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Seja proativo ao receber uma crítica Ela pode ser uma oportunidade de melhoria para você e seu Elefante

No documento Completo (páginas 49-51)

(seu Elefante) para lidar com a mudança, a pressao e o estresse

3.2 Ferramentas para liderar seu Elefante em todas as situações de mudança, pressão e estresse.

3.2.4 Seja proativo ao receber uma crítica Ela pode ser uma oportunidade de melhoria para você e seu Elefante

Sinara, advogada que desenvolveu sua liderança com o S.P.A., pergun- tou-me: “Mas afinal, você quer dizer que, mesmo quando alguém grita co- migo ou diz que sou F.D.P., eu tenho que ser proativa, liderar meu Elefante?” Eu respondi com um sonoro “Siiiim!”. Afinal, das duas, uma: ou a ofensa foi verdadeira, e então você tem uma oportunidade de melhoria para fazer, ou a crítica foi um elogio disfarçado, que merece reflexão e agradecimento.

Vamos combinar que as pessoas não saem por aí chamando os ou- tros de F.D.P. de graça. Ou seja, ou fizemos algo, muitas vezes incons- cientemente, e aí a proatividade do Condutor deve estar alerta para reconhecer, ou a provocação não tem nada a ver conosco, então por que nos ofendermos? Há um ditado que diz que não se atira pedra em cachorro morto, portanto, é aí que pode residir a crítica.

“Conduza seu Elefante a cada hora e a cada dia, com uma agenda de prioridades.”

Toda atitude proativa parte do Condutor. É quando tiramos do Elefante, do piloto automático, o poder da decisão e o transferimos para nosso Condutor. Toda atitude reativa parte do Elefante. Se souber- mos conduzir nosso Elefante, vamos proagir com foco na direção que estabelecermos, em qualquer circunstância.

Certa vez, estava viajando de Bento Gonçalves para Gramado, no Rio Grande do Sul. Passava das 13h e eu ainda não tinha almoçado. Meu Condutor estava faminto, e eu estava numa velocidade maior que a estra- da permitia. Em determinado ponto de mão dupla, a pista estava fechada para manutenção e havia lá um daqueles controladores de tráfego que, com uma bandeira, liderava o trânsito para o ir e vir. Fui o primeiro a parar em frente ao controlador, e tão logo parei, parou ao meu lado uma moto Harley com um piloto extremamente alterado. Ao mesmo tempo, parou à minha frente, pelo lado direito, outra moto, e outra ainda deu um em- purrão no meu para-choque traseiro, fazendo com que o carro sacudisse. O piloto que parou em minha janela começou a esbravejar e a dar socos no teto de meu carro, que estava com o vidro fechado.

Proativamente, lembro-me de ter aberto dez centímetros do vidro e, de mãos para o alto, perguntei o que havia acontecido. Ele, supera- gressivo, disse que eu queria matá-lo, que ele tinha filhos, barba na cara, etc., etc., e que em determinado trecho da rodovia eu havia cortado a frente dele. Em segundos meu Elefante queria reagir, e lembrei-me de ter passado por três motos que estavam passeando na estrada, imagino que a 60 km/h, enquanto eu estava a 100 km/h. Imediatamente pedi desculpas em tom muito alto, dizendo a ele que também tinha filhos, barba na cara etc. e que não percebi que havia feito aquilo. Ao mesmo tempo, seu amigo, que havia estacionado em minha frente à direita, aproximou-se e olhou para mim com um sinal para que eu tivesse calma, que seu amigo estava muito nervoso. Como eu estava calmo, ambos se acalmaram e ele me pediu para cuidar dali pra frente. Nesse tempo, o controlador de trafego liberou a pista e segui minha viagem.

Eu estava com um amigo que vinha de carona, e ele ficou tão bra- vo e nervoso que mal conseguia falar de tanta ansiedade. Ele não se conformou com minha atitude. Disse-me que não se lembrava de eu ter cortado a frente deles e que aquilo tudo era uma injustiça e que eu não devia aceitar daquela forma. Se fosse ele, teria descido do carro e ido às

últimas consequências. Aliás, ele me disse que, se tivesse ali uma arma, teria descido do carro.

Como disse um sobrevivente daquele avião que fez um pouso de emergência no rio Hudson, em Nova York: “Eu não quero mais estar cer- to, eu prefiro ser feliz”. E mais, no mínimo, eu devo ter assustado eles com a velocidade em que eu vinha na estrada, fazendo aquele vento que até move as motos. Ainda posso levar em consideração que aque- les três Condutores estivessem com fome, como eu, portanto, mais ra- pidamente seus Elefantes se descontrolaram.

Muitos mal-entendidos e situações ocorrem em nosso dia a dia, e se soubermos ser proativos às críticas, teremos uma vida mais feliz, mais tranquila.

Quando recebemos uma crítica proativamente, nosso Condutor abri- rá seus ouvidos a fim de escutá-la, para avaliar se pode ser uma oportu- nidade de melhoria. O Condutor perspicaz houve atentamente, reflete e, se for pertinente, promove com seu Elefante a mudança necessária a par- tir do que escutou. Ele irá inclusive, proativamente, agradecer ao autor da crítica, reconhecendo o erro e pedindo ajuda – por exemplo, dizendo: “Se você perceber que eu continuo com esse hábito negativo, por favor me avise, pois estou adestrando meu Elefante”. Compreenda que maior desafio do que adquirir novos hábitos é desfazer-se dos antigos.

Antonio é um gestor da área hoteleira que compreendeu o poder de ser proativo ao receber uma crítica. Seu objetivo era tornar-se um me- lhor líder, e sempre que nossos clientes desenvolvem metas com esse propósito, pergunto: “Como você vai saber que se tornou um melhor líder?”. Para isso ofereci a ele a oportunidade de realizar sua Avaliação de Líder com sua equipe, baseada no Conceito da Pergunta Definitiva 2.0, explicada no capítulo 8.

Essa avaliação, para fins de liderança, responde a uma única pergunta: Numa escala de 1 a 10 e considerando a forma e a condução sua e da equipe pelo seu Líder, qual a probabilidade de você recomendar seus colegas de trabalho, amigos e/ou familiares para trabalhar com ele?

Ocorre que, ao fazer essa avaliação, Antonio se deparou com críti- cas a sua liderança, e num primeiro momento seu Elefante ficou mago- ado, até ofendido. Como esse é mais um processo de mudança interior, centrado no Elefante, utilizando a ferramenta de ser proativo ao rece-

ber uma crítica, ele refletiu sobre as avaliações e sobre o ponto de vista de seus liderados e passou a agir para mudar aquele clima.

A maior parte das críticas ao líder Antonio estava centrada em sua forma de se relacionar com os liderados: distante, duro, sem empatia, apenas cobrando e criticando tudo e todos. Utilizando as ferramen- tas de liderança com os outros, que estarão no livro “Saia do Piloto Automático e Lidere seu Destino – A Liderança do Outro”, ele mudou em quatro semanas de uma avaliação média 5,5 para 8,15, o que é um feito e tanto para um curto espaço de tempo.

A partir dessa evolução, ele percebeu que seu maior desafio era poder delegar mais para poder ter tempo de liderar as pessoas. Jack Welch, eleito o executivo do século XX nos EUA, dizia que dedicava mais de 50% de seu tempo treinando e cuidados de seus liderados.

Muitas vezes, quando você é proativo em relação a uma crítica, vai perceber que ela é um elogio disfarçado, até porque a maioria das pes- soas não foi adestrada para saber elogiar.

Lembro-me sempre de uma história de elogio disfarçado que vivi com um familiar anos atrás. Ao ver que eu estava com um carro novo e com ar- condicionado, ele entrou no carro e disse: “Não gosto de ar-condicionado, me deixa gripado!” Essa crítica que ele fez, na realidade, era um elogio disfarçado, afinal, quem não deseja um carro com ar-condicionado onde faz calor de 35 graus? Tão logo ele teve condições financeiras, lá estava ele com um carro com ar-condicionado. E que consumia mais combustível que o meu. Olha aí, meu Elefante fazendo um elogio disfarçado de crítica…

No documento Completo (páginas 49-51)

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