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Inspirem os outros a alcançarem seus propósitos

No documento Completo (páginas 84-88)

Conduzindo seu Elefante para encontrar seu propósito de vida

5.3 Inspirem os outros a alcançarem seus propósitos

Sucesso também tem a ver com inspirar as outras pessoas a alcan- çarem seus propósitos de vida. Ou seja, tão crítico quanto encontrar sua voz interior e desenvolver todo o seu potencial é você inspirar seus familiares, amigos, líderes ou liderados a alcançar as suas.

Imagine que você tem em sua equipe alguém que está sempre olhando no relógio para sair do trabalho. Você acredita que essa pessoa está em seu propósito de vida? Quanto ela será produtiva se estiver com sua alma, com sua paixão, no trabalho?

Rita é uma empreendedora do setor de beleza que compreendeu a importância de inspirar suas lideradas a encontrar seus propósitos. Quando ela iniciou no S.P.A., confirmou que amava o que fazia e que estava plenamente em sua voz interior.

Ocorre que essa confirmação a fez refletir sobre Carol, sua assistente. Ela havia descoberto numa conversa, sendo uma ouvinte de qualidade, que Carol tinha o sonho de ser comissária de voo internacional em uma companhia aérea de preferência alemã, já que ela dominava o idioma. Ao compreender o valor de inspirar as outras pessoas a encontrarem suas vozes, imediatamente tratou de conversar com sua assistente e descobrir o que ela precisava fazer para ir em direção à voz dela. Descobriu que Carol teria que viajar 80 km, duas vezes por semana e em horário diurno, para fazer um curso de preparação para a carreira de comissária de voo, e que esse investimento ainda não estava ao alcance dela.

Rita decidiu desafiar Carol a ir em busca de sua voz e concordou em flexibilizar seu horário de trabalho, para que ela pudesse fazer o curso, além de ajudar financeiramente para que isso se viabilizasse. Dois anos se passaram, e Carol hoje é comissária de voo internacional na Lufthansa.

Imaginem qual a alegria de Rita ao poder ter inspirado Carol a al- cançar seu propósito de vida? Esse é o prazer de fazer às pessoas aquilo

que gostaríamos que fizessem para nós. É uma das regras de ouro mais sábias de todos os tempos.

Valdo é um empresário do ramo mobiliário que inscreveu seu filho de 20 anos para participar do S.P.A. Ele impôs que seu filho fizesse o programa, e como já sabemos, isso não funciona. É normal que os pais de um filho de 20 anos fiquem ansiosos por seu filho ainda não saber o que quer para sua vida profissional em tal idade. Ao mesmo tempo, conhecemos vários exemplos de filhos que se formam numa faculdade aos 22, 24 anos e descobrem que aquela não era sua voz.

Portanto, se você é pai, leve em conta que seu filho trabalhará até no mínimo 90 anos, portanto, se ele iniciar aos 30, ainda assim trabalha- rá 60 anos ou mais. Por isso, tenha paciência, muita paciência, que a voz de seu filho aparecerá.

Quanto mais assertiva for sua escolha e mais preparado ele ficar, mais rapidamente decolará profissionalmente e se sentirá feliz, pois estará seguin- do o fluxo de sua voz, estará realizando sua missão, seu propósito de vida.

Perguntas e respostas

a. Se percebo que ainda não descobri minha voz interior, o que devo fazer?

Provavelmente você não está feliz com a atual profissão, emprego ou negócio. O primeiro passo é buscar identificar quais seus talentos e paixão (de que atividade você gosta tanto que não vê o tempo passar). Alinhe-os a uma necessidade do mercado que venha ao encontro da sua consciência (valores). Ali estará sua voz interior. Talvez isso possa levar algum tempo, por isso, você deve estar atento aos sinais ao seu redor. Talvez, enquanto isso, você tenha de aprender a amar o que faz, e mui- tas vezes aprendendo a amar você acabe se descobrindo naquilo que nem pensava antes.

b. Não estou certa da profissão que escolhi para obter sucesso pro- fissional. Fiz faculdade de Direito porque meu pai é advogado, mas não gosto de nada relacionado à área. Como posso mudar?

Como mencionei no capítulo sobre proatividade, muitas pessoas es- pelham o ambiente em que viveram, repetindo seus pais, líderes, etc.

Em primeiro lugar, você deverá avaliar profundamente o que o move, e então ter uma conversa de enfrentamento da situação com seu pai, sem qualquer conflito. Se ele já é flexível e aberto, você obterá êxito sen- do objetiva e sincera. Se você perceber que o Elefante dele irá defen- der a posição, desenvolva as ferramentas para influenciar pessoas que apresentamos em nosso livro “Saia do Piloto Automático e Lidere seu Destino – A liderança do outro”, no capítulo específico sobre influenciar pessoas para cooperação.

c. Mesmo estando claro que minha voz é numa atividade voluntária que exerço sem remuneração e com muita alegria, posso continuar trabalhando em um lugar em que não estou em minha voz mas sus- tenta a mim e à minha família?

Muitas vezes temos de nos sujeitar temporariamente a um traba- lho em que não somos apaixonados mas que sustentam nossa família, enquanto não encontramos outro que tenha mais a ver com nossa voz.

Se você colocar uma meta clara de encontrar um trabalho remune- rado que atenda sua voz profissional e que lhe permita alcançar seus objetivos materiais, mesmo que demore algum tempo, você o encon- trará, e estará em seu fluxo em dobro, feliz em seu trabalho e mais feliz ainda ao realizar um trabalho voluntário, que deixa nosso Elefante mais amigável e feliz.

d. Eu posso exercer duas vozes ao mesmo tempo? Por exemplo, amo trabalhar com contabilidade e tenho paixão por trabalhos vo- luntários com crianças.

Claro que sim. Conciliando sua agenda de prioridades, você pode inclusive ter dois trabalhos que lhe rendam profissionalmente, se sua voz estiver alinhada com eles. Um trabalho voluntário é algo que deixa nos- so Elefante profundamente tocado e motivado, ajudando o Condutor a elevar sua performance pessoal e profissional.

Cristiane é uma profissional que estava um tanto perdida em suas duas profissões de vendas, pois não conseguia colocar foco em nenhu- ma delas e, portanto, não estava colhendo comissões que pudessem sustentar suas mais básicas necessidades. Quando se inscreveu para participar do S.P.A., teve de pedir mais dinheiro emprestado para sua mãe, à qual já devia mais de R$ 10 mil.

Nas primeiras semanas, ela se encontrava um tanto confusa sobre sua voz interior, se deveria seguir na carreira de corretora de imóveis ou focar-se na de diretora independente da Mary Kay Cosméticos, pois por ambas ela tinha paixão. Ao desenvolver o hábito de utilizar uma agenda de prioridades, ela conseguiu alinhar sua voz, utilizar seus talentos e pai- xão e, com sua consciência, construir horários diários em que pudesse conduzir ambas as carreiras, pois nas duas ela tinha flexibilidade de ho- rários e, com muita disciplina e foco, poderia mantê-las paralelamente. É impressionante sua evolução. Na oitava semana de adestramento de seu Elefante no S.P.A., ela já estava realizando vendas na Mary Kay que geravam remuneração para garantir seus custos fixos mensais.

Ela renegociou os débitos com sua mãe, comprometendo-se, em 90 dias de foco em corretagem de imóveis, cujos negócios demoram mais a se realizar, a com a primeira venda quitar tal dívida, o que aconteceu em menos tempo.

e. Se sinto que minha voz interior está se esgotando. Em que mo- mento devo me concentrar em uma nova voz?

Essa é uma pergunta que requer muita meditação, para encontrar as respostas dentro de você. Muitas vezes você pode apenas estar com seu Condutor cansado, portanto, tirar férias pode resolver isso. Outras vezes você está com seu Elefante negativo dominando a situação, en- tão, reflita se você deve elevar seu foco no Condutor com algum mantra que o faça superar tudo. Talvez também surja outra oportunidade de trabalho, negócio, estudo, em que você sinta que pode ser sua hora. Pese todas as possibilidades utilizando as ferramentas de análise de situações contidas no capítulo 1.3, ferramentas números 1.3.5 e 1.3.6.

Transformando conhecimento em sabedoria

• Se estou com minha voz interior a pleno, o que posso fazer a par- tir de agora para elevar e alcançar todo o potencial dessa voz? • Perceba se é hora de você trocar sua voz por outra que faça di-

ferença a em sua vida e na das pessoas a sua volta e defina um prazo para tomar essa atitude.

• Observe ao seu redor de que forma você pode inspirar seus li- derados ou familiares a alcançarem sua voz – mesmo que essa voz seja contrária a seus interesses pessoais ou profissionais para com esta pessoa.

• Avalie se seu negócio ou profissão estão alinhados com sua voz interior, se o propósito tem a ver com sua vocação e missão de vida. Se você está feliz com essa missão, o que irá fazer para acelerar ainda mais sua performance?

P

aralelamente à situação familiar cada vez mais desgastante e dese- quilibrada, a família Mello começa a enfrentar um desafio financeiro incompatível com sua vida pessoal. Sua fábrica de calçados sofre enor- memente com a concorrência chinesa, e suas vendas caem mais de 40% nos últimos três anos. Pedro, que é o responsável pela administração e vendas da empresa, está extremamente imerso com todos os aspectos e desafios do negócio; Monique é a responsável pelo desenvolvimento de produtos.

Seu sócio Romero há tempo vinha sinalizando para a necessidade de reduzir os custos pessoais de ambos. Ele havia cortado drasticamen- te suas despesas pessoais e pedia a saída de Monique da responsabili- dade pelos produtos e da empresa, pois sua forma agressiva, autoritária e muitas vezes desequilibrada estava minando a equipe de trabalho.

Percebendo que Pedro não tinha domínio sobre os gastos de Monique nem sobre a posição dela na empresa, Romero toma uma de- cisão drástica: decide sair da sociedade. Ele era o responsável pela pro- dução e já não suportava mais a pressão de lidar com a designer, que não aceitava e não se alinhava aos interesses nem dos clientes, nem da empresa. Pedro, não querendo enxergar muito bem o que estava acon- tecendo e percebendo que Romero estava convicto da proposta que havia feito, aceitou deliberadamente a situação, que compreendia ape- nas transferir para o sócio o prédio da indústria e continuar produzindo normalmente, pagando aluguel.

A partir desse fato, Pedro provocou várias reuniões com Monique para juntar forças e se unirem. Ocorre que eles vinham continuamente destruindo o casamento, a família e a empresa, e àquela altura qualquer acordo estava fora do âmbito de Monique, imersa em seu transtorno de personalidade, cada vez mais borderline, o que fazia aumentar as brigas diárias e agressões físicas mútuas, inclusive na frente dos filhos.

Apurado o diagnóstico de Monique, ela havia recebido do psiquiatra com quem estava fazendo sessões semanais de psicanálise havia muitos anos um tratamento para lidar com seu humor e seu transtorno de perso- nalidade. Como ela persistia no consumo de bebidas alcoólicas em con- junto com a medicação, e além disso tomava a medicação de forma com- pletamente desordenada, seu comportamento se agravava, e o ambiente profissional era só mais um campo de batalha para ambos. Monique deixa- va a desejar no desenvolvimento de produtos, e Pedro imputava a queda de vendas à China e ao governo, numa reatividade total e geral de ambos.

Quando a vida pessoal está ruim, é muito provável que a vida pro- fissional também fique assim, pois o emocional, que ocupa a maior parte de nosso eu, fica solto e fora de controle em qualquer pessoa – muito mais ainda em alguém que tem um transtorno de personalidade.

No campo pessoal, a família mantinha o mesmo padrão de vida, sangrando a empresa para atender a todos os desejos que o Elefante solto de Monique exigia, tais como viagens ao exterior, joias e um car- tão de crédito ilimitado. O Condutor de Pedro assistia a tudo impassí- vel. Pedro sentia-se bloqueado, pois se tirasse o cartão de crédito de Monique, ela ameaçava matar-se e aos filhos. Se o deixasse com ela, o estrago mensal era grande demais.

Como ele não teve coragem de tomar a decisão a tempo, devido a sua paciência, que parecia infinita, no último ano as vendas caíram ainda mais, e ele não conseguia honrar os compromissos da empresa, incluin- do os da família. Chegou a hora de mudar pelo mal, já que pelo bem ele não teve coragem.

Foi quando Pedro decidiu assumir a separação do casal e mudar-se para a casa de campo da família. Inicialmente o que parecia ser o ca- minho harmônico e ideal transformou-se noutro pesadelo, pois ambos os filhos ficaram com Monique e imediatamente começaram a sofrer as ameaças e os abalos emocionais que a mãe impunha com seu compor- tamento borderline, para jogá-los contra o pai, tanto em casa quanto no Judiciário, onde travaram uma luta de perdas/perdas que Pedro jamais imaginava que pudesse acontecer.

Ele havia tomado a decisão de separar-se sem qualquer plano de ação, na ideia de que ele e Monique iriam construir um diálogo positi- vo após 25 anos de convivência. Nesses primeiros dias de separação, ele já havia compreendido o quanto tinha segurado o estado de saúde emocional de Monique e que tudo aquilo que estava represado dentro dela agora começava a ser ainda mais demonstrado em suas atitudes fantasiosas, mentirosas e de vítima – que o sistema judiciário brasileiro gosta de adotar e abrigar.

Quinze dias após a separação, Monique já obtinha na Justiça o di- reito a uma polpuda pensão alimentícia, que contribuiu ainda mais para que ela continuasse a viver como se seu padrão de vida não houvesse mudado. Bastou que um advogado esperto obtivesse uma reportagem de quatro anos antes, que mencionava que a empresa do casal havia ex- portado naquele tempo em torno de US$ 30 milhões por ano, para que

a Justiça, sem nenhuma evidência além de uma reportagem de jornal de quatro anos antes, concedesse uma pensão alimentícia de 80 salários mínimos. Em nenhum momento passou pela cabeça do magistrado ou- vir o outro lado e comprovar tais fatos. Bastou preencher uma petição, que ela foi aceita.

Ao mesmo tempo, Júlia, não conseguindo compreender e conviver com tudo aquilo, passa a morar com o pai, deixando Monique e Luca juntos, dando início a uma nova batalha emocional da mãe para influen- ciar Luca a esquecer seu pai e a aceitar como verdadeiras todas as ver- dades da mãe.

Mais uma vez, Pedro, agora proativamente, decide visitar seus clientes em Nova York e descobre que seus concorrentes chineses ha- viam sido mais rápidos e tinham ocupado dramaticamente o mercado com produtos mais competitivos e preços incrivelmente mais baixos. Ele se dá conta de quanto estava afastado do mercado em virtude das questões familiares, e em menos de um ano seu espaço praticamente desapareceu.

Na viagem de volta, ainda no avião, Pedro revisou sua vida e perce- beu que havia destruído sua família e seu negócio de mais de 20 anos, e agora precisava se reinventar. Ele reuniu todas as forças que restavam, compreendeu que teria uma imensa jornada pela frente para reconstruir sua vida financeira, profissional, emocional e familiar. Em especial, recu- perar a convivência com Luca.

Ele refletiu sobre tudo e avaliou o que de pior poderia acontecer a partir daquela situação. Descobriu que o pior seria não conviver mais com seu filho até que ele tivesse idade suficiente para tomar suas pró- prias decisões e quisesse conviver com seu pai, e começou naquele ins- tante a se preparar para essa situação. Decidiu que, sempre que pudes- se, sinalizaria a Luca seu amor e atenção.

No mesmo dia em que retornou de viagem, e em que contava ver seu filho, Pedro foi surpreendido ao chegar à casa de Monique e encon- trar a polícia na porta. Ela havia denunciado que o pai de Luca queria matá-la e levar o filho embora, então eles acreditaram e lá estavam para protegê-la. Naquele momento, Pedro ainda não tinha se dado conta da magnitude da situação emocional de Monique.

Retornou imediatamente para sua casa, em Gramado, e passou a refletir como lidar com aquela situação dali para a frente. Descobriu que não tinha muitas respostas, pois era uma situação completamente

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nova e totalmente fora de controle. Ele teve de encontrar forças e fer- ramentas para superar a dor de todas aquelas perdas que se formavam ao mesmo tempo.

Do ponto de vista profissional e financeiro, o pior que poderia acon- tecer era ter que chegar ao Brasil e fechar o negócio, demitir seus mais de cem colaboradores e assumir perante a comunidade, seus fornece- dores, colaboradores e família que seu negócio tinha fracassado. Sem nenhuma possibilidade de reação frente à concorrência, Pedro volta ao Brasil e decide encerrar seu negócio, que pela dimensão ainda leva mais um ano cambaleando até sucumbir às dívidas e à falta de vendas.

Sua vida e reputação profissional, que ele havia construído em mais de 25 anos de trabalho e que vinha conduzindo numa corda bamba financeira em uma empresa com mais de três anos sem resultados po- sitivos, estava caindo por terra, mas seu Elefante interior, resistente e mágico, continuaria por algum tempo enganando-se com tal situação.

O líder Próspero – alinhando os

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