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INÍCIO DA CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA

No documento Hist 7º ano (páginas 44-50)

CANAIS DE IRRIGAÇÃO

Não foi apenas o Nilo que ajudou os egípcios a transformar esta região e a produzir grandes colheitas, foi também a imaginação humana e o seu engenho. Este povo soube tirar partido dos recursos que tinha.

Os povos da Mesopotâmia aprenderam a desviar o curso dos rios e a transportá-los para os seus territórios. Os egípcios foram ainda mais longe; aprenderam a conter a fúria das águas e a trazer a enxurrada para várias regiões, fazendo com que esta grande inundação se transformasse numa irrigação ordenada e controlada.

Um canal do rio Nilo, atrás das Pirâmides.

Como se fazia um canal? Escavava-se um grande fosso, sempre com a mesma profundidade, para que a água pudesse deslizar normalmente. Por vezes estes fossos eram tão grandes que os barcos podiam navegar neles.

Com o tempo, a arte de construir canais aperfeiçoou-se. Começaram a revestir os fossos com placas de mármore. Foi um feito de engenharia que libertou os egípcios de muitas tarefas, inclusive a da manutenção (de cada vez que havia uma inundação, era necessário reparar os canais, danificados pelas águas).

Os antigos Egípcios acreditavam que o Nilo era a encarnação de um deus, chamado Hapi. Este deus protegia e abençoava o Egipto através de abundantes colheitas.

INÍCIO DA CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA

A História de Kemi começa com a sedentarização dos povos que viviam nesta região, por volta de 4600 a.C. Neste período começa-se a plantar trigo e começam a surgir povoados, com culturas locais, que depressa crescem e competem entre si. Ainda não se podem considerar pequenos reinos, mas já têm chefes locais.

Com o tempo, alguns desses chefes tornam-se mais poderosos do que outros. As localidades em torno deles decidem juntar-se aos líderes mais fortes, que reclamam o seu poder sobre um território inteiro. É o início dos reinos. Cada reino tem um deus guardião e protector (já encontramos deuses com forma de animal, neste período). Inevitavelmente os reis acabarão por se conquistar uns aos outros, até o Egipto estar dividido em dois grandes reinos (Alto e Baixo).

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O monarca do primeiro usava uma coroa alta e branca, chamada hedget. Estava associada à Deusa Tutelar do Alto Egipto, Nekhbet.

O monarca do segundo reino usava uma coroa baixa e vermelha, a deshret. Estava associada a Uadjit, a Deusa tutelar do Baixo Egipto.

deshret

Já deves ter ouvido falar no famoso Rei Escorpião, a partir de um filme de Hollywood. Pois bem, ficas a saber que ele não foi nenhuma lenda. Existiu mesmo. Governou o Alto Egipto, entre 3150 a 3125 a. C. e conquistou muitos territórios a Norte, preparando o caminho para a futura unificação do Egipto. A união das duas coroas foi finalmente conseguida por Narmer, por volta de 3100 a. C.

A partir desse acontecimento, as duas coroas passariam a estar unidas. Eis a imagem de uma coroa que representa um Egipto unificado:

pschent

O Egipto teve muitas dinastias e a sua História está dividida em vários períodos principais e intermediários. Mais adiante poderás ver uma cronologia simples que, além das datas mais importantes da História do Egipto, te permitirá compará-la com a de outras civilizações desta região.

Após a unificação o Egipto tornou-se uma nação cada vez mais forte. A sua figura central era o Faraó, a alma e a encarnação do Egipto. Ele geria todas as riquezas e tomava todas as decisões, que eram delegadas e executadas por uma elite formada e qualificada de escribas e admnistradores. Em breve, o Egipto estaria centralizado, com uma organização profundamente eficiente e com uma burocracia bastante complexa para a sua época.

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RELIGIÃO

O Faraó era, para os egípcios, um «deus-vivo», descendente directo de Ísis e Osíris, dois dos mais importantes deuses da Mitologia Egípcia. Era do seu sangue divino que vinha toda a autoridade e poder de que dispunha sobre todos os que vivessem nas suas terras. Todas as riquezas, terras, minas, cascatas, rios e colheitas estavam sob o seu domínio. É por isso que chamamos ao sistema de governo do Egipto uma Teocracia (termo derivado de duas palavras gregas: teo - deus; cratos - poder). Portanto, o Faraó era o representante da família divina na Terra.

A religião egípcia começa ainda antes da unificação. Foram encontradas inscrições e imagens de deuses egípcios nas cidades dos velhos reinos. O deus ou deusa tutelar de um reino era diferente do de outro reino. As populações não veneravam os mesmos deuses e é bem provável que nem conhecessem as divindades dos reinos mais distantes. Com a unificação das duas coroas, os deuses também acabariam, com o tempo, por se unificar. O resultado foi a criação de uma mitologia coesa, com deuses aparentados e um mito de criação próprio.

Mesmo depois da união e já depois da «família divina» estar composta, cada cidade e região continuaram a manter as antigas divindades locais como protectoras.

Eis o mito da criação, tal como ele é narrado pelos Egípcios:aqui

Se quiseres saber algo mais sobre a Criação vista pelos Egípcios clicaaqui

A mitologia egípcia é muito complexa. Estamos a falar de uma Religião Politeísta (ou seja, uma Religião com vários deuses). Cada divindade parece ter uma função para cada actividade ou profissão, como por exemplo:

- Rá -

Como acabaste de ver no vídeo acima, era o deus que se responsabilizava por lutar contra a grande serpente todas as noites, para que os dias e a Luz se mantivessem. Foi durante muito tempo o deus mais importante do Egipto. Numa fase mais tardia, essa importância seria passada a outro deus, Amon. Mas, como os Egípcios não esqueciam facilmente o seu «criador», os deuses acabaram por fundir-se numa única entidade conhecida como Amon-Rá.

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Amon-Rá

- Thot - Associado à Escrita, à Medicina e às Artes. Era o patrono dos escribas, dos médicos e dos escultores e arquitectos.

Thot

- Anúbis - Presidia e abençoava os rituais de embalsamamento. Era o patrono dos embalsamadores.

Anúbis

- Hator - Deusa da Fecundidade e dos partos. Era deusa das parteiras e das mulheres que desejavam engravidar. As mulheres também recorriam a Ísis para pedir uma gravidez. Podia ser representada com cabeça de vaca ou apenas com uma coroa que lembrasse os chifres da vaca.

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- Osíris - Um dos deuses mais amados. Presidia ao julgamento das almas e era o rei do submundo, onde os mortos viviam. Mais tarde foi associado ao Nilo e às inundações, fundindo-se a Hápi, deus do Nilo, e passou a ser reverenciado pelos agricultores.

Osíris

- Ísis - Deusa da Feminilidade, da Beleza e do Amor, que abençoava os casais e era compassiva para com todas as pessoas (até as más). Era a grande deusa-mãe, mãe de Hórus, que fundou a dinastia dos faraós. Era esposa de Osíris de quem teve um filho: Hórus.

Ísis

- Maat - Deusa ligada à Ordem Universal e à Justiça. Quando um egípcio morria, a sua alma era sujeita a um julgamento, num tribunal divino. O coração do morto era pesado numa balança, lado a lado com a deusa Maat, que se transformava numa pena. Se o seu coração fosse mais leve que essa pena, a alma estaria autorizada a viver eternamente. Se o coração fosse mais pesado, a alma seria devorada por um monstro, criado para esse fim. Desta forma, a alma má deixaria de existir.

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E não mencionei todos os deuses. Há muitos mais!

Também foi no Egipto que surgiu a primeira tentativa de Monoteísmo ( crença religiosa num deus único): foi instaurada no reinado de Amenhotep IV, por duas razões:

Políticas - o monarca, tal como o pai, queixava -se do poder excessivo que os sacerdotes, principalmente os do culto a Amon, tinham na corte real. Na sua época, eles conseguiam pressionar o próprio faraó a ceder à sua vontade. A crença num deus único acabaria com todas estas pressões e intrigas e, obviamente, diminuiria a multiplicidade de cargos de sacerdotes, deixando o rei sozinho, com todo o poder para governar.

Legado cultural - pensa-se que sua mãe, Tìe, de origem incerta (crê-se que não fosse egípcia pura), tinha crenças religiosas diferentes das egípcias . E pode ter sido uma influência decisiva na formação religiosa do jovem herdeiro.

Amenhotep IV subiu ao trono, por volta do ano 1352 a. C. e, em pouco tempo, as religiões foram todas proibidas. Os Templos foram fechados, os sacerdotes banidos e no seu lugar surgiu uma Religião substituta, onde só havia um único deus, Aton. Aton era a forma que o deus Rá tomava, ao meio-dia (um disco solar). Amenhotep IV mudou o seu nome para Akhenaton (significa «Servidor de Aton»). No entanto, o faraó continuou a manter o seu estatuto de «deus-vivo». Akhenaton não seguiu este novo culto apenas por razões políticas. Ele, bem como sua esposa, Nefertiti, parecem ter realmente acreditado nas virtudes do monoteísmo e na imensa bondade e grande poder de Áton. Um Hino a Áton, atribuído ao Faraó, é

considerado um dos poemas mais belos do Egipto. Se o quiseres conhecer porque não fazes uma pesquisa na Internet?

Nesta estela, Akhenaton diverte-se com Nefertiti, sua esposa e suas filhas. O deus Aton abençoa a família com os seus raios.

Mas esta religião não durou muito, porque os Egípcios continuavam a venerar os seus deuses e a procurar secretamente os sacerdotes banidos, a pedir-lhes as suas bençãos. Quando Akhenaton morreu em 1336 a.C., tudo regressou ao que era antes. Os cultos aos vários deuses foram repostos, os templos reabertos e os sacerdotes readmitidos.

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No documento Hist 7º ano (páginas 44-50)