reaproximar-se de Luca, todas elas frustrantes e deixando-os cada vez mais distantes.

Na última viagem, percebeu Luca muito ansioso e ausente, o que denotava que tinha algo a dizer, mas não sabia como obter dele isso. Mesmo tendo insistido, percebeu que Luca permanecia em silêncio, in- trospectivo.

Luca deixasse a mãe, ela iria se matar. Ele estava assustado. Ao mesmo tempo, convivendo por três dias com seu pai pela primeira vez tão in- tensamente desde a separação do casal, percebera que tudo o que ela falava era uma sórdida e doentia mentira, e sua convicção era de que não queria mais retornar para a casa da mãe.

Júlia ficou assustada, pois sabia que juridicamente a guarda de Luca estava com a mãe, portanto, perguntava-se como isso se daria. Ali co- meçou uma grande batalha emocional entre Júlia e Luca, ela o conven- cendo de que ele deveria voltar, pois não saberia medir as consequên- cias da decisão dele, e ele determinado a ficar.

Como ele estava irredutível, Júlia chamou Pedro e pediu para Luca contar sua decisão. Pedro recebeu aquela atitude com alívio e compai- xão. Abraçaram-se com todas as forças e choraram longamente. Pedro lembrou que, desde o retorno daquela viagem a Nova York em que havia tomado a decisão de promover grandes transformações em sua vida, ele havia se preparado para aquele dia. O dia em que Luca teria idade e autoconsciência para enxergar os fatos e tomar seu destino para si, proativamente.

Após recomporem-se da decisão de Luca, eles começaram a pensar em como iriam contar à mãe do garoto a decisão dele. Luca tomou para si a coragem de contar e se dispôs a ligar para sua mãe. Ele suportou o mesmo discurso doentio e repetitivo da mãe por telefone por mais de uma hora, inclusive com várias ameaças de suicídio aos gritos e aos prantos. Após a conversa, estava emocionalmente exausto e pediu para

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