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A Salvação Nacional de Israel

Coisas Realizadas por Cristo em seu Sofrimento e Morte

X. A Salvação Nacional de Israel

As Escrituras dão testemunho do fato de que Israel como nação deve ser salva de seu pecado e liberta de seus inimigos pelo Messias, quando Ele retornar à terra. É verdade que, nesta época, as ofertas presentes da graça divina são estendidas aos judeus individualmente como acontece aos gentios (Rm 10.12), e que, sem referência aos pactos imutáveis de Jeová com Israel, pactos esses que estão ainda pendentes (Mt 23.38, 39; Lc 21.24; At 15.15-18; Rm 11.25-27), o judeu, como pessoa, é agora divinamente considerado como muito carente da salvação, da mesma forma que é o gentio (Rm 3.9). Estes fatos, relacionados como estão ao propósito desta presente era - o chamamento da Igreja, que é de gentios e judeus igualmente (Ef 3.6) - que não tem algo a ver com o propósito divino para a era vindoura do reino quando, de acordo com a promessa do pacto, Israel será salvo e habitará com segurança na sua própria terra (Dt 30.3-6; Jr 28.5, 6; 33.15-17).

Na sequência do argumento que o apóstolo apresenta na carta aos Romanos, e após ter apresentado o fato presente e o plano da salvação individualmente, para judeus e gentios, nos capítulos 1 a 8, ele começa a responde, nos capítulos. 9 a 11, a pergunta inevitável daquilo que, sob essas novas condições, resultava dos pactos irrevogáveis com Israel (Rm 11.27-29). A resposta a essa questão dificilmente poderia ser afirmada em termos mais definidos ou inteligíveis do que os que se seguem: "... que o endurecimento

veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado; e assim todo o Israel será salvo [Israel aqui não poderia ser a Igreja, visto que ela já está salva], como está escrito: Virá de Sião o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades; e este será o meu pacto com eles, quando eu tirar os seus pecados. Quanto ao evangelho, eles [Israel] na verdade, são inimigos por causa de vós [gentios]; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais. Porque os dons e a vocação de Deus [a respeito de Israel] são irretratáveis" (Rm 11.25-29).

E óbvio que Israel, como uma nação, não é salva agora, nem estão em evidência quaisquer aspectos dos pactos eternos de Jeová com esse povo - a posse final da terra deles (Gn 13.15), a entidade nacional deles (Is 66.22; Jr 31.36)34; o trono terreno deles (2 Sm 7.16), o Rei deles (Jr 33.15, 17, 21), e

o reino deles (Dn 7.14) - mas nenhum desses aspectos poderia jamais falhar, visto que Deus é fiel naquilo que prometeu. A nação, exceto por certos rebeldes que estão para ser "separados" (Ez 20.37, 38), será salva, e pelo próprio Messias deles, quando Ele vier de Sião (cf. Is 59.20, 21; M t 23.37-39; At 15.16). O "todo Israel" de Romanos 11.26 é evidentemente aquele Israel separado e aceito que terá passado pelos juízos divinos que estão ainda por vir àquela nação (cf. Mt 24.37—25.13). O apóstolo distingue claramente entre Israel nação e Israel espiritual (cf. Rm 9.6; 11.1-36).

Dos fatos afirmados acima, a verdade que é pertinente a este tema não é o reajuntamento futuro na terra deles nem a libertação de Israel dos seus inimigos — coisas que, de acordo com a profecia, ainda estão por acontecer — mas antes o fato de que Jeová, em conexão com o segundo advento de Cristo, "desviará de Jacó as suas impiedades". Jeová declara que este é o pacto com eles (Rm 11.27). Tem sido observado que, em épocas passadas, o tratamento de Jeová com os pecados de Israel - mesmo os pecados pelos quais os sacrifícios designados foram indicados - era somente uma cobertura temporária daqueles pecados, e que Cristo em sua morte suportou o julgamento daqueles pecados que Jeová havia deixado de lado; mas a aplicação final do valor da morte de Cristo em favor de Israel aguarda o momento de sua conversão nacional (cf. Is 66.8, uma nação nascida "de uma só vez" —pa 'am

— literalmente, como um tempo contado, "um golpe", ou "uma pisada do pé").

De acordo com o Seu pacto, Jeová "desviará" os pecados deles. Em Hebreus 10.4, é afirmado que é impossível que o sangue de touros e de bodes "tire" pecados, e em Romanos 11.27 está prometido que os pecados de Israel serão "desviados". A palavra grega a^cupéw é usada em ambas as passagens, mas, com grande significação, o equivalente da forma futura da palavra aparece na última passagem a respeito da salvação nacional de Israel. O raciocínio a ser retirado desta e de outras passagens da Escritura é que Jeová ainda no futuro, numa porção muito breve de tempo, e como uma parte da salvação de Israel, desviará os pecados deles. A ninguém sobre a terra isto tem sido mais enfaticamente revelado do que a Israel: que "sem derramamento de sangue não há remissão" (Hb 9.22), e está muito claramente afirmado que n e n h u m sangue jamais poderia ser proveitoso para a remissão de pecados do que o sangue de Cristo. Portanto, concluímos que a nação de Israel ainda será

As BÊNÇÃOS MILENARES E ETERNAS SOBRE OS GENTIOS

salva e que seus pecados serão removidos para sempre através do sangue de Cristo. A palavra de Isaías é "pela transgressão do meu povo foi ele ferido" (53.8), e de Caifás é dito que ele deu conselho aos judeus, ao profetizar que "Jesus havia de morrer pela nação".

O reajuntamento completo de Israel na sua própria terra, que acontecerá no t e m p o da salvação da nação e em conexão com o retorno do Messias (Dt 30.3), está previsto na profecia como um dos maiores milagres em toda a história h u m a n a da terra. Em Jeremias 23.7, 8, o reajuntamento daquele povo é dito sobrepujar, como u m empreendimento divino, m e s m o o cruzamento do mar Vermelho. De m o d o semelhante, está afirmado em Mateus 24.31 que essa reunião será operada através da ministraçào dos anjos.

Termos específicos são empregados nas Escnturas para descrever o caráter definido da salvação, libertação e bênçãos futuras de Israel. Nenhuma dessas coisas, ainda será visto, foi cumprida na história de Israel, nem poderiam muitas dessas promessas ser aplicadas à Igreja, composta como é de judeus e gentios, sem usar princípios destrutivos de interpretação. Jeová prometeu que Ele os faria voltar do cativeiro, e que "circuncidana" os corações deles (Dt 30.1-6), que escreveria sua lei nos corações deles, e que "não mais se lembraria dos seus pecados" (Jr 31.33, 34). Jeová também disse: "Eu serei o Deus deles, e eles serão o meu povo", e "todos me conhecerão, desde o menor ao maior" (Hb 8.10, 11). E dada segurança a essa nação, quando reunida e abençoada por Jeová, de que "seu descanso será glorioso" (Is 11.10). Eles devem ser confortados e a batalha deles será realizada (Is 40.1, 2).

Jeová alimentará o seu rebanho como faz um pastor, e juntará os cordeirinhos em seus braços, e os levará no seu seio, e gentilmente conduzirá os que ainda se amamentam, e ele os guiará mansamente (Is 40.11). Além disso, Jeová disse a Israel: "Pois o teu Criador é o teu marido... e com benignidade eterna me compadecerei de ti, diz o Senhor, o teu Redentor... Esta é a herança dos servos do Senhor, e a sua justificação que de mim procede, diz o Senhor" (Is 54.5, 8, 17). Os que foram espalhados serão reunidos novamente (Ez 34.11-14); os que foram "odiados de todas as nações" serão supremos sobre os gentios (Mt 24.9; cf Is 60.12); os que foram cegos por uma era inteira, verão (Rm 11.25); os que foram cortados serão re-enxertados (Rm 11.13-24); e a alegria eterna estará sobre as cabeças deles, e deles fugirá a tristeza e o gemido (Is 35.10).

A antecipação de tais bênçãos para Israel é o tema de todos os profetas e, na verdade, é a salvação que aguarda aquele povo; mas Deus é exatamente livre para agir em favor de pecadores somente com base no fato de que o Cordeiro tirou os pecados deles. U m objetivo importante na morte de Cristo é, portanto, a salvação nacional de Israel.