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Liderando com ética, moral e caráter

No documento Completo (páginas 114-116)

Voc é a mudança que voc quer no mundo (a força do seu caráter)

7.4 Liderando com ética, moral e caráter

Quando falamos em valores, ao natural temos que falar de ética, que é o conjunto de valores sobre a conduta humana com definições sobre o que é certo e o que é errado, o bem e o mal.

O objetivo da ética é ter regras universais para um comportamento ci- vilizado, tais como paz, justiça, verdade, liberdade, responsabilidade, bon- dade, transparência, honestidade, igualdade, solidariedade, etc.

João é um líder de uma indústria de calçados que participou do S.P.A. e contou-nos como seu liderado Marcos tornou-se um líder moral. Em certo momento, ele percebeu que um prédio de uma fábrica concorrente ao lado da sua estava pegando fogo. Ele não teve dúvidas: saiu de seu posto de trabalho e, buscando as mangueiras do sistema de incêndio da própria empresa, arremessou-as para o outro lado da cerca, conclamando que os demais colegas de trabalho ajudassem a apagar o fogo. Ele mo- veu todos os esforços para, em menos de duas horas, conseguir repelir o incêndio. Naquele dia, ele foi elevado a líder moral, mesmo sem ser um líder formal na empresa.

A moral é a prática da ética e seu ensino pelo exemplo. Ou seja, você não precisa ser um líder formal para ter moral e ser ético. Basta que você

aplique os valores com ética, em sua vida, em qualquer momento, demons- trando-os em suas atitudes.

Madre Tereza de Calcutá já dizia que poucos de nós podem fazer grandes coisas, mas todos nós podemos fazer pequenas coisas com muito amor. Essas ações, atitudes e gestos é que nos promovem a líderes “mo- rais”, sem necessariamente sermos líderes formais.

Certa vez, estava chegando a um restaurante com minha filha Jojo, então com três anos, e eu estava mascando chiclete. Ao identificar uma lixeira, joguei o chiclete fora, e ele caiu ao lado da lixeira. Na preguiça de me abaixar e juntá-lo, fiz de conta que não vi. Pois a Jojo viu a situação e me cobrou. “Domi, você atirou o chiclete no chão?”

Evidências científicas nos provam que nossas crianças já nascem com um software mental do que é certo e é errado. Ao longo dos primeiros anos de vida e por toda a vida, elas vivenciarão as nossas experiências de pais, professores, irmãos, amigos e líderes e consolidarão esses valores a partir do ambiente em que viverem. Tais valores podem ser bons ou maus, dependendo do ambiente em que forem forjadas, e podem mudar ao lon- go do tempo.

Nesta era de transparência que todos vivemos e que, como já mencio- nei no capítulo 4, sobre gerontolescência, iremos viver mais de cem anos, cada vez mais será crucial atuarmos com caráter, moral e ética, para termos uma vida mais plena e nos tornarmos líderes morais.

Certo domingo, foi objeto de notícia e reportagem no programa Fantástico a atitude de um garoto de nove anos que encontrou uma carteira com documentos e mais de R$ 1.500 em dinheiro e que se esforçou para encontrar o dono, a fim de lhe entregar o que era seu. Observem que foi objeto de reportagem em rede nacional algo que deveria ser a mais comum das atitudes de quem tem caráter. Lembro que caráter é fazer o que é certo quando ninguém está olhando, mas o ser humano não é perfeito assim.

Esse mesmo garoto, quando confrontado com os exemplos de nossos políticos mais adiante em sua vida, poderá mudar seus valores, justificando “Por que devolver a carteira a quem quer que seja se os políticos fazem o contrário?”.

O tema é crucialmente importante para os políticos, que, como sabe- mos, em todo o mundo, e com mais intensidade no Brasil, são os mais ta- xados de “sem caráter”. Eles podem revisar seus conceitos, seus valores e manter sua atividade política transparente e com caráter, desde que tenha- mos nós, eleitores, a consciência de eliminarmos, a cada eleição, aqueles que demonstrem falta de caráter.

Parece utópico, mas em uma era em que viveremos mais de cem anos, creio que será impossível enganar a todos o tempo todo. Isso vale para um líder político, empresarial, religioso ou qualquer outro tipo de liderança que você exerça, mesmo que seja tão somente sobre sua família.

As pessoas com caráter têm autoconsciência de seus atos, que são centrados em seus valores positivos mais profundos. Elas são proativas, pois utilizam seu Condutor para conduzir seu Elefante, mesmo quando está chovendo lá fora e ela encontra um guarda-chuva que não é seu e que não há alguém ali para pedir. As pessoas com caráter sabem se colocar no lu- gar das outras pessoas para avaliar se suas atitudes e seus valores seriam positivos se aplicados a elas.

As pessoas sem caráter são reativas, pois utilizam seu Elefante para conduzir o Condutor pelo lado mais fácil, do prazer já, mesmo prejudican- do outras pessoas ou instituições. As pessoas sem caráter não se colocam no lugar das outras pessoas ao tomar determinadas atitudes. Se um ladrão soubesse se colocar no lugar da pessoa que ele irá roubar, ele com certeza não roubaria essa pessoa.

Observem abaixo como as pessoas com caráter têm atitudes proativas e as pessoas sem caráter têm atitudes reativas:

Com caráter (proativa) Sem caráter (reativa)

Faz o que é certo Faz o que é mais fácil É controlada por valores Controlada pelo humor

Busca soluções Busca desculpas Persevera quando é desafiada Desiste diante do desafio Baseia-se na motivação interna Baseia-se em motivação externa

Palavras e atos são coerentes Palavras e atos são incoerentes As escolhas levam ao sucesso As escolhas levam ao fracasso

Rejane é uma empresária que participou do S.P.A. e, após desenvolver- mos o tema da liderança integral, centrada em valores, ética, moral e caráter, decidiu revisar seus valores e sua liderança. Ela nos contou que, quando es-

tava grávida de sua filha, prometeu educá-la com valores e ética. Passados agora cinco anos do nascimento e ao compreender melhor tais conceitos, deu-se conta de que alguns valores que ela vinha praticando não correspon- diam à moral que queria transmitir à filha. A partir disso, decidiu revisar tais valores e focar-se no conceito “Faça o que eu digo, faça o que eu faço”.

Que tal, caro leitor, você revisar os valores e o caráter com que você tem conduzido sua vida e ver em que pode refiná-lo para tornar-se um líder integral com base nesse conceito?

7.5 A importância dos valores para uma liderança integral nas

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