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Sendo proativo com nosso Elefante, rompendo com os espelhos sociais

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A proatividade já nasceu com voc

2.2 Sendo proativo com nosso Elefante, rompendo com os espelhos sociais

A proatividade é uma atividade essencialmente do Condutor. Significa que ele está com atenção mental plena para racionalizar por meio da autoconsciência e tomar decisões utilizando a intuição e a emo- ção do Elefante e a racionalidade do Condutor, e abrindo mão da reati- vidade do Elefante.

Pedro demonstrou reatividade quando assumiu o sentimento pas- sado pela mãe, de desmaiar ao ver sangue. Ele entendia que, já que sua mãe desmaiava, ele também teria que desmaiar. Era uma resposta automática da sua mente, do seu Elefante. A isso chamamos de espelho social psíquico, quando uma pessoa se espelha em outra e age como se fosse ela. Ocorre com aqueles comportamentos que espelhamos de nossos pais, de nossos líderes, de nosso cônjuge ou de outras pessoas (ou ambientes) com quem convivemos e em quem nos inspiramos ao longo da vida.

Em nossos mais diversos papéis na sociedade, vivenciamos o tempo todo situações em que somos reativos e tomamos decisões baseadas em um passado que não nos serve mais, ou em situações que tomamos dos outros como se nossas fossem – situações em que nosso piloto au- tomático repete o mais do mesmo.

Dar-se conta de que os espelhos sociais nos afetam é tão importan- te em nossa vida que pesquisas feitas em diferentes partes do mundo identificaram que em torno de 30% das mulheres que têm pais alcoóla- tras casam com homens alcoólatras, simplesmente para repetir sua mãe, que também casou com alguém alcoólatra, reativamente.

Na Índia, ainda hoje, os condutores adestram Elefantes recém-nas- cidos com 150 quilos fixando uma estaca forte no chão e amarrando-os com uma corda resistente de dez metros de comprimento, suficiente para que eles não consigam rompê-la e aprendam seu limite de vida. Eles lutam e se debatem por alguns dias e descobrem que não con- seguirão se libertar, e aí se conformam com a situação. Eles aceitarão essa condição para o resto de suas vidas. Eles foram adestrados para sempre.

Depois de alguns anos, esse mesmo Elefante, como você já deve ter visto em filmes ou mesmo em um circo, quando alcança a idade adulta, com 7 toneladas, continua acreditando que não conseguirá romper a mesma estaca e corda de sua infância, e fica parado sem reagir. Ele não

tem a dimensão de sua força. Ele não tem autoconsciência, e será para sempre reativo.

Alice é uma líder que se deu conta da repetição reativa de seu Elefante em relação a um trauma ocorrido havia mais de oito anos. Àquela época, ela tinha um relacionamento amoroso por mais de cinco anos e descobriu que seu namorado era homossexual. O trauma levou seu Elefante à depressão, que foi aliviada com antidepressivos ao longo dos últimos oito anos. Alice já está casada com outro amor e continuava no piloto automático dos antidepressivos, como aquele Elefante que cresceu e continua preso à corda que o adestrou.

Ao dar-se conta de que isso era uma amarra que tinham lhe coloca- do no passado e que não lhe pertencia mais, seu Condutor conseguiu liderar seu Elefante e se livrar desse peso do passado, parando com a medicação em menos de seis semanas. Agora ela pode viver a pleno seu atual relacionamento e sua vida, sendo feliz com sua proatividade e liderança sobre seu Elefante.

Também somos adestrados, desde o ventre materno, para determina- das situações, algumas positivas e outras negativas. Daniel Goleman tradu- ziu isso numa frase célebre e verdadeira: “Todas as crianças nascem geniais; 9.999 em cada 10 mil são ‘desgeniadas’ inadvertidamente pelos pais”.

Quando perdi meus pais, ambos por doenças cardíacas, eles tinham em torno de 60 anos. Até meus 40 anos, reativamente eu estava fadado a morrer por volta dos 60 anos. Estava convicto de que, como meus pais tinham morrido aos 60, de enfarte, era certo que eu teria o mesmo fim. Mesmo que os cardiologistas que eu consultava dissessem que meu coração era perfeito e que eu poderia viver até os cem anos, eu insistia comigo mesmo que aos 60 estaria morto. Até que aprendi sobre a pro- atividade e descobri que aquele era um espelho social genético que eu estava refletindo como uma verdade. Ao me colocar no lugar dos meus pais e pensar como era a vida e a crença de ambos a respeito de saúde, descobri que ambos eram obesos, sedentários, fumantes, e que não acreditavam em médicos.

Meu pai sempre repetia que quem procura médicos encontra doen- ças, por isso melhor era evitar os médicos. Com essa análise em mente, decidi liderar meu destino, mantendo-me em meu peso ideal, cuidando da alimentação, fazendo exercícios físicos e evitando o fumo, além de fazer check-ups regularmente. Com isso, estou convicto de que irei vi- ver até os cem anos ou mais, com saúde.

Uma criança ouve em média, nos primeiros três anos de vida, em torno de 50 mil nãos! No começo desses nãos, o cérebro não os reco- nhece, então você diz para uma criança para ela não subir na escada, e imediatamente quando você vira de costas, ela sobe. É a proatividade dela buscando desenvolver seu aprendizado e descoberta de suas ca- pacidades e limites.

Ocorre que ela será repelida com um novo não, e assim sucessiva- mente. Ao longo dos primeiros dez anos de vida, na maioria das vezes, conseguimos adestrar nossas crianças pelo não, e a partir daí, quando crescem, tornam-se adolescentes e adultos reativos; para que tomem decisões e façam escolhas, precisamos empurrá-los, pois ficam limita- dos pelos nãos que receberam. Então reclamamos que eles não têm ini- ciativa, que estão paralisados, que temos que pedir tudo o tempo todo. Se você tem filhos ou quer ter, evite ao máximo em seu vocabulá- rio a palavra “não” quando se dirigir a eles. Muitos pais me retrucam: “Você está louco! Então você quer que eu evite a palavra ‘não’, para uma criança de um ano, que mal sabe os riscos que possa estar corren- do numa escada, por exemplo?”.

O que sempre respondo é que, assim como no papel de líder em uma empresa ou qualquer outra situação, como pais temos que ser água, conduzindo nossa manada com muito amor. Isso significa, no caso das crianças, que devemos ser água, já que elas são diamantes brutos prontos para serem lapidados. Ou seja, temos que contornar as pedras, ao invés de bater de frente. E isso é desafiador para nosso Condutor. Nosso Elefante interior, reagindo com o espelho social da forma como nossos pais nos educaram, normalmente quer repetir esse modelo men- tal de dizer não e até gritar com a criança.

Quando você se adestra a tornar-se água, significa que proativa- mente você irá se perguntar: o que posso fazer para distrair meu filho nesta situação? Trocar de brinquedo? Fazer aquela brincadeira no chão? Contar uma história de que ele gosta? Mudar de brincadeira? É claro que dá muito mais trabalho ser proativo. É mais fácil usar a força de nosso Elefante e gritar. Mas e no futuro?

Outra forma de espelho social reativo que muitas vezes adotamos se relaciona às circunstâncias. Edemar é um representante comercial que representa uma única empresa há 28 anos. Quando nos conhecemos, ele praticamente tinha um mantra de que sua empresa não entregava os pe- didos em dia por causa da distância e do preço elevado dos produtos.

Mesmo assim, ele era um representante que conseguia viver havia 28 anos vendendo aqueles produtos caros cuja entrega atrasava. Como percebi que ele se queixava o tempo todo da empresa, perguntei por que ele não trocava de representada, e ele me respondeu que aquele era seu ganha-pão por tanto tempo. Não via motivos para deixá-la àquela altura, afinal, ela tinha o melhor produto do mercado, tinha respeito dos clientes, era uma empresa séria, que lhe pagava as comissões religiosamente.

Quando falamos de proatividade, ele se deu conta de que seu Elefante interior estava lhe colocando para baixo, impedindo-o de avan- çar com suas vendas, por repetir que não entregava os produtos em dia e eram caros. Isso limitava suas vendas a pequenos clientes, pois ele não tinha coragem de ofertar tais produtos a clientes maiores, por entender que eles não iriam comprar (Elefante interior negativo), já que eram itens caros. A partir da sua nova atitude proativa, em que começou a focar nos pontos fortes da representada, tomou coragem para visi- tar clientes de maior potencial, começando a realizar negócios maiores, que geraram mais autoconfiança para continuar elevando suas vendas e suas comissões.

Fazer uma análise das marcas reativas que todos temos de um pas- sado que não nos serve mais é o primeiro passo para virar o jogo e nos tornarmos proativos. Para isso, é importante que você lidere seu Elefante interior, saia do piloto automático e responda por escrito as perguntas abaixo:

• Qual a situação reativa que percebo em mim?

• Quais as causas? Espelho psíquico, genético ou circunstancial? Identifique como seu Elefante foi adestrado para chegar assim até aqui.

• Quais as possíveis soluções proativas que posso tomar para lide- rar meu destino, abrindo mão desta atitude mental reativa? • Qual meu primeiro passo? Que farei ainda hoje?

Além dos passos acima, que seu Elefante interior vai resistir a escre- ver – pois, como já vimos, ele prefere ficar solto e reativo –, você pode criar mantras que ajudem a alimentar seu Elefante interior e mudar suas atitudes.

Um mantra que utilizo todos os dias e que vem moldando as atitu- des de meu Elefante interior é: “Obrigado, meu Deus, pela minha paz

e amor, saúde e harmonia, bom humor e alegria, autoestima e autocon- fiança, determinação e ação, liderança, serenidade e prosperidade em abundância”.

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