PROMOVIDAS PELO PET REDES: FORMAÇÃO NO
SERVIÇO
Lamara Nogueira Araújo Antonio Cleano Mesquita Vasconcelos Layane Gleice Marques Porto Francisco Francimar Fernandes Sampaio Eliany Nazaré Oliveira.
INTRODUÇÃO: Apesar de avanços nas graduações na área da saúde, ainda existe falta de integração entre a formação e a
realidade do serviço, na qual a formação não prepara para complexidade e subjetividade dos serviços de saúde. A formação não pode priorizar somente os procedimentos e cuidados clínicos, deve desenvolver condições de atendimento às necessidades de saúde da população, da gestão setorial e do controle social em saúde, promovendo autonomia e influência de sujeitos nas políticas do cuidado (CECCIM; FEUERWERKER, 2004). Surge, assim, o Programa de Educação pelo Trabalho (PET-Saúde), o qual insere estudantes das graduações em saúde nos serviços. Incentiva também a integração entre ensino, serviço e comunidade, a interação com o cotidiano, mostrando necessidades dos serviços de saúde e procura capacitar trabalhadores da saúde (BRASIL, 2010). A versão PET Saúde Redes de Atenção capacita o acadêmico através da atuação em forma de “redes”, na busca da integralidade do cuidado.
OBJETIVOS: Tal estudo busca descrever experiências de acadêmicos de Enfermagem e Educação Física na Rede de Atenção
Psicossocial, sendo estas promovidas pelo PET Saúde Redes de Atenção, mostrando sua relevância na formação acadêmica e profissional dos envolvidos.
MÉTODOS: Trata-se de um relato de experiência vivenciada na Rede de Atenção Psicossocial por acadêmicos dos Cursos
de Educação Física e Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú, promovidas pelo PET (Programa de Educação pelo Trabalho) Saúde Redes de Atenção. As experiências ocorreram no período de dois anos, de agosto de 2013 a agosto de 2015. Os espaços de intervenção periódicos foram os dispositivos da Rede de Atenção Psicossocial, sendo eles a Unidade Psiquiátrica de um Hospital Geral; escolas de ensino médio da rede municipal de ensino e Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD). O enfoque do projeto nessa rede de atenção foi vivenciar a parte relacionada ao enfrentamento ao uso problemático de substâncias psicoativas. As atividades foram elaboradas de forma multiprofissional, ou seja, englobavam além de acadêmicos monitores do projeto, profissionais dessas e outras categorias da Rede de Atenção Psicossocial.
RESULTADOS: As ações na escola de ensino médio buscaram promover protagonismo entre os adolescentes escolares,
estimulando-os na prática de atitudes saudáveis, prevenindo o uso de drogas. Foram utilizadas metodologias participativas com a utilização de imagens, vídeos, dentre outras tecnologias leves em saúde, dialogou-se temas frequentes à realidade do público. As atividades realizadas tiveram bastante participação dos educandos, além de estimular o público a tornar-se mais comunicativo. A Unidade Psiquiátrica de Hospital Geral constitui um espaço da atenção secundária à saúde, no tratamento da crise. Aprendemos o que eram comorbidades clínicas voltadas ao uso de psicoativos, além de técnicas de abordagem ao paciente, tais como entrevista motivacional, intervenção breve, a fim de identificar o uso problemático de psicoativos e trabalhar com a prevenção de recaídas. Já no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD) era o cuidado ao familiar do dependente químico, através de seu sofrimento e adoecimento. As principais ações realizadas foram o Grupo de Famílias e a
1 - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA. - 2 - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA. - 3 - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA. - 4 - REDE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE MENTAL-RAISM - 5 - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA.
Visita Domiciliar. No Grupo de Famílias, as ações focaram na escuta terapêutica, na qual os familiares possuem autonomia para expressarem angústias, tirarem dúvidas sobre como intervir durante a crise. Já na Visitas Domiciliares são buscas ativas dos clientes com abandono no tratamento, dificuldades de locomoção.
ANÁLISE CRÍTICA: A interação multidisciplinar tornou-se de grande valia para nós acadêmicos, pois foi possível perceber
a importância de cada profissional nos serviços que constróem a saúde mental do município. Logo, através dos matriciamentos realizados nos serviços os quais estávamos inseridos as discussões sobre os casos tornavam-se mais construtivas através do saber de cada um e as possíveis contribuições para a melhoria da saúde e da qualidade de vida dos usuários dos serviços. O campo de estágio nos possibilitou praticar os nossos conhecimentos adquiridos durante a graduação e, assim, conhecer os serviços de saúde que constituem a Rede Psicossocial e suas especificidades. Contudo, também, foi importante a inserção no Sistema Único de Saúde (SUS) para melhor compreender os seus princípios e políticas voltados para a saúde pública, a fim de promover saúde e a prevenção de agravos. Assim, a inserção de acadêmicos acompanhados de um preceptor que é membro do serviço torna mais dinâmico o aprendizado e a facilidade de adaptar-se às normas e exigências da rede.
CONCLUSÃO: O aprendizado adquirido através da inserção nos serviços nos leva à reflexão o quanto é importante a monitoria
promovida pelo programa o qual fizemos parte, que é o PET Saúde. As metodologias utilizadas e a singularidade de cada serviço nos exigia a cada dia a absorção de mais conhecimento para serem praticados, além de garantir a integração ensino- serviço. Contudo, foi possível trabalhar com saúde mental em vários cenários, a partir da internação em ambiente hospitalar; continuidade do tratamento em CAPS AD e o enfrentamento ao uso problemático de substâncias psicoativas nas escolas. Assim, as vivências durante o tempo de execução do programa tornam-se de grande valia para a graduação aliada à prática realizada nos serviços.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Ministério da Saúde. Portal da Saúde,2010. Disponível em: . Acesso em: 15 ago. 2010.;
CECCIM R. B; FEUERWERKER L. C. M. O Quadrilátero da Formação para a Área da Saúde: Ensino, Gestão, Atenção e Controle Social. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.14, n.1, p.41- 65, 2004.;