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As Bênçãos Milenares e Eternas Sobre os Gentios

Coisas Realizadas por Cristo em seu Sofrimento e Morte

XI. As Bênçãos Milenares e Eternas Sobre os Gentios

O Evangelho da graça de Deus agora é pregado aos judeus e gentios e as riquezas e glórias celestiais são prometidas aos que crêem em sua mensagem; contudo, essas

bênçãos celestiais para a Igreja não devem ser confundidas com as bênçãos mileniais terrenas que estão asseguradas para Israel, e aos gentios que compartilham do reino com Israel. A presença de certas nações gentílicas sobre a terra durante o reino milenial é um tema da profecia do Antigo Testamento. A seleção dessas nações e a base dessa escolha são retiradas dos lábios de Cristo e registradas em Mateus 25.31-46. A posição relativa delas no reino é a de permanecer na glória refletida de Israel e para servir (Is 60.3, 12; 61.9; 62.2). Eles devem ser um povo "sobre os quais é invocado o meu nome" (At 15.17). Semelhantemente, essas mesmas nações são vistas como habitantes da nova terra que deve vir a existir e elas serão designadas como "as nações que andarão à sua luz" (Ap 21.24).

A posição dessas nações no reino, a invocação do nome de Jeová que elas farão, e a salvação delas, p o d e m ser cumpridas somente quando Deus for livre através do sangue redentor de Cristo para abençoar pecadores. As bênçãos mileniais e eternas dos gentios são, assim, vistas como u m importante objetivo da morte de Cristo.

XII. 0 Despojamento dos Principados e Potestades

Muito importante é a revelação de que dignitários supramundanos que estão sob controle divino exercem autoridade transcendental. Esses seres são designados como principados e potestades. O título (usado duas vezes de autoridades terrenas - Rm 13.1; Tt 3.1) não sugere necessariamente que esses seres sejam maus, embora, de acordo com o contexto, na maioria das passagens onde esses nomes aparecem, eles são maus. Parece evidente que a palavra

principados [(àç>xA)] comunica o fato da dignidade deles, e a palavra potestades

[(è^ouata)] comunica o fato da autoridade deles. Com referência aos anjos que "abandonaram o seu estado original", pelo uso da palavra àpxA> Judas declara que eles abandonaram o lugar de dignidade, mas nenhuma sugestão é dada nesta passagem que eles sacrificaram qualquer aspecto de seu poder e autoridade (Jd 6).

Eles são seres criados (Cl 1.16), e o seu domicílio, e m b o r a esteja acima da esfera da h u m a n i d a d e (Hb 2.9), é inferior ao trono de Deus onde Cristo está agora assentado (Ef 1.21; H b 10.12). Sobre estes e outros seres s u p r a m u n d a n o s o próprio Cristo está agora em autoridade suprema (Cl 2.10). A Igreja é agora o instrumento de Deus pelo qual Ele torna conhecido desses seres "a multiforme sabedoria de D e u s " (Ef 3.10), como nas eras vindouras Ele fará conhecida pela Igreja "a suprema riqueza de sua graça" (Ef 2.7). Essas dignidades celestiais exercem agora o seu p o d e r em conflito com os santos sobre a terra (Ef 6.12), e o apóstolo Paulo afirma que entre todas as forças de oposição, n e m m e s m o os principados e potestades " p o d e m nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (Rm 8.38, 39).

O DKSPOJAMENTO DOS PRINCIPADOS E POTESTADES

Está igualmente revelado que Satanás, que toma o título de príncipe da

potestade do ar (Ef 2.2), é a autoridade reinante sobre todos os anjos caídos

(Mt 25.41; Ap 12.7-9). Está evidente que, desde o tempo de sua própria queda num passado sem data, Satanás e suas hostes celestiais têm estado em rebelião aberta contra a vontade e autoridade de Deus, e que foi o próprio Satanás que levou o primeiro h o m e m ao desejo de ser independente de Deus. Os homens piedosos de todas as épocas têm recebido exortações e advertências divinas sobre a oposição que Satanás faz a Deus. Semelhantemente, quando tentou o Filho de Deus no deserto, Satanás revelou a sua própria antipatia pelo plano e propósito de Deus que havia sido revelado. No final, Satanás será banido para sempre; mas não até que ele e seus anjos percam a batalha contra os santos anjos (Ap 12.7), e tenham sido confinados ao abismo por mil anos (Ap 20.1-3). O seu domicílio final e eterno é "o lago de fogo" (Ap 20.10), que foi "preparado para o Diabo e seus anjos" (Mt 25.41).

Este julgamento de Satanás, como esboçado acima, foi primeiro predito; então recebeu uma sentença legal, e está ainda por ser executado. A predição é feita pelo próprio Jeová (Gn 3.15; cf. Is 14.12; Ez 28.16-19), e revela que na consumação da inimizade entre a Semente da mulher — Cristo — e Satanás, Cristo esmagaria a cabeça da serpente e que, por causa disso, Satanás feriria o calcanhar de Cristo. O conflito foi travado na cruz, e, enquanto uma sentença legal foi ganha contra Satanás, que espera ainda a sua execução futura, ou seja, o esmagamento da cabeça de Satanás, o calcanhar do Filho de Deus foi ferido quando Ele morreu na cruz.

O combate entre Cristo e Satanás, que foi travado na colina do Calvário, envolve questões e poderes pertencentes às esferas mais altas do que a terra e muito além dos limites do tempo. A mente finita não pode esperar apreender o escopo e o caráter desse encontro sem limites. Não está somente implícito que, nesse conflito, Satanás exerceu o seu poder máximo, mas que o dano impingido sobre o Filho de Deus, igualado ao ferir do seu calcanhar, foi feito por Satanás. Deveria ser observado, contudo, que Satanás não é o único ser que recebe a responsabilidade pela morte de Cristo. Quatro grupos de indivíduos são acusados (At 4.27). É provável que estes tenham sido somente instrumentos do poder de Satanás (Ef 2.2; Cl 1.13). Tudo isto que parece uma ausência de restrição é, não obstante, salvaguardado pela declaração segura de que, por ser feito por Satanás ou pelo homem, foi somente a realização do "conselho predeterminado" de Deus (At 4.28). Do lado divino, a morte de Cristo estava nas mãos do Pai l]o 3.16; Rm 3.25; 8.32), do próprio Cristo que se ofereceu a si mesmo em sacrifício (Jo 10.18; Gl 2.20), e através do Espírito eterno (Hb 9.14).

Quando falou de sua morte, Cristo disse: "Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo" (Jo 12.31); e "e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado". Semelhantemente, o apóstolo Paulo, ao referir-se à vitória que Cristo obteve sobre os jjrincipados e potestades pela cruz, afirma: "...e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas

ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz; e, tendo despojado os principados e potestades, os exibiu publicamente e deles triunfou na mesma cruz" (Cl 2.14, 15). Embora a lei, que foi administrada pelos anjos (Gl 3.19; H b 2.2), não seja agora a regra de vida para os crentes desta geração, acordo não pode ser feito com aqueles que asseveram que é a lei como regra que foi aqui "despojada" pela morte de Cristo.

O despojamento é muito claramente dito como dos principados e potestades. Em adição à sentença legal direta que Cristo ganhou na cruz a vitória sobre Satanás e suas hostes - questões que estão muito acima do nosso entendimento - há ao menos dois fatores nessa vitória que podem ser apreendidos: (a) Na relação deles com a autoridade de Deus, Cristo e Satanás representam princípios opostos. Nas eras passadas Satanás emitiu cinco coisas que ele faria contra a vontade de Jeová (Is 14.13, 14), e, quando veio ao mundo, Cristo disse: "Eis-me aqui... para fazer ó Deus, a tua vontade" (Hb 10.5-7); (b) De Cristo foi profetizado que Ele abriria as portas de prisão aos presos (Is 61.1), mas de Satanás é dito que "a seus cativos não deixava ir soltos para suas casas" (Is 14.17).

Os prisioneiros são de Satanás e a libertação deles por Cristo por meio de sua morte constitui uma realização de grandes consequências. A parte dos meros remanescentes, cujos pecados foram cobertos pelos sacrifícios de animais no longo período entre Adão e Cristo, a grande multidão de seres humanos permaneceu ligada a Deus sob seis acusações inalteráveis registradas em Efésios 2.11, 12. Eles eram sem Deus e sem esperança, porque estavam sem Cristo, no mundo. Sem ter havido ainda um modo de abordagem de Deus por eles ou deles por Deus, Satanás evidentemente assumiu o controle sobre eles que ele não poderia fazer, com base no fato de que ele tinha tomado de Adão o cetro de autoridade. Durante aquele extenso período, se Deus tivesse abordado uma dessas almas sem uma provisão justa, ou tivesse sido prometida através de sacrifícios animais ou tivesse tornado real essa promessa pelo sangue de seu Filho, é provável que Satanás pudesse ter desafiado o Todo-Poderoso, ao acusá-lo de injustiça.

Assim, com base na pecaminosidade do homem, Satanás manteve os homens prisioneiros. Mas visto que Cristo morreu por todos os homens, como realmente aconteceu, não existe mais uma barreira entre Deus e o homem além da falta de fé no Salvador da parte da humanidade. Os prisioneiros que de outra forma estariam "sem esperança" são agora confrontados com o Evangelho da graça divina — "Todo aquele que quiser".

Assim, pode ser concluído que um dos principais objetivos na morte de Cristo íoi o "despojamento dos principados e potestades".