Antonio Carlos de Oliveira Douglas Prado Araújo Rosanilda Veras Oliveira Neirice Rodrigues Alves de Vasconcelos Josiléia Félix Magalães Maria Petrilia Rocha Fernandes Stela Lopes Soares.
INTRODUÇÃO: O fisioterapeuta só se insere de forma concreta na atenção básica a partir da criação do NASF. Este Núcleo
teve sua criação pela Portaria 154/GM de 24 de janeiro de 2008, chamado de Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) com o intuito de amplificar a capacidade das equipes de Estratégia da Saúde da Família (ESF). O fisioterapeuta do NASF realiza algumas funções como: atenção domiciliar, acolhimento, atendimento individual na unidade, grupos operativos de prevenção e promoção à saúde e atividades educativas em equipe, e ainda atuar em creches e escolas, discutir casos e desenvolver projetos terapêuticos singulares com a equipe. Geralmente a principal dificuldade encontrada para fisioterapia se inserir no NASF se torna na maioria das vezes sua formação, pois a mesma deve deixar de ter predominância curativista e reabilitadora para também ser voltada para a atuação coletiva, proporcionando-lhe prática e conhecimento sobre as questões sociais e políticas públicas de saúde.
OBJETIVOS: Analisar as produções científicas nacionais abordando o processo de transformação e implantação dos
profissionais de fisioterapia no sistema e ainda os desafios desta atuação para a Saúde Pública.
MÉTODOS: Para início desta pesquisa, adotou-se a revisão bibliográfica.O portal consultado foi a Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS), através do site: http://www.bireme.br. O levantamento dos estudos foi realizado de janeiro a abril de 2014. Formulou- se a seguinte questão para guiar a revisão bibliográfica: “Quais as produções científicas que abordaram o fisioterapeuta na Atenção Básica, assim como as dificuldades e potencialidades da mesma? ”. A pesquisa utilizou os seguintes descritores no campo busca avançada da BVS: “Fisioterapeutas” and “Estratégia Saúde da Família” or “Atenção Básica” e encontrou 11 publicações que estavam disponíveis nas seguintes bases de dados: LILACS (8), BDENF-enfermagem Brasil (2) e Coleciona SUS (Brasil) (1). Após a determinação da amostra foi feita uma leitura exploratória, restando assim das 11 publicações, apenas 05 pesquisas relacionadas à inserção do fisioterapeuta no NASF, dificuldades e potencialidades.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir da análise dos textos selecionados, obteve-se assim, cinco artigos no total. Em
relação ao ano de publicação, verificou-se um predomínio de estudos no ano de 2010 e 2012. Sobre a autoria dos estudos, observou-se que dois deles foram publicados apenas por fisioterapeutas, dois, por enfermeiros e fisioterapeutas e um não possível identificar ao certo a categoria profissional do mesmo. Vale ressaltar que só foram encontrados estudos da base de dados LILACS. A maior incidência de publicação deu-se nos periódicos: Fisioterapia em Movimento (02), os outros dois, um foi Revista brasileira em Promoção à saúde e o outro no Com. Ciências Saúde e ainda um em Cadernos da Escola de Saúde Pública. A Cidade de Curitiba foi o local onde foi publicada mais trabalhos, no total, dois (2), os outros três restante, foram representadas pelas cidades de Brasília (1) um, Fortaleza (1) um e Sobral (1) um. Observa-se ainda que não existe nenhum estudo na região Sudeste. Já sobre a região Norte não foi possível os motivos pelos quais não são observadas pesquisas relacionadas aos temas nesta região. Os estudos em sua maioria foram de relato de experiência, no total: dois estudos, mas pôde ser observado também uma proposta de uma vivência com idosos em um determinado local e o que representa um (1) não foi possível identificar a metodologia utilizada, pois o mesmo só coloca no enunciado que se trata de um ensaio, porém não deixa claro os procedimentos metodológicos utilizados e por último, foi proposto um estudo de caráter exploratório, descritivo, com abordagem quantitativa.
1 - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA - 2 - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA - 3 - FACULDADE MAURICIO DE NASSAU - PARNAÍBA-PI - 4 – UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA - 5 - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA - 6 - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA - 7 - FACULDADES INTA - SOBRAL-CE.
Apesar disso, verificamos durante a pesquisa, que existe escassez de literatura a respeito da atuação do fisioterapeuta na Atenção Básica de Saúde, mas é possível identificar nas publicações existentes alguma similaridade entre as experiências. Todavia, ainda não foi possível avaliar se as atividades realizadas se coadunam com os princípios de atuação previstos no documento que norteia a atuação nos NASF. Para tanto, um dos estudos, retrata que se faz necessário que um modelo aconteça uma modificação profunda na atenção e gestão dos processos de trabalho em saúde até hoje vigentes e tal estrutura deve ser reformulada, desde a formação acadêmica desses profissionais.
CONCLUSÃO: Pode-se perceber, de acordo com a pesquisa realizada, que apesar de todas as dificuldades, encontrou-se o
que se pretendia, assim, por toda vivência e analise dos estudos, é possível dizer que, para poder realizar um bom trabalho na Atenção Básica, em primeiro lugar é fundamental ter claro que o tipo de serviço a ser desenvolvido não deve ser clínico, aquele tradicional, o serviço da especialidade. É preciso pensar e agir em favor de uma concepção de clínica ampliada. Além disso, é necessário se apropriar de um lugar na equipe, pois o NASF prevê que o fisioterapeuta realize projetos, construindo uma prática específica e ao mesmo tempo plural, em benefício das comunidades. Acredita-se que este artigo propicie uma reflexão quanto à necessidade de discutir mais sobre as práticas de saúde coletiva dentro da própria equipe de saúde, na tentativa de materializar o SUS e efetivar a tão sonhada proposta de apoio matricial como de fato deve ocorrer.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Ministério da saúde. Portaria nº 154, de 24 de Janeiro de 2008.;
Mello CHMS. O imaginário social sobre o processo saúde-doença e as ações de promoção da saúde entre moradores e equipe de saúde em uma unidade de saúde da família do interior do estado de São Paulo. (Dissertação) (Mestrado em Ciências Sociais). Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências, 93 fs. Marília, 2013. Disponível em: . Acesso em: 10 de Abril de 2014.;
Barbosa EG, Ferreira DLS, Fubino SAR, Ribeiro EEN. Experiência da fisioterapia no Núcleo de Apoio à Saúde da Família em Governador Valadares, MG. Fisioter. mov. (I pr.) vol.23 no.2 Curitiba Apr./June, 2010. Disponível em: Acesso em: 01de Abril de 2014.;
Simon MB. Atuação fisioterapêutica preventiva nas sobrecargas posturais de escolares da rede municipal de ensino de Ermo – SC. Criciúma, 2010. Monografia (Especialização) - Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, Pós- Graduação em Fisioterapia Traumato-Ortopédica e Esportiva.;
Pinheiro LBD, Diógenes PN, Filgueiras MC, Abdon APV, Lopes EAB. Conhecimento de graduandos em Fisioterapia na Universidade de Fortaleza sobre o Sistema Único de Saúde. Rev. Fisioter. Pesq., V. 16, n. 3, p. 211-6, 2009.;