• Nenhum resultado encontrado

Tudo o que você quer está fora da sua zona de conforto

No documento Completo (páginas 123-125)

Construindo sua visao para uma vida que vale a pena

8.2 Tudo o que você quer está fora da sua zona de conforto

Gilmar é um amigo super determinado a liderar seu Elefante Interior. Ele se formou em Serviço Social no ano de 2001 e há muitos anos trabalha com várias ONGs (organizações não governamentais) que desenvolvem atividades relacionadas a dependência química, violência contra mulheres, idosos, etc.

Ele tem elevado como ninguém sua autoconfiança e performance pessoal e profissional a partir da descoberta de que ele tem um Elefante Interior e de que ele pode liderá-lo todo o tempo para viver mais e feliz.

A partir do S.P.A., ao inspirá-lo sobre a importância de ter metas claras para liderar seu Elefante e liderar seu destino, ele desafiou-se frente a seus colegas do programa a fazer uma pós-graduação em Gestão de Serviço Social, pois assim estará com sua empregabilidade em dia, além de poder disputar uma vaga de professor em alguma universidade, o que para ele será algo extremamente desafiador.

Tão logo começou a imaginar-se pós-graduado, seu Elefante Interior iniciou uma sabotagem explícita, lembrando que ele é negro e que isso será uma barreira a vencer nessa pós. O Elefante Interior puxou-o pra baixo o tempo todo entre o período em que ele desenhou sua meta e o primeiro passo concreto para cumpri-la, que era fazer sua matrícula. Ele se deu conta de que foi isso que seu Elefante Interior vinha fazendo havia mais de 12 anos, desde a conclusão de sua graduação, quando o sonho era fazer uma pós-graduação, e sempre arranjava desculpas para adiar esse grande passo.

Seu Elefante mostrou a ele quanto seria desgastante se deslocar uma vez por semana em torno de 50 km para ir até uma sala presencial; mos- trou a ele que nem internet confiável ele tinha em casa para as aulas a distância; argumentou que ele estava com seu salário comprometido com outros compromissos, portanto, não seria oportuno contratar a pós-gra- duação, tudo o que a tanto tempo vinha fazendo, sabotando sua vida e sua evolução.

Como Gilmar tinha uma meta clara, com data e horário específico para cumprir, ou seja, fazer a inscrição na pós até dia tal, seu Elefante chegou a convencê-lo a desistir dessa meta e anunciar às lideranças que estavam participando do S.P.A. que ele havia desistido.

Ao exercitar sua liderança do Condutor sobre seu Elefante, Gilmar se deu conta de quanto seu Elefante vinha liderando sua vida e limitando-a. Ele começou a conversar consigo mesmo e, para cada objeção do Elefante, construiu uma ação proativa para superá-la, e nos contou.

“Meu Elefante primeiro falou pra mim que muito poucos negros tinham pós-graduação no Brasil. Segundo dados de 2012 da Secretaria de As- suntos Estratégicos do governo federal (SAE), apenas 20% dos brasilei- ros que chegam a fazer pós-graduação são negros. O número é peque- no em relação à porcentagem de negros que constituem a sociedade brasileira, cerca de 51%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Então argumentei com ele que, com nossa pós-gra- duação, vamos proativamente começar a aumentar esse percentual de participação dos negros em pós-graduação e mostrei pra ele que isso significava que estávamos liderando pela moral, pelo exemplo. Então ele argumentou que eu teria de me deslocar durante 18 meses até Por- to Alegre, e mostrei a ele que já fiz isso para participar do S.P.A. e que seria prazeroso conhecer novas pessoas e ampliar nossa capacidade profissional. Comecei a mentalizar com ele como será nossa vida pes- soal e profissional a partir da pós, visualizando-me numa sala de aulas de uma universidade, falando sobre os desafios da assistência social, realizando orientações de trabalhos de conclusão (TCC) de formandos e inspirando estudantes a seguir sua voz com os exemplos de vida de minha experiência de mais de dez anos com ONGs relacionadas aos temas. Mostrei também ao Elefante como isso impactará em nossa vida pessoal, com a inspiração que serei para meus familiares de que é pos- sível, sim, continuar evoluindo sempre, ainda mais após os 50 anos, e também ampliando meu conforto material devido a uma maior remune- ração. Como a maioria dos nossos clientes usuários das ONGs é negra, também demonstrei como seremos exemplo para que essas pessoas também estudem e evoluam. Quanto à internet, busquei na operadora um plano 4G e entreguei ao Elefante a resposta no ato. Agora temos internet potente para estudar a distância! Quanto à forma de pagamen-

to da pós-graduação, fiz os cálculos e estruturei minha vida para eco- nomizar R$ 10 por dia para pagar a parcela mensal de R$ 300 relativa à pós, e me comprometi com mais uma meta pessoal, que foi alcançar um ganho adicional em meus empregos, negociando com meus líderes um aumento de R$ 600 num prazo de até seis meses após o início da pós, demonstrando ainda mais entusiasmo e foco em minhas ativida- des profissionais e também valorizando o profissionalismo de alguém que está fazendo uma pós-graduação. Em relação a meu compromisso perante meus colegas do S.P.A., de que tinha de apresentar a prova da inscrição, foi aí que minha moral pegou alto, pois meu Elefante chegou a me convencer por algumas horas de que eu deveria reconhecer em público que não era capaz e que não iria mais fazer a pós. Então, com todos os outros argumentos superados por meu Condutor, eu precisava dar o passo mais importante, que era fazer a inscrição. Num sábado de muita chuva, pela manhã, em que, de hábito, eu levava meu Elefante para a academia, dei uma folga pra ele. Disse que não iríamos para a academia... Ele ficou superfeliz, pois não iria precisar exercitar-se. Então desconcertei-o ao dizer que, em vez da academia, estávamos nos diri- gindo à universidade, para fazer a inscrição na pós em Gestão de Ser- viço Social. Chegando lá, ele relutou em fazer a inscrição, relembrando todos os argumentos anteriores, e tive de ser muito líder e focado. Para ajudá-lo, a pós começava duas semanas antes de terminar o S.P.A., e ali, mais uma vez, meu Elefante buscou argumentar que eu não deveria me inscrever para não perder o S.P.A. Mais uma vez, liderei-o, identificando que só faltariam duas sessões e que recuperaríamos em outra turma, e então saí de lá com minha inscrição feita. Saindo, elogiei meu Elefante pela flexibilidade e fomos passear na beira do Rio Guaíba, em Porto Alegre, como recompensa. Mais uma vez mostrei a ele que somos capa- zes de fazer essa pós e que estes 18 meses passarão tão rápido quanto os 13 anos em que adiamos juntos fazer o curso. Prometi a ele que, no último dia de aulas, daqui a 18 meses, iremos novamente passear na beira do Rio Guaíba e lembrar como foi desafiador e divertido termos superado, com muito diálogo, foco e entusiasmo, esse grande passo em direção a uma vida mais feliz.”

Tudo o que já temos está dentro de nossa zona de conforto. Tudo o que queremos, para nosso negócio, nosso departamento, nossa vida pes- soal, está fora da zona de conforto.

Como já vimos neste livro, nosso Elefante adora ficar na zona de con- forto, no prazer já, no piloto automático do mais do mesmo. Quando que- remos promover a mudança para alcançar objetivos mais elevados, ele, com seu peso e sua força, resistirá ao máximo, como Gilmar demonstrou na história acima. Por isso a importância de ter metas escritas e claras para conduzi-lo.

No documento Completo (páginas 123-125)

Outline

Documentos relacionados