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REPÚBLICA

No documento Hist 7º ano (páginas 166-170)

(509 a.C. a 27 d.C.)

Após a queda da Monarquia, os Patrícios trataram de anular algumas das conquistas dos Plebeus, mantiveram o Senado e os Comícios (tanto os Curiatos como os Centuriatos) e criaram um novo cargo, o de Cônsul. Eram sempre dois cônsules eleitos pelo Senado e exerciam mandatos de um ano. Além disso, desempenhavam os poderes que anteriormente pertenciam ao rei.

Os Plebeus participavam nos Comícios Centuriatos mas apenas os Patrícios podiam ser senadores ou cônsules. Durante os primeiros duzentos anos da República, os Plebeus nunca vão deixar de lutar por mais direitos. Contudo, eles não constituíam um grupo homogéneo: os Plebeus pobres lutavam por leis escritas que acabassem com as decisões arbitrárias dos magistrados e exigiam, também, a abolição da redução à escravatura por motivo de dívidas e uma distribuição de terras mais justa. Os Plebeus mais ricos desejavam essencialmente uma lei que permitisse o casamento entre Patrícios e Plebeus e cobiçavam também o acesso às magistraturas.

Cônsul Romano

Embora não faça parte do programa do 7º Ano (portanto não te assustes...) mostramos-te, de seguida, um pequeno resumo dessa longa luta por direitos iguais entre Patrícios e Plebeus, apenas para que possas fazer uma ideia do quanto ela foi difícil.

Em 494 a.C., os Plebeus, fartos de esperar, ameaçaram abandonar Roma e construir outra cidade nas vizinhanças. Dado que o comércio e o artesanato era gerido por Plebeus, e dado que eram a «carne para canhão» no exército, os Patrícios ficaram aterrorizados com a ameaça. Concederam assim a criação de um órgão político que defendesse os interesses dos Plebeus: o Tribunato da Plebe. Os Tribunos da Plebe de princípio eram dois e, mais tarde, dez. Eram considerados sacrossantos, isto é, ninguém poderia atacá-los ou mesmo ameaçá- los. Quem o fizesse incorria em sacrilégio, crime punível com a morte.

Em 471 a. C., é criada a Assembleia da Plebe em que o conjunto de Plebeus com um certo poder económico podia propor e criar leis que os regessem. Essas leis chamavam-se plebiscitos. Os tribunos da Plebe podiam convocar as assembleias sempre que o julgassem necessário. Tinham também o poder de intercessio que consistia em poder interceder para modificar ou anular decisões que pudessem prejudicar os Plebeus bem como em socorrer um Plebeu que considerassem perseguido injustamente por um magistrado.

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Cerca de 450 a.C., depois de mais uma revolta plebeia, foi criada uma comissão de 10 membros (decênviros) que, finalmente, passou a escrito um código de leis que era válido para todos - a Lei das Doze Tábuas.

Pretor

Em 445 a.C., com a lei Canuleio, os Patrícios e os Plebeus podem casar entre si. Isso levou os Patrícios a recear a ascensão dos Plebeus ou seus descendentes ao cargo de cônsules. No ano seguinte, aboliram o cargo de Cônsul.

Em 366 a.C. o consulado foi restabelecido e os Plebeus passaram a poder aceder- lhe. Mas, ao mesmo tempo, foram criados dois novos cargos, Pretores e Censores, com alguns poderes dos antigos cônsules, e reservados exclusivamente a Patrícios.

Os últimos passos desta longa caminhada estavam prestes a ser dados: em 326 a.C. é abolida a escravidão por dívidas, em 300 a.C. Os Plebeus conquistam assim o direito de aceder a todas as magistraturas e, finalmente, em 286 a. C., os plebiscitos passam a ser válidos para toda a população sem descriminação.

Entretanto, ao longo destes anos, o acesso à expressão política e aos cargos de poder passou a depender muito mais do poder económico dos indivíduos do que do seu nascimento enquanto patrício ou plebeu. As tribos passaram a organizar-se territorialmente. No final da luta entre Patrícios e Plebeus, eram 35, 4 urbanas e 31 rurais. Por esse facto, a Assembleia Curiata foi perdendo força a favor da Assembleia Centuriata (herdeira dos comícios centuriatos) e acabou por desaparecer. Surgiu, ainda, a Assembleia Tribunícia que reunia os chefes das várias tribos.

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A organização político-social durante a República pode ser esquematizada da seguinte forma:

Um cidadão romano aspirava sempre a seguir a carreira de magistratura a que se chamava o cursus honorum (percurso de honra). Nos primeiros tempos, só os patrícios podiam aceder a este "privilégio". Mais tarde, qualquer cidadão poderá concorrer a este cargo máximo.

Questor (idade mínima: 31 anos) => Edil (idade mínima: 37 anos) => Pretor (idade mínima: 40 anos) => Cônsul (idade mínima: 43 anos) => Censor (tinha de ter sido cônsul)

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Falta falar de um cargo extraordinário: o de Ditador. Um ditador não era uma pessoa autoritária com poderes absolutos tal como o entendemos hoje. O Ditador romano era nomeado pelo Senado ou por um Cônsul em caso de emergência. Contudo, apesar de concentrar a maior parte dos poderes nas suas mãos, o mandato limitava-se a seis meses e não tinha poder sobre as finanças públicas. Dois ditadores, Lucius Cornelius Sulla e, mais tarde, Júlio César, aboliram estes mecanismos de contenção e governaram com poder quase absoluto. Após a morte de Júlio César, os Romanos aboliram o cargo de Ditador.

O Brasão (emblema) da cidade de Roma era uma águia, que se encontrava em quase todos os estandartes, bandeiras e insígnias públicas. Nos finais da Monarquia e princípios da República aparecem também quatro letras: SPQR (Senatus Populusque Romanus). Ainda hoje, em Roma, em certos edifícios públicos, bocas- de-incêndio, tampas de entrada para esgotos, etc... as iniciais são usadas, indicando que são administrados pela Câmara Municipal da cidade, em nome do Povo.

Brasão de Roma

Nota: SPQR significa O Senado e o Povo Romano que, ligado à palavra Populus significava «e». Embora se escrevesse ligado à palavra anterior era uma palavra diferente, daí aparecer nas iniciais.

EXPANSIONISMO

Durante os séculos em que durou a República, Roma consolidou as bases do que viria a ser o seu império no Mundo.

Num primeiro tempo, lutou para se defender dos ataques de Povos que lhe cobiçavam a riqueza e poderios crescentes. Teve de defender-se dos seus vizinhos, entre eles os Etruscos que não tinham desistido de voltar a dominar Roma. Uma vez vencidas as principais cidades etruscas, foi a vez de várias cidades de Povos Latinos (que não tinham tomado parte na fundação de Roma) atacarem e, contra ela, constituírem a Liga Latina. E lá tiveram os Romanos de se defender de novo, primeiro integrando-se na Liga. Porém, continuaram a não se sentir seguros e, desta forma, romperam o tratado e conquistaram o território da maioria dessas cidades.

As lutas com os povos da Península Itálica continuaram; mais guerras com os Etruscos que se tinham voltado a erguer contra Roma e depois todo o norte de Itália foi conquistado. Roma começou então a defender-se dos povos que lhe ficavam a Sul. Em 272 a.C., quase toda a Península Itálica, excepto o vale do rio Pó, era território romano.

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Sempre que conquistava uma nova região, Roma apropriava-se de um terço do território e transformava-o em ager publicus (terreno público); esse ager era distribuído pelos cidadãos romanos para que instalassem colónias, o cultivassem ou nele construíssem lotes individuais. Assim, pouco a pouco, os cidadãos romanos foram formando colónias por toda a Itália, colónias essas ligadas entre si por uma rede de estradas.

Ager Publicus (Cidadão indicando ao escravo onde cultivar)

Num segundo momento, Roma irá expandir-se para fora de Itália. Ao conquistar o Sul da Península, tinha ameaçado o poder e os desejos expansionistas de uma outra grande cidade, Cartago, situada no Norte de África onde hoje é a Tunísia. Cartago tinha várias colónias na Sicília, na Sardenha e na Península Ibérica. Ao ver o poder de Cartago, Roma sentiu-se francamente ameaçada. A guerra entre as duas potências estalou e conheceram-se três fases, as três guerras púnicas (o termo vem de Poeni, nome pelo qual os Romanos conheciam os Fenícios dos quais os Cartagineses descendiam) entre 264 e 146 a.C.

Roma ganhou e destruiu Cartago. Estas guerras levaram Roma até à Península Ibérica para melhor se defenderem. A conquista desta região apenas se completou em 133 a.C.

Entretanto, os Romanos tinham chegado à conclusão de que a melhor política de defesa era o ataque. Passaram a conquistar todos quantos lhes fizessem frente ou pudessem vir a fazê-lo. A Oriente conquistaram a Macedónia e a Síria. Na Ásia Menor, o alvo mais apetecido foi a Grécia, com quem os Romanos sempre mantiveram uma relação ambígua de admiração mesclada de inveja. Conquistaram-na em 146 a.C. e, quando os Gregos se revoltaram contra o seu protectorado, tornaram-na definitivamente província romana em 129 a.C. Estabeleceram em seguida um protectorado romano no Egipto.

Em 52 a.C., Júlio César conquistou a Gália Transalpina (território que

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