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PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À DOENÇA DE CROHN NA POPULAÇÃO BRASILEIRA

No documento CATEGORIA GRADUANDO - ORAL (páginas 74-76)

Rauene Raimunda De Sousa Adolfo Pinheiro De Oliveira Dannaya Julliethy Gomes Quirino.

INTRODUÇÃO: As doenças inflamatórias intestinais (DII) correspondem a qualquer processo inflamatório envolvendo o trato

gastrointestinal, podendo ser agudo ou crônico, neste contexto, pode-se citar, a Doença de Crohn (DC) que se caracteriza como uma doença inflamatória crônica transmural que pode afetar qualquer segmento do tubo digestivo, estendendo-se da boca ao ânus, principalmente o intestino, apresentando característica de ser recorrente, associada a manifestações extra-intestinais e outras alterações imunológicas. Apesar de sua elevada prevalência, a etiologia da DC ainda é desconhecida, mas, os fatores genéticos, ambientais, imunológicos, alimentares e infecciosos, têm sido bastante investigados como possíveis causas da DC. Com a progressão da patologia podem surgir perfurações, obstruções e até mesmo tumores intestinais. Estudos retrospectivos sobre as DII, especialmente a partir da década de 80, mostram que está havendo, atualmente, tendência mundial para o aumento da sua incidência.

OBJETIVOS: Investigar por meio de uma revisão bibliográfica, a prevalência e os fatores de risco associados à Doença de

Crohn na população brasileira.

MÉTODOS: Esta revisão bibliográfica analisou artigos originais publicados no período de 2007 a 2015, selecionados nas

bases de dados: Scielo, Lilacs, Bireme e Pubmed. Os descritores utilizados foram: “doença de crohn”, “doenças infamatórias intestinais”, “epidemiologia”, “fatores de risco”, “trato gastrointestinal” utilizados de forma isolada e concomitante.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Em países desenvolvidos, a prevalência situa-se em torno de t50:100.000, onde estimativa da

prevalência na cidade de São Paulo-SP encontrou 14,8 mil casos por 100.000 habitantes, revelando uma alta incidência em adultos e jovens, com faixa etária entre 15 e 30 anos, demonstrando uma prevalência no Brasil de aproximadamente 6 casos/100.000 habitantes. Dentre os fatores de risco relacionados à DC, temos o fator imunológico, onde ocorre um comprometimento do sistema imune mucoso, que é responsável por manter o equilíbrio entre a resposta imune perante agressões e tolerância a antígenos normalmente inócuos, e consequentemente originando o processo inflamatório crônico. O histórico familiar isoladamente, não mantém uma relação direta com a gravidade de doença, mas sim com o aumento do risco no desenvolvimento da patologia, visto que a suscetibilidade é bastante diversa para o desenvolvimento de DC em pares de gêmeos e irmãos; além das inúmeras mutações genéticas identificadas que contribuem para o aumento do risco e que modulam as características da doença. Os hábitos alimentares têm sido muito investigados, na busca da compreensão de como os alimentos influenciam no quadro clínico da saúde. Alimentos com maior teor de açúcar e carboidratos refinados, gorduras totais, ?-6, carne vermelha e os fast-food, associados à microbiota intestinal, são considerados os antígenos luminais mais comuns que poderão conduzir a uma eventual inflamação intestinal. Os possíveis mecanismos que estão envolvidos são o efeito antigénico direto, alteração na expressão dos genes, modulação dos mediadores inflamatórios, alterações na composição da flora entérica ou alterações na permeabilidade do intestino. As infeções intestinais originadas por entero-patógenos têm sido associadas ao aparecimento e recorrência da DII, onde se verifica a prevalência de infecção por Clostridium difficile em indivíduos com DC, com isso, estudos apontam que este tipo de infeção agrava o resultado clínico, com maiores taxas de procedimentos cirúrgicos, maior tempo de internamento e maior mortalidade. Determinados fatores ambientais interferem na progressão da Doença de Crohn, tais como a amamentação, onde na literatura científica há controvérsias, se o leite materno oferece efeito protetor para as DII, normalmente DC, ou se a

amamentação pode promover DC na infância, em vez de proteger contra o seu desenvolvimento. O stress emocional também é encarado como um fator de risco para o desenvolvimento de DII, tanto na patogênese da própria doença como na reincidência da doença. As DII, particularmente a DC, têm sido tradicionalmente associadas a distúrbios energético-proteicos e outras deficiências nutricionais. Estudos revelam que pacientes obesos com DC são indivíduos mais propensos a desenvolver a doença perineal e a sofrer tratamento cirúrgico precoce.

CONCLUSÃO: A determinação de dados epidemiológicos das doenças inflamatórias intestinais no Brasil, como em todos

os países em desenvolvimento, é difícil, em função das deficiências dos sistemas de registro de dados, especialmente pela dificuldade de diagnosticar a doença inflamatória intestinal, considerando que as manifestações clinicas da DC e RCU (doença retocolite ulcerativa) são semelhantes. O país ainda é considerado área de baixa prevalência de doenças inflamatórias intestinais, apesar de estudos relatarem um índice prospectivo de aumento nos casos relacionados á essas enfermidades. Dentro os profissionais de saúde, essas doenças não são consideradas de notificação compulsória, podendo comprometer o diagnóstico, visto que, os prontuários médicos registram altas taxas de diarreias de etiologia bacteriana ou parasitária, característica

principal apresentada por pacientes com Doença de Crohn.

REFERÊNCIAS:

ALBUQUERQUE, I. C.; et al. Doença de Crohn – Fatores de risco para recidiva no pós-operatório. Revista Brasileira de Coloproctologia, v.28, n.1, p. 36-39, 2007.;

BECHARA, C. S.; et al. Caracterização de pacientes operados por doença de Crohn pela classificação de Montreal e dentificação de fatores preditores de sua recorrência cirúrgica. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v.42, n.2, p.

97-105, 2015. ;

CABRE, E.; DOMENECH, E. Impact of environmental and dietary factors on the course of inflammatory bowel disease. World Journal of Gastroenterology, v. 18, n. 29, p. 3814-3822, 2012.;

FERNANDES, L. L.; et al. Cuidados alimentares nas doenças inflamatórias intestinais. Caderno de cultura e ciência, v. 13, n. 1, p. 49-50, 2014. ;

HOU, J. K.; ABRAHAM, B.; EL-SERAG, H. Dietary intake and risk of developing inflammatory bowel disease: a systematic review of the literature. American Journal Gastroenterology, v.106, p. 563-573, 2011.;

WILD, G. E.; et al. Nutritional modulation of the inflammatory response in inflammatory bowel disease - From de molecular to the integrative to the clinical. World Journal of Gastroenterology, v.13, n.1, p.1-7, 2007.;

A EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO FERRAMENTA DA

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