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AS CIVILIZAÇÕES DOS GRANDES RIOS AS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES

No documento Hist 7º ano (páginas 36-42)

Se te perguntarem o nome de uma grande Civilização do período da Antiguidade, alguns dos nomes que virão logo à tua cabeça (com quase toda a certeza) serão os de Roma, Grécia ou Egipto. Estas grandes Civilizações são consideradas as «principais antepassadas» da nossa Arte, Sociedade e até da maneira de pensarmos e vermos o mundo.

Isso é verdade mas Egipto, Grécia, Roma não teriam ido muito longe se não tivessem existido outras «antepassadas». Foi com essas culturas que os Egípcios contactaram, comercializaram e guerrearam, antes dos Gregos e Romanos se cruzarem com a sua História.

As civilizações a que nos referimos surgiram no Crescente Fértil, na região da Mesopotâmia, milhares de anos a seguir à Revolução Agrícola e ao aparecimento dos primeiros grandes povoados. E foram mesmo alguns desses povoados que deram origem a estas civilizações.

A Mesopotâmia é uma região delimitada pelos rios Tigre e Eufrates, um território que faz actualmente parte do Iraque. Aliás, a palavra Mesopotâmia significa exactamente «entre rios».

As mais importantes Civilizações da Mesopotâmia

Na imagem acima encontramos algumas das mais importantes civilizações da Mesopotâmia. Não surgiram todas ao mesmo tempo (a Babilónia, por exemplo, surgiu depois da Suméria e Acad), mas este mapa serve para visualizarmos a sua localização. Estas civilizações foram-se sucedendo umas atrás das outras no domínio da Mesopotâmia. Umas vezes comerciavam entre si, outras vezes guerreavam-se. De todas estas culturas, talvez a que mais influenciou o futuro da Humanidade, tenha sido a Suméria, já que quase todos os estudos apontam para que aí tenha aparecido a Escrita.

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SUMÉRIA: A INVENTORA DA ESCRITA

Situada na parte sul da Mesopotâmia, a Suméria é considerada a Civilização mais antiga da História. Dizemos «da História» porque, para facilitar os estudos, se passou a considerar Pré-História tudo quanto aconteceu antes da invenção da Escrita e História o que vem depois. É assim que, por vezes, numa mesma época havia civilizações ainda na Pré-História e outras, usando já a Escrita, são consideradas como já históricas.

No tempo da Suméria existiram outras culturas desenvolvidas mas sabe-se muito pouco sobre elas porque não deixaram registos escritos. A Suméria, no entanto, deixou-nos um vasto legado: milhares de tabuínhas de argila escritas, onde tudo estava registado (Literatura, Medicina, Astronomia, Mitologia, entre outros assuntos). A Escrita, tal como a conhecemos, começou com desenhos representando as palavras (pictogramas). Esses desenhos foram evoluíndo pouco a pouco, até ganharem a forma de pequenas sulcos (é que nem toda a gente sabia desenhar e fazer passarinhos perfeitos...). As tabuínhas eram feitas de argila mole, os sulcos eram feitos sobre ela com a ajuda de estiletes em forma de cunha. A argila depois secava e endurecia, perservando o registo.

Podes ver abaixo um exemplo desta evolução de que falamos.

Evolução da escrita cuneiforme

Queres ver escrever à maneira dos Sumérios? Clicaaqui.

O aspecto final era este:

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ASTRONOMIA E ARQUITECTURA

O génio dos Sumérios não se limitou à invenção da escrita:

 Foram dos primeiros povos a ser bem-sucedidos a gerir uma grande riqueza: a Água. Desviaram parte das águas do rios Tigre e Eufrates e, com elas, encheram canais de irrigação construídos por eles. Deste modo obtiveram colheitas férteis e abundantes.

 Sabemos que os Sumérios foram astrónomos e que a sua Astronomia era muito sofisticada para a época.

As suas tabuínhas contêm uma lista extensa de constelações e sabiam que o nosso planeta estava dentro de um sistema solar que girava em torno do Sol.

É claro que havia alguns factores que sabemos hoje não estarem correctos: por exemplo, para eles estrelas e planetas eram a mesma coisa e o nosso Sistema Solar possuía 12 planetas, (estranhamente na ordem correcta). A Lua contava como um planeta da mesma importância que os outros e não como satélite. O sistema estendia-se para além de Plutão e sabiam da existência de mais um corpo celeste ao qual chamaram Niribu.

O estudo da Astronomia era, provavelmente, feito em edifícios altos. Muitos historiadores acreditam que os Zigurates podem ter sido os locais privilegiados de observação astronómica.

Um Zigurate era um edifício construído em andares ou plataformas, sendo a plataforma seguinte mais pequena que a outra. Do cimo ao topo do edifício, estava uma escada que dava acesso a todas as plataformas. Eram construídos com tijolos de barro cru, secos ao sol. Podiam dar-se ao luxo de usar estes materiais, porque estas terras eram secas e havia pouca chuva. A sua Agricultura era irrigada pelos rios.

Exemplo de um Zigurate (em Ur).

Os Zigurates eram, sobretudo, templos dedicados a um deus ou a uma deusa. Cada cidade sumériana tinha um deus que a protegia (uma divindade padroeira), bem como outros deuses que adoravam. Havia portanto, um destes edifícios (pelo menos) em cada cidade.

 O legado da Civilização Suméria não se resumiu a grandes feitos de engenharia e astronomia. Eles deixaram-nos uma literatura e poesia vastas. A sua Poesia Épica era lida por todas as grandes civilizações da Antiguidade. Tinham uma epopeia que foi um verdadeiro best-seller durante milhares de anos e que só foi destronada pela Ilíada e a Odisseia, criada pelos helenos (gregos). Chamava-se A Epopeia de Gilgamesh e um dos episódios narra nada mais, nada menos, do que a história de uma Arca do Dilúvio que, tal como na Bíblia, continha um casal de cada espécie animal. As semelhanças com o episódio bíblico são intrigantes.

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Afinal o que é uma Civilização? Estamos a falar de um grupo de seres humanos que vivem numa cultura com determinadas características:

 Religião comum, que se espalha por diferentes lugares. Os templos têm o mesmo tipo de construção e configuração, muito semelhantes nos detalhes.

 Arquitectura semelhante: as cidades têm planos de construção semelhantes, as casas têm mesmas decorações ou orientações.

 Arte semelhante (por exemplo, o mesmo tipo de cerâmica, pintura e murais, o mesmo tipo de escultura).

 Uma língua comum ou línguas muito semelhantes, vindas da mesma raíz.

 O mesmo tipo de estrutura social e o mesmo tipo de líder: Rei, Rei- Sacerdote, Chefe Tribal, etc...

As sociedades deste tempo eram, geralmente, muito hierarquizadas, como no caso da Suméria. Vê o esquema abaixo:

 As civilizações vivem da Agricultura (Economia Agrícola), mas possuem um comércio elaborado, com sistemas de trocas sofisticados. Para facilitá-los criam-se caminhos e estradas que ligam uma cidade a outra.

 Cada cidade é um lugar demarcado. Aquele que não vive nela e vem vender ou comprar tem que pagar tributo pela entrada. Nesta altura não havia moeda. O sistema de trocas era feito com géneros (comida, animais, objectos como tecidos ou potes, ente outros).

A Suméria não foi a única Grande Civilização a existir na Mesopotâmia, mas foi a primeira. Muitas se deixaram influenciar por ela, criando edifícios semelhantes, adoptando o seu sistema de escrita e criando organizações sociais semelhantes. Na Babilónia (uma Civilização mais tardia), o rei Hammurabi ordenou que se passasse a escrito as leis do seu reino, para que estas pudessem ser lidas (Código de Hammurabi, cerca de 1792 - 1750a.C.). Mas estas mesmas leis são influenciadas por um outro código sumério (o de Ur-Nammu, rei da 3ª dinastia de Ur, cerca de 2.111a.C.).

A Babilónia também foi uma civilização muito importante nesta região. Quando os Sumérios entraram em declínio, foram os Babilónios quem dominou toda a região.

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Contudo, não apagaram a cultura anterior. Por exemplo, a Epopeia de Gilgamesh, suméria, foi compilada pelos Babilónios.

Dizia-se que uma das sete maravilhas da Antiguidade fora construída por eles: os jardins suspensos. No entanto, há imensa polémica em torno desta questão.

Encontrou-se algum pólen em alguns zigurates, durante as escavações arqueológicas do século XIX e XX, mas tal não significa que tivessem nascido ali plantas. O pólen pode muito bem ter sido arrastado para lá com o vento. De qualquer forma, as construções dos zigurates são demasiado frágeis para aguentar árvores e arbustos inteiros. As paredes desses templos, que eram feitas com barro seco, ruiriam depressa. Os famosos jardins, tema de tantos livros e filmes ou foram míticos ou, muito provavelmente, teriam existido noutro lugar.

Eis como têm sido imaginados:

Reconstituição dos Jardins Suspensos da Babilónia

De qualquer forma, todas as civilizações mesopotâmicas que conheceram ou sucederam aos Sumérios, fossem eles os Assírios (grandes astrónomos, adivinhos e guerreiros), os Babilónios (legistas, arquitectos e engenheiros), ou os Hititas (potência rival do Antigo Egipto) nunca esqueceram a importância desta cultura que deixou a sua marca até aos dias de hoje.

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E aqui vai o Alfabeto Sumério:

Nota: A escrita suméria começou por usar pictogramas: cada símbolo representava uma palavra. Em época mais tardia, os símbolos continuaram a ser usados como anteriormente mas, por vezes, tinham um valor fonético, isto é, podiam representar um som. Passa. então, a poder falar-se de alfabeto.

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* Egipto - a Grande Civilização do Nilo *

ORINGENS

Egipto, a grande Civilização do Nilo

O Egipto é, até hoje, a Civilização que durou mais tempo na História. São mais de 3000 anos, desde o seu início (por volta de 3110 a.C., com a Primeira Dinastia) até cerca de 30 d.C. Nem mesmo Roma conseguiu persistir durante tanto tempo.

Influenciou imensos povos, incluindo os Gregos aos Romanos. E ainda hoje não perdeu o seu fascínio. Há quem diga que o seu solo ainda não mostrou quase nada das riquezas que nele estão enterradas. Enfim, por mais que se escave, o «filão egípcio» parece nunca mais ter fim...

O RIO NILO

O nome original do Egipto era Kemi que significa «Terra Negra». Parece um nome estranho, aos nossos olhos, mas ele tinha a sua razão de ser: todos os anos os egípcios viam as suas terras serem inundadas pelo rio Nilo.

Quando o Nilo chegava ao Egipto, já este tinha percorrido vários países, desde o Congo ao Sudão, arrastando consideráveis torrentes de água. Hoje sabe-se que a nascente se encontra num pequeno país chamado Burundi, a sul do Gongo. Ao longo do seu percurso o Nilo junta-se a outras nascentes, ganhando cada vez mais força. Na Antiguidade a enxurrada era tão violenta que chegava a trazer dentro dela cadáveres de animais e árvores arrancadas, bem como terra de todos os tipos. Era esta água preta, espessa e fértil que «nutria» o solo egípcio e era dela que vinham as assombrosas colheitas que as nações da Antiguidade tanto invejavam. Eis aqui em baixo um mapa do percurso do rio Nilo.

No documento Hist 7º ano (páginas 36-42)