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Quatro premissas para construir seu propósito de vida

No documento Completo (páginas 81-84)

Conduzindo seu Elefante para encontrar seu propósito de vida

5.2 Quatro premissas para construir seu propósito de vida

Para saber se você já tem um propósito de vida (voz interior), exa- mine estas quatro premissas:

1. Talento

Qual o seu talento? Você está atuando em uma atividade profissio- nal de acordo com seus talentos? Esses talentos, na maioria das vezes, são descobertos em nossa infância, quando nossa mãe, pai, tia ou pro- fessor já dizia: “Nossa! Você é muito bom em matemática, pode tornar- se um ótimo economista”.

Helena é uma empreendedora que tem uma escola infantil de alta qualidade e que foi inspirada por sua professora primária a encontrar sua voz interior no dia de seu aniversário de sete anos.

Ao cumprimentá-la pela data, a professora expressou: “Que lindo dia você nasceu!”. Helena não estava entendendo aquela afirmação, pois até seus sete anos, nunca havia comemorado nenhum aniversário, já que sua família não tinha condições de lhe proporcionar uma festa; portanto, aquela não era uma data alegre. Então, ela quis saber por que era um lindo dia, e a professora respondeu: “Você nasceu no dia 15 de outubro, Dia do Professor. Você já imaginou se você for uma professora quando crescer? Vai poder comemorar seu aniversário junto com sua profissão”. A partir daí, Helena entendeu que seu destino era ser pro- fessora, e hoje, passados 35 anos daquele episódio, ela tem sua escola infantil no Rio Grande do Sul, depois de mais de 12 anos sendo profes- sora em escolas de qualidade em São Paulo. E mais que tudo, é uma pessoa realizada com sua profissão, com sua voz.

2. Necessidade

Existe uma necessidade de mercado a ser atendida por seu talento? Você talvez conheça pessoas que têm um talento especial para deter- minada atividade, como projetar casas para morar na lua, e que não conseguem atender a uma necessidade de mercado para supri-la com

seu talento, afinal, na lua ainda é impossível morar. Ou seja, seu talento deve encontrar uma necessidade para ser atendida, para que você con- siga gerar recursos para sua sobrevivência e a dos seus.

Numa manhã ensolarada de março, encontrei Junia num café da Vila Madalena, em São Paulo, para falarmos da possibilidade de apoiarmos sua causa. Ela é a fundadora da ONG Santuário de Elefantes Brasil, e sua história de voz interior me comoveu.

Desde pequena ela era apaixonada por Elefantes. Assistia aos filmes sobre Elefantes e se imaginava junto a eles. Quando cresceu, fez facul- dade de comunicação sem a certeza de que era isso que queria para seu futuro, mas, como logo começou um estágio em comunicação numa gran- de empresa de tecnologia, acabou gostando da área e desenvolveu-se em tal empresa por mais de dez anos. Quando engravidou, decidiu pedir demissão e abrir seu próprio negócio de eventos, para ter mais tempo para criar seus filhos. Ela teve muito êxito também como empreendedo- ra, atendendo grandes empresas e alcançando o sucesso profissional.

Num determinado momento de sua vida, ao perder repentinamente seu pai, descobriu que a morte fazia parte da vida e que precisava reali- zar sua voz interior, que lhe cobrava uma nova atitude. Então ela decidiu ficar um ano afastada de sua empresa e partiu com sua família para uma viagem à África. Mergulhou no conhecimento sobre Elefantes e, ao re- tornar ao Brasil, tinha sua voz clara e límpida: melhorar as condições de vida e combater os maus-tratos aos Elefantes em todo o mundo.

Junia visitou o Zoológico de São Paulo e identificou que a forma de tratamento e habitat da elefanta que lá estava era totalmente contrária a sua natureza. Ela, em sua voz, revoltou-se e imaginou-se dirigindo-se ao governador para que mudasse tudo aquilo. Ocorre que, com sua experiência profissional e empreendedora, e que agora será absoluta- mente importante para o sucesso do Santuário, se deu conta de que só tinha a situação negativa, ela não tinha a solução.

Então Junia saiu pelo mundo, via Google, para descobrir como re- solver aquele tipo de desafio. Encontrou especialistas apaixonados pela causa, assim como ela, e hoje o Santuário de Elefantes Brasil é um proje- to que tem um plano de ação, tem uma missão e tem um sonho grande: ser referência na preservação de Elefantes em todo o mundo.

Com essa voz em mente, ela conseguiu trazer para morar no Brasil, a fim de fundar com ela o Santuário de Elefantes Brasil, nada menos que

o fundador do Sanctuary of Elephants, primeiro santuário de Elefantes do mundo, que está localizado no estado do Tennessee, EUA. A história de voz interior e sonho grande de Scott, um ex-tratador de Elefantes que aos 22 anos foi agredido por um desses animais e decidiu mudar de vida e ajudá-los a viver em sua natureza, juntou-se à voz de Junia, que, em sua determinação, com certeza deixará um legado de amor e cora- gem para melhorar dramaticamente a vida dos Elefantes.

Como o leitor já percebeu, temos aqui uma situação de fluxo de ideias, ação e aprendizado. Essas histórias de voz interior e ação me ins- piraram a apoiar essa causa e hoje tenho dedicado meus relacionamen- tos para promover a implantação do Santuário de Elefantes Brasil. Além disso, parte dos resultados deste livro que você adquiriu serão doados a essa instituição, tão logo ela esteja operando – portanto, saiba que você também estará contribuindo para a causa.

Mas será que a voz interior da Junia e do Scott tem a ver com uma necessidade, que é um dos quatro pilares para estar em seu propósito de vida? Qual a necessidade de salvarmos os Elefantes para nossa vida na terra?

No livro “Ouse”, do empresário Richard Branson – uma das lide- ranças empresariais mais influentes e inovadoras deste novo milênio, e que muito me inspira –, ele menciona a importância de termos pessoas apaixonadas por causas tão nobres quanto alimentar crianças famintas na África, salvar tubarões no litoral da Costa Rica ou ainda os lêmures ou Elefantes. Vejam o que ele diz:

“Então, por que se preocupar com os Elefantes, tigres, abelhas e tu- barões quando temos tantos outros problemas no mundo? A forma como tratamos o mundo é um reflexo de nossa natureza humana, nos- sa inteligência, nossa consciência e, em última análise, de nossa sobre- vivência. O rápido esgotamento de nossos recursos naturais desde o início da era industrial é a causa básica de muitos dos iminentes problemas ambientais, como as mudanças climáticas. Isso realmente me serviu de exemplo durante as minhas conversas com James Love- lock. É dele a criação da Teoria de Gaia, uma alusão à deusa grega da Terra. James propõe que a Terra, na verdade, é um organismo vivo e que tudo está intimamente integrado de modo a formar um único e complexo sistema autorregulador que mantém as condições de vida no planeta. Há décadas, James vem dizendo ao mundo que estamos

destruindo o nosso próprio lar. Com todas as espécies e o habitat que destruímos, estamos alterando o equilíbrio geral de Gaia”.

Estou convicto de que é por isso que há tanta diversidade de pes- soas com os mais diferentes propósitos de vida, que acolhem a todas as necessidades da Terra e da sobrevivência do ser humano. No próximo capítulo, em que vamos desenvolver sua Liderança para a prosperida- de, você descobrirá que esta é um dos 8 Pilares do Líder Próspero: Desenvolver a sustentabilidade do planeta e fazer o bem.

3. Consciência

É aquele sentimento interno que me diz se a necessidade de merca- do está alinhada com meus valores e princípios. Eu posso ser um ótimo administrador e descubro que há uma vaga para gerente do tráfico de drogas em minha região. Minha consciência dirá que essa atividade não está alinhada com os meus valores, portanto, não aceitarei o emprego.

Recentemente foi realizada uma pesquisa no estado de São Paulo questionando qual a intenção dos líderes de trocar de emprego no ano seguinte. Incrível que 40% querem trocar de emprego. E os dois princi- pais motivos, somando mais de 30% das intenções, foram de que não há alinhamento e inspiração entre o discurso e a prática da empresa. Seus líderes pedem para fazer o que dizem, mas não fazem o que dizem.

As pessoas têm consciência de seus valores e querem estar alinha- das a eles. Para que você possa exercer sua voz interior com talento e atender a uma necessidade de mercado, será fundamental que alinhe essa voz a sua consciência, a seus valores mais profundos.

4. Paixão

Se você está em uma atividade na qual seus talentos são bem utili- zados para atender a uma necessidade de mercado alinhada com seus valores e princípios, e ainda mais, você se dedica tanto e nem vê o tem- po passar, então está com seu propósito de vida a pleno, está na sua voz interior, pois faz isso com paixão.

Aqui vai meu propósito de vida, minha missão, minha voz interior para inspirar você a escrever a sua: “Minha missão é elevar a performan- ce das pessoas e empresas, por meio da transformação do ser humano, inspirando-o a alcançar seu propósito de vida e desenvolvendo-a para expressar todo o seu potencial”.

Bárbara é uma líder com 22 anos que participou do S.P.A. com in- vestimento de seu pai. Ela já estava no quinto semestre de Engenharia de Alimentos, porque seu pai queria que ela se formasse nessa profis- são. Ocorre que sua paixão era comércio exterior, e então ela estava infeliz em sua escolha e sem saber como influenciar seu pai para que pudesse mudar o percurso, afinal, o investimento era dele.

Ao identificar sua real voz interior, a orientamos a se colocar no lugar de seu pai para identificar por que seria bom para ele que ela se formasse em Comércio Exterior. Primeiramente ela buscou informações na universidade, para avaliar quanto seria o investimento para mudar e formar-se na nova faculdade. Ali ela já encontrou uma questão óbvia. O investimento na faculdade de Comércio Exterior, aproveitando as ca- deiras compatíveis, era 25% inferior ao necessário para formar-se em Engenharia de Alimentos. Além disso, seu pai tinha uma exportadora, portanto, comércio exterior serviria perfeitamente para que ela pudes- se dar continuidade aos negócios da família. Em menos de uma semana, ela conseguiu convencer seu pai da mudança e partir para o alcance de sua voz, com muito mais entusiasmo e motivação.

Com a expectativa de vida média saudável aumentando exponen- cialmente, você poderá viver 100 anos e terá a oportunidade de encon- trar várias vozes interiores ao longo da vida.

Você poderá iniciar sua carreira em medicina aos 25, uma nova carreira de ator aos 50 e outra de escritor aos 75. Talvez seu Elefante não suportará trabalhar 60 ou 75 anos na mesma profissão. O meu não suportou.

Trabalhar durante 60 ou 75 Anos? Sim, mesmo que você se prepare desde agora para ser independente financeiramente aos 70 anos, quer seja por herança ou poupança, sem contar com a previdência social, você irá querer mais pra você e os seus.

Imagine que você chegue aos 70 anos, independente financeira- mente (tendo renda mensal para os 30 anos seguintes que atenda todos os seus desejos e necessidades sem precisar trabalhar). O que você irá fazer sem trabalhar nos próximos 30 anos de sua vida? Vai precisar en- contrar uma nova voz, ou renovar a sua, pois nosso Elefante adoece se não estiver ocupado, e nosso Condutor, sem ter a quem conduzir, ficará embotado e perderá a vontade de viver.

No próximo capítulo, vamos focar em nossa prosperidade, que é a capacidade de estruturar nossa vida de forma a construir um futuro

mais feliz nos 8 pilares do líderpróspero, desde agora até nossa geron- tolescência.

No documento Completo (páginas 81-84)

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