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A REGRA DE OURO NA ARTE GREGA

No documento Hist 7º ano (páginas 126-129)

A Ordem Coríntia seria aquela que os Romanos iriam adoptar na sua Arquitectura, por acharem que, de entre as três, era a mais elegante e bonita.

Também foi utilizado outro tipo de «colunas» (se é que se pode chamá-las desse modo), para sustentar o Entablamento: eram figuras femininas, denominadas Cariátides.

Cariátides

Tornaram-se muito populares entre os Gregos a partir do Período Clássico e foram muito apreciadas pelos romanos abastados que nunca se cansaram de as colocar nos seus palácios.

É preciso salientar, mais uma vez, que estes edifícios eram pintados. Os Gregos não gostavam de edifícios brancos e «vazios de cor». E por falar em cor, aqui fica um pequeno vídeo que apresenta o Pártenon em toda a sua glória, como ele seria hoje caso nunca tivesse sido destruído ou atacado. Infelizmente esta grande Obra- Prima da Humanidade foi usada como pedreira para construir novas casas durante a Idade Média (era considerada um edifício pagão, sem importância), foi partida por balas de canhão nos séculos XVII, XVIII e XIX da nossa Era, e muitas das suas esculturas e frisos foram tiradas das paredes por «homens de letras» que resolveram levá-las para os museus dos seus países e colecções privadas. Este vídeo é uma homenagem à beleza deste templo. Vale a penaver.

A REGRA DE OURO NA ARTE GREGA

A Civilização Grega nunca poderia ter chegado a este nível de desenvolvimento e criatividade se não tivesse inventado a Filosofia e não tivesse tido grandes sábios que estudavam o Universo e a Natureza. Foi, com efeito, o «Amor à Sabedoria» (em Grego, Filosofia) que levou os Gregos ao estudo da Matemática, da Geometria, do Espaço e das Formas (que consideravam mágico e sagrado). A partir dessa observação descobriram que tudo o que existia (desde as folhas das árvores aos dedos das nossas mãos) tinha sempre as mesmas formas geométricas (Rectângulos, Triângulos, Pentágonos, etc...) e a mesma medida. A essa medida eles chamaram phi, o «Número Áureo» através do qual se cria a «Regra de Ouro» ou «Divina Proporção». Confuso? Pois oravê.

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Toda a Arte deste Povo estava sujeita a este Cânone. Um Cânone é um conjunto de regras pré-determinadas (regras para a Escultura, Arquitectura, padrões de beleza, etc...) e todos os artistas tinham que as seguir, porque elas eram consideradas as regras do Universo.

ESCULTURA

Todas as formas de Arte desenvolvidas na Antiga Grécia estavam sujeitas à regra de phi e a quatro princípios: Simetria, Harmonia, Equilíbrio e Proporção. Por outras palavras, nem demais, nem de menos.

Cada edifício ou corpo tinha que ser perfeito, com os dois lados (esquerdo, direito) exactamente iguais e com as mesmas proporções (Simetria - como um objecto e a sua imagem num espelho).

A Beleza, para o escultor grego, era inatingível, era um ideal que não podia ser conseguido na nossa realidade: nenhum de nós é completamente simétrico dos dois lados. Há sempre um braço mais comprido que o outro, um olho um pouco mais acima que o outro, etc... A Escultura Clássica representava seres perfeitos. Os homens escolhidos para serem esculpidos pelos artistas eram atletas, devido ao seu corpo saudável (os Gregos valorizavam muito o Desporto). Os outros três princípios, Harmonia, Equilíbrio e Proporção estavam relacionados ente si. As medidas da cabeça, do tronco, das pernas, por exemplo, tinham de obedecer à Regra de Ouro e tinham de «parecer» naturais embora já saibas que o não eram - não existem assim na Natureza. A figura, ou o edifício, ou a coluna, fosse o que fosse, não podia ter a aparência demasiado pesada ou, pelo contrário, não assente na base. As expressões dos rostos deveriam ser serenas, etc... Em suma: tudo devia ser calmo, equilibrado, suave, sereno...Perfeito!!!

Alguns dos nomes que ficaram para a História da Escultura foram Fídias, Praxíteles, Míron e Policleto. Eis uma obra de cada um deles. De certeza que conheces pelo menos uma delas:

Praxíteles - Hermes Fídias - Atena Míron - Discóbolo Policleto (364 a.C.) (438 a.C.) (490-430 a.C.) (450 a.C.)

...e ainda há essa estátua fabulosa, conhecida como Vénus de Milo. Será do Período Clássico? Não, é uma escultura tardia, datando de cerca de 130 a.C., atribuída a Alexandros de Antioquia. Que tem esta obra de tão especial? Bem, para além de ser linda, ela é uma obra de Escultura Clássica. Sem dúvida que Alexandros aprendeu, um a um, todas os Cânones ensinados pelos Gregos. Todo o legado da

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Vénus de Milo

Civilização Helénica está lá. e este legado vai aparecer, séculos mais tarde, em Miguel Ângelo, Da Vinci, Rafaello, Botticelli...e nunca mais daqui saímos, se começarmos a mencionar os nomes daqueles que se inspiraram na escultura da Grécia Antiga.

PINTURA

Em relação à Pintura, as notícias não são animadoras: quase nada chegou até nós. Sabemos que pintavam estátuas e edifícios, mas sobraram poucos traços de tinta. Sabemos, também, que pintavam tudo com cores vivas e contrastantes (azul indigo, preto, escarlate, branco, amarelo...

Podemos imaginar a Pintura Grega a partir daquilo que vemos na Cerâmica. As pinturas eram de dois tipos:

Figuras negras sobre fundo vermelho, amarelo ou ocre.

Figuras vermelhas, amarelas e brancas sobre fundo vermelho, negro ou ocre.

Os Gregos gostavam do contraste, da diferença entre claro- -escuro na Cerâmica. Aplicavam, é claro, os princípios anatómicos usados na Arquitectura ou Escultura. Os temas eram variados. Tanto podiam pintar uma Pitonisa num trípode como podiam pintar atletas a correr numa maratona ou um episódio da sua Mitologia. A imaginação dos Gregos (como é costume nos povos criativos) foi sempre muito fértil. E não se limitou à Criatividade Artística: eles também inventaram o Teatro. E o Teatro é precisamente o tema que iremos desenvolver a seguir.

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