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EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS: UMA TENDÊNCIA HOMOFÓBICA

No documento CATEGORIA GRADUANDO - ORAL (páginas 46-48)

Lhuanna Serejo Pereira Furtado Érika Lima de Carvalho Natânia Candeira dos Santos Nayara Cristina da Rocha Oliveira Ana Carolina Sá de Sousa Naiara Souza.

INTRODUÇÃO: O modo como à sexualidade pode ser entendida, influencia na maneira como a sociedade se comporta perante

as diversidades sexuais. O ambiente escolar é o mais diverso possível e é dentro dele que a maioria das pessoas cria suas primeiras concepções e consequentemente é o lugar onde mais se gera segregação. Temos uma sociedade homofóbica onde se pode afirmar um imperativismo da heterossexualidade, mesmo que em algumas culturas, principalmente a Europeia, tenhamos certo avanço sobre isso. As ideias a cerca da sexualidade são discutidas em diversos meios de circulação, entre eles o escolar, contudo há certa tendência a resistência a contestações. Para ALTMANN (2003) esse processo criou uma propensão em abordar o estudo da diversidade sexual apenas quando se trata da fuga dos padrões da heterossexualidade, ou seja, do que a maioria tem como “natural”.

OBJETIVOS: Analisar, na produção científica, a respeito da Educação Sexual nas Escolas; Investigar a responsabilidade da

escola como criadora de pensamento e identificar como tem sido tratada as diversidades sexuais no intuito de minimizar a homofobia nesse ambiente.

MÉTODOS: Trata-se de um estudo qualitativo de abordagem descritiva, baseado no método de revisão integrativa. A coleta

de dados contemplou publicações de periódicos da SciELO – Scientific Electronic Library Online e LILACS – Literatura Latino- Americana do Caribe em Ciências da Saúde, utilizando-se palavras-chave do DeCS – Descritores em Ciência da Saúde, com os seguintes descritores: Educação Sexual e Homofobia. A partir de então utilizando o seguinte critério de inclusão, artigos que contemplassem o objetivo do estudo, como critério de exclusão artigos que não tivessem seus textos completos. Como trata-se de uma pesquisa de revisão, não precisou ser submetido ao comitê de ética e pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A homofobia como todas as outras “fobias”, pode ser entendida como o medo, aversão ou ódio

a homossexuais. Segundo Borillo (2001), a homofobia é a atitude hostil focada em homossexuais e consiste em trata-los como inferiores, contrários ou anormais, de modo a coloca-los fora do universo comum dos humanos. No Brasil, a educação sexual não é uma disciplina obrigatória dos currículos escolares, ela deve ser uma temática transversal, ou seja, deve esta vinculada a todas as matérias e nos mais diversos momentos. Contudo, na maioria das vezes ela fica limitada a disciplina de ciências. Dentro dos métodos mais utilizados para abordagem da educação sexual temos o livro paradidático, artificio gerador de doutrinas do como “ser feminino” e do como “ser masculino”. Podendo ser um aliado das práticas homofobicas se não utilizado de forma adequada.O universo homossexual é repleto de nomenclaturas que nem sempre estão claras ao entendimento da população. Nomes como: gay, afeminados, pintosas, barbies, bibas, ursos ou bears, ativos, passivos, entendidos, lésbicas, caminhoneiras, bissexuais, travestis, transgêneros, transexuais, drag queens ou kings, transformistas, andróginos, crossdressers, dentre outros, podem criar certa dificuldade para os discentes em repassar aos alunos doutrinas não tendenciosas e não homofóbicas. Conforme RIBEIRO (2009) e, aproveitando estas colocações, para uma reflexão sobre LGBT (lésbicas, gays, bissexuais travestis e transexuais), vemos que, no terreno da sexualidade, a heterossexualidade (enquanto uma construção ideológica), não apenas é formada como uma identidade natural (“eu” ou “nós”) em oposição ao outro”, como existe um processo de desvalorização e inferiorização que cria classes, não só diferentes, como naturalmente inferiores”.Na escola a homofobia se expressa por meio de agressões verbais e/ ou físicas a que estão sujeitos estudantes que resistem a se adequar à heteronormatividade, conceito

1 - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - 2 - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - 3 – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - 4 - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - 5 - FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU - 6 - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ.

criado pelo pesquisador americano Michael Warner (1993) para descrever a norma que toma a sexualidade heterossexual como norma universal e os discursos que descrevem a situação homossexual como desviante.Muitas vezes os/as professores/as e funcionários/as do corpo administrativo e os/as próprios/as alunos/as tolerarem, ou mesmo praticarem, diversas formas de discriminação e violência, usando da desculpa que tudo não passa de uma brincadeira, fato que evidencia e predispõe a falta de estratégias pedagógicas no intuito de descaracterizar as agressões. Nesse sentido SOUZA (1998) nos mostra que a norma heterossexual é tida como uma estrutura padrão acreditando que a educação de só ocorrerá se os/as alunos/as se comportarem de modo a encaixar-se nessa norma heterossexual, o que predispõe uma educação heteronormativa e homofóbica.

CONCLUSÃO: Partindo do pressuposto de que a sexualidade é, sobretudo, uma construção sociocultural e, portanto, não

estática, mas sim, histórica e mutável. Acreditamos que em todo o processo educacional, dá-se a construção, a manutenção ou a ressignificação dos valores morais, das normas sexuais e de todos os significados relacionados ás questões da sexualidade.Por tanto o ensino da sexualidade nas escolas é um dos fatores que podem facilitar o processo da inclusão social dos indivíduos pertencentes a classe LGBT , nas escolas, porque está relacionado, muitos mais, com trabalhos de expressão de sentimentos e atitudes e de formação de valores morais, do que com conteúdo acadêmico e científico a ser dominado intelectualmente pelos alunos. Ademais, o ensino da sexualidade facilita que aconteça a interação entre pessoas com diferentes capacidades intelectuais, durante o processo ensino-aprendizagem e possibilita a interação e a diminuição da homofobia nas escolas.

REFERÊNCIAS:

ALTMANN, H. Orientação sexual em uma escola: recortes de corpos e de gênero. Cadernos Pagu, Campinas SP, n. 21, p. 281-315, 2003.

BORRILLO, D. Homofobia. Barcelona: Ediciones Bellaterra. 2001.;

RIBEIRO,H.C.F, Direitos Humanos, direitos sexuais e as minorias sexuais. Educação Sexual: Múltiplos temas, compromisso comum/ Mary Neide Damico Figueiro (org.). - Londrina: UEL, 2009. p.15;

WARNER, M. Fear of a Queer Planet: queer politics and social theory. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1993.;

SOUZA, J. F. Sexualidade nos livros infantis: relações de gênero e outras implicações. In: MEYER, D. (Org.). Saúde e sexualidade na escola. Porto Alegre: Mediação, 1998. v. 4.;

QUALIDADE DE VIDA, PROMOÇÃO DA SAÚDE E

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